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ITU (Infecção do Trato Urinário) - Resumo

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Estratégia
MED
2Prof. Diego Ennes |Infecção do Trato Urinário (ITU)NEFROLOGIA
PROF. DIEGO ENNES
@diego.ennes
@estrategiamed
/estrategiamed
t.me/estrategiamed
Estratégia MED
APRESENTAÇÃO:
Querido Estrategista, este resumo abordará o tema 
Infecção do Trato Urinário, a famosa ITU! Tema 
importantíssimo com relevante interface entre 
nefrologia, infectologia e obstetrícia.
Bons estudos e vamos juntos em mais esta etapa! 
https://www.instagram.com/diego.ennes
https://www.instagram.com/estrategiamed/
 https://www.facebook.com/estrategiamed1
https://t.me/estrategiamed
https://www.youtube.com/channel/UCyNuIBnEwzsgA05XK1P6Dmw?sub_confirmation=1
Estratégia
MED
Prof. Diego Ennes | Resumo Estratégico | Novembro 2021 3
 Infecção do Trato Urinário (ITU)NEFROLOGIA
SUMÁRIO
1.0 DEFINIÇÃO 4
1.1 SÍNDROMES CLÍNICAS 4
2.0 EPIDEMIOLOGIA 6
3.0 FISIOPATOLOGIA 7
3.1 AGENTES ETIOLÓGICOS 7
4.0 DIAGNÓSTICO 9
4.1 EXAME DE URINA 9
4.2 SINTOMATOLOGIA 10
5.0 DIAGNÓSTICO E MANEJO 11
5.1 CISTITE AGUDA 11
5.2 CISTITE DE REPETIÇÃO 12
5.3 PIELONEFRITE AGUDA 13
5.4 ABSCESSO RENAL 16
5.5 PIELONEFRITE ENFISEMATOSA 17
5.6 BACTERIÚRIA ASSINTOMÁTICA 18
5.7 INFECÇÃO FÚNGICA 19
5.8 INFECÇÃO RELACIONADA A CATETER VESICAL 19
5.9 CISTITE INTERSTICIAL 19
6.0 LISTA DE QUESTÕES 20
7.0 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 21
8.0 CONSIDERAÇÕES FINAIS 21
Estratégia
MED
Prof. Diego Ennes | Resumo Estratégico | Novembro 2021 4
 Infecção do Trato Urinário (ITU)NEFROLOGIA
CAPÍTULO
1.0 DEFINIÇÃO
A ITU, também conhecida como infecção urinária, é definida pela presença de patógenos, normalmente estéreis, no trato urinário. De 
maneira geral, a apresentação da ITU pode ter diversas divisões, sendo a anatômica uma delas, isto é, classificar uma ITU em baixa ou alta.
Figura 1 – Divisão do trato urinário. 
 
• ITU não complicada: acomete indivíduos sem nenhum fator de risco, ou seja, é a infecção da mulher jovem, 
hígida, na pré-menopausa, não gestante e sem anormalidade do trato urinário.
• ITU complicada: é todo o resto! Ou seja, é a infecção urinária que acomete indivíduos idosos, homens, 
mulheres na pós-menopausa, gestantes, crianças, com presença de anormalidades anatômicas ou funcionais.
1.1 SÍNDROMES CLÍNICAS
Além da divisão anatômica, as principais síndromes clínicas recebem algumas nomenclaturas que merecem ser conhecidas:
Por meio dessa figura conseguimos diferenciar o trato urinário em duas partes: 
- Baixo: compreende a bexiga e uretra.
- Alto: compreende os rins e ureteres.
Estratégia
MED
Prof. Diego Ennes | Resumo Estratégico | Novembro 2021 5
 Infecção do Trato Urinário (ITU)NEFROLOGIA
As síndromes clínicas propriamente ditas, que serão pormenorizadas mais adiante, são as seguintes:
Cistite aguda Infecção do trato urinário baixo – caracterizada pela infecção da bexiga
Pielonefrite aguda Infecção do trato urinário alto – caracterizada por infecção do rim
ITU recorrente (ou de repetição)
Presença de, no mínimo, 2 episódios de ITU em 6 meses ou 3 episódios 
em 12 meses
Bacteriúria assintomática
Presença de urocultura positiva com contagem de bactérias ≥ 105 
unidades formadoras de colônia (UFC)/mL na ausência de sintomas 
urinários ou sistêmicos
Tabela 1 – Principais síndromes clínicas das ITUs.
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MED
Prof. Diego Ennes | Resumo Estratégico | Novembro 2021 6
 Infecção do Trato Urinário (ITU)NEFROLOGIA
2.0 EPIDEMIOLOGIA
Por razões anatômicas, as mulheres formam o principal grupo acometido pelas ITUs. Isso é verdade desde a infância (exceto nos 
menores de um ano) até a menopausa. Em idosos, as infecções urinárias tornam-se tão comuns em homens quanto em mulheres. 
Os fatores de risco para ITU complicada (tabela 2) são aqueles que podem propiciar resistência bacteriana, ou por formarem reservatórios 
de bactérias ou por prolongarem a estase urinária, que pode aumentar a proliferação bacteriana.
CAPÍTULO
Fatores de risco para ITU
Condição de risco Patologia associada
Fatores obstrutivos
Hiperplasia prostática
Litíase renal
Anormalidade anatômica: cistos, estenoses urológicas, divertículo, doença 
renal policística
Malignidade do trato urinário
Fatores anatômicos funcionais
Refluxo vesicoureteral
Bexiga neurogênica
Presença de corpo estranho
Cateter vesical de demora
Nefrostomia
Duplo J
Condições clínicas
Transplante renal ou de outro órgão sólido
Sexo masculino
Gestantes
Diabetes mellitus
Manipulação cirúrgica recente do trato urinário
Tabela 2 – Fatores de risco para ITU.
Estratégia
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Prof. Diego Ennes | Resumo Estratégico | Novembro 2021 7
 Infecção do Trato Urinário (ITU)NEFROLOGIA
3.0 FISIOPATOLOGIA
Em geral, a invasão do trato urinário por microrganismos ocorre quando patógenos da flora retal migram para a bexiga por meio 
da uretra. A suscetibilidade maior no sexo feminino deve-se principalmente à proximidade uretral da região perianal, além do pequeno 
comprimento uretral (tabela 3).
Em alguns casos, esses uropatógenos podem migrar através dos ureteres até o rim e causar a pielonefrite, que é a infecção do trato 
urinário alto. Essa é a principal via de contaminação do trato urinário alto, ou seja, por via ascendente. 
CAPÍTULO
3.1 AGENTES ETIOLÓGICOS
Tabela 3 – Fatores para ITU em mulheres.
Caro(a) aluno(a), aqui vai uma informação importantíssima sobre um agente etiológico que você não pode esquecer na hora de sua prova.
A E. coli é o principal agente etiológico de ITU em qualquer situação (comunitária e hospitalar)!
Não importa se estamos falando acerca de cistite, pielonefrite, ITU na gestante ou qualquer outra situação: a E. coli é sempre o 
principal microrganismo responsável pela ITU. 
Estratégia
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Prof. Diego Ennes | Resumo Estratégico | Novembro 2021 8
 Infecção do Trato Urinário (ITU)NEFROLOGIA
CAUSAS DE PIÚRIA ESTÉRIL
• Uretrite por Chlamydia ou Ureaplasma;
• Tuberculose urinária (será contemplada no módulo de Infectologia). 
O segundo lugar varia de acordo com a localização da infecção – alta ou baixa:
ITU ALTA
(pielonefrite)
ITU BAIXA
(cistite)
Agentes etiológicos
Enterobactéricas
Proteus mirabilis
Klebsiella spp
Enterobacter spp
Pseudomonas aeruginosa
Staphylococcus coagulasenegativo 
saprophyticus
Enterococos
Enterobactéricas
Tabela 4 – Agentes etiológicos nas ITUs.
“Professor, já vi situações em que há sintomas urinários baixos e urocultura negativa. O que pensar?”
Nesses casos, podemos pensar em um típico caso de PIÚRIA ESTÉRIL, em que as possibilidades etiológicas mudam um pouco. 
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Prof. Diego Ennes | Resumo Estratégico | Novembro 2021 9
 Infecção do Trato Urinário (ITU)NEFROLOGIA
4.0 DIAGNÓSTICO
CAPÍTULO
Lembre-se de que há outro exame muito utilizado na prática 
e cujas principais alterações podem cair na sua prova. Estou falando 
do sumário de urina, urinálise e urina tipo I.
Leucocitúria/piúria: presença de leucócitos no exame de 
urina, principalmente neutrófilos. Os neutrófilos são células de 
defesa do organismo e sua presença pode significar infecção. Não 
é, contudo, uma exclusividade da ITU – a leucocitúria pode ocorrer 
em outras síndromes clínicas, como glomerulopatias, nefrite 
intersticial aguda e rejeição ao transplante renal!
Cilindros leucocitários: cilindros formados por células 
leucocitárias polimorfonucleares. Estão presentes em situações de 
infecção urinária, nefrite intersticial aguda e, mais raramente, em 
glomerulopatias.
Esterase leucocitária: é uma enzima produzida pelos 
leucócitos degradados, que reflete a presença destes no exame de 
urina. Esse exame é realizado por intermédio de uma fita reagente, 
mesmo antes do processamento do exame de urina I, e possui 
associação com a presença de ITU. 
Nitrito: a presença de nitrito também é identificada por meio 
de fita reagente e denota a presença de bactérias uropatogênicas 
que são capazes de converter o nitrato, normalmente presente 
na urina, em nitrito, por atividade enzimática específica dessas 
4.1 EXAME DE URINA
A urina é habitualmente estéril, ou seja, negativapara a presença de microrganismos, mas nem sempre a presença de microrganismo, 
em qualquer quantidade, é sinônimo de infecção. Para confirmar, precisamos ter certeza de que houve uma coleta adequada para afastar 
contaminação e devemos observar um crescimento mínimo de bactérias na urina. 
E como interpretamos o exame de urinocultura?
O primeiro ponto que você precisa saber é que definimos ITU pelo crescimento de 105 unidades 
formadoras de colônia por mililitro (UFC/mL) na urocultura de micção espontânea.
Na urina coletada de cateter utilizamos como critério diagnóstico o crescimento de 102 UFC/mL! 
bactérias, sobretudo em enterobactérias (bacilos Gram-negativos). 
Gram: a coloração de Gram ajuda a diferenciar bactérias em 
dois grupos: Gram-positivas e Gram-negativas. A presença desse 
elemento no exame de urina ajuda a inferir a presença de bactérias 
e guiar o tratamento antibiótico. 
Análise urinária Valor de referência
Leucocitúria
Até 10.000/mm³ ou até 5/
campo
Cilindros leucocitários Negativo
Esterase leucocitária Negativo
Nitrito Negativo
Gram Negativo
Tabela 5 – Valores de referência no sumário de urina.
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 Infecção do Trato Urinário (ITU)NEFROLOGIA
4.2 SINTOMATOLOGIA
É importantíssimo reconhecermos os principais sinais e sintomas urinários, pois estes, aliados aos achados laboratoriais supracitados, 
vão compor o diagnóstico de ITU.
Os principais sintomas urinários relacionados às infecções urinárias são disúria, estrangúria, dor suprapúbica, polaciúria e urgência 
miccional. Outros sintomas sistêmicos podem estar presentes, como febre, dor lombar, calafrios, náuseas e vômitos – esses sinais são mais 
relacionados à pielonefrite. 
Vamos retomar aspectos principais da semiologia do aparelho urinário:
• Disúria: dor ou ardor ao urinar, em geral referida na uretra.
• Polaciúria: aumento da frequência miccional.
• Estrangúria: micção lenta e dolorosa, que pode ser referida como jato urinário gota a gota.
• Urgência miccional: vontade súbita e incontrolável de urinar. 
• Poliúria: aumento do volume urinário, em geral > 3.000 mL/24horas.
• Oligúria: redução do volume urinário, em geral < 400 mL/24horas.
• Anúria: ausência praticamente total de débito urinário, em geral < 50 mL/24horas.
• Incontinência urinária: perda involuntária de urina.
• Pneumatúria: saída de ar durante a micção (lembrar de fístula urinária em doenças inflamatórias intestinais, doença 
diverticular e tuberculose intestinal!)
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 Infecção do Trato Urinário (ITU)NEFROLOGIA
5.0 DIAGNÓSTICO E MANEJO
Antes de aprofundarmos nosso estudo sobre as principais síndromes clínicas, vamos fixar os conceitos que nos levam ao diagnóstico 
de infecção urinária, com base em sintomatologia e exames complementares.
• Urocultura > 105 UFC/mL + sintomas = ITU 
• Sintomas urinários baixos = cistite
• Sintomas sistêmicos = pielonefrite
• Infecções repetidas (2 episódios em 6 meses ou 3 em 12 meses) = ITU de repetição
• Presença de fator não habitual = ITU complicada
• Urocultura > 105 UFC/mL na ausência de sintomas = bacteriúria assintomática
5.1 CISTITE AGUDA
A cistite, na maioria das vezes, possui diagnóstico clínico e é muito frequente na mulher jovem, sobretudo após o início de atividade 
sexual. A presença de sintomas típicos ̶ disúria, polaciúria e desconforto suprapúbico ̶ é suficiente para estabelecer a conduta mais apropriada: 
antibioticoterapia. 
Na cistite não complicada, o tratamento é feito de forma empírica, sem obrigatoriedade de urocultura inicialmente. Lembre-se, por 
exemplo, de que Proteus, Serratia e Pseudomonas são intrinsecamente resistentes à nitrofurantoína, por isso é importante a realização do 
exame de cultura se, após terapêutica empírica inicial, houver persistência de sintomas! 
Fluxograma 1 – Tratamento da cistite aguda.
CAPÍTULO
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 Infecção do Trato Urinário (ITU)NEFROLOGIA
ANTIBIÓTICO DOSE DURAÇÃO
Nitrofurantoína (1a escolha) 100 mg, 6/6h 5 dias
Fosfomicina (2a escolha) 3g Dose única
Sulfametoxazol + trimetoprim 800 + 160 mg, 12/12h 3 dias
Amoxicilina + clavulanato 500 + 125 mg, 12/12h 5-7 dias
Ciprofloxacino 250 mg, 12/12h 3 dias
Tabela 6 – Opções antimicrobianas para cistite aguda.
NITROFURANTOÍNA e FOSFOMICINA constituem as primeiras opções para tratamento da cistite aguda não complicada.
No caso de pacientes gestantes, a coleta de urocultura é 
obrigatória para guiar o tratamento inicial, assim como deve haver 
urocultura de controle para confirmar a eficácia terapêutica. Além 
disso, deve-se rastrear mensalmente a paciente com urocultura e 
tratar (mesmo se assintomática – bacteriúria assintomática virá nos 
próximos capítulos, aguarde!).
No que se refere à segurança da antibioticoterapia, 
cefalexina, amoxicilina (com ou sem clavulanato) e fosfomicina 
são opções seguras. A nitrofurantoína pode ser utilizada, porém 
preconiza-se evitar o uso no primeiro trimestre e próximo ao 
termo. Evita-se sulfametoxazol + trimetoprim e quinolonas, assim 
como aminoglicosídeos. 
PERMITIDO EVITAR
Cefalexina Quinolonas
Amoxicilina Sulfametoxazol + trimetoprim
Fosfomicina Aminoglicosídeos
Nitrofurantoína *
Ampicilina
Tabela 7 – Opções antimicrobianas durante a gestação. *Ressalvas com 
nitrofurantoína (evitar no primeiro trimestre e último mês, por risco de 
hiperbilirrubinemia).
5.2 CISTITE DE REPETIÇÃO 
Antes de qualquer coisa, você precisa saber definir o que é uma ITU de repetição.
Definimos como ITU de repetição a ocorrência de TRÊS EPISÓDIOS EM UM ANO OU DOIS OU 
MAIS EM SEIS MESES.
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Prof. Diego Ennes | Resumo Estratégico | Novembro 2021 13
 Infecção do Trato Urinário (ITU)NEFROLOGIA
Nos casos clássicos de cistite de repetição, sem evidências 
de complicação e sem sinais de alteração anatômica do trato 
urinário, não há necessidade de exame de imagem complementar. 
As indicações de avaliação específica você encontra na tabela 
abaixo.
Indicações de avaliação por imagem ou de especialista 
(urologia)
Relapso de infecção (quando há novo quadro infeccioso 
dentro de duas semanas)
Isolamento de Proteus em culturas prévias (associado à 
nefrolitíase)
Histórico de litíase urinária
Hematúria persistente
Mulheres com queixas miccionais persistentes, como 
incontinência, micção incompleta e prolapso, merecem investigação 
uroginecológica.
5.3 PIELONEFRITE AGUDA
O diagnóstico de pielonefrite pode ser feito com base na 
presença dos seguintes sinais e sintomas:
- sintomas urinários baixos associados à febre ou 
sinais sistêmicos (calafrios, alteração do estado mental);
- desconforto lombar (no exame físico, lembre-se do 
clássico sinal de Giordano, que é a punho-percussão lombar 
dolorosa), com piúria e/ou bacteriúria.
Definido o quadro de cistite de repetição, as primeiras 
medidas a serem tomadas são não antimicrobianas, a saber:
• modificações comportamentais e de higiene 
adequada;
• evitar espermicidas/diafragmas;
• uso de cranberry via oral (muito discutido em 
virtude da baixa evidência de melhora, porém 
apresenta baixo risco e reduzida incidência de 
efeitos colaterais, o que o torna uma opção viável);
• terapia estrogênica vaginal em mulheres pós-
menopausa.
Um tópico importante é relacionado à profilaxia antibiótica 
na cistite de repetição. Pode, sim, ser indicada com dose reduzida 
diária, por 3-6 meses, eventualmente prolongando-se até um ano. 
Se os episódios forem relacionados à atividade sexual, o uso do 
antibiótico deve ser administrado antes ou logo após o coito. Se 
for gestante, devemos também proceder à antibioticoprofilaxia, 
respeitando as opções antimicrobianas seguras do período 
gestacional, e estender até a segunda semana do puerpério.
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Prof. Diego Ennes | Resumo Estratégico | Novembro 2021 14
 Infecção do TratoUrinário (ITU)NEFROLOGIA
Duas dúvidas assombram o aluno na hora de resolver alguma questão sobre pielonefrite. Por isso, fique atento:
INDICAÇÕES DE INTERNAÇÃO HOSPITALAR
- Pacientes com sepse/choque séptico precisam de internação hospitalar;
- Febre persistente;
- Intolerância de ingestão por via oral;
- Gestantes (!!!).
INDICAÇÕES DE EXAME DE IMAGEM NA PIELONEFRITE
- Gravidade clínica à admissão (sepse ou choque séptico);
- Ausência de melhora clínica após 48-72 horas de antibioticoterapia direcionada;
- Suspeita de obstrução urinária (redução de função renal e/ou oligúria).
No paciente em condições de tratamento ambulatorial, a escolha da antibioticoterapia deverá ser feita inicialmente a partir da 
possibilidade de haver infecção por germe multirresistente (fluxograma 2). Se algum dos fatores estiver presente, devemos optar por uma 
dose inicial de ertapenem, seguida de prescrição via oral de quinolona.
 Se não há risco de resistência inicialmente, optamos pela prescrição via oral de quinolona ou antibiótico parenteral em dose única 
(ceftriaxone ou ertapenem, por exemplo), seguida de quinolona via oral. 
Fluxograma 2 – Manejo da pielonefrite ambulatorial 
(MDR = multidrogarresistente; SMT+TMP = 
sulfametoxazol + trimetoprim).
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Prof. Diego Ennes | Resumo Estratégico | Novembro 2021 15
 Infecção do Trato Urinário (ITU)NEFROLOGIA
No paciente hospitalizado, temos algumas particularidades (fluxograma 3) e o principal divisor no manejo inicial refere-se à presença 
de gravidade clínica à admissão. Se existir sepse (ou choque séptico), optamos por antibioticoterapia de amplo espectro, com cobertura 
empírica para enterobactéria produtora de betalactamase de espectro estendido (ESBL) e Staphylococcus oxarresistente (MRSA). Além disso, 
indica-se exame de imagem. 
Fluxograma 3 – Manejo da pielonefrite em paciente internado 
(ATB = antibioticoterapia; ESBL = enterobactéria produtora de 
betalactamase de espectro estendido; MRSA = Staphylococcus 
aureus meticilina-resistente; * Gram+ em bacterioscopia ou na 
parcial de cultura).
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Prof. Diego Ennes | Resumo Estratégico | Novembro 2021 16
 Infecção do Trato Urinário (ITU)NEFROLOGIA
A duração do tratamento antibiótico varia entre 5 e 14 dias – a depender da escolha – e é algo que sempre gera dúvida. Por vezes, é 
cobrada nas principais provas, portanto fique atento (tabela 8). 
ATB DOSE DURAÇÃO
Ciprofloxacino 500 mg, 12/12h 5-7 dias
Levofloxacino 750 mg, 24/24h 5-7 dias
Amoxicilina + clavulanato 875 + 125 mg, 12/12h 10-14 dias
Ceftriaxone 1 a 2 g/dia, endovenoso 10-14 dias
Meropenem 1 g 8/8h, endovenoso 10-14 dias
Sulfametoxazol + trimetoprim 800/160 mg, 12/12h 7-10 dias
Tabela 8 – Antibioticoterapia na pielonefrite.
5.4 ABSCESSO RENAL
Abscesso renal e perinefrético (externo ao rim, confinado à fáscia de Girota) pode ocorrer como complicação de pielonefrite, 
sobretudo naquele paciente que se mostra pouco responsivo ao tratamento, ou por disseminação hematogênica (S. Aureus é a principal 
causa, nesse caso). 
Para diagnóstico, optamos pela tomografia computadorizada com contraste iodado. O achado confirmatório é a presença de uma 
cavidade fechada com realce após injeção do contraste (sinal do anel). 
Figura 2 – Abscesso renal (Fonte: acervo pessoal Dr. Joshua Viana).
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Prof. Diego Ennes | Resumo Estratégico | Novembro 2021 17
 Infecção do Trato Urinário (ITU)NEFROLOGIA
A terapia empírica deverá cobrir enterobactérias ou ser direcionada, conforme resultado da cultura de secreção na drenagem cirúrgica – veja 
as indicações para tal procedimento abaixo. Quando há concomitância de estafilococcemia, direciona-se o tratamento para esse germe.
E quando indicamos drenagem cirúrgica?
- Drenagem imediata se houver abscesso renal a partir de 5 cm;
- Drenagem imediata se houver abscesso perinefrético a partir de 3 cm.
5.5 PIELONEFRITE ENFISEMATOSA
A pielonefrite enfisematosa é uma grave infecção causada por germes capazes de produzir gás, sendo E. coli (70% dos casos) e K. 
pneumoniae (quase 30%) os principais agentes responsáveis. Até 90% dos casos ocorrem em paciente com diabetes. 
O diagnóstico é confirmado por imagem (tomografia computadorizada, embora a própria radiografia de abdome possa encontrar sinais 
de gás em topografia renal – figura 3).
Figura 3 – Radiografia simples de pielonefrite enfisematosa. (Fonte: Trello)
A mortalidade por essa condição é alta. O tratamento cirúrgico, seja drenagem percutânea ou até mesmo nefrectomia (em casos 
graves), associado à antibioticoterapia endovenosa é a escolha.
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Prof. Diego Ennes | Resumo Estratégico | Novembro 2021 18
 Infecção do Trato Urinário (ITU)NEFROLOGIA
5.6 BACTERIÚRIA ASSINTOMÁTICA
Relacionamos essa entidade àquele paciente que não apresenta sintomas compatíveis 
com infecção do trato urinário e com urocultura positiva, com crescimento de, pelo menos, 
105 UFC/mL (lembre-se desse valor!).
O que você precisa saber é a quem rastrear e, sem demora, tratar para bacteriúria 
assintomática.
INDICAÇÕES DE TRATAMENTO NA BACTERIÚRIA ASSINTOMÁTICA
- Gestantes (PRINCIPAL INDICAÇÃO. ISSO É OBRIGATÓRIO SABER!)
- Pré-operatório de cirurgia urológica (com risco de sangramento de mucosa do trato urinário)
Algumas fontes preconizam tratamento de bacteriúria assintomática em transplante renal recente 
(menos de um mês), porém isso não é consenso absoluto.
 
Na gestante, devemos solicitar urocultura a partir de 12 a 16 semanas de gestação. A bacteriúria na 
gestação ocorre com maior facilidade, além de suscetibilizar à pielonefrite, parto prematuro, baixo peso ao 
nascimento e mortalidade perinatal. Feito o diagnóstico de bacteriúria assintomática, devemos tratar com 
opções terapêuticas guiadas pelo antibiograma, respeitando a segurança dos antimicrobianos na gestação e 
por tempo de tratamento igual à cistite. Finalizado o tratamento, realiza-se urocultura de controle. 
 
IMPORTANTE:
Pacientes diabéticos, idosos, com cateter vesical, pré-operatório não urológico 
NÃO têm indicação de tratar bacteriúria assintomática!
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Prof. Diego Ennes | Resumo Estratégico | Novembro 2021 19
 Infecção do Trato Urinário (ITU)NEFROLOGIA
5.9 CISTITE INTERSTICIAL
5.7 INFECÇÃO FÚNGICA
Fungúria é algo relativamente comum em pacientes 
hospitalizados e com fatores de risco (quadro abaixo), raramente 
representa infecção invasiva grave, sendo as espécies de Candida 
os patógenos mais encontrados. 
FATORES DE RISCO PARA CANDIDÚRIA
• Antibioticoterapia prévia
• Dispositivos urológicos
• Diabetes
• Neoplasias
A candidúria assintomática geralmente dispensa tratamento. 
Este é indicado, contudo, em pacientes neutropênicos ou que serão 
submetidos à manipulação do trato urinário. 
A candidúria sintomática deve ser tratada. A escolha, na 
maioria das vezes, recai sobre o fluconazol, com duração de 14 dias 
(tanto para cistite como pielonefrite). Para Candida spp resistente 
a fluconazol, anfotericina deoxicolato, por 7 dias, é a escolha (não 
se usam as formulações lipídicas de anfotericina na suspeita de 
pielonefrite por Candida devido à má penetração desse antifúngico 
no parênquima renal).
5.8 INFECÇÃO RELACIONADA A CATETER VESICAL
A presença de cateter vesical de demora (CVD) é o principal fator de risco para ITU hospitalar, com 
uma taxa de colonização desse dispositivo por patógenos de 3 a 10% por dia. ATENÇÃO!
Definimos ITU relacionada ao cateter vesical quando há presença de bacteriúria e sintomatologia 
sugestiva (disúria, febre e desconforto suprapúbico).
Para a coleta de urocultura, idealmente deve-se trocar o CVD e coletar a amostra no novo dispositivo. 
Confirmada a infecção, deve-se trocar o cateter, caso ainda não tenha sido feito.
Nos pacientes impossibilitados de micção espontânea e que precisam de cateterismo vesical, em vez 
de manter o dispositivo de longa permanência, o cateterismo intermitente é uma opção com menor risco de 
causar infecção.A cistite intersticial é uma síndrome dolorosa crônica relacionada a sintomas vesicais (pressão, dor e desconforto) associada a outros 
sintomas urinários baixos, com duração acima de 6 semanas e sem associação com agentes infecciosos ou outras causas uroginecológicas. 
O diagnóstico é clínico, considerando as características acima e, principalmente, descartadas as demais causas. 
O tratamento envolve analgesia comum, antidepressivos tricíclicos, fisioterapia e, em casos mais graves, anestésicos intravesicais.
Estratégia
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Prof. Diego Ennes | Curso Extensivo | Outubro 2021 20
 Infecção do Trato Urinário (ITU)NEFROLOGIA
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6.0 LISTA DE QUESTÕES
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Estratégia
MED
Prof. Diego Ennes | Resumo Estratégico | Novembro 2021 21
 Infecção do Trato Urinário (ITU)NEFROLOGIA
7.0 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1. Johnson, R.J. et al. Comprehensive Clinical Nephrology, 5th ed. Elsevier: 2015
2. Nicolle, L.E. et al. Clinical Practice Guideline for the Management of Asymptomatic Bacteriuria: 2019 Update by the Infectious Diseases 
Society of America. Clin Infect Dis. 2019 May 2;68(10):e83-e110. 
3. Brenner, B.M. editor. Brenner & Rector’s The Kidney. 10th ed. Philadelphia: Elsevier, 2016
4. Anger, J. et al. Recurrent Uncomplicated Urinary Tract Infections in Women: AUA/CUA/SUFU Guideline. J Urol. 2019 Aug;202(2):282-289.
5. Tópicos UpToDate: 
 Acute complicated urinary tract infection (including pyelonephritis) in adults 
 Acute simple cystitis in women 
 Catheter-associated urinary tract infection in adults 
 Sampling and evaluation of voided urine in the diagnosis of urinary tract infection in adults 
 Urinary tract infections and asymptomatic bacteriuria in pregnancy
8.0 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Muito bem, Coruja!
Vimos aqui um resumo desse importante tema em nefrologia. Logo abaixo, deixo um fluxograma com tópicos fundamentais para 
direcionar seu estudo. Além disso, para aprofundar seus conhecimentos sobre o assunto, lembre-se do livro digital completo, além de nossas 
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nossos materiais.
CAPÍTULO
CAPÍTULO
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	1.0 DEFINIÇÃO
	1.1 SÍNDROMES CLÍNICAS
	2.0 Epidemiologia
	3.0 FISIOPATOLOGIA
	3.1 AGENTES ETIOLÓGICOS
	4.0 DIAGNÓSTICO
	4.1 EXAME DE URINA
	4.2 SINTOMATOLOGIA
	5.0 DIAGNÓSTICO E MANEJO
	5.1 CISTITE AGUDA
	5.2 CISTITE DE REPETIÇÃO 
	5.3 PIELONEFRITE AGUDA
	5.4 ABSCESSO RENAL
	5.5 PIELONEFRITE ENFISEMATOSA
	5.6 BACTERIÚRIA ASSINTOMÁTICA
	5.7 INFECÇÃO FÚNGICA
	5.8 INFECÇÃO RELACIONADA A CATETER VESICAL
	5.9 CISTITE INTERSTICIAL
	6.0 LISTA DE QUESTÕES
	7.0 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
	8.0 CONSIDERAÇÕES FINAIS

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