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CRIAÇÃO E MANEJO DE BEZERRAS LEITEIRAS Por que devemos ter tanto cuidado na criação das bezerras? R: São as futuras matrizes da propriedade, reposição de 20 a 30% na fazenda. Qualquer problema nesse momento irá refletir em sua futura produção de leite. Retorno financeiro. Como eu sei que a vaca está entrando em trabalho de parto? R: Inquietação (em pé, batendo a pata no chão), elevação da cauda, presença de muco vaginal, úbere extremamente cheio. CUIDADOS NO PRÉ-PARTO CUIDADOS AO PARTO · Respeitar o período seco da vaca. O que é o período seco e por que temos que proporcionar esse momento para a vaca? R: Período seco é o tempo em que a vaca fica sem produzir leite. Enquanto a vaca produz leite, estará prenha. 60 dias antes da vaca parir, é necessário retirá-la da linha de produção/ordenha para não produzir mais leite. No momento em que deixa de produzir leite, começa a regeneração das células da glândula mámaria. · Animal não é mais ordenhado; · Regeneração das células da glândula mamária, principalmente para nova lactação; · Tratamento de infecções intramamárias (protocolo de secagem) > se não houver infecção, não precisa tratar com antibióticos; · Secagem com 60 dias em média > gestação dura 9 meses; · Já podemos deixar esse animal em um lote específico > lote de maternidade > manejo específico; · Assim garantimos boas condições para o futuro parto e saúde do animal. · Secagem abrupta > retira da linha de ordenha; · Secagem gradual. LOTE MATERNIDADE E BAIAS DA PARIÇÃO · Período de transição > animal que não produz leite para uma futura lactação. · Mudança da vaca prenhe para o lote maternidade; · Cerca de 30 dias antes do parto; · Uso de dietas aniônicas > diminuição de problemas metabólicos pós-parto; · Higiene do local, camas secas, água limpa e a vontade, uso de TMR (total mix ration); · Tamanho de cocho suficiente para os animais, e separar novilhas de vacas > vacas batem em novilhas; · Protocolo vacinal > 30 dias antes do parto, para produzir anticorpos a tempo para o colostro. · Correção do ECC Parto = 3. · Higiene é fundamental nas baias de parição > ventiladores, fios de separação de lote, cama limpa etc. · Palpação transretal como DG > verificar necessidade de ajeitar a posição do bezerro para a vaca conseguir parir · Apresentação do bezerro; · Uso de equipamentos para auxílio do parto; · Cesárea se necessário. · Demora para o bezerro nascer > deve intervir em 15 minutos após estourar as duas bolsas (nunca visualiza a primeira, mas sim a segunda). PÓS-PARTO NASCEU, E AGORA? · Desobstruir vias respiratórias; · Separar da mãe; · Curar umbigo; · Levar para casinha aquecida; · Secagem do animal; · Pesagem e identificação; · COLOSTRAGEM. MANEJO DE SEPARAÇÃO PRECOCE VACA-BEZERRO Qual o problema de deixar a vaca com seu bezerro? R: Em uma produção de leite, é inviável deixar o bezerro com a vaca. Bezerro do lado da vaca é sinal de falta de higiene > ordenhadores geralmente não fazem a limpeza. Imprinting mãe e filho > vínculo materno-filiar. · No ser humano, o processo de “imprinting” (também conhecido como cunhagem ou estampagem) é um fenômeno em que os filhos reconhecem suas mães assim que nascem. Ele é fundamental para fortalecer o vínculo e o apego entre mãe e filho e é feito quando o recém-nascido olha fixamente nos olhos de sua mãe. É a primeira impressão do mundo externo que fica “carimbada” na mente dos bebês. · Após o parto, até um período de, em média, 3horas: vaca irá investigar, cheirar, lamber e tocar nesse bezerro = reconhecimento materno = ligação materno-filial (Silva, 2015); · O mínimo contato entre progenitora e cria, cerca de 5 minutos ao mínimo, já é o suficiente para criar algum tipo de vínculo entre eles (FlowereWeary,2003). DESOBSTRUIR VIAS RESPIRATÓRIAS COLOSTRAGEM · Ao nascer, vaca lambe nariz, boca, orelha > desobstrui vias respiratórias e retira líquido que o animal aspirou durante o parto; · Ao separar o bezerro da mãe, deve-se utilizar um “aspirador/sugador”, que irá puxar o líquido que foi aspirado para que o animal possa respirar; · Massagem no peito no sentido cranial, até o bezerro começar a respirar; · Se não resolve > medicamentos. CURA DE UMBIGO · Importância da cura de umbigo para que não seja uma porta de entrada de microrganismos pelos vasos até os órgãos. · Veia umbilical > fígado; · Artéria umbilical > artéria hipogástrica; · Úraco > bexiga. · Iodo 10% de 2 a 3 vezes por dia, por 3 a 5 dias ou até secar > não pode pegar sol. MONITORAMENTO DO UMBIGO: · Visualização e palpação. · Onfalite = inflamação das partes externas do umbigo > ocorre o aumento de volume, torna-se doloroso à palpação e pode estar obstruído ou drenar material purulento; · Onfaloflebite = processo inflamatório que acomete o cordão umbilical. Causa grandes abscessos ao longo do trajeto da veia umbilical que se disseminam para o fígado; · Uraquite = cistite; · Poliartrite = septicemia. CASINHAS AQUECIDAS · Ao nascer, bezerro ainda não é capaz de fazer termorregulação; · Casas de plástico com aquecedor portátil ou lâmpada; · Roupas; · Palha de feno; · Permanece no máximo um dia e depois vai para maternidade. SECAGEM DO ANIMAL · Pó secante para secar bezerros. IDENTIFICAÇÃO E PESAGEM · Importante pesar o animal ao nascer > valor zootécnico do animal, necessário quanto o bezerro engordou para desmamar; · Identificação com brincos > bom colocar um colar de identificação quando o bezerro nasce para evitar estresse, depois faz a brincagem; · Fita de pesagem na linha do tórax > associação ao peso; · Balança digital com o bezerro pendurado. · Administração do colostro para o animal > primeiro leite. PLACENTA: · Sindesmocorial > não permite passagem e trocar da vaca com o bezerro > bom pois evita infecções; · Sem transferência de IgG. BEZERROS: · Nascem sem anticorpos por conta do tipo de placenta; · TIP (Transferência de Imunidade Passiva). COLOSTRO: · Primeiro leite produzido; · Rico em IgG; · Nutritivo (teor de gorduras, minerais e vitaminas); · Participa ativamente na nutrição e maturação do TGI dos recém-nascidos. FATORES QUE DETERMINAM O SUCESSO DA COLOSTRAGEM: · Tempo para o fornecimento; · Volume administrado; · Qualidade. · 2 horas após o nascimento > 10% do peso vivo; · Próximas 4 horas de vida > 5% do peso vivo; · Células intestinais = máxima absorção; · 18 a 20 horas após o nascimento > sem absorção; · Uso de sonda esofágica > se o bezerro não quiser mamar o colostro; · [ ] de Ig = maior que 50mg de lg/ml de soro. Colostrômetro: · Frágil; · Temperatura do colostro de 20 a 25°C; · Relação da densidade x [] de imunoglobulinas. Retratômetro: · Leitura em graus Brix; · [ ] de imunoglobulinas; · Valor menor que 22° Brix = baixa qualidade. · Em machos, pode se utilizar colostro de menor qualidade (caso não seja um futuro reprodutor); · Contaminação bacteriana deve ser infecior a 100.000 UFC/mL. BANCO DE COLOSTRO: · Armazenar colostro excedente que seja bom, brix maior que 24; · Utilizar sacos de plásticos para armazenagem; · Congelar os sacos na horizontal; · Descongelar em banho-maria; · Colostro em pó é uma opção, porém é caro. AVALIAÇÃO DA TIP (TRÂNSFERÊNCIA DE IMUNIDADE PASSIVA): · Confiança de que a colostragem foi eficaz ou não. Dicas para adequada avaliação: · Fazer a coleta do sangue entre 24-48h de vida, antes de 24h absorção de Ig ainda pode ocorrer, após 48h a correlação entre as medidas e a concentração de g é baixa; · Calibre o equipamento (outro tipo de refratômetro) para correta avaliação; · Valores de proteína sérica > 8,0 g/dL ou de % brix > 14% devem ser avaliados com cautela: o animal pode estar desidratado ou que o equipamento pode estar descalibrado; · Avalie sempre a amostra em temperatura ambiente. > 5,5 g/dL: Sucesso na transferência de imunidade passiva; 5,0 – 5,4 g/dL: Transferência de imunidade passiva moderada; < 5,0 g/dL: Falha na transferência de imunidade passiva. · Refratômetro de Brix: adequada transferência de imunidade passiva = 8,4% de brix. ALOJAMENTO DE BEZERRAS (INDIVIDUAL) · Necessárioisolar bezerras uma das outras para evitar que uma bezerra doente passe para outra; · Necessita ser ventilado > evita surtos de doenças; · Gaiolas podem ser suspensas ou não. PROBLEMAS: · Higiene > acúmulo de sujeita; · Excesso de higiene > limpeza com água > espalha diarreia. · Geralmente, passam em torno de 90 dias e depois vão para piquetes coletivos. ALOJAMENTO DE BEZERRAS (COLETIVO) · Geralmente o sistema Compost é utilizado; · Uma vez que bezerras saem das gaiolas individuais, vão para piquetes, com 10 bezerros por espaço em média. PROBLEMAS: · Ao ar livre, estão expostas ao frio, chuva etc. · Dependendo da propriedade, bezerras podem ir direto para o piquete coletivo. MANEJOS DE MOCHAÇÃO E REMOÇÃO DE TETOS SUPRAMAMÁRIOS · Ambos devem ser feitos entre 30 a 60 dias de vida. BOTÕES TERATOGÊNICOS: · Botões teratogênios se fundem com o crânio > há muita inervação > descorna é muito cruenta, compensa mochar o bezerro novo para evitar que o chifre cresça. · O uso da anestesia local se tornou obrigatória pela Resolução n°877, de 15 de fevereiro de 2008, do Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV) em ambos os procedimentos. · Lidocaína 2 ou 5% > quantia depende. · Analgesia pós-mochação. · Pasta química > deve ser colocada bem em cima > irá corroer; · Ferro quente. TETOS SUPRAMAMÁRIOS: · Anomalia congênita > nasce com um teto a mais; · Preventivo para mastite; · Remoção com tesoura; · Anestésico local. MANEJO ALIMENTAR DIETA LÍQUIDA E SÓLIDA · Preconizar ganho de peso > leite em quantidade e qualidade necessária; FONTES DA DIETA LÍQUIDA: · Leite do tanque (destinado para a venda) · Leite não comercializado (leite de descarte – vaca tomando antibiótico) > pasteurização > oferece ao bezerro; · Sucedâneo: → 20 a 22% de proteína → 10 a 15% de gordura; → Baixa fibra; → Aditivos: anticoccidianos, probióticos e prebióticos. ALEITAMENTO NATURAL: · Manter o bezerro com a mãe durante toda a lactação ou em parte dela; · Poderá mamar em apenas uma das tetas, em cada ordenha, ou mamae o resíduo de leite de todas elas após a ordenha; · Difícil acompanhamento da qualidade do leite ofertado, desempenho animal é variado. ALEITAMENTO ARTIFICIAL: · Baldes; · Mamadeiras; · Aleitadores automáticos. Higienização: · Água potável, sabão e água sanitária > reduz a ocorrência de diarreias. GOTEIRA ESOFÁGICA: · Reflexo nervoso; · Contração da musculatua ao redor da parede esofágica; · Desvio do leite para o abomaso (estômago principal). · Leite no rúmen > fermentação > ácido lático > acidose metabólica; · Anorexia, dor, timpanismo (acúmulo de gases no rúmen), diarreia e desidratação, podendo levar o animal a óbito. FORNECIMENTO DO LEITE: · 2 vezes ao dia; · Temperatura de 39°C; · 6 a 8 litros por dia; · 60 a 90 dias de aleitamento > desaleitamento gradual. FORNECIMENTO DE ÁGUA: · À vontade; · Água limpa fresca, bebedouros sempre limpos. FORNECIMENTO DO CONCENTRADO: · Concentrado desde o primeiro dia de vida; · Quantidades crescentes; · Desenvolvimento das papilas (ácido butírico e propiônico como estimulador das papilas); · 80% de NDT, 20 a 22% de PB, 15ª 25% de FDN e 6 a 20% de FDA; · Ingredientes palatáveis > farelo de soja, fubá de milho, melaço, casquinha de soja, farelo de trigo. DESENVOLVIMENTO DO RÚMEN: · Estabelecimento de microrganismos no rúmen; · Presença de água no meio; · Habilidade de regurgitar material para fora do rúmen; · Capacidade de absorção dos tecidos; · Presença de substratos. FORNECIMENTO DE VOLUMOSO: · Ofertado com 21 a 30 dias de vida; · Auxilia na manutenção do pH; · Se for oferecer silagem e milho > apenas após 60 dias. DESALEITAMENTO · Não deve ser feito antes dos 60 dias e nem depois dos 90; · Tentar dobrar o peso do nascimento, atingir os 100kg no mínimo; · Animal comendo 1,5kg de concentrado/dia, por 3 dias consecutivos; · Desaleitamento gradual: 45 dias = diminuição do leite; · Acompanhamento do ganho de peso, altura.
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