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Processo Penal – Rito Comum APS – Atividade Prática Supervisionada 1) PROCESSO AgRg no HC 699588 / ES AGRAVO REGIMENTAL NO HABEAS CORPUS 2021/0326424-6 NÚMERO ÚNICO:0326424-17.2021.3.00.0000 RELATOR(A) Ministro ANTONIO SALDANHA PALHEIRO (1182) ÓRGÃO JULGADOR T6 - SEXTA TURMA DATA DO JULGAMENTO 08/03/2022 DATA DA PUBLICAÇÃO/FONTE DJe 14/03/2022 EMENTA AGRAVO REGIMENTAL NO HABEAS CORPUS. TRÁFICO DE ENTORPECENTES. CONDENAÇÃO. LASTRO PROBATÓRIO INSUFICIENTE. DESCLASSIFICAÇÃO. ART. 28 DA LEI N. 11.343/2006. 1. É possível examinar em habeas corpus a legitimidade da condenação imposta, desde que não seja necessário que se proceda à dilação probatória. 2. Para a imposição de uma condenação criminal, faz-se necessário que seja prolatada uma sentença, após regular instrução probatória, na qual haja a indicação expressa de provas suficientes acerca da comprovação da autoria e da materialidade do delito, nos termos do art. 155 do Código de Processo Penal. 3. Insta salientar, ainda, que a avaliação do acervo probatório deve ser realizada balizada pelo princípio do favor rei. Ou seja, remanescendo dúvida sobre a responsabilidade penal do acusado, imperiosa será a sua absolvição, tendo em vista que sobre a acusação recai o inafastável ônus de provar o que foi veiculado na denúncia. 4. A apreensão da droga em poder da acusada, por si só, não indica a realização do tipo inserto no art. 33 da Lei de Drogas, notadamente se https://processo.stj.jus.br/processo/pesquisa/?tipoPesquisa=tipoPesquisaNumeroUnico&termo=03264241720213000000&totalRegistrosPorPagina=40&aplicacao=processos.ea considerada a quantidade encontrada. Além disso, não foram localizados petrechos comuns a essa prática (balança de precisão, calculadora, recipientes para embalar a droga, etc.). Ademais, os policiais, únicas testemunhas do fato, ao serem questionados, nada acrescentaram sobre a apuração dos fatos. Em suma, não foram encontradas evidências do comércio ilícito. 5. Agravo regimental desprovido. ACÓRDÃO Vistos, relatados e discutidos os autos em que são partes as acima indicadas, acordam os Ministros da Sexta Turma do Superior Tribunal de Justiça, por unanimidade, negar provimento ao agravo regimental nos termos do voto do Sr. Ministro Relator. Os Srs. Ministros Olindo Menezes (Desembargador Convocado do TRF 1ª Região), Laurita Vaz, Sebastião Reis Júnior e Rogerio Schietti Cruz votaram com o Sr. Ministro Relator. REFERÊNCIA LEGISLATIVA LEG:FED LEI:011343 ANO:2006 ***** LDR-06 LEI DE DROGAS ART:00028 ART:00033 JURISPRUDÊNCIA CITADA (HABEAS CORPUS - ABSOLVIÇÃO - NECESSIDADE DE DILAÇÃO PROBATÓRIA - IMPOSSIBILIDADE NA VIA ELEITA) STJ - HC 500438- SP STF - RHC 83231 ((HABEAS CORPUS - ABSOLVIÇÃO - POSSIBILIDADE NA VIA ELEITA - EXCEPCIONALIDADE) STJ - HC 430813-SP https://scon.stj.jus.br/SCON/pesquisar.jsp?i=1&b=ACOR&livre=((%27HC%27.clap.+e+@num=%27500438%27)+ou+(%27HC%27+adj+%27500438%27).suce.)&thesaurus=JURIDICO&fr=veja https://scon.stj.jus.br/SCON/include/linkSTF.jsp?pesquisa=%22RHC+83231%22 https://scon.stj.jus.br/SCON/pesquisar.jsp?i=1&b=ACOR&livre=((%27HC%27.clap.+e+@num=%27430813%27)+ou+(%27HC%27+adj+%27430813%27).suce.)&thesaurus=JURIDICO&fr=veja 2) PROCESSO HC 705522 / SP HABEAS CORPUS 2021/0359332-6 NÚMERO ÚNICO:0359332-30.2021.3.00.0000 RELATOR(A) Ministro ROGERIO SCHIETTI CRUZ (1158) ÓRGÃO JULGADOR T6 - SEXTA TURMA DATA DO JULGAMENTO 14/12/2021 DATA DA PUBLICAÇÃO/FONTE DJe 17/12/2021 EMENTA HABEAS CORPUS. TRÁFICO DE DROGAS. DESCLASSIFICAÇÃO PARA A CONDUTA DE PORTE DE SUBSTÂNCIA ENTORPECENTE PARA CONSUMO PRÓPRIO. POSSIBILIDADE. EXCEPCIONALIDADE DO CASO DOS AUTOS. ORDEM CONCEDIDA. 1. No processo penal brasileiro, em razão do sistema da persuasão racional, o juiz forma sua convicção "pela livre apreciação da prova" (art. 155 do CPP), o que o autoriza a, observadas as limitações processuais e éticas que informam o sistema de justiça criminal, decidir livremente a causa e todas as questões a ela relativas, mediante a devida e suficiente fundamentação. 2. A Lei n. 11.343/2006 não determina parâmetros seguros de diferenciação entre as figuras do usuário e a do pequeno, médio ou grande traficante, questão essa, aliás, que já era problemática na lei anterior (n. 6.368/1976). 3. O alargamento da consideração sobre quem deve ser considerado traficante acaba levando à indevida inclusão, nesse conceito, de cessões altruístas, de consumo compartilhado, de aquisição de drogas em conjunto para consumo https://processo.stj.jus.br/processo/pesquisa/?tipoPesquisa=tipoPesquisaNumeroUnico&termo=03593323020213000000&totalRegistrosPorPagina=40&aplicacao=processos.ea próprio e, por vezes, até de administração de substâncias entorpecentes para fins medicinais. 4. Na espécie em julgamento, em que pese a existência de condenação definitiva anterior por crime da mesma natureza em desfavor do acusado, em nenhum momento foi ele surpreendido comercializando, expondo à venda, entregando ou fornecendo drogas a consumo de terceiros. Também não há nenhuma referência a prévio monitoramento de suas atividades, a fim de eventualmente comprovar a alegação do Ministério Público de que o réu "foi surpreendido trazendo consigo e transportando, para fins de tráfico, 06 (seis) porções de cocaína". 5. Considerada a ínfima quantidade de droga apreendida (1,54 gramas de cocaína) e o fato de que o réu, em juízo, negou a traficância, retratando-se da suposta confissão informal realizada perante os policiais militares responsáveis pela sua abordagem, opera-se a desclassificação da conduta a ele imputada, em respeito à regra de juízo, basilar ao processo moderno e derivada do princípio do favor rei e da presunção de inocência, de que a dúvida relevante em um processo penal resolve-se a favor do imputado. 6. Ao funcionar como regra que disciplina a atividade probatória, a presunção de não culpabilidade preserva a liberdade e a inocência do acusado contra juízos baseados em mera probabilidade, determinando que somente a certeza, além de qualquer dúvida razoável (beyond a reasonable doubt), pode lastrear uma condenação. A presunção de inocência, sob tal perspectiva, impõe ao titular da ação penal todo o ônus de provar a acusação, quer a parte objecti, quer a parte subjecti. Não basta, portanto, atribuir a alguém conduta cuja compreensão e subsunção jurídico-normativa decorra de avaliação pessoal de agentes do Estado, e não dos fatos e das circunstâncias objetivamente demonstradas. 7. Por tal motivo, não se pode transferir ao acusado a prova daquilo que o Ministério Público afirma na imputação original e, no ponto, não se pode depreender a prática do crime mais grave tráfico de drogas tão somente a partir da apreensão de droga em poder do acusado ou de seu passado criminógeno. Salvo em casos de quantidades mais expressivas, ou quando afastada peremptoriamente a possibilidade de que a droga seja usada para consumo próprio do agente e a instância de origem não afastou essa hipótese, cumpre ao titular da ação penal comprovar, mediante o contraditório judicial, os fatos articulados na inicial acusatória, o que, no entanto, não ocorreu, como se depreende da leitura da sentença e do acórdão. 8. É de considerar-se, outrossim, que do Ministério Público, instituição que, acima de tudo, se caracteriza pela função fiscalizatória do direito (custos iuris), espera-se mormente ante a necessidade de direcionar seus limitados recursos e esforços institucionais com equilibrada ponderação uma atuação funcional imbuída da percepção de que o Direito Penal é o meio mais contundente de que dispõe o Estado para manter um grau de controle sobre o desvio do comportamento humano, e que, por isso mesmo, deve incidir apenas nos estritos limites de sua necessidade, não se mostrando, portanto, racionalmentedefensável que a complexidade do atual perfil de atribuições "converta os agentes de execução do Ministério Público em simples 'despachantes criminais', ocupados de pleitear meramente o emprego do rigor sistemático de dogmática jurídico-penal, ademais de meros fiscais da aplicação sistemática e anódina da pena." (Paulo César Busato, O papel do Ministério Público no futuro Direito Penal brasileiro. In: Revista de Estudos Criminais. Doutrina Nacional. v. 2, n. 5, p. 105-124). 9. Ordem concedida, para cassar o acórdão impugnado e, por conseguinte, restabelecer a sentença que, desclassificando a imputação original, condenou o paciente pela prática do crime previsto no art. 28, caput, da Lei n. 11.343/2006 (Processo n. 0000013-48.2017.8.26.0569). Fica mantida inalterada a condenação relativa ao cometimento do delito descrito no art. 333 do Código Penal. ACÓRDÃO Vistos e relatados estes autos em que são partes as acima indicadas, acordam os Ministros da SEXTA TURMA do Superior Tribunal de Justiça, por unanimidade, conceder o habeas corpus, nos termos do voto do Sr. Ministro Relator. Os Srs. Ministros Antonio Saldanha Palheiro, Olindo Menezes (Desembargador Convocado do TRF 1ª Região), Laurita Vaz e Sebastião Reis Júnior votaram com o Sr. Ministro Relator. NOTAS Quantidade de droga apreendida: 1,54 g de cocaína. INFORMAÇÕES COMPLEMENTARES À EMENTA "[...] a conclusão pela desclassificação da conduta imputada ao réu para o delito descrito no art. 28 da Lei n. 11.343/2006 não demanda o revolvimento de matéria fático-probatória, procedimento vedado na via estreita do habeas corpus, de cognição sumária. O caso em análise [...] requer apenas a revaloração de fatos incontroversos já referidos linhas atrás, os quais já estão delineados nos autos e das provas que já foram devidamente colhidas ao longo de toda a instrução probatória. Depende, ademais, da definição, meramente jurídica, acerca da interpretação a ser dada sobre os fundamentos apontados pela instância de origem para condenar o réu pela prática do crime de tráfico de drogas, vis-à-vis os elementos (subjetivos e objetivos) do tipo penal respectivo". REFERÊNCIA LEGISLATIVA LEG:FED LEI:011343 ANO:2006 ***** LDR-06 LEI DE DROGAS ART:00028 PAR:00002 ART:00033 LEG:FED LEI:006368 ANO:1976 ***** LT-76 LEI DE TÓXICOS ART:00012 LEG:FED DEL:003689 ANO:1941 ***** CPP-41 CÓDIGO DE PROCESSO PENAL ART:00155 JURISPRUDÊNCIA CITADA (TRÁFICO DE DROGAS - POSSE PARA CONSUMO PRÓPRIO - QUANTIDADE ÍNFIMA DE ENTORPECENTE - DESCLASSIFICAÇÃO - POSSIBILIDADE - REAVALIAÇÃO DE FATOS E PROVAS - DESNECESSIDADE) STJ - REsp 1915287-PA, HC 681680-SP https://scon.stj.jus.br/SCON/pesquisar.jsp?i=1&b=ACOR&livre=((%27RESP%27.clas.+e+@num=%271915287%27)+ou+(%27REsp%27+adj+%271915287%27).suce.)&thesaurus=JURIDICO&fr=veja https://scon.stj.jus.br/SCON/pesquisar.jsp?i=1&b=ACOR&livre=((%27HC%27.clap.+e+@num=%27681680%27)+ou+(%27HC%27+adj+%27681680%27).suce.)&thesaurus=JURIDICO&fr=veja Dentro do processo penal brasileiro temos vários princípios e eles são as bases que norteiam a devida aplicação do ordenamento jurídico no processo legal, que ajudam a buscar a legitimidade e verdade dentro dos casos concretos, ou seja, eles são de suma importância dentro dos julgamentos, pois sem a devida aplicação poderá levar a conclusões errôneas e, as vezes, irreparáveis. Para a aplicabilidade desses princípios no processo penal é necessário que o responsável judiciário conheça suas características e efeitos, e que possua uma visão ampla sobre eles, para que possa ser aplicada de forma justa, efetiva e como fundamento para as decisões judiciais, com intenção de evitar arbitrariedades nas aplicações nos devidos casos concretos. Possuímos vários princípios dentre eles temos os Princípio da imparcialidade do Juiz, Princípio do Juiz Natural, Princípio do Favor Rei, Princípio Igualdade Processual, Princípio contraditório e da ampla defesa, Princípio da presunção de Inocência, entre outros. O que vamos destacar primeiramente é o Princípio do Favor Rei, no qual segundo Gonçalves e Reis “significa que, na dúvida, o juiz deve optar pela solução mais favorável ao acusado”. Ou seja, esse princípio consiste em um conjunto de benefícios previstos exclusivamente para o réu, que na interpretação da norma se houver duas possibilidades de sentidos antagônicas no conflito entre o direito de punir e o direito de liberdade não havendo possível escolha neles, opta-se sempre pela mais favorável ao réu, nesse caso a liberdade. Tal princípio reforça o sistema processual brasileiro adotado, no caso o sistema acusatório, que existem a separação do acusador, julgados e defensor, assim como a imparcialidade do juiz para a devido julgamento do processo, que na falta de provas absorve-se. No livro de Processo Penal do Noberto Avena diz que “o juiz absolverá o réu quando não houver provas suficientes para a condição”. Afinal o réu é a parte hipossuficiente, em outras palavras, a mais fraca dentro do processo, sendo assim enquanto o ordenamento jurídico/acusação possui uma vasta opção de provas, que o réu não tem e aplicando o princípio há menos risco de condenar uma pessoa que é inocente. Ademais, o artigo 386, inciso VII do Código Processo Penal também dá mais legalidade para a aplicação do Princípio Favor Rei, no qual “Art. 386. O juiz absolverá o réu, mencionando a causa na parte dispositiva, desde que reconheça: (…); VII – não existir prova suficiente para a condenação.” Também dentro desses princípios de processos penais temos o da Presunção da Inocência, citado acima, tal princípio pode ser conhecida como Princípio do Estado da Inocência e/ou Princípio da Não Culpalidade. Para o Gonçalves e Reis “trata-se de um desdobramento do princípio do processo legal, consagrando-se como um dos mais importantes alicerces do Estado de Direito”. No caso o princípio do processo legal, além de ser um dos principais princípios, ele trata de garantir a todos o direito do devido processo, ou seja, que seja realizado todas as etapas legalizadas e elas tem como base as garantias da nossa Constituição Federal para a devida aplicação, sendo que se não houver o devido prosseguimento todo o processo pode ser considerado nulo. A presunção da inocência podemos considerar que ela está prevista expressamente no artigo 5º, inciso LVII da Constituição Federal Brasileira no qual diz que "ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado da sentença penal condenatória”, ou seja, o réu é inocente enquanto não forem esgotadas todas as possibilidades recursais. Sendo assim, o acusado só entrara no rol dos culpados após o trânsito julgado no devido processo legal. Esse princípio também conta com três momento distintos segundo Fernando Capez temos “na instrução processual, como presunção legal relativa de não culpabilidade (...) na avaliação da prova, impondo-se seja valorada em favor do acusado quando houver dúvidas sobre a existência de responsabilidade pelo fato imputado; e no curso do processo penal, como parâmetro de tratamento acusado”. Ou seja, ele segue todas as etapas do processo conforme já citado acima no princípio do processo do legal, bem como da mais autenticidade referente no julgamento que na dúvida o réu é absorvido. O princípio da inocência pode ser relativo como qualquer outro, por exemplo, ela não impede a decretação da prisão preventiva, desde que essas estejam de acordo com os artigos 312 e 313 do Código de Processo Penal, sendo: Art. 312. A prisão preventiva poderá ser decretada como garantia da ordem pública, da ordem econômica, por conveniência da instrução criminal ou para assegurar a aplicação da lei penal, quando houver prova da existência do crime e indício suficiente de autoria e de perigo gerado pelo estado de liberdade do imputado.§ 1º A prisão preventiva também poderá ser decretada em caso de descumprimento de qualquer das obrigações impostas por força de outras medidas cautelares § 2º A decisão que decretar a prisão preventiva deve ser motivada e fundamentada em receio de perigo e existência concreta de fatos novos ou contemporâneos que justifiquem a aplicação da medida adotada. Art. 313. Nos termos do art. 312 deste Código, será admitida a decretação da prisão preventiva: I - nos crimes dolosos punidos com pena privativa de liberdade máxima superior a 4 (quatro) anos; II - se tiver sido condenado por outro crime doloso, em sentença transitada em julgado, ressalvado o disposto no inciso I do caput do art. 64 do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal; III - se o crime envolver violência doméstica e familiar contra a mulher, criança, adolescente, idoso, enfermo ou pessoa com deficiência, para garantir a execução das medidas protetivas de urgência; § 1º Também será admitida a prisão preventiva quando houver dúvida sobre a identidade civil da pessoa ou quando esta não fornecer elementos suficientes para esclarecê-la, devendo o preso ser colocado imediatamente em liberdade após a identificação, salvo se outra hipótese recomendar a manutenção da medida § 2º Não será admitida a decretação da prisão preventiva com a finalidade de antecipação de cumprimento de pena ou como decorrência imediata de investigação criminal ou da apresentação ou recebimento de denúncia. Analisando os casos concretos das duas jurisprudências apresentadas no qual a primeira indica a aplicação do princípio do favor rei, e a segunda conta com o mesmo princípio mais o da presunção da inocência, é possível identificarmos que nos casos de porte de drogas, dependendo da quantidade apreendida e sem comprovação de venda, ou seja, apenas o que seria para o consumo próprio, e não havendo provas suficientes para devida prisão, bem como a falta de existência de outras provas concretas é possível aplicar sobre o réu o princípio do favor rei e princípio da presunção da inocência. Destacando o primeiro processo podemos verificar o fato de que a apreensão de drogas encontrada com o réu foi mínima, sendo que não foram encontrados petrechos que poderiam indicar a prática de tráfico em si, bem como o relato dos policiais insuficientes indicam forma correta da aplicação do princípio do favor rei, sendo assim na falta de evidências que pudessem acusar o réu, foi aceito o habeas corpus. No segundo caso temos a indicação de algumas problemática referente ao porte de drogas, no qual indica que na Lei nª 11.343/2006 existe uma complicação para diferenciar entre usuários e traficantes de pequeno a grande porte, desta maneira quando há uma abordagem no qual os policiais encontram drogas em quantidade mínima fica a dúvida se tal pessoa pode ser considerada um traficando ou apenas um simples usuário, que pode até alegar o uso da droga para fins medicinais. Sendo assim, levando em consideração que o réu estava portando 1,54 gramas de cocaína foi se aplicado o princípio do favor rei e o princípio da presunção da inocência, em outras palavras, assim como apresentado no primeiro processo, não foram encontrados petrechos que podiam indicar que o réu poderia vir a ser considerado traficante, sendo assim foi aceito o pedido de habeas corpus também. Ademais, por não haver provas não é possível aplicar suposições que possam a levar a uma possível condenação, pois é necessário analisar os fatos e aplicar todos os devidos procedimentos e considerar os fatos presentes. Desta maneira, é possível concluir que os princípios são fundamentais para o devido julgamento e andamento do processo, bem como para que esses sejam julgados devidamente para que ninguém seja prejudicado equivocadamente. Bibliografia Capez, Fernando. Curso de Processo Penal. 28ed. Saraiva Jur. São Paulo. edição. 2021. Gonçalves, Victor Eduardo Rios. Reis, Alexandre Cebrian Araújo. Direito Processual Penal. 11 ed. Saraiva Jur. São Paulo. 2022. Avena, Noberto. Processo Penal. 14 ed. Método. São Paulo. 2021.
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