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Texto da Aula 1 - ANTROPOLOGIA FILOSÓFICA

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ANTROPOLOGIA FILOSÓFICA
AULA 1
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Profª Jacqueline Colaço
CONVERSA INICIAL
Iniciaremos a partir de um questionamento considerado principal: O que é o ser humano?
Para entendermos a resposta, precisaremos saber como essa questão vem sendo respondida. Para
começar, iremos pensar então na existência do homem e sua natureza.
O ser humano é diferente dos outros seres?
O ser humano é privilegiado com algo que o diferencia dos outros seres?
Por que ele é diferente?
Além dessas, outras questões permeiam a antropologia filosófica e estão voltadas ao estudo da
existência humana, como:
Existe sentido para existirmos?
Por que existimos?
Tudo isso parece não ter resposta, mas sempre nos faz lembrar de coisas anteriores.
Veremos então como a antropologia encara esses questionamentos e como se faz a diferenciação
do homem dos outros seres, para que possamos entender de forma específica os demais.
TEMA 1 – INSTINTO VERSUS INTELIGÊNCIA
Para começar, vamos voltar aos anos de 1920, onde na Índia, duas meninas criadas entre lobos
foram achadas.
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Elas não apresentavam características humanas além do corpo físico e começaram a aprender a
humanização quando foram inseridas no meio de outras pessoas. Esse fato nos leva a pensar no
instinto versus inteligência.
Existem muitas semelhanças entre animais e seres humanos, em especial os que são considerados
os mais altos na escala zoológica de desenvolvimento e o que nos diferencia?
Somos todos guiados por instinto? E os animais, pensam?
Nós possuímos instintos que nos deixam próximos de alguns animais, mas temos a temos a
inteligência, o que nos faz capazes de se adaptar a situações do dia a sua que, pelo instinto, são vistas
de forma diferente.
Figura 1 – Instinto e inteligência
Crédito: mehmet o/Shutterstock.
TEMA 2 – LINGUAGEM E CULTURA
Muitos animais têm alguma forma de linguagem, sejam elas pelos sons, pelas maneiras de mexer
o corpo, pelo olhar etc., alguns até demonstram emoções de forma que os homens conseguem
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reconhecê-las, porém, toda forma de linguagem dos animais é rudimentar, não tem a mesma
demonstração dos humanos de fato.
As pessoas têm a capacidade de abstração, o que as faz conseguir ordenar a realidade e,
dependendo do contexto em que estão, dão novo sentido aos acontecimentos. Esses fatores permitem
que o ser humano possa agir a diversas situações, transformando esse contexto.
Em outras palavras, mudar as ações é agir mudando o mundo e promovendo cultura. Essa
capacidade é vista de forma infinita, pois podemos criar e modificar a cultura de onde vivemos a
qualquer momento.
Agora, mais uma pergunta:
O homem é um ser social, construído pela cultura, ou um ser individual?
Figura 2 – Cultura
Crédito: Lights Pring/Shutterstock.
TEMA 3 – ELEMENTOS DA LINGUAGEM
Os humanos são seres capazes de criar, interpretar a abstração.
Segundo Peirce (filósofo), “o signo é uma ‘coisa’ que está no lugar de outra”. Porém, por um
processo abstrato, denominado por ele de semiótica, é possível interpretá-lo.
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Só o homem é capaz de enxergar os signos de maneira arbitrária. Podemos dizer que o mundo é
feito de símbolos, mas mesmo os animais mais evoluídos podem ter a capacidade de enxergar os
símbolos de identidade, ou, explicando de outra forma, eles se conectam, o signo ao concreto.
Deixa-se claro então que o homem é diferente dos animais porque pode agir usando a criação, e
como pudemos entender, a linguagem é diferente em cada cultura e a forma de pensamento é o que
declara o que é mais próprio para o momento.
Figura 3 – Elementos de linguagem
Créditos: Good Studio/Shutterstock.
TEMA 4 – A BUSCA DE SER E A PERSPECTIVA PLATÔNICA
O homem é inserido na cultura e sua principal característica é a linguagem. Além disso, ele tem
como fundamento a vontade de achar uma definição para si mesmo.
Buscando isso, o ser humano vai achando respostas para o porquê existe, baseado no que
possibilita maior grau de realização.
Esse conceito é difícil de ser compreendido, mas o que se pode entender é que a realização do
homem não é a felicidade em si, e sim, em relação a um estado de elevação maior.
Nesse âmbito, podemos tentar entender a visão platônica.
Segundo Platão, filósofo do século IV a.C., não existe realização perfeita na vida na terra e as coisas
materiais são supérfluas, é o conceito de conhecimento que deve ser buscado.
Para tal, o ser humano deve diferenciar alma de corpo físico, esta é a principal característica desse
filósofo. Esse fato é chamado Teoria das Ideias e explica, basicamente, como se dá o desenvolvimento
do ser. 
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Figura 4 – Platão
Crédito: Naci Yavuz/Shutterstock.
TEMA 5 – O DUALISMO PLATÔNICO E A DIALÉTICA
Platão apresenta o dualismo, ou, falando de outra forma, dois modos de pensar que fazem a
divisão da realidade.
Segundo esse filósofo, o desenvolvimento do ser humano acontece da “passagem do mundo das
sombras (aparências) para o ‘mundo das ideias (essências)’”.
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O ser humano deve se libertar de apenas opiniões, o que ele chama de doxa, para atingir o
conhecimento real, o que chama de episteme.
Somente dessa forma o ser humano se torna imortal, pois o mundo das ideias, ou a alma é a
verdade e considerada o que é eterno.
Para que isso aconteça, recorremos à dialética, termo que define o ato de perguntar, questionar,
indagar.
Platão se baseia em Sócrates, e na visão desse outro filósofo, o homem é representado como ser
questionador, pois usa da sua capacidade de raciocínio e pode, então, encontrar respostas racionais,
assim, o homem se torna a ser “absoluto, eterno e imutável”. 
Figura 5 – Filósofos
Créditos: Sabelskaya/Shutterstock.
5.1 COMO SURGIU O ESTUDO DO HOMEM
Neste item, veremos sobre meados e final do século 19, no momento de constituição e
consolidação de um campo de ciências sociais modernas em que são envolvidos três campos das
ciências sociais: a ciência política, a sociologia e a antropologia.
Ainda que esses campos tenham as suas diferenças em processos de constituição, vamos estudar
essa constituição de forma metodológica e o objeto das ciências sociais a partir de dois autores
fundamentais, um deles é o Émile Durkheim e o outro é Max Weber.
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Vamos ver como as ciências sociais vão constituir o seu objeto próprio e como se consolidam no
campo das ciências sociais. Quais os critérios metodológicos de pesquisa? Como é fazer pesquisa
social?
O que vamos articular nesta etapa é que estamos pensando em um objeto novo na sociedade
como objeto de estudo científico e é preciso circular esse objeto novo com uma metodologia científica
também, que sai um pouco do senso comum e das opiniões pessoais e que possa ter um certo tipo de
rigor científico nas conclusões, nas consequências de uma pesquisa sobre a sociedade e com a
sociedade.
Sob a concepção do objeto das ciências sociais, vamos falar sobre quem foi Durkheim, que teve
grande importância no estudo do homem desde o início.
Ele foi um sociólogo francês que viveu entre 1858 e 1917 na França e foi um dos precursores, uma
das pessoas fundamentais dessa ciência que a gente conhece hoje como sociologia.
Ele tem entre as suas obras fundamentais As regras do método sociológico, O suicídio, as formas
elementares da vida religiosa.
No momento de constituição no final do século 19, o filósofo se preocupava justamente em criar
uma certa autonomia da disciplinacom uma faixa de rigor científico, de criar uma disciplina sociológica
que pudesse ser tida como uma disciplina científica.
E o que isso quer dizer? Quer dizer que era preciso, então, que se saísse dos lugares comuns de
uma pesquisa da sociedade para que se pudesse impor um método científico rigoroso. Com isso, então,
a sociologia se torna uma ciência autônoma, bastante rigorosa e com critérios científicos também
bastante rigorosos.
5.2 A SOCIOLOGIA
É preciso lembrar também que falamos do final do século 19, em que existe as emergências da
sociedade capitalista industrial, uma crise econômica bastante forte na Europa, uma disputa, uma
guerra entre o proletariado e a burguesia, os camponeses perdendo seus espaços territoriais, a comuna
de Paris e que todos esses elementos vão ter influência na obra do autor. Ele ainda estava pensando na
própria constituição, no próprio objeto, no que eram as ciências sociais, no que era sociologia.
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Esse contexto, essa conjuntura política faz com que o filósofo pense a sua obra como tentando
arrumar uma resposta para uma conduta moral que ele achava que estava um pouco desviante, mas
vai ser um dos argumentos fundamentais da obra de Durkheim, pois essa conjuntura não tinha uma
razão econômica, mas ela era um desvio moral , então o papel das ciências sociais era também, a partir
da pesquisa empírica, procurar soluções ou novos critérios morais para prestar à sociedade, para essas
patologias sociais, que é o nome que ele dá para esses comportamentos desviantes.
Durkheim está nesse momento na consolidação das ciências sociais como disciplina e ele vem de
uma tradição que a gente chama de tradição positivista.
E o que é tradição positivista?
Um nome importante e bastante lembrado é o nome de Augusto Conte. Sua obra tem influência
no pensamento Durkheimiano. Na tradição positivista, a sociedade poderia ser compreendida da
mesma forma que são compreendidos os fenômenos da natureza. Ele acreditava que esses fatos sociais
poderiam ser estudados por meio dos mesmos métodos científicos que são empregados, por exemplo,
nas ciências naturais.
Ele defendia então o que a gente chama de equivalência metodológica entre a ciência da
sociedade e as ciências da natureza. Uma das questões fundamentais é um conceito desenvolvido pelo
autor, o conceito de fator social, que é toda maneira de agir, fixa ou não, suscetível de exercer sobre o
indivíduo uma coerção exterior ou não, que é em geral envolvendo todos, que tem uma extensão,
apresenta uma existência própria, independentemente das manifestações individuais da sociedade e do
indivíduo.
Vamos ver três fatores fundamentais disso que Durkheim chama de fato social: o primeiro deles é
a generalidade, ela funciona para todo mundo, tem a coerção sobre todos os comportamentos; a
segunda característica é uma força coercitiva sobre o indivíduo, maior do que o indivíduo e está
colocada para fora dele, tipo de consciência social para fora do indivíduo que quer dizer que o indivíduo
não tem sobre ela muito poder de manipulação, e então é constrangido por essas forças.
Os fatos sociais estão fora das consciências individuais, eles estão numa consciência coletiva que
não é uma consciência do grupo, que é uma consciência da sociedade, como cumprir as obrigações
como irmão, como marido, como cidadão, quando o indivíduo executa seus contratos, é mais ou menos
desse tipo de coerção e desse tipo de constrangimento que Durkheim fala.
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Outra coisa fundamental na obra do autor é a oposição, que vai ser uma posição fundamental em
toda a ciência social e para a sociologia, como na antropologia e ciência política que é a oposição
indivíduo-sociedade como uma questão central. Para Durkheim, a sociedade prevalece sobre o
indivíduo, uma vez que ela se constitui como um conjunto de normas e regras de ação construídas de
fora, ela externa nas próprias regras do fato social está fora das consciências individuais. A sociedade,
então, tem uma definição de conjunto de normas de ação, de pensamento, de sentimento que está
presente não apenas nas consciências individuais, mas também em uma construção social. Temos outra
definição do que são os fatos sociais, o método que Durkheim defende que é o método de observação e
a experimentação indireta, ou seja, começa no comparativo.
Durkheim estava pensando em comportamentos desviantes, que chama de patologias sociais, uma
crise moral que faz parte do objeto de investigação do sociólogo. É o fato social como coisa e não como
ideia, então tem uma diferença também fundamental na obra do autor, porque é algo que não está na
cabeça das pessoas e dos indivíduos, é uma coisa que paira sobre todos os indivíduos.
Nesse sentido, a sociedade é sempre maior do que o grupo de indivíduos que a compõe, então tem
uma de indivíduo-sociedade e de indivíduo e essa condição de vida em sociedade está tentando
constituir a sociologia e o método científico.
Durkheim vai mostrar o método comparativo, que falaremos mais para frente, mas como método
por excelência das Ciências sociais. Vamos retomar a obra Durkheim, O Suicídio, uma obra publicada
em 1897, que vai buscar sobre vários quadros estatísticos sobre o suicídio, em várias sociedades e
culturas diferentes para pensar então como poderia encontrar uma causa do suicídio. Será possível
encontrar vários casos nesse sentido.
Figura 6 – Durkheim
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Crédito: Natata/Shutterstock.
O autor não dá muitas as explicações, pois elas são bastantes definidas e vão dizer que a causa
maior do suicídio entre as sociedades é uma causa social, como também vai fazer a análise, por
exemplo, da religião, das formas elementares da vida religiosa, o que é uma retomada justamente desse
argumento que é a religião.
Ele também apresenta uma consequência dessa consciência coletiva, nesse sentido, falamos dos
constrangimentos e das forças de coração, dos fatos sociais, da igreja, por exemplo, das instituições, das
escolas que compõem um pouco esse quadro normatizador.
Esse quadro era a consciência coletiva, e esse fato social que constrange o tempo todo, sem
dúvidas, e se movimenta diante desses constrangimentos. Vamos colocar para vocês todas as questões
que são fundamentais, e voltaremos então falando um pouco agora da obra do Max Weber.
No momento vamos falar um pouco mais da obra do sociólogo alemão Max Weber, que viveu
entre 1864 e faleceu em 1920. Ele pensava quais as diferenças fundamentais como uma pirâmide, um
produto; na teoria de Marx, você volta a pensar em uma ideia de ação social, em que estudamos o
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objeto da ciência da sociedade que se compõe no momento de constituição, o que é essa ação social e
como os indivíduos interagem um com os outros, como funcionam as ações e os comportamentos de
cada indivíduo.
Essa relação múltipla de um indivíduo com outro, quais as intenções e as vontades, motivações etc.
O que a gente pode ver nesse primeiro momento é uma grande obra que aponta o espírito do
capitalismo, é uma obra famosa até hoje muito usada que é A Ética Protestante e o Espírito do
Capitalismo, por ser uma relação de espírito que ele chama de espírito do capitalismo, como a ética se
envolve no protestantismo. Vamos pensar então nessa teoria assim pela teoria da ação.
Falaremos agora sobre a teoria da ação. Antes de tudo, vale ressaltar que é sobre a teoria da ação
que Weber é conhecido. A teoria da ação coloca o fato social não sobre a sociedade, mas sim sobre os
indivíduos que a compõem. Ele coloca isso de forma individual, então essa é a diferença entre o Weber
e o Durkheim.
Ele está pensando justamente nesses casos subjetivos em que seres humanos atribuem as suas
próprias ações, suas ações históricas dentro de momentosespecíficos, para isso ele vai desenvolver
também a Teoria da racionalidade, que é e uma teoria dos tipos ideais que falaremos um pouco mais
para frente.
A sociologia então é desenvolvida como a ciência da ação social, mudando o foco então dessa ação
da sociedade defendida pelo Durkheim. Ela vai tratar justamente do significado dessas ações, dessas
ações de modo individual.
Então, ganha-se um significado diferente do que tinha nas obras Durkheim. O método Weberiano
está focado no significado das ações individuais, a ação social se torna objeto próprio das ciências.
As características sociais vão se voltar na ação e nas ações individuais de um indivíduo e de outro e
as ações sociais só serão medidas no momento que elas se voltam para o comportamento do outro.
Na obra de Weber, o comportamento se orienta pelas respostas como ações do comportamento do
indivíduo no mesmo contexto sócio-histórico. O básico é de uma sociologia entendida como a
sociologia compreensiva, em que o objetivo de compreender o significado de ação social se afasta das
categorias macroestruturais como estava pensando Durkheim e volta-se para a consciência coletiva, em
favor de uma ideia de realidade concreta, na qual existe uma racionalidade dos indivíduos.
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Figura 7 – Weber
Crédito: Singleline/Shutterstock.
Esse é o papel que ele vai desenvolver também como uma teoria fundamental que é a teoria dos
tipos ideais. Vamos ver o que significa.
Nós podemos imaginar essa teoria como uma categoria desse paradigma de tipos ideais, eles
também são imaginados como reflexo dos comportamentos das ações, mas não ao contrário, eles
tentam articular as ideias de tipo ideal como uma distração, ela é um monstro analítico do sociólogo.
Ele escreve um pouco para comparar aqueles comportamentos e ações que são desviantes. Há a
possibilidade do estudo do tipo puro, e a partir desse tipo puro, por contraste, se compara os
comportamentos e ações reais das pessoas, dos indivíduos, quais são os significados que elas estão
dando dentro dessa construção que se cria analiticamente.
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Para Weber, o que funciona não é reflexo de nada, e sim, uma ferramenta de análise metodológica
que acompanha mais uma vez pensando o que está diferenciando-o de Durkheim, mas é ao mesmo
tempo se juntando, retomando uma análise que foi feita de um social que se difere do outro.
Ele não é nem externo e nem conhece tipo de indivíduos, esse social Weberiano reside no autor
individual, mas vai ao mesmo tempo além dele mesmo e somente devido ao comportamento dos
outros é que podemos pensar no tipo de análise sociológica.
Por outro lado, os indivíduos precisam se atualizar com o tempo interagindo entre si, então,
construir essa realidade social a partir justamente dos comportamentos e de suas ações, em vez de o
tempo todo serem pressionados por outrem e constrangidos.
O tipo dessa teoria funciona também justamente para pensar o que é a ideia de ação e significado,
duas ideias fundamentais da obra de Max Weber. Os tipos ideais não se referem das ideias morais ou
da média na estatística, eles não vão descrever cursos individuais da ação de um caso ideal, mas um
caso típico, essas construções analíticas permitem ao pesquisador desenvolver algumas hipóteses que
vão se ligar aos tipos e as condições que provocam determinados eventos, determinadas ações. Assim,
são compostos esses tipos ideais e todas as características necessárias de um átomo, de uma ação e de
todas as características juntas.
Elas são raramente encontrados na vida real, por isso, não vão representar uma única possibilidade
de determinação de uma ação, pelo contrário, como ferramentas analíticas esses tipos ideais não vão
permitir uma possibilidade ao pesquisador ou investigador encontrar algumas características comuns a
toda a variedade das realidades históricas, que é também fundamental que ela esteja pensando em
construções históricas, em momentos históricos, encontros históricos, porque anda marcada por essas
conjunturas nos movimentos históricos de cada sociedade.
Podemos compreender, então, que se a gente pudesse pensar agora no fundamental da obra e da
concepção metodológica de Weber, existem coisas que parecem fundamentais, como tipo de
parâmetro, tipo puro, quais ações para tomar, hipóteses, como vemos aquilo e comparamos com aquele
outro tipo, o que congrega os casos de uma ideia fundamental da obra da teoria da ação.
Pela primeira vez se pensa em uma congregação, que vai ser mais tarde desenvolvida pelo
sociólogo. Nesse caso, ele está pensando essa teoria em contraste um pouco com esse outro primeiro
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tema, pensado aqui nos tipos ideais, a teoria da ação pensa em processos racionais e sim, tem uma
contribuição importante sobre a ideia de racionalidade protestante e espiritualismo.
Ele fala sobre a racionalidade, opera ações, nesse significado das ações individuais, assim essa
racionalidade é o que se compreende como o significado da ação do indivíduo. Trata-se de uma
comparação da realidade histórica e como se começa a realidade, para que a minha ação também seja
motivada pela ação do outro. É a ideia de racionalidade começando a se construir.
NA PRÁTICA
Nesta etapa, vimos que o homem é diferente dos outros animais, seja pela sua linguagem ou pelo
raciocínio, pela situação cultural, contexto em que vive e diversos aspectos que o colocam em outro
estado.
Mas também vimos que outros seres têm ações instintivas que parecem usar da inteligência.
Estudamos como a sociologia surgiu como instrumento do estudo do homem e quem foram os
principais filósofos responsáveis por isso.
Conseguimos reconhecer essas ações? E, ao reconhecermos, de que forma conseguimos entender
sobre a inteligência do homem?
FINALIZANDO
Vimos nesta etapa como se constitui o estudo da Antropologia Filosófica por meio da filosofia, do
surgimento da sociologia e de alguns pensadores e seus questionamentos.
REFERÊNCIAS
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ASA, 2003.
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GUARDINI, R. O mundo e a Pessoa. São Paulo: Duas Cidades, 1963.
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