Buscar

direitos basicos do consumidor

Prévia do material em texto

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ 
INSTITUTO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS 
FACULDADE DE ECONOMIA 
 
DIREITOS BÁSICOS DO CONSUMIDOR 
 
Aluno: Alcindo Gomes de Moraes Neto (2019.0534.0055) 
Disciplina: Direito e Economia 
Professor: Wilson Rodrigues Ataíde Júnior 
 
A Constituição Federal em seu Artigo 5° temos como direito fundamental que “o 
Estado promoverá, na forma da lei, a defesa do consumidor”, isso materializa um 
pressuposto basilar, no qual, sempre que tivermos uma relação de consumo, entre 
comprador e fornecedor, o Código de Defesa do Consumidor se estrutura com a finalidade 
de proteger o consumidor. 
É importante, de início, conceituar-se o quem é tido como consumidor, e segundo 
o CDC, “consumidor é toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza produto ou 
serviço como destinatário final”. Nota-se com essa afirmação, que qualquer empresa 
consumindo produto de uma outra corporação pode ser tida como consumidor, mas deve 
existir o consumo total dos bens ou serviços, pois essa é uma condição fundamental 
(NUNES, 2017). 
Consumidor equiparado, é outro termo importante no CDC, afirmando no Artigo 
2°, “Equipara-se ao consumidor, a coletividade de pessoas, ainda que indetermináveis, 
que haja intervindo nas relações de consumo”. Ademais, o artigo 17 e 29 consolidam essa 
teoria equiparativa dos direitos. É relevante, ainda, descrever o conceito de fornecedor, 
segundo o Artigo 3°, “Fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, pública ou privada, 
nacional ou estrangeira, bem como os entes despersonalizados, que desenvolvem 
atividade de produção, montagem, criação, construção, transformação, importação, 
exportação, distribuição ou comercialização de produtos ou prestação de serviços”. Logo, 
não há exceções, juridicamente todos podem ser encarados como fornecedor (NUNES, 
2017). 
Para finalizar essa parte introdutória, o conceito de produto e serviço, sendo 
produto qualquer bem, mobilizável ou imobilizável, materializado ou imaterializado, já o 
serviço, “é qualquer atividade fornecida no mercado de consumo, mediante remuneração, 
inclusive as de natureza bancária financeira, de crédito e securitária, salvo a decorrente 
das relações de caráter trabalhista.” (FILOMENO, 2007). 
Feito essa explanação, podemos iniciar a discussão sobre o direito do consumidor. 
Quando se faz uma interpretação detalhada do Código de Defesa do Consumidor dois 
pontos chamam nossa atenção, que são os dois tipos de responsabilidade, a primeira é 
pelo fato do produto e a outra pelo vicio do produto. Suas diferenças consistem em, na 
responsabilidade pelo fato do produto há uma relação no âmbito de acidente de consumo, 
e na responsabilidade pelo vicio eu não tenho um acidente de consumo, e o mesmo tem a 
ver com um serviço (FILOMENO, 2007). 
O CDC está em vigência a muitos anos, e como já comentado antes, discute sobre 
as relações de consumo e como toda legislação, se modela com o tempo, passando de 
uma fase que tratava as relações de forma mais mecanizada, para um novo estágio, onde 
as relações de consumo se dão em uma esfera mais globalizada, considerando as 
mudanças tecnológicas. Contudo, ainda há um longo caminho para alcançar um elevado 
grau de justiça, que abrange a todos os mínimos pontos sem permitir livres abstrações da 
das normas jurídicas. Muitos são os âmbitos da economia brasileira que progrediram 
expressivamente nos últimos anos, com isso, novos desafios surgiram, nota-se que isso 
não está restrito ao CDC, mas também a outros que tratam da lei em sentido material, seja 
Civil ou Processual Penal (BENJAMIM, 2006). 
Não se pode negar certos fatos, como a enorme diligência que existe para se ter 
um CDC adequado a todos os momentos históricos, as regras inovadoras e os setores da 
economia que se movimentam conforme tendencias. Podemos citar a divulgação das más 
empresas, esse cadastro se torna inegavelmente fator importante para muitos 
consumidores ao consumir ou adquirir bens ou serviços. Logo, age como elemento 
preventivo de péssimos fornecedores. Existe na atualidade a necessidade do feedback das 
corporações, as empresas ao instituírem o Serviço ou Central de Atendimento ao 
Consumidor, vislumbram o melhor relacionamento com o cliente, ouvindo suas 
necessidades, evitando incursões judiciais, que muitas vezes custam tempo e dinheiro 
(SENNA, 2009). 
Ademais, o CDC proporcionou ao consumidor amplo diversos mecanismos 
jurídicos de proteção, seja no âmbito da saúde, podemos citar os casos envolvendo planos 
de saúde e o próprio Estado na figura do Sistema Único de Saúde, bem como, agentes 
publicitários que agem de má fé, colocando detalhes subscritos, criando armadilhas aos 
consumidores mais desavisados. Não se pode esquecer da questão de vulnerabilidade do 
consumidor, o CDC protege contratualmente e judicialmente ao normatizar 
comportamentos empresarias e de consumo, removendo casos de informalidade das 
relações, promovendo acesso à justiça, melhoria na qualidade dos serviços prestados pelo 
Estado e até mesmo indenização por situações aviltantes (SENNA, 2009) . 
Nosso CDC é atrasado quando analisado com outros ordenamentos jurídicos 
criados por outras nações, dessa forma, ele se mostra retardatário, se construindo mais 
lentamente, podemos citar como um dos diversos motivos, o grave problema histórico da 
conduta burocrática dos tomadores de decisão no Brasil. Ultimo ponto crucial desta 
discussão, é o instrumento do Estado, na figura da Política Nacional das Relações de 
Consumo, o CDC pontua e descrimina a conduta do Estado ante as generalidades das 
relações entre comprador e fornecedor, do consumo pela ótica jurídica de normas, códigos 
e ordenamentos sociais assentados no hábito e na rotina, que é característica básica do 
mercado nas relações econômicas (SENNA, 2009). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
BENJAMIN, Antonio Herman V.; MIRAGEM, Bruno. Comentários ao código de 
defesa do consumidor. 2. ed. rev., atual. e ampl. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2006. 
FILOMENO, José Geraldo Brito. Curso fundamental de direito do consumidor. Atlas, 
2007. 
NUNES, Luiz Antonio Rizzato. Comentários ao código de defesa do consumidor. 
Saraiva Educação SA, 2017. 
SENNA, Isolete Eliane. Direito do consumidor. Direito-Florianópolis, 2009.

Continue navegando