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A G O S T O D E 2 0 2 1 P R O F. PA U L O D A LT O SEMIOLOGIA CARDÍACA Estratégia MED Prof. Paulo Dalto | Semiologia CardíacaCARDIOLOGIA 2 PROF. PAULO DALTO APRESENTAÇÃO: @estrategiamed /estrategiamedEstratégia MED t.me/estrategiamed @profpaulodalto Salve, salve, Estrategista! Este é o RESUMO ESTRATÉGICO do seu livro "Semiologia Cardiovascular”. Ele foi elaborado de maneira bem didática e direta, focado no assunto mais cobrado: a ausculta cardíaca. Aqui vai uma orientação: sugiro que você use este livro como um guia de consulta rápida e não deixe de ler o livro completo, pois lá você encontrará informações e questões que ajudarão a sedimentar seu conhecimento. Vamos começar o resumo? ;) https://www.instagram.com/estrategiamed/?hl=pt https://www.instagram.com/estrategiamed/ https://www.facebook.com/estrategiamed1 https://www.facebook.com/estrategiamed1 https://www.youtube.com/channel/UCyNuIBnEwzsgA05XK1P6Dmw https://www.youtube.com/channel/UCyNuIBnEwzsgA05XK1P6Dmw https://t.me/estrategiamed https://t.me/estrategiamed https://www.instagram.com/profpaulodalto/ https://instagram.com/profvictorfiorini?utm_medium=copy_link Estratégia MED CARDIOLOGIA Semiologia Cardíaca Prof. Paulo Dalto | Resumo Estratégico | Agosto 2021 3 SUMÁRIO 1.0 EXAME FÍSICO CARDIOVASCULAR 4 1.1 AVALIAÇÃO DOS PULSOS ARTERIAIS 4 1.2 AVALIAÇÃO DO PULSO VENOSO 6 1.3 RUÍDOS CARDÍACOS BÁSICOS 7 1.3.1 PRIMEIRA BULHA CARDÍACA (B1) 7 1.3.2 SEGUNDA BULHA CARDÍACA (B2) 7 1.4 VARIAÇÕES DA AUSCULTA DA PRIMEIRA E SEGUNDA BULHAS CARDÍACAS 8 1.4.1 DESDOBRAMENTOS 8 1.5 BULHAS ACESSÓRIAS 9 1.5.1 TERCEIRA BULHA (B3) 9 1.5.2 QUARTA BULHA (B4) 9 1.6 SOPROS CARDÍACOS 9 1.6.1 SOPROS SISTÓLICOS 9 1.6.2 SOPROS DIASTÓLICOS 11 1.6.3 MANOBRAS SEMIOLÓGICAS PARA OS SOPROS CARDÍACOS 13 2.0 LISTA DE QUESTÕES 18 3.0 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 19 4.0 CONSIDERAÇÕES FINAIS 20 Estratégia MED CARDIOLOGIA Semiologia Cardíaca Prof. Paulo Dalto | Resumo Estratégico | Agosto 2021 4 CAPÍTULO 1.0 EXAME FÍSICO CARDIOVASCULAR 1.1 AVALIAÇÃO DOS PULSOS ARTERIAIS A palpação dos pulsos arteriais permite avaliar o ritmo cardíaco, a frequência cardíaca e até mesmo sugerir a presença de cardiopatias estruturais que alterem sua morfologia. As principais características que devem ser obtidas ao palpar os pulsos arteriais são a frequência e o ritmo cardíacos, o estado da parede arterial, sua amplitude (ou magnitude) e os tipos de onda. A amplitude é a sensação captada a cada pulsação e está diretamente relacionada ao enchimento da artéria durante a sístole e seu esvaziamento na diástole. Veja os exemplos dos principais tipos de pulsos arteriais e suas representações gráficas. • Pulso normal: sua curva é suave e arredondada. Na porção descendente, observa-se uma incisura dicrótica, que marca o início da diástole. • Pulso filiforme: é um pulso de baixa amplitude e “fino”. Quase sempre associado ao colapso circulatório (choque hemodinâmico). • Pulso parvus et tardus: possui uma ascensão lenta (parvus) e duração prolongada (tardus). Está classicamente associado à estenose aórtica importante. Estratégia MED CARDIOLOGIA Semiologia Cardíaca Prof. Paulo Dalto | Resumo Estratégico | Agosto 2021 5 • Pulso célere (martelo d’água): também chamado de pulso de Corrigan. Possui amplitude aumentada, com subida e queda rápidas. É clássico da insuficiência aórtica importante. • Pulso dicrótico: esse pulso possui dois picos, um na sístole e outro na diástole. Pode ser observado em pacientes com choque hipovolêmico, insuficiência cardíaca grave, tamponamento cardíaco e condições com baixo volume sistólico ejetado. • Pulso bisferiens: assim como o pulso dicrótico, também possui dois picos, porém ambos ocorrem na sístole. Está relacionado com a insuficiência aórtica crônica moderada ou importante, mas também pode ser visto na dupla lesão valvar aórtica (estenose e insuficiência), com predomínio da insuficiência. Menos frequentemente é observado na cardiomiopatia hipertrófica. • Pulso paradoxal: é uma queda inspiratória da pressão arterial sistólica maior do que 10 mmHg. É classicamente descrito no tamponamento cardíaco, mas pode estar presente na pericardite constritiva, embolia pulmonar, asma grave, obesidade extrema e gravidez (as duas últimas pelo fato de obstruírem o fluxo da veia cava inferior). Figura 1. Representação do pulso paradoxal. Estratégia MED CARDIOLOGIA Semiologia Cardíaca Prof. Paulo Dalto | Resumo Estratégico | Agosto 2021 6 • Pulso alternante: ocorre uma alternância na palpação de um pulso amplo seguido por outro com menor amplitude. Essa variação é observada, batimento a batimento, em pacientes com ritmo cardíaco regular e independe do ciclo respiratório. Geralmente é vista na insuficiência cardíaca esquerda grave. 1.2 AVALIAÇÃO DO PULSO VENOSO O pulso venoso jugular é formado pelas pulsações observadas na base do pescoço e reflete a dinâmica do retorno venoso ao coração direito. Suas ondas representam as mudanças de volume, que ocorrem no átrio direito a cada momento do ciclo cardíaco. Antes de identificar se o pulso venoso jugular está alterado, é preciso saber seu estado normal e o significado de cada onda. Então, vamos às definições. Pulso venoso jugular Onda A Representa o aumento da pressão do AD na sístole atrial. Ocorre imediatamente antes da B1 e da sístole ventricular (pulso carotídeo). Onda C Interrompe a queda da onda A e corresponde ao aumento da pressão devido à protrusão retrógada da valva tricúspide resultante do aumento da pressão ventricular no início da sístole. Ocorre logo após a B1. Descenso X Ocorre devido à queda da pressão atrial causada pela movimentação da valva tricúspide para baixo na sístole do VD. Onda V É a segunda ascensão. Representa o aumento da pressão do AD durante seu enchimento com a valva tricúspide fechada. Ocorre antes da B2. Descenso Y Corresponde à queda da pressão dentro do AD devido à abertura da valva tricúspide e saída de sangue do átrio para o ventrículo. Tabela 1. Definição das ondas do pulso venoso jugular. Estratégia MED CARDIOLOGIA Semiologia Cardíaca Prof. Paulo Dalto | Resumo Estratégico | Agosto 2021 7 Para facilitar a compreensão, veja a representação abaixo, que mostra a diferença entre os pulsos venosos e arteriais, além de suas relações com as bulhas cardíacas e o eletrocardiograma. Agora, você verá como se comportam as ondas do pulso venoso diante das doenças do coração. • Descenso Y proeminente (sinal da raiz quadrada): também chamado de pulso venoso em W, ocorre na pericardite constritiva, nas miocardiopatias restritivas com acometimento do VD e no infarto de VD. O descenso Y termina de forma repentina devido ao súbito aumento das pressões de enchimento do VD, típico de ventrículos com pouca complacência. 1.3 RUÍDOS CARDÍACOS BÁSICOS 1.3.1 PRIMEIRA BULHA CARDÍACA (B1) O principal componente da B1 é o fechamento das valvas mitral e tricúspide, sendo identificado com um som “TUM”. 1.3.2 SEGUNDA BULHA CARDÍACA (B2) • Onda A proeminente: presente em condições que aumentam a resistência à contração do átrio direito. Exemplos: estenose tricúspide, mixoma do AD, trombo no AD, atresia da valva tricúspide, hipertrofia do VD. • Onda A “em canhão”: são ondas A que surgem de forma repentina e proeminente, esporadicamente, como se fosse um “tiro de canhão”. Esse fenômeno pode ser observado em casos de dissociação atrioventricular (bloqueio atrioventricular total, taquicardia ventricular, taquicardia juncional) ou em uma extrassístole atrial ou ventricular. • Ausência da onda A: ocorre na fibrilação atrial, onde não há contração atrial. • Onda V gigante: presente na insuficiência tricúspide importante, em que o refluxo através da valva incompetente causa uma grande onda junto à sístole ventricular. • Descenso Y ausente ou atenuado: pode ser observado no tamponamento cardíaco. A elevada pressão intrapericárdica restringe o enchimento ventricular na diástole, atenuando odescenso Y. A origem da B2 deve-se ao fechamento das valvas aórtica e pulmonar. Como o ventrículo esquerdo se esvazia mais rápido que o direito, o componente aórtico ocorre antes do pulmonar. Normalmente, o timbre da B2 é mais agudo e soa de maneira mais seca, sendo designado como um “TÁ”. O esquema a seguir mostra a relação entre o ciclo cardíaco (sístole/diástole) e as principais bulhas cardíacas: Estratégia MED CARDIOLOGIA Semiologia Cardíaca Prof. Paulo Dalto | Resumo Estratégico | Agosto 2021 8 B1 CICLO CARDÍACO E SUA RELAÇÃO COM AS BULHAS CARDÍACAS Sístole Fechamento das valvas mitral e tricúspide Fechamento das valvas aórtica e pulmonar Fechamento das valvas mitral e tricúspide Fechamento das valvas aórtica e pulmonar Diástole Sístole Diástole B2 B1 B2 1.4 VARIAÇÕES DA AUSCULTA DA PRIMEIRA E SEGUNDA BULHAS CARDÍACAS Figura 2. Relação do ciclo cardíaco com o fechamento das valvas cardíacas. 1.4.1 DESDOBRAMENTOS Os desdobramentos são divididos didaticamente em três tipos: (1) fisiológico, (2) amplo e (3) paradoxal. Vamos estudar cada um deles: • Desdobramento fisiológico da B2: em cerca de 65 a 75% dos indivíduos normais, especialmente os mais jovens, pode ser observado o desdobramento da segunda bulha. Durante a inspiração, o retorno venoso para o ventrículo direito aumenta. Com isso, o ventrículo direito fica mais cheio e seu esvaziamento demora mais para acontecer, o que resulta no afastamento do componente pulmonar (fechamento mais tardio da valva pulmonar). Quando a segunda bulha está desdobrada, seu ruído corresponde à expressão “TRÁ”. • Desdobramento amplo da B2: ocorre em situações que sobrecarregam o ventrículo direito. Qualquer doença que atrase o fechamento da valva pulmonar ou adiante o fechamento da valva aórtica pode causar desdobramento amplo. As principais causas são bloqueio de ramo direito (que irá atrasar a contração do ventrículo direito, atrasando o fechamento da valva pulmonar), estenose pulmonar, embolia pulmonar e insuficiência do ventrículo direito. • Desdobramento paradoxal da B2: ocorre em situações que sobrecarregam o ventrículo esquerdo, como estenose aórtica, hipertensão arterial e bloqueio de ramo esquerdo. Em outras palavras, qualquer situação que antecipa o fechamento da valva pulmonar ou atrase o fechamento da valva aórtica pode causar desdobramento paradoxal. Figura 3. Tipos de desdobramento de B2. A2 EXPIRAÇÃO INSPIRAÇÃO P2 A2 P2 A2 P2 A2 P2 A2 P2 A2 P2 Desdobramento fisiológico Desdobramento amplo Desdobramento paradoxal B1 B2 B1 B2 B1 B2 B1 B2 B1 B2 B1 B2 Estratégia MED CARDIOLOGIA Semiologia Cardíaca Prof. Paulo Dalto | Resumo Estratégico | Agosto 2021 9 1.5 BULHAS ACESSÓRIAS 1.5.1 TERCEIRA BULHA (B3) Som originado das vibrações da parede ventricular que foi subitamente distendida pelo sangue durante a fase de enchimento rápido do ventrículo. Pode ser normal em crianças e adolescentes. Quando patológica, é denominada galope (ritmo de galope). São três as principais situações em que a B3 patológica está presente: sobrecarga de volume crônica (ex.: insuficiência mitral ou aórtica crônicas, comunicação interatrial e interventricular), diminuição da complacência ventricular (ex.: cardiomiopatias dilatadas, restritivas e hipertrófica) e na insuficiência cardíaca descompensada com fração de ejeção reduzida (< 40%). DICA DE PROVA Quando a banca fala que o paciente possui B3, ela quer dizer que há uma combinação de aumento de volume do ventrículo esquerdo com complacência reduzida e aumento das pressões no átrio esquerdo. Frequentemente há disfunção sistólica associada. Quais são as causas? Infarto agudo do miocárdio, insuficiência cardíaca descompensada, insuficiência mitral crônica descompensada. 1.5.2 QUARTA BULHA (B4) É uma bulha pré-sistólica (ocorre um pouco antes da B1). Sua origem está na vibração da parede do ventrículo (pouco complacente) devido ao sangue que chega após uma contração vigorosa do átrio. Situações em que a B4 está presente: hipertrofia do ventrículo esquerdo concêntrica, isquemia do miocárdio e cardiomiopatias dilatadas e restritivas. PARA NÃO SE ESQUECER Como a B4 origina-se devido à contração atrial, ela desaparece nos pacientes com fibrilação atrial. Qual é a origem da B4? A contração do átrio, ou seja, B4átrio. 1.6 SOPROS CARDÍACOS Os sopros cardíacos são produzidos por vibrações decorrentes do fluxo sanguíneo (turbulência). 1.6.1 SOPROS SISTÓLICOS Os sopros sistólicos localizam-se entre B1 e B2 e podem ser de dois tipos: ejeção ou regurgitação (figura 4). Estratégia MED CARDIOLOGIA Semiologia Cardíaca Prof. Paulo Dalto | Resumo Estratégico | Agosto 2021 10 Figura 4: Tipos de sopros sistólico e suas principais características. *HAS: hipertensão arterial sistêmica; VD: ventrículo direito; BED: borda esternal direita *CMPH: cardiomiopatia hipertrófica; CIA: comunicação interatrial; CIV: comunicação interventricular. B1 B1B2 B1 B1B2 B1 B1B2 B1 B1B2 B1 SÍSTOLE B2 Estenose aórtica Características do sopro de ejeção: origina-se logo após a primeira bulha. É do tipo crescendo-decrescendo e termina antes da segunda bulha. É descrito como sopro em diamante. Aparece na estenose aórtica, estenose pulmonar, na cardiomiopatia hipertrófica obstrutiva, coarctação de aorta e nas situações de hiperfluxo na via de saída (comunicação interatrial, insuficiência aórtica importante). Entre os sopros sistólicos ejetivos, o mais importante é o da estenose aórtica. Vamos vê-lo? O sopro da estenose aórtica é descrito da seguinte forma: sistólico, ejetivo, rude, começa crescendo e depois decresce (formato de diamante - mesotelessistólico), com irradiação para as carótidas e para a fúrcula. É panprecordial, porém mais audível em foco aórtico ou aórtico acessório. Quanto mais tardio for o pico do sopro, pior o prognóstico. Figura 5 (Fonte: Shutterstock):Representação do sopro “em diamante” da estenose aórtica. Foco aórtico, irradia para carótidas, B4, parvus et tardus, reduz com handgrip, desdobramento paradoxal de B2. Foco pulmonar, aumenta com Rivero-Carvallo, desdobramento amplo de B2. Valsalva e ortostase: ↑ o sopro Cócoras e handgrip: ↓ o sopro Região interescapular, B2 hiperfonética, HAS resistente. Desdobramento fixo de B2. Foco mitral, irradia para dorso, aumenta com handgrip. Foco tricúspide, aumenta com Rivero-Carvallo, sobrecarga de VD. Irradia para BED ↑ Orifício ↓ Sopro ESTENOSE AÓRTICA SOPRO EJETIVO SOPRO REGURGITANTE SOPRO SISTÓLICO ESTENOSE PULMONAR CMPH COARCTAÇÃO DA AORTA CIA INSUFICIÊNCIA MITRAL INSUFICIÊNCIA TRICÚSPIDE CIV Estratégia MED CARDIOLOGIA Semiologia Cardíaca Prof. Paulo Dalto | Resumo Estratégico | Agosto 2021 11 B1 B1B2 B1 B1B2 B1 B1B2 B1 B1B2 B1 B1B2 B1 B1B2 B1 B1B2 B1 B1B2 Você sabe a diferença entre o sopro da estenose aórtica (EAo) discreta/moderada para a estenose importante? Quando a EAo é discreta ou moderada, o sopro geralmente é suave e seu pico localiza-se no meio da sístole (veja o esquema anterior). Na EAo importante, a saída do fluxo de sangue está mais limitada, fazendo com que o pico do sopro se desloque para o final da sístole, como na representação gráfica abaixo: • Características do sopro de regurgitação: é audível desde o início da sístole, aparecendo junto com a primeira bulha, podendo recobri-la e mascará-la. Ocupa toda a sístole (holossistólico), com intensidade parecida do começo ao fim, e termina imediatamente antes da segunda bulha, podendo recobri-la. As principais causas são as insuficiências mitral e tricúspide e a comunicação interventricular. Figura 6. Representação da estenose importante, com pico do sopro no final da sístole. Entre os sopros sistólicos regurgitativos, o da insuficiência mitral é o principal: holossistólico ou em barra, melhor audível no foco mitral, com irradiação para a axila (abaixo). 1.6.2 SOPROS DIASTÓLICOS Localizam-se entre B2 e B1 e são classificados conforme o momentoda diástole em que se situam. Estão associados a anormalidades cardíacas e ocorrem em duas situações principais: estenose das valvas atrioventriculares e regurgitação das valvas aórtica e pulmonar. Figura 7: Representação do sopro de insuficiência mitral. Estratégia MED CARDIOLOGIA Semiologia Cardíaca Prof. Paulo Dalto | Resumo Estratégico | Agosto 2021 12 B1 B1 EA B2 B1 B1 EA B2 B1 B1B2 B1 B1B2 B1 B1 EA B2 B1 B1 EA B2 B1 B1B2 B1 B1B2 Figura 8: Tipos de sopros diastólicos e suas principais características. *Ao: aórtico; EMi: estenose mitral. O sopro diastólico mais importante é o da estenose mitral: em ruflar, com pico na parte média da diástole, podendo ter um segundo pico imediatamente antes da B1, no final da diástole. No início do sopro, há um estalido de abertura quando a valva é móvel. O outro grupo de sopros diastólicos é dos aspirativos, representados pela insuficiência aórtica e pulmonar. Suas principais características são: início imediatamente após B2, podendo ficar restritos à primeira parte da diástole (protodiastólicos) ou também ocupar a meso ou a telediástole. Figura 10: Representação do sopro da insuficiência aórtica e pulmonar. Figura 9: Representação do sopro da estenose mitral. • Suave • Irradia para foco Ao acessório • Aumenta com handgrip • Suave • Aumenta com inspiração • Mais audível em foco pulmonar • Hiperfonese de B1 • Estalido de abertura • Reforço pré-sistólico • P2 hiperfonética • Semelhante à EMi • Aumento com inspiração • Sem estalido de abertura e hiperfonese de B2 Diafragma Campânula SOPRO ASPIRATIVO SOPRO EM RUFLAR SOPRO DIASTÓLICO INSUFICIÊNCIA AÓRTICA INSUFICIÊNCIA PULMONAR ESTENOSE MITRAL ESTENOSE TRICÚSPIDE Estratégia MED CARDIOLOGIA Semiologia Cardíaca Prof. Paulo Dalto | Resumo Estratégico | Agosto 2021 13 Quanto mais longo o sopro diastólico, mais grave é a valvopatia. Na estenose mitral, quanto maiores forem as pressões no interior do átrio esquerdo, mais rápido essa câmara vencerá as pressões do ventrículo esquerdo. Isso faz com que o estalido de abertura (EA) se aproxime da segunda bulha, deixando o sopro mais longo. A EMi da segunda representação é mais grave que a da primeira. 1.6.3 MANOBRAS SEMIOLÓGICAS PARA OS SOPROS CARDÍACOS Na avaliação dos sopros cardíacos, podemos utilizar diversas manobras que interferem na resistência vascular sistêmica ou no retorno venoso para auxiliar na ausculta. Veja na tabela abaixo as alterações dos sopros provocadas por essas manobras. Manobras que aumentam o retorno venoso Agachamento (cócoras) Decúbito dorsal (deitado) os volumes dos lados direito e esquerdo do coração. Inspiração profunda (Rivero-Carvallo) os volumes apenas para o lado direito do coração. Manobras que reduzem o retorno venoso Valsalva Ficar em pé (posição ortostática) os volumes dos lado direito e esquerdo do coração. ↑ ↓ ↑ Estenose mitral importante.Estenose mitral discreta/ moderada. B1 B1 EA B2 B1 B1 EA B2 B1 B1B2 B1 B1B2 B1 B1 EA B2 B1 B1 EA B2 B1 B1B2 B1 B1B2 Estratégia MED CARDIOLOGIA Semiologia Cardíaca Prof. Paulo Dalto | Resumo Estratégico | Agosto 2021 14 De maneira geral, os sopros das câmaras direitas aumentam com a inspiração (devido ao aumento do retorno venoso para o coração), e os das câmaras esquerdas ficam mais intensos na expiração. Manobras que aumentam a resistência vascular sistêmica Handgrip Manobras que reduzem a resistência vascular sistêmica Vasodilatador Tabela 2. Manobras semiológicas para os sopros cardíacos. Vamos ver o que acontece com os sopros após as principais manobras? • Agachamento (posição de cócoras) Figura 11. (Fonte: Shutterstock): Agachamento e sua relação com os sopros cardíacos. • Manobra de Valsalva: é realizada quando o paciente tampa o nariz e a boca com a mão e faz um esforço expiratório. Figura 12. Manobra de Valsalva e sua relação com os sopros cardíacos. Reduzem o sopro de... Os outros sopros esquerdos prolapso da valva mitral (fica mais curto) cardiomiopatia hipertrófica ↑ Reduz a intensidade da maioria dos sopros Apenas 2 sopros ficam mais audíveis Cardiomiopatia hipertrófica - fica mais intenso Prolapso da valva mitral - fica mais longo Estratégia MED CARDIOLOGIA Semiologia Cardíaca Prof. Paulo Dalto | Resumo Estratégico | Agosto 2021 15 Entenda como diferenciar o sopro da estenose aórtica da cardiomiopatia hipertrófica! Primeiramente, grave o seguinte: tudo que diminui o volume do ventrículo esquerdo aumenta o sopro da cardiomiopatia hipertrófica (CMH). Agora, veja o porquê: o sopro da CMH ocorre quando o aparato subvalvar mitral “gruda” no septo interventricular durante a sístole. Quanto menos sangue estiver dentro do ventrículo esquerdo, mais exacerbado ficará esse fenômeno. Isso acontece, por exemplo, na manobra de Valsalva, quando o retorno venoso diminui e o ventrículo fica mais “seco”. Na estenose aórtica, o mecanismo é o oposto: quanto mais “cheio” estiver o ventrículo esquerdo, mais sangue será ejetado durante a sístole. Se mais sangue passar através de uma valva estenosada, mais intenso será o sopro. Ventrículo esquerdo normal Hipertrofia do septo do ventrículo esquerdo Estenose aórtica Cardiomiopatia Hipertrófica Handgrip Reduz ambos Aumento ambos • Reduz CMH • Aumenta EAo • Aumentam CMH • Reduzem EAo Nitrito de amila Agachamento Valsalva e ortostatismo x Figura 13. Respostas dos sopros da estenose aórtica e cardiomiopatia hipertrófica às principais manobras semiológicas *CMH: cardiomiopatia hipertrófica; EAo: estenose aórtica Estratégia MED CARDIOLOGIA Semiologia Cardíaca Prof. Paulo Dalto | Resumo Estratégico | Agosto 2021 16 Estenose aórtica Cardiomiopatia hipertrófica Valsalva Diminui Aumenta Ortostase Diminui Aumenta Agachamento (cócoras) Aumenta Diminui • Handgrip: também chamado de esforço isométrico. Acontece quando o paciente aperta alguma coisa com a mão ou fecha-a com força. Figura 14. Manobra de handgrip e sua relação com sopros cardíacos.*CMH: cardiomiopatia hipertrófica; EAo: estenose aórtica; CIV: comunicação interventricular; CIA: comunicação interatrial; IAo: insuficiência aórtica; VE: ventrículo esquerdo; EMi: estenose mitral; IMi: insuficiência mitral. Tabela 3. Diferenças entre estenose aórtica e cardiomiopatia hipertrófica. Reduz a intensidade Aumenta a intensidade do... sopro da CIV a IMi - pois o sangue terá maior dificuldade de sair pelo VE e irá deslocar-se pela CIV ou para o átrio esquerdo. sopro da IAo - pois, devido à maior resistência vascular periférica, mais sangue voltará para o VE na diástole. sopro da EMi - pois o esforço causa aumento do débito cardíaco, aumentando o fluxo através da EMi. sopro da EAo e da CMH. Estratégia MED CARDIOLOGIA Semiologia Cardíaca Prof. Paulo Dalto | Resumo Estratégico | Agosto 2021 17 • Vasodilatador: o fármaco mais utilizado é o nitrato de amila. Figura 15 (Fonte: Shutterstock): Nitrato de amila e outros vasodilatadores e sua relação com sopros cardíacos. * EAo: estenose aórtica; CIV: comunicação interventricular; IAo: insuficiência aórtica; VE: ventrículo esquerdo; IMi: insuficiência mitral, CMH: cardiomiopatia hipertrófica. Reduz a intensidade Aumenta a intensidade do... sopro da CIV a IMi - pois, como o sangue tem mais facilidade de sair do VE, menos sangue irá passar através da CIV ou da valva mitral. sopro da IAo - pois a menor resistência vascular periférica diminui o retorno de sangue para o ventrículo esquerdo na diástole sopro da EMi - pois causa taquicardia reflexa, aumentando o volume de sangue que passa pela valva estenosada. sopro da da EAo e CMH - pois, como facilita a ejeção de sangue do ventrículo esquerdo, maior será o fluxo através da valva aórtica e pela via de saída. Nitrato de amila CARDIOLOGIA Semiologia Cardíaca Prof. Paulo Dalto | Resumo Estratégico | Agosto 2021 18 Estratégia MED Baixe na Google Play Baixe na App Store Aponte a câmera do seu celular para o QR Code oubusque na sua loja de apps. Baixe o app Estratégia MED Preparei uma lista exclusiva de questões com os temas dessa aula! Acesse nosso banco de questões e resolva uma lista elaborada por mim, pensada para a sua aprovação. Lembrando que você pode estudar online ou imprimir as listas sempre que quiser. Resolva questões pelo computador Copie o link abaixo e cole no seu navegador para acessar o site Resolva questões pelo app Aponte a câmera do seu celular para o QR Code abaixo e acesse o app https://estr.at/8keT Estratégia MED CARDIOLOGIA Semiologia Cardíaca Prof. Paulo Dalto | Resumo Estratégico | Agosto 2021 19 3.0 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS CAPÍTULO 1. PAOLA, Angelo Amato V.; MOREIRA, Maria da Consolação Vieira; MONTENEGRO, Sérgio Tavares (ed.). Livro-texto da Sociedade Brasileira de Cardiologia. 2. ed. São Paulo: Ed. Manole, 2015. 2. MANN, Douglas et al. Braunwald Tratado de doenças cardiovasculares. 10. ed. Philadelphia: WB Saunders, 2018. 3. JAMESON, Larry et al. Harrison’s Manual of Medicine. 20. ed. McGraw-Hill Education, 2020. Estratégia MED CARDIOLOGIA Semiologia Cardíaca Prof. Paulo Dalto | Resumo Estratégico | Agosto 2021 20 CAPÍTULO 4.0 CONSIDERAÇÕES FINAIS Fim! Este resumo contém o que é mais cobrado de semiologia cardíaca em prova, mas o conteúdo completo você encontra no livro digital. Espero que as dicas o ajudem a acertar as questões durante as provas. Não deixe de estudar todos esses assuntos. Pode contar comigo quando tiver dúvidas! Um grande abraço. Professor Paulo Dalto https://med.estrategiaeducacional.com.br/ https://med.estrategiaeducacional.com.br/ 1.0 EXAME FÍSICO CARDIOVASCULAR 1.1 AVALIAÇÃO DOS PULSOS ARTERIAIS 1.2 AVALIAÇÃO DO PULSO VENOSO 1.3 RUÍDOS CARDÍACOS BÁSICOS 1.3.1 PRIMEIRA BULHA CARDÍACA (B1) 1.3.2 SEGUNDA BULHA CARDÍACA (B2) 1.4 VARIAÇÕES DA AUSCULTA DA PRIMEIRA E SEGUNDA BULHAS CARDÍACAS 1.4.1 DESDOBRAMENTOS 1.5 BULHAS ACESSÓRIAS 1.5.1 TERCEIRA BULHA (B3) 1.5.2 QUARTA BULHA (B4) 1.6 SOPROS CARDÍACOS 1.6.1 SOPROS SISTÓLICOS 1.6.2 SOPROS DIASTÓLICOS 1.6.3 MANOBRAS SEMIOLÓGICAS PARA OS SOPROS CARDÍACOS 2.0 LISTA DE QUESTÕES 3.0 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 4.0 CONSIDERAÇÕES FINAIS
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