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Coluna Prestes
A Coluna Prestes foi uma das revoltas tenentistas ocorridas no Brasil do século XIX. O movimento teve início no ano de 1925 e durou dois anos, o que é considerado um período longo se comparado ao tempo de duração das outras manifestações. Outra particularidade apresentada pela Coluna Miguel Costa-Prestes, outro nome pelo qual o movimento também ficou conhecido, é o fato dela ter percorrido mais de 25 mil quilômetros do território brasileiro fazendo oposição aos governos. 
O nome do movimento faz referência à Luís Carlos Prestes, que liderou o grupo de militares do Rio Grande do Sul que viria a formar a Coluna Prestes. Ao ajuntamento se somaram alguns militares que dispersaram da Revolta Paulista. Esse grupo era liderado por Miguel Costa e junto com os guachos percorreram o interior do Brasil. Neste artigo, apresentamos o contexto histórico em que surge esse movimento tenentista, falamos da sua importância na história brasileira e apresentamos outros movimentos que também tinham como objetivo pôr fim à Primeira República. 
O contexto histórico 
A Coluna Prestes teve lugar ainda durante o período da República Velha e expressa o sentimento de insatisfação dos militares com os governos do período. Esse movimento é sucessor de outras manifestações lideradas por tenentes que começaram a eclodir no país a partir do ano de 1922. Isso aconteceu porque a campanha eleitoral, que teve início no ano anterior, produziu sérios desgastes na relação dos militares com os governos. 
Durante a Primeira República, a sucessão presidencial refletia o poder das oligarquias de São Paulo e Minas Gerais. O primeiro estado era o centro econômico da produção cafeeira, enquanto o segundo representava a economia do gado leiteiro. Esses estados, praticamente, ditavam quem ocuparia a cadeira presidencial. Essa configuração ficou conhecida como política do café com leite. 
A instabilidade na relação dos militares com o governo começa com a divulgação de cartas falsamente assinadas por Arthur Bernardes, nas quais ele tecia críticas ao exército. Bernardes era o candidato sugerido pelas oligarquias paulista e mineira, que concorria à presidência contra Nilo Peçanha, indicação dos estados de Rio Grande do Sul, Bahia, Pernambuco e Rio de Janeiro, na campanha eleitoral que aconteceu entre os anos de 1921 e 1922. 
A situação se agrava quando o então presidente Epitácio Pessoa determina o fechamento do Clube Militar e a prisão do marechal Hermes da Fonseca. Hermes havia tecido críticas ao governo e contrariado a ordem do presidente para que os militares intervissem nas manifestações que ocorriam no país contra a eleição de Bernardes. As consequências dessa atitude viriam semanas depois, quando os tenentes organizam a primeira revolta no estado de Rio de Janeiro e mais tarde em São Paulo e Manaus.
Como surgiu e o que queria a Coluna Prestes?
A Coluna Prestes surge a partir do sentimento de insatisfação dos militares que já estava instaurado desde o período eleitoral. Ela tem início no Rio Grande do Sul quando Luís Carlos Prestes lidera um grupo de militares, ao qual se somam os remanescentes da Revolta Paulista liderados por Miguel Costa. O movimento pretendia pôr fim ao período da República Velha. Nesse sentido, eles iniciam um processo de atuação em duas frentes: mobilização de apoio interno e externo. 
Uma parte do grupo é enviada para a Argentina e a outra inicia uma marcha pelo interior do Brasil. Ao longo dos dois anos de duração a Coluna Prestes percorreu 11 estados e mais de 25 mil quilômetros. Conforme avançavam pelo país e despertavam o ódio dos coronéis defensores da atual estrutura política, os militares ganhavam apoio da população que os viam como salvadores da pátria. 
Entre os estados pelos quais a Coluna Prestes passou estão Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Tocantins, Piauí, Bahia e Pernambuco. Contudo, em nenhum deles o movimento entrou em conflito armado. A estratégia adotada era de mobilizar a população contra o governo. Desse modo, seria mais fácil realizar a tomada do poder. Contudo, as coisas não aconteceram como planejado. 
No final do ano de 1926, com a proximidade do fim do governo de Artur Bernardes e sem a mobilização popular desejada, os militares começam a discutir a possibilidade de pôr fim à Coluna Prestes. Em 1927, os participantes começam a se exiliar no Paraguai e na Bolívia e, no ano seguinte, Prestes, que estava na Bolívia, vai para a Argentina aprender sobre o comunismo. 
Ainda que não tenha conseguido efetivamente pôr fim à Primeira República, a Coluna Prestes foi um movimento importante pois enfraqueceu a oligarquia cafeeira. Esse cenário de desestabilização deixado pelas revoltas tenentistas foi importante para a Revolução de 1930, liderada por Getúlio Vargas, que marcou o início de um novo período da história brasileira. 
As outras revoltas tenentistas 
Como já mencionamos anteriormente, a Coluna Prestes faz parte dos movimentos realizados pelos militares para manifestar a insatisfação com o governo. Ela foi antecedida pela Revolta dos 18 do Forte de Copacabana, pela Revolta Paulista de 1924 e pela Comuna de Manaus. E se destaca das revoltas anteriores por conta de sua longa duração e pela estratégia de mobilização popular para destituição do governo. 
A Revolta dos 18 do Forte de Copacabana foi o primeiro movimento contra a República. Ela aconteceu em julho de 1922, quando o capitão Euclides Hermes da Fonseca, filho de Hermes Fonseca, organiza um levante contra o governo federal. Contudo, seus planos já eram conhecidos e foram impedidos com o bombardeio do forte. Com isso, maior parte dos militares envolvidos se rende, Euclides é preso quando tenta negociar com o Ministro da Guerra. Dos revoltosos que permanecem no forte, 18 saem em marcha pela Av. Atlântica e a maior parte deles é morta ao final do percurso. 
O movimento que ficou conhecido como Revolta de São Paulo aconteceu dois anos depois da Revolta dos 18 do Forte. Os militares de oposição ao governo bombardearam vários pontos da cidade, inclusive a sede do governo estadual, e exigiram que o governador fosse para o interior da cidade. A revolta recebeu apoio do Mato Grosso, Amazonas, Pará, Sergipe e Rio Grande do Sul. Contudo, foi dispersada quando o presidente Arthur Bernardes ordenou que a cidade fosse bombardeada por aviões. 
A comuna de Manaus também aconteceu no ano de 1924. Além das pautas que já estavam presentes nas outras revoltas, como o voto secreto, reformas no ensino público, poder político ao exército e destituição do presidente da república; o movimento era motivado pela crise econômica que a baixa no preço da borracha havia gerado no estado do Amazonas. O movimento conseguiu apoio de municípios do Pará e Maranhão, contudo foi reprimido pelas forças federais. Os militares se renderam e receberam penas brandas de prisão.

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