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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ INSTITUTO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS FACULDADE DE ECONOMIA AS 5 ESPECIES TRIBUTÁRIAS EXISTENTES NO BRASIL (impostos, taxas, contribuições de melhoria, empréstimos compulsórios e contribuições especiais) Aluno: Alcindo Gomes de Moraes Neto (2019.0534.0055) Disciplina: Direito e Economia Professor: Wilson Rodrigues Ataíde Júnior É importante marcar, de início, para classificar os tributos, não há um método matemático ou um fundamento quantitativo próprio à essa finalidade, assim, existem muitas formas para se chegar nessa classificação, são critérios que não seguem normas ou regras, formados a partir da contribuição de múltiplos agentes do Direito que visam objetivos individuais. Logo, irá se discutir aqui aqueles mais recorrentes no cotidiano dos sujeitos de Direito, afim de dirimir quaisquer dúvidas (CATEB, 2014). Para começar, os tributos podem reais ou pessoais, sendo este primeiro, ter como base o valor do bem, do objeto, seja a venda de um produto, imóvel ou veículo, em que os valores são iguais aos sujeitos, independe das particularidades em relação ao patrimônio ou capacidade financeira dos agentes, por consequência, tributos pessoais tem como fundamento a conduta do indivíduo, há subjetividade, e o valores pagamento dos tributos são diferentes, pois pagamento de tributos vai depender das suas capacidades econômicas, da particularidade calcada no poder de aquisição de bens (BARRETO, 1999). Outra forma de qualificar, é entre tributos indiretos e diretos. Esse primeiro, é aplicado em cima de uma cadeia econômica, em que o tributo passam de um agente ao outro, é possível notar isso na relação entre, por exemplo, fabricantes de um automóvel, montadoras, a concessionaria e o consumidor final, independe da capacidade econômica dos agentes e é aplicado de forma igual à todos. Por conseguinte, o tributo direto, recai apenas uma única vez e consume a carga tributária, sem transferência de onerações tributárias, é o próprio contribuinte que arca com a responsabilidade do pagamento do tributo (PAES, 2006). Antes de se comentar das espécies tributarias, é relevante citar da classificação quanto a vinculação. Os tributos vinculados, tem destinação determinada, com finalidade pré-definida, por sua vez, os tributos não vinculados têm como destino um caixa geral do tesouro nacional, sua destinação é o custeio de atividades gerais, sem especificidade quanto ao destino. Destaca-se, outra diferença entre os vinculados e não vinculados, o primeiro se situa na questão da contraprestacionalidade, ou seja, o Estado dar benefícios em contra do pagamento do tributo, tem caráter retributivo, logo, no segundo episódio, de não vinculação, o caráter é contributivo, independe da atuação do Estado. Não se pode deixar de comentar das três funções dos tributos, fiscal, parafiscal e extrafiscal (BRASIL, 1988). Foi fundamental delinear os pontos discutidos até aqui, assim, iremos ter base teórica para discutir as espécies tributarias. O código tributário nacional, dispõe em seu artigo 5º, os tributos são; impostos, taxas e contribuições de melhoria, contudo, mais de 2 décadas depois, a Constituição Federal de 1988 adiciona mais duas espécies tributarias, empréstimos compulsórios e contribuições especiais, logo, se tem a estrutura tributária pentapartida, segundo o entendimento do Supremo Tribunal Federal (BRASIL, 1988). A partir disso, podemos comentar da primeira espécie tributária, os impostos, que é definido pelo Art. 16 do Código Tributário Nacional, no qual “Imposto é o tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação independente de qualquer atividade estatal específica, relativa ao contribuinte.”, isto significa, o contribuinte paga o imposto e não deve esperar nada em troca, não há contrapartida, é não vinculado, destinado ao Tesouro Nacional e seu uso é definido pela Lei Orçamentária. Comumente, abrange a renda, patrimônio, receita, e a venda, produção e aquisição de bens e serviços (NABAIS, 1998). Seguidamente, as taxas, diferente dos impostos tem como base o principio da vinculação, da expectativa do sujeito sobre uma contrapartida governamental. Os entes governamentais, da estrutura nacional, União, Estados, Distrito Federal e Municípios, segundo o Art. 145 da Constituição Federal, “poderão instituir taxas em razão do exercício do poder de polícia ou pela utilização, efetiva ou potencial, de serviços públicos específicos e divisíveis prestados ao contribuinte ou postos à sua disposição.”, por isso, os entes da federação podem criar taxas e prever duas possibilidades, o primeiro é de remunerar o poder de policia e o segundo é de remuneração do serviço público, especifico e divisível, e efetivo ou potencial. No entanto, as taxas não podem ter como base do seu calculo aquela já aplicada em imposto, por exemplo, se já cobrada um imposto sobre meu carro, como o IPVA, e ainda assim, ser cobrada uma taxa que tem como base de calculo esses imposto, e a partir dessa observação, o Supremo Tribunal Federal instituiu que podem se usar duas ou três caraterísticas do calculo de determinado imposto para se estabelecer o valor de uma taxa, mas fica proibido o uso da integralidade de suas caraterísticas (BALEEIRO, 1999) De tal forma, a espécie tributária de contribuições de melhoria, é assentada sob dois fundamentos para que haja sua efetivação, a valorização imobiliária decorrente de obras pública, “a contribuição de melhoria cobrada pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, é instituída para fazer face ao custo de obras públicas de que decorra valorização imobiliária, tendo como limite total a despesa realizada e como limite individual o acréscimo de valor que da obra resultar para cada imóvel beneficiado.” (BRASIL, 1988). Já na espécie de empréstimos compulsórios, exclusivamente a União pode estabelece-los, e só pode ser criado por intermédio de lei complementar, é restituível e fica limitado sua criação à atender despesas extraordinárias em duas situações, a de calamidade pública, guerra externa ou de investimento publico urgente, sendo os dois primeiros casos exceções do princípio da anterioridade, e podendo ser cobrado imediatamente, ademais, há vinculação quanto ao seu uso, podendo ser utilizado apenas para a finalidade que fundou o seu estabelecimento (COSTA, 1962). Por fim, as contribuições especiais, se distingue das contribuições de melhoria por se tratar de espécies diferentes, apesar disso, no Brasil as contribuições especiais se aproximam dos impostos, para sua elaboração há a necessidade de uma destinação pré- determinada e são subdivididas em contribuições sociais, contribuições de intervenção no domínio econômico e contribuições corporativas, aludindo à três estruturas, de ordem social, econômica e de categorias profissionais (BASTOS, 1999). Diante do exposto, nota-se a importância de compreender a relação dos entes jurídicos na posição de agentes econômicos, a tributação parti de uma logica econômica, é aplicada e discutida no âmbito da economia desde o período aristotélico, debater ela na contemporaneidade brasileira nos revela sua evolução no tempo e sua abrangência no espaço. Logo, a Economia dialoga com o Direito, instituir uma tributação exige de uma discussão na Economia, tem como pressuposto a lógica da análise quantitativa, afim de conduzir os princípios da sua aplicabilidade, deve haver responsabilidade fiscal na instituição de tributos, e o estudo econômico social é basilar no planejamento tributário (SIQUEIRA, 2011). REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BALEEIRO, Aliomar. Direito Tributário Brasileiro. 11. ed. Rio de Janeiro: Forense, 1999. BARRETO, Aires Fernandino. Comentários ao Código Tributário Nacional. São Paulo: Saraiva, 1998. V. 1. ASTOS, Celso Ribeiro. Cursode Direito Financeiro e de Direito Tributário. 7. ed. São Paulo: Saraiva, 1999. BRASIL. Código Tributário Nacional. Constituição da República Federativa do Brasil /1988. Coordenação de Maurício Antônio Ribeiro Lopes. 4. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 1999. CATEB, Alexandre Bueno et al. Direito e economia no Brasil. Editora Atlas SA, 2014. COSTA, Alcides Jorge. Natureza jurídica dos empréstimos compulsórios. Revista de Direito Administrativo, v. 70, p. 1-11, 1962. NABAIS, José Casalta. O dever fundamental de pagar impostos: contributo para a compreensão constitucional do estado fiscal contemporâneo. 1998. Tese de Doutorado. PAES, Nelson Leitão; BUGARIN, Noemi Sataka. Parâmetros tributários da economia brasileira. Estudos Econômicos (São Paulo), v. 36, n. 4, p. 699-720, 2006. SIQUEIRA, Eurípedes Bastos; CURY, LacordaireKemel Pimenta; GOMES, Thiago Simões. Planejamento tributário. Revista CEPPG, v. 25, p. 184-196, 2011.
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