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20/11/2023 20:38 Versão para impressão about:blank 1/47 Segurança do trabalho Normas regulamentadoras do Ministério da Economia (ME) por meio da Secretaria de Inspeção do Trabalho (SIT) relacionadas aos programas de saúde e segurança do trabalho Neste tópico estudaremos as normas regulamentadoras (NRs) que estão diretamente relacionadas com a implantação e a implementação dos programas de saúde e segurança no trabalho. Além das normas, daremos destaque à forma de 20/11/2023 20:38 Versão para impressão about:blank 2/47 implantar os diversos programas de saúde e segurança no trabalho mais utilizados e difundidos pelas empresas que possuem um sistema de gestão enraizado nas atividades e ações das pessoas envolvidas em todos os processos internos, visando sempre a saúde e a integridade física de todos. Nesse caso, implementação significa colocar em prática todas as ações necessárias, para que um gerenciamento em saúde e segurança no trabalho esteja funcionando conforme determina as normas e de acordo com os procedimentos internos estabelecidos. Clique ou toque para visualizar o conteúdo. Disposições gerais e gerenciamento de riscos ocupacionais A primeira norma regulamentadora estabelece as disposições gerais, o campo de aplicação, os termos e as definições comuns. A NR-1 define as diretrizes e os requisitos para gerenciar riscos ocupacionais, bem como as medidas de prevenção em segurança e saúde no trabalho (SST). Tal norma foi elaborada com base nas convenções da OIT (Organização Internacional do Trabalho) e na Norma Brasileira (NBR) ISO 45001, reforçando que é elementar ter um sistema de gestão de saúde e segurança nas organizações. Além disso, reposicionou dispositivos esparsos previstos em outras normas regulamentadoras com relação aos direitos e às obrigações, como o direito de recusa e os treinamentos. São deveres dos empregadores: cumprir e fazer cumprir as normas regulamentadoras; informar aos trabalhadores os riscos, as medidas de controle, os resultados de exames e as avaliações ambientais; elaborar ordens de serviço para que os trabalhadores estejam cientes; permitir o acompanhamento da fiscalização quanto aos preceitos legais e regulamentares sobre segurança e saúde no trabalho; determinar procedimentos que devem ser adotados em caso de acidente ou doença 20/11/2023 20:38 Versão para impressão about:blank 3/47 relacionada ao trabalho, incluindo a análise de causas dos acidentes; disponibilizar à inspeção do trabalho todas as informações relativas à segurança e à saúde no trabalho; e implementar medidas de prevenção, com base nos relatos dos trabalhadores, de acordo com a seguinte ordem de prioridade: 1. Eliminação dos fatores de risco 2. Minimização e controle dos fatores de risco, com a adoção de medidas de proteção coletiva 3. Minimização e controle dos fatores de risco, com a adoção de medidas administrativas ou de organização do trabalho 4. Adoção de medidas de proteção individual Assim, fica instituída na primeira norma a hierarquia das medidas de controle para saúde e segurança no trabalho. A NR-1 determina também os deveres dos funcionários, tais como: cumprimento das disposições legais e regulamentares, inclusive das ordens de serviço expedidas pelo empregador; realização dos exames médicos; colaboração com a organização na aplicação das normas regulamentadoras; e utilização dos equipamentos de proteção individual (EPIs) fornecidos pelo empregador. Ainda determina que a recusa injustificada do empregado ao cumprimento de tais deveres constitui ato faltoso. O trabalhador terá direito a recusar a realização de uma atividade que o coloque em condição de risco de acidente (chamado de risco grave e iminente), e o empregador apenas poderá retomar tal atividade com medidas de proteção. Ao ser admitido ou ao trocar de função, o trabalhador deverá receber informações sobre os riscos ocupacionais que existam ou possam originar-se nos locais de trabalho; os meios para prevenir e controlar tais riscos; as medidas 20/11/2023 20:38 Versão para impressão about:blank 4/47 adotadas pela organização; e os procedimentos a serem adotados em emergências. Essas informações poderão ser repassadas aos trabalhadores durante os treinamentos ou por meio de diálogos de segurança, ou ainda por meio de documento físico ou eletrônico. O gerenciamento de riscos ocupacionais (GRO) é determinado na NR-1. A organização deve implementar, por estabelecimento, o GRO nas atividades dela. Esse gerenciamento deve constituir um Programa de Gerenciamento de Riscos (PGR). Lembre-se: uma gestão eficaz em termos de segurança e saúde no trabalho na empresa dependerá do PGR, pois este abrange todas as demais normas regulamentadoras. O GRO é composto basicamente pelas seguintes etapas: Identificação de perigos e avaliação de riscos ocupacionais Levantamento preliminar de perigos Identificação de perigos Avaliação de riscos ocupacionais Controle dos riscos Medidas de prevenção Planos de ação Implementação e acompanhamento das medidas de prevenção Acompanhamento da saúde ocupacional dos trabalhadores Análise de acidentes e de doenças relacionados ao trabalho Preparação para emergências PGR 20/11/2023 20:38 Versão para impressão about:blank 5/47 Inventário de riscos Plano de ação Os documentos envolvidos no GRO ou no PGR devem ser desenvolvidos pelo empregador. A norma não cita a necessidade de habilitação para tanto, mas serão necessárias expertise e proficiência nos temas para elaborar um bom sistema de gestão de segurança e saúde no trabalho. A NR-1 determinou a elaboração, em meio digital, de documentos de saúde e segurança em fiscalizações. Por exemplo, serão requisitados os documentos em mídia eletrônica, validados por assinatura eletrônica no padrão da Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira (ICP-Brasil). Pesquise na Internet a Portaria n.º 211, de 11 de abril de 2019, do Ministério da Economia. A NR-1 trata também da capacitação e do treinamento em segurança e saúde no trabalho, instituindo os treinamentos inicial, periódico e eventual e as regras para cada um deles. Ainda menciona que podem ser aproveitados conteúdos de treinamento na mesma organização e estabelece critérios de aproveitamento de outras organizações. Por fim, determina que os treinamentos podem ser ministrados na modalidade de ensino a distância ou semipresencial, desde que atendidos os requisitos operacionais, administrativos, tecnológicos e de estruturação pedagógica. No último capítulo da NR-1, é mencionado um tratamento diferenciado ao microempreendedor individual (MEI), à microempresa (ME) e à empresa de pequeno porte (EPP), os quais têm regras específicas quanto à elaboração de PGR, SESMT (Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho), declaração de ausência de riscos e PCMSO (Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional)/exames médicos. 20/11/2023 20:38 Versão para impressão about:blank 6/47 Tal capítulo corrobora a fala do governo quanto à desburocratização da legislação de saúde e segurança. Todavia, uma especial atenção deve ser dada às pequenas empresas, que não obrigatoriamente não tenham riscos, mas que necessitam de informações e planejamento de saúde e segurança para que a saúde do trabalhador não seja desprezada. Sendo assim, a NR-1 orienta quanto às regras de saúde e segurança em um âmbito geral, deixando claro como devem ser realizados as análises de risco, a hierarquia das medidas de controle, os treinamentos e os documentos de segurança e saúde no trabalho. SUBIR (#abas) Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho (SESMT) Esta norma regulamentadora aplica-se a todas empresas públicas ou privadas que admitam no seu quadro funcional pessoas regidas pelo regime da CLT – consolidação das leis do trabalho. Ela regula a equipe de trabalho dos profissionais especialistas em segurança e saúde no trabalho. Determina quais os profissionaise quantos farão parte do SESMT, isso de acordo com o grau de risco, estabelecido por essa norma e pelo número de funcionários do seu quadro regidos pela CLT. Para fins do SESMT, a NR-29 – norma regulamentadora de segurança e saúde no trabalho portuário e a NR-31 – segurança e saúde no trabalho na agricultura, pecuária, silvicultura, exploração florestal e aquicultura, possuem critérios próprios, estabelecidos nas mesmas, para realizar o dimensionamento do grupo de trabalho. Na NR-29 chama-se Serviço Especializado em Segurança e Saúde do Trabalhador Portuário – SESSTP. Na NR-31 chama-se Serviço Especializado em Segurança e Saúde no Trabalho Rural – SESTR. As suas atribuições também são diferenciadas e estão descritas nas próprias normas regulamentadoras. 20/11/2023 20:38 Versão para impressão about:blank 7/47 Os profissionais que poderão fazer parte desse grupo são: engenheiro de segurança do trabalho, médico do trabalho, enfermeiro do trabalho, auxiliar de enfermagem do trabalho ou técnico de enfermagem e técnico de segurança do trabalho. Esse grupo tem a grande responsabilidade de trabalhar, principalmente, na prevenção da saúde e na segurança das pessoas dentro e fora da empresa, aplicando as normas regulamentadoras e os respectivos programas de gestão, dependendo do segmento a que pertença, podendo ser da indústria, do comércio ou de serviços. Atualmente, com a flexibilização das leis e do trabalho, um tipo de empresa que tem crescido vertiginosamente são as consultorias, e na área da saúde e da segurança estão se proliferando em grande número, estabelecendo um novo mercado de trabalho promissor para os profissionais da área. As empresas, a seu critério, poderão inserir no quadro do seu SESMT outros profissionais de formação diferente da exigida pela norma. Porém, esses profissionais devem possuir o foco na saúde ou na segurança das pessoas e do ambiente em geral, por exemplo, psicólogos, fisioterapeutas, profissionais da área da educação física, profissionais da área do meio ambiente, nutricionistas, bombeiro civil. É importante perceber que o único profissional que sempre fará parte do SESMT quando constituído é o técnico em segurança no trabalho. A obrigatoriedade da presença dos outros profissionais se dará a partir dos critérios já mencionados. A composição do SESMT oficial, isto é, aquele que atenda à legislação, deve ser registrada no Sistema SESMT, um sistema eletrônico de registro criado pelo governo.Toda vez que a equipe tiver alguma alteração no seu quadro, essa informação deve ser atualizada no Sistema SESMT. Assim, estamos relacionando essa norma com a implantação e implementação dos programas de saúde e segurança no trabalho. É prática comum e constante nas empresas, utilizarem esse grupo de profissionais para realizar essa atividade, devido os seus conhecimentos profissionais adquiridos como requisito para fazerem parte dessa equipe. 20/11/2023 20:38 Versão para impressão about:blank 8/47 Inicialmente são estabelecidas a política e as metas em saúde e segurança no trabalho. Após é elaborado um diagnóstico da situação da empresa e, então, são traçadas estratégias e ações para a implantação e implementação dos programas que a empresa está disposta a cumprir e trabalhar com o objetivo de prevenir doenças e acidentes do trabalho. SUBIR (#abas) Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA) Esta norma regulamentadora estabelece a obrigatoriedade da formação de uma comissão de funcionários para atuarem de forma voluntária, sendo que parte deles são indicados pelo empregador e outra parte são eleitos pelos funcionários, com o objetivo de prevenir acidentes e doenças provenientes do trabalho, para atuarem orientados ou em conjunto com o SESMT, que é responsável pelo treinamento e informações necessárias para realizarem o trabalho de acordo com a legislação e com os programas estabelecidos. A CIPA deve ser constituída obedecendo ao quadro I dessa norma regulamentadora, levando em conta o número de funcionários e o grau de risco. O mandato dos componentes é de um ano, podendo concorrer a uma única reeleição. Os componentes eleitos têm estabilidade no emprego durante todo o mandato, estendido por mais um ano após o encerramento do mandato. Alguns segmentos específicos da indústria apresentam legislação diferenciada para a constituição da CIPA. É o das seguintes normas regulamentadoras: 20/11/2023 20:38 Versão para impressão about:blank 9/47 NR-22 – Segurança e saúde ocupacional na mineração, no qual o grupo é chamado de Cipamin – Comissão Interna de Prevenção de Acidentes do Trabalho na Mineração. Essa norma estabelece obrigações específicas e um dimensionamento adequado a seus trabalhos, estabelecido pelo quadro III dessa norma. NR-29 – Norma regulamentadora de segurança e saúde no trabalho portuário, em que o grupo de pessoas será denominado de CPATP – comissão de prevenção de acidentes no trabalho portuário. Também, como as outras normas citadas, estabelece responsabilidades específicas para o trabalho portuário, e o seu dimensionamento segue o que é especificado pelo quadro II dessa norma. NR-31 – Segurança e saúde no trabalho na agricultura, pecuária, silvicultura, exploração florestal e aquicultura, no qual a CIPA se chamará de CIPATR – comissão interna de prevenção de acidentes do trabalho rural. As suas atribuições estão estabelecidas nessa norma e o dimensionamento da CIPATR seguirá o estabelecido no quadro III dessa mesma norma. Quando a empresa estiver desobrigada de constituir a CIPA, a mesma deve indicar um funcionário do seu quadro para desempenhar o cumprimento das atribuições dessa norma regulamentadora, providenciando o devido treinamento estabelecido para esse empregado.Esse responsável passa a ser o representante da organização. frente aos assuntos de saúde e segurança no trabalho da empresa. Esse grupo de pessoas deve possuir uma relação muito estreita com os profissionais da saúde e da segurança no trabalho, pois todos eles possuem um mesmo objetivo quanto ao trabalho realizado, porém, a grande diferença é que um grupo é profissional e o outro grupo são pessoas leigas e voluntárias para fazerem parte da implantação e implementação dos programas de gestão estabelecidos pela empresa. A CIPA possui um papel de extrema importância nessa atividade, principalmente, no momento da implementação, pois ajudarão muito no processo de divulgação das ações junto aos funcionários, pois estão muito ligados a eles no dia a dia do trabalho. 20/11/2023 20:38 Versão para impressão about:blank 10/47 Dessa forma, podemos entender claramente a relação existente entre a participação da CIPA junto aos programas que visam estabelecer uma prevenção aos eventos danosos à saúde e à integridade física de todos dentro da empresa. Como a CIPA possui dentre as suas atribuições, realizar inspeções periódicas nos locais de trabalho identificando situações de risco e sugerindo ações de controle, a sua participação em um programa de segurança e em um consequente sistema de gestão, percebemos o papel primordial do trabalho em conjunto com o SESMT, auxiliando na gestão dos programas da área. SUBIR (#abas) Equipamento de proteção individual (EPI) A existência jurídica dessa norma regulamentadora é assegurada em nível de legislação ordinária, pelos artigos 166 e 167 da CLT. A lei estabelece que todos os fabricantes e todos os importadores de EPIs devem ser responsáveis por comprovar a eficácia da proteção do equipamento, previamente à comercialização deste no território nacional, por meio de avaliação compulsória no âmbito do Sistema Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Sinmetro), ou ser avaliados na modalidade de certificação por meio de organismos de certificação de produtos (OCPs) nacionais acreditados pelo Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro), em conformidade com os regulamentos de avaliação da conformidade (RACs) já publicados pelo Inmetro.Existem EPIs que devem ser avaliados na modalidade de relatório de ensaio, por meio de laboratórios de ensaio nacionais acreditados pelo Inmetro, atendendo aos requisitos documentais e de marcação. O CA – certificado de aprovação deve ser providenciado pelo fabricante ou pelo importador na Secretaria de Trabalho. Os procedimentos relativos ao CA são isentos de taxas perante a Secretaria de Trabalho, devendo arcar apenas com os custos da realização de ensaios laboratoriais necessários para fins de emissão/renovação/alteração de CA, bem como com os custos relativos à 20/11/2023 20:38 Versão para impressão about:blank 11/47 apresentação da documentação prevista na legislação pertinente. Esse documento atesta que o EPI submetido aos testes em um laboratório credenciado está adequado para o uso pelo trabalhador e dará a proteção necessária para a sua saúde e para a sua integridade física. Quando o técnico em segurança do trabalho, no exercício da sua profissão, precisar saber se um fabricante está cadastrado no Ministério do Trabalho e se o EPI fabricado tem o certificado de aprovação, precisa apenas acessar o site do ministério e verificar o fato, pois nesse local estão cadastrados todos os fabricantes, os importadores e os números dos certificados de aprovação dos equipamentos que estão liberados para o uso. Outra responsabilidade do técnico em segurança no trabalho, no desempenho da sua atividade, é exigir do fabricante, toda a vez que for realizada a compra de um EPI, o envio de uma cópia do certificado de aprovação do mesmo. Além de elaborar um procedimento interno identificando todas as operações e seus riscos relacionados, identificando qual o equipamento que deve ser utilizado para inibir esse risco. A prática nas empresas demonstra que deixar o uso do EPI como uma forma de iniciativa do próprio trabalhador, mostra que os resultados alcançados não são adequados. Portanto, é obrigatória a supervisão, por parte do empregador, do uso adequado e permanente dos equipamentos, sendo inconcebível uma atitude proativa por parte do funcionário no que se refere ao uso do mesmo. A NR-6 estabelece que o empregador possui algumas obrigações legais e obrigatórias referentes ao assunto, que são elas: 20/11/2023 20:38 Versão para impressão about:blank 12/47 Adquirir o equipamento adequado ao risco de cada atividade Exigir por parte do funcionário o seu uso Fornecer ao funcionário somente equipamentos que possuam o certificado de aprovação Orientar e treinar o funcionário sobre o uso adequado, a guarda e a conservação do equipamento Substituir imediatamente quando danificado ou extraviado Comunicar ao Ministério da Economia qualquer alteração observada Registrar o seu fornecimento ao trabalhador, podendo ser livros, fichas ou sistema eletrônico Por outro lado, o funcionário também possui as suas responsabilidades junto aos equipamentos de proteção individual, que são: Utilizá-los apenas para os fins a que se destinam Responsabilizar-se pela guarda e conservação Comunicar ao empregador qualquer alteração que o torne impróprio para o uso Cumprir as determinações do empregador quanto ao uso do equipamento Quando é iniciado um processo de implantação e implementação de um sistema de gestão e dos programas em saúde e segurança, uma das preocupações é com os EPIs, pois são parte das medidas de controle dos riscos no local de trabalho e para a prevenção dos acidentes e das doenças. Eles estão intimamente ligados com todas as ações implantadas em um processo de gestão dos riscos e para a prevenção de acidentes. Por isso, não temos dificuldades em estabelecer uma relação com todo o processo de gestão de uma empresa. 20/11/2023 20:38 Versão para impressão about:blank 13/47 Essa norma regulamentadora estabelece, principalmente, as obrigações dos empregadores e dos empregados frente aos EPIs e todas as providências que devem ser tomadas no sentido da aquisição e conservação dos mesmos, visando a boa utilização e cuidados. Inclusive estabelece punições se as recomendações da norma não forem cumpridas conforme é determinado. Estabelece também quais são os EPIs a serem utilizados no exercício do trabalho, bem como, as determinações legais para os fabricantes e para a comercialização dos equipamentos. Sendo considerado crime quando esses requisitos legais não forem cumpridos conforme está determinado. SUBIR (#abas) Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO) Esta norma regulamentadora estabelece a obrigatoriedade, por parte dos empregadores que tenham no seu quadro funcional pessoas contratadas pelo regime da CLT, a elaborar um programa de controle médico e de saúde ocupacional, visando à promoção e à preservação da saúde de todos os seus trabalhadores. Lembre-se de que os MEIs, as MEs e as EPPs (estas muitas vezes com um ou dois funcionários) estão desobrigados de elaborar o PCMSO, quando estiverem enquadrados no subitem 1.8.6 da NR-1. Porém, devem realizar e custear exames médicos ocupacionais admissionais, demissionais e periódicos, a cada dois anos, de seus empregados. O PCMSO tem um caráter de prevenção, rastreamento e diagnóstico precoce das doenças relacionadas ao trabalho e de natureza clínica ou danos irreversíveis à saúde do trabalhador. Para a implantação desse programa, é necessária a elaboração anterior do programa de identificação, avaliação e gerenciamento dos riscos no local de trabalho (ou seja, um PGR). De posse desse documento, então, será elaborado o programa 20/11/2023 20:38 Versão para impressão about:blank 14/47 médico. Ele consiste em estabelecer um conjunto de exames médicos para o acompanhamento da saúde do trabalhador baseado nos fatores de risco (e em sua classificação no PGR) a que ele está exposto na jornada de trabalho, bem como, o período em que esses exames devem ser renovados. A responsabilidade pela elaboração e pela condução do programa é única e exclusiva de um médico do trabalho. Então, o médico do trabalho deverá elaborar, além do PCMSO, um relatório analítico contendo o que o programa executou no período, anualmente, considerando a data do último relatório, e contendo também, no mínimo, os seguintes pontos: número de exames clínicos realizados; número e tipos de exames complementares realizados; estatística de resultados anormais dos exames complementares, categorizados por tipo de exame e por unidade operacional, setor ou função; incidência e prevalência de doenças relacionadas ao trabalho, categorizadas por unidade operacional, setor ou função; informações sobre número, tipo de evento e doenças informadas nos CATs (comunicados de acidente do trabalho), emitidos pela organização, referentes aos empregados; análise comparativa em relação ao relatório anterior; e discussão sobre as variações nos resultados, demonstrando assim uma gestão sobre a saúde dos trabalhadores. Tal relatório será muito importante para planejar o que será realizado no futuro, visando ao controle e à prevenção da saúde do trabalhador. O PCMSO e o relatório analítico deverão ser guardados por 20 anos na empresa. A relação dessa norma com a implantação e a implementação de um sistema de gestão em segurança e saúde no trabalho refere-se ao caráter preventivo, fator primordial para a gestão dentro de uma empresa. Ele faz parte de um programa maior que é implantado pelas empresas visando à total gestão para a diminuição das doenças relativas ao trabalho. SUBIR (#abas) 20/11/2023 20:38 Versão para impressão about:blank 15/47 Avaliação e controle das exposições ocupacionais a agentes físicos, químicos e biológicos Uma das alterações recentes dessa NR modificou sua nomenclatura e ela passou a se chamar “avaliação e controle das exposições ocupacionais a agentes físicos, químicos e biológicos”, pois está inserido em um processo global de revisão de todo o sistema normativo, iniciado com a inclusão, na NR-1, do GRO e do PGR. O GRO prevê a avaliação de todos os fatores de risco, a indicaçãodo nível de risco e a classificação deste para determinar as medidas de prevenção, de acompanhamento e de controle dos riscos ocupacionais. Com a introdução desse novo conteúdo na NR-1, que dialoga com todas as demais normas regulamentadoras, os requisitos referentes a gerenciamento de riscos até então existentes na NR-9 foram transpostos para a NR-1, restando ao novo texto da NR-9 os requisitos específicos para avaliação e controle das exposições ocupacionais a agentes químicos, físicos e biológicos. Essa nova estruturação da NR-9 prevê, no corpo da norma, a sistemática de avaliação e o controle dos agentes e, nos anexos, as medidas para cada agente específico, a exemplo das medidas atualmente estabelecidas para vibrações e calor. Com isso, faz-se ainda necessária a construção de anexos específicos para os demais agentes físicos, químicos e biológicos. Visando a preencher a lacuna normativa, enquanto os demais anexos são construídos, foi inserida na norma disposição provisória estabelecendo a definição de nível de ação e de aplicação subsidiária dos critérios e dos limites de tolerância constantes na NR-15 (e anexos) e, na ausência desta, daqueles previstos pela American Conference of Governmental Industrial Hygienists (ACGIH). Mesmo com tamanha mudança, os PPRAs emitidos deverão ser mantidos no sítio da empresa para subsidiar defesas e/ou fiscalizações que possam vir a acontecer ainda. 20/11/2023 20:38 Versão para impressão about:blank 16/47 SUBIR (#abas) Atividades e operações insalubres Esta norma regulamentadora regula quais são as atividades e as operações consideradas insalubres. Ela estabelece limites de tolerância dos agentes de risco que o organismo humano pode estar exposto sem causar distúrbios a saúde e a sua integridade física. Esses limites são calculados em função da natureza e do tempo de exposição ao agente, sugerindo que a exposição abaixo dos limites não causará consequências à saúde do trabalhador. O que a difere da NR-16 – atividades e operações perigosas – é que esta estabelece riscos à vida do trabalhador, e a NR-15 estabelece os riscos à saúde do trabalhador. Cabe salientar que a NR-15 está ligada indiretamente ao PGR, pois ela é citada pela NR-9 como base para alguns dos limites de tolerância, entretanto é importante ressaltar que a relação se encerra no uso dos limites para determinação de ações preventivas ou corretivas. Ambos os textos normativos, das NRs 1 e 9, são claras em relação à avaliação de insalubridade. Elas afastam o objetivo de determinar se uma situação é caracterizada como insalubridade. Isso está a cargo dos laudos de insalubridade. Ainda, é importante acompanhar as alterações na NR- 9, pois, conforme anexos específicos forem publicados, a relação entre ela e a NR- 15 será cada vez mais fraca. A caracterização da insalubridade deverá ocorrer por meio de laudo técnico de insalubridade, emitido e assinado por um engenheiro de segurança ou por médico do trabalho. Isso ocorre quando a avaliação quantitativa de um agente de risco ultrapassar o limite de tolerância estabelecido pela norma, levando em consideração as medidas protetivas instaladas ou fornecidas aos trabalhadores. Outra forma de caracterização da insalubridade garantida na NR-15 é o fato de o laudo técnico de insalubridade garantir a presença e/ou a exposição a determinado agente, por meio da técnica chamada de qualitativa, em que a existência no local de trabalho já garante a caracterização da atividade como insalubre. 20/11/2023 20:38 Versão para impressão about:blank 17/47 Outra forma de caracterização da insalubridade garantida na NR-15, é o laudo técnico garantindo a presença e a exposição a determinado agente, por meio da técnica chamada de qualitativa, em que a existência no local de trabalho já garante a caracterização da atividade como insalubre. A NR-15 estabelece dois tipos de critérios para caracterização da insalubridade: quantitativos e qualitativos. Clique ou toque para visualizar o conteúdo. Critérios quantitativos Configura-se insalubridade quando a concentração do agente se encontrar acima dos limites de tolerância estabelecidos pelos: Anexos 1 e 2 – Ruído contínuo, intermitente e impacto (grau médio). Anexo 3 – Calor (grau médio). Anexo 5 – Radiações ionizantes (grau máximo). Anexo 8 – Vibrações (grau médio). Anexo 11 – Agentes químicos (em número de 135), estabelecidos limites de tolerância (graus mínimo, médio e máximo, conforme o agente). Anexo 12 – Poeiras minerais: sílica livre cristalizada, asbesto (amianto) e manganês (grau máximo). 20/11/2023 20:38 Versão para impressão about:blank 18/47 Critérios qualitativos A insalubridade é caracterizada por avaliação pericial da exposição ao risco, via inspeção da situação de trabalho para os agentes listados nos seguintes anexos: Anexo 6 – Trabalho sob condições hiperbáricas, (grau máximo). Anexo 7 – Radiações não-ionizantes (grau médio). Anexo 9 – Frio (grau médio). Anexo 10 – Umidade excessiva (grau médio). Anexo 13 – Agentes químicos para os quais não foram estabelecidos limites de tolerância, entre os quais quatro substâncias cancerígenas. Para cada produto, são definidas atividades e operações em função do risco (grau mínimo, médio e máximo). Anexo 13-A – Benzeno – Introduziu o valor de referência tecnológico (VRT) descaracterizando o conceito de insalubridade, determinando que não existe exposição segura ao benzeno. O benzeno é um produto inflamável enquadrado no critério legal da periculosidade. Anexo 14 – Agentes biológicos de forma genérica, relacionando apenas atividades e não especificamente os agentes (grau médio ou máximo). Outro item estabelecido pela norma é o valor do adicional que o trabalhador faz jus a receber devido a exposição acima dos limites. Esse adicional varia em 10% (mínimo), 20% (médio) e 40% (máximo) sobre o salário mínimo regional, salvo item 20/11/2023 20:38 Versão para impressão about:blank 19/47 em contrário estabelecido em contrato coletivo com a categoria sindical, variando de acordo com o agente agressor, isso é, para cada agente é aplicado um percentual diferente. Por exemplo: Os agentes ruído e calor, quando acima dos limites de tolerância, determinam que o adicional de insalubridade a ser pago é de 20% sobre o salário mínimo regional. O agente de risco poeiras minerais, quando estiver acima do limite de tolerância, estabelece o pagamento de adicional a título de insalubridade sobre o salário mínimo regional de 40%. O pagamento do adicional de insalubridade pode ser cancelado quando o agente deixar de existir no local de trabalho, ou quando a exposição ao agente ficar abaixo do limite de tolerância. Porém, tudo isso deve ser confirmado por meio de laudo técnico emitido por profissional habilitado. Quanto ao uso do EPI, isso não descaracteriza a percepção do adicional, pois a empresa para isso deve garantir que o funcionário utiliza-se do mesmo de forma correta, adequada e sem interrupção, o que torna essa possibilidade muito difícil de ser atingida. A relação entre essa norma e a implantação e a implementação de um sistema de gestão é muito grande, porque não dizer, uma das maiores entre as normas. O fato é que ela estabelece, por meio de análises qualitativas e quantitativas, quando um trabalho é insalubre, ou seja, prejudicial à saúde do trabalhador. Diante disso, os empregadores estão na obrigação de tornar o ambiente salubre sempre que for possível e, para isso, é necessário um sistema de gestão bem implantado e implementado, contendo metas e objetivos a serem alcançados visando a melhoria dos ambientes de trabalho. SUBIR (#abas) 20/11/2023 20:38 Versão para impressão about:blank 20/47 Ergonomia Esta norma regulamentadora estabelece parâmetros para tornar o ambiente de trabalho confortável ao trabalhador, desenvolvendo uma adaptação dos postos de trabalho de acordo com as características psicofisiológicas das pessoas, levando em consideração o esforço físicoe intelectual, as condições ambientais do trabalho e a organização do trabalho. De acordo com a norma, as condições de trabalho incluem aspectos relacionados: Levantamento, transporte e descarga de materiais Mobiliário Equipamentos Condições ambientais do posto de trabalho A organização do trabalho, para efeito da NR-17, deve levar em consideração, no mínimo: As normas de produção O modo operatório A exigência de tempo A determinação do conteúdo de tempo O ritmo de trabalho O conteúdo das tarefas As características psicofisiológicas referem-se ao funcionamento da pessoa. Como um dos objetivos da ergonomia e adaptar o local de trabalho ao homem. Todo o conhecimento antropológico, psicológico e fisiológico do ser humano inclui-se nesse estudo. A seguir, observe as principais características psicofisiológicas do ser humano, que são objeto de estudo nessa norma regulamentadora: 20/11/2023 20:38 Versão para impressão about:blank 21/47 Apresenta sinais de estresse quando tem sua performance avaliada por meio de metas de desempenho. Prefere impor seu próprio ritmo de trabalho, incomoda-se com tarefas com tempo de execução reduzido. Apresenta uma tendência a acelerar seu ritmo de trabalho quando motivado pecuniariamente ou por outros meios. Prefere escolher livremente sua postura no posto de trabalho. A NR-17 chama muita atenção para os esforços físicos, considerando o levantamento, transporte e descarga individual de materiais, o mobiliário e equipamentos dos postos de trabalho, as condições ambientais e a organização do trabalho. Além disso, possui dois anexos, um deles exclusivo para os trabalhos dos operadores de checkout e, outro para o trabalho em tele atendimento/telemarketing. A palavra ergonomia é formada por duas palavras gregas: ergos (trabalho) e nomos (leis, normas, regras). Diante disso, de forma sintética, ergonomia é a organização do trabalho. O principal objetivo é adaptar o trabalho ao homem e é uma disciplina científica destinada às relações humanas e outros elementos ou sistemas objetivando uma convivência harmoniosa entre pessoas e os sistemas de trabalho. A ergonomia pode ser classificada em: Ergonomia física: refere-se a postura no trabalho, manuseio de materiais, movimentos repetitivos, projeto do posto de trabalho. Ergonomia cognitiva: refere-se a carga mental de trabalho, tomada de decisão, desempenho especializado, interação homem-computador, confiabilidade humana e estresse profissional. Ergonomia organizacional: refere-se ao gerenciamento e organização do trabalho, trabalho em grupo, cultura organizacional, tele trabalho e gestão da qualidade. 20/11/2023 20:38 Versão para impressão about:blank 22/47 Essa norma estabelece a necessidade, em alguns casos, de que o empregador elabore a AET – análise ergonômica do trabalho. Existe uma relação muito grande entre essa norma e a implantação e implementação de um programa de saúde e segurança no trabalho, e por consequência, na implantação de um sistema de gestão. O assunto ergonomia é tratado como um grupo de risco juntamente com outros quatro grandes grupos de risco, e dentro da legislação brasileira ela é tratada somente nesta norma regulamentadora. Portanto, todos os riscos ergonômicos dos locais de trabalho são mencionados para o seu tratamento nessa orientação de trabalho. Diante disso, todos os fatores de risco ergonômicos, dentro de um sistema de gestão, serão geridos conforme determina essa norma regulamentadora. Na redação da NR-17, que trata de ergonomia, não há menção de verbetes relacionados a programa e laudo, tão comumente utilizados por prevencionistas. Apesar de a análise ergonômica do trabalho não constituir um programa, ela tem uma estrutura de análise que, após elaborada, requer a implementação das ações para as situações não adequadas e/ou não conformes. Assim, nesse contexto, são elaborados estudos de ergonomia, nos quais as AETs são essenciais e fundamentais. Tais programas de ergonomia são citados inclusive no Anexo 1 da NR-17. Porém, devem ser redigidos observando as características de cada empresa, pois têm o intuito de descrever como a metodologia deve ser utilizada para a melhoria dos postos de trabalho. Define-se ainda por meio de tais programas a necessidade de criar os Coergos (comitês de ergonomia) e a estrutura destes. É importante definir prioridades para a execução dos planos de ação gerais ou até mesmo setorizados. SUBIR (#abas) 20/11/2023 20:38 Versão para impressão about:blank 23/47 Segurança e saúde no trabalho na indústria da construção Essa norma regulamentadora recebeu uma revisão pela Portaria SEPRT n.º 3.733/2020 e estabelece diretrizes de ordem administrativa sobre os trabalhos na indústria da construção. Nesse caso, indústria da construção são todas as atividades e serviços de demolição, reparo, pintura, limpeza e manutenção de edifícios em geral, de qualquer número de pavimentos ou tipo de construção, inclusive manutenção de obras de urbanização e paisagismo. Ela é considerada setorial, pois trata de uma atividade econômica específica, sendo considerada uma das que mais provoca acidentes no trabalho. Dentre as principais causas estão a queda de altura, o soterramento e o choque elétrico. Analisando a aplicação dessa norma, verificamos a grande gama de atividades em que ela é aplicada e, analisando a grande maioria dos acidentes do trabalho ocorridos nesse segmento, podemos entender a relação dela com a implantação e implementação de um programa de segurança e saúde no trabalho atrelado a um sistema de gestão. Essa relação do sistema de gestão é plenamente justificada no sentido de diminuir ou eliminar os acidentes oriundos desse segmento industrial e de serviços. Um dos pontos principais dessa norma é a obrigatoriedade de elaboração do PGR, possibilitando uma efetiva gestão, por parte do responsável pela obra, dos riscos existentes. O PGR deverá ser elaborado por profissional legalmente habilitado em segurança do trabalho e implementado pela organização. A norma prevê ainda que, em canteiros de obras com até 7 m de altura e com no máximo dez trabalhadores, o PGR pode ser elaborado por profissional qualificado em segurança do trabalho e também implementado pela organização. Outro ponto importante é que a obrigação da gestão dos riscos nos canteiros será da organização, e não de seus fornecedores contratados, os quais deverão produzir um inventário de riscos das atividades que desempenham, para que estes 20/11/2023 20:38 Versão para impressão about:blank 24/47 sejam incorporados e considerados no programa da empresa. SUBIR (#abas) Segurança e saúde ocupacional na mineração A NR-22 é norma setorial, pois regulamenta a execução do trabalho em setores ou em atividades econômicas específicas, qual seja a mineração. A norma é composta por vários capítulos, distribuídos em temas relacionados às diversas atividades da mineração, abrangendo não apenas as minas a céu aberto e subterrâneas, mas também os garimpos (deficientes em ações de segurança e saúde no trabalho) e as atividades correlatas, como beneficiamento e pesquisa mineral. Entre os aspectos mais relevantes, destaca-se que a norma estabelece claramente os deveres de empregadores e trabalhadores. Outro aspecto a ser destacado foi a obrigatoriedade da elaboração do PGR pelas empresas, o qual deve abranger os riscos presentes no setor mineral e indicar ações para eliminar ou controlar tais riscos. Cabe à empresa ou ao permissionário de lavra garimpeira elaborar e implementar o PGR, contemplando os aspectos da norma e incluindo no mínimo aqueles relacionados a: a. Riscos físicos, químicos e biológicos b. Atmosferas explosivas c. Deficiências de oxigênio d. Ventilação e. Proteção respiratória, de acordo com a Instrução Normativa n.º 1/1994 da Secretaria de Segurança e Saúde no Trabalho f. Investigação e análise de acidentes do trabalho g. Ergonomia e organização do trabalho 20/11/2023 20:38 Versão para impressãoabout:blank 25/47 h. Riscos decorrentes do trabalho em altura, em profundidade e em espaços confinados i. Riscos decorrentes da utilização de energia elétrica, máquinas, equipamentos, veículos e de trabalhos manuais j. Equipamentos de proteção individual de uso obrigatório, observando-se no mínimo o constante na NR-6 k. Estabilidade do maciço l. Plano de emergência m. Modificações e introduções de novas tecnologias Tal programa deve incluir as seguintes etapas: a. Antecipação e identificação de fatores de risco, levando-se em conta, inclusive, as informações do mapa de risco elaborado pela Cipamin, quando houver b. Avaliação dos fatores de risco e da exposição dos trabalhadores c. Estabelecimento de prioridades, metas e cronograma d. Acompanhamento das medidas de controle implementadas e. Monitoramento da exposição aos fatores de riscos f. Registro e manutenção dos dados por no mínimo 20 anos g. Análise crítica do programa pelo menos uma vez ao ano, contemplando a evolução do cronograma, com registro das medidas de controle implantadas e programadas Ademais, a criação da Cipamin permite que os trabalhadores se organizem de forma autônoma no local de trabalho, assumindo papel ativo e responsabilidades no controle dos riscos existentes nos ambientes de trabalho, ignorando assim o princípio da paridade consagrado na NR-5 (CIPA). Isso porque, nos ambientes de 20/11/2023 20:38 Versão para impressão about:blank 26/47 trabalho regidos pela NR-22, apenas o presidente da comissão será nomeado pelo empregador, devendo todos os demais membros ser eleitos pelos trabalhadores. Não obstante, ampliou-se o número de comissões, pois todos os estabelecimentos com mais de 15 trabalhadores devem organizar a Cipamin. Quanto à prevenção da silicose, principal doença ocupacional do mineiro, a norma passou a determinar a realização de perfuração a úmido e incorporou diretrizes do National Institute for Occupational Safety and Health (NIOSH) quanto aos componentes da amostra de trabalhadores a serem avaliados quando expostos a poeiras minerais. Ademais, também foram traçadas diretrizes para o cálculo da vazão de ar fresco nos sistemas de ventilação das minas em função de diversas variáveis, dando subsídios para que as empresas estabeleçam um programa consistente e eficaz de prevenção dessa grave patologia ocupacional. SUBIR (#abas) Com isso, concluímos o assunto referente às normas regulamentadoras que estudamos. Vimos ao longo do material como podem e como devem ser implantadas nas empresas, cujo assunto faz parte da finalidade das normas estudadas. Dando continuidade nesse estudo, conheceremos os programas de saúde e segurança no trabalho relativos aos assuntos das normas estudadas, principalmente, no que se refere a implantação dos programas, a sugestão de modelos e as explicações necessárias para a sua elaboração. Clique ou toque para visualizar o conteúdo. PPR – Programa de Proteção Respiratória O PPR – Programa de Proteção Respiratória é um conjunto de medidas que visa a proteger o trabalhador das doenças do trabalho causadas pelos agentes químicos e biológicos. Essas doenças são associadas aos materiais dispersos na atmosfera, e que são considerados prejudiciais à saúde, como: poeiras, fumos, nevoas, fumaças, vapores e gases químicos. 20/11/2023 20:38 Versão para impressão about:blank 27/47 Atualmente, o programa está na quarta edição, que foi publicado em 2016, apresentando profundas modificações na sua escrita para tornar mais fácil a sua leitura, sendo que foram incluídas novas informações, principalmente, quando é referente à seleção dos respiradores que serão utilizados pelas pessoas. Ele se refere a um processo de seleção, uso e manutenção de todos os respiradores para cada trabalhador, adequar tarefas para eliminar ou minimizar os riscos no ambiente de trabalho, selecionando EPR – equipamentos de proteção respiratória, ideias para cada tarefa desempenhada pelas pessoas no local de trabalho. O programa é obrigatório em todas as empresas que tenham agentes químicos identificados em seu PGR e que seus funcionários necessitem da utilização de respiradores para proteger o seu sistema respiratório. Os dados do PPR não têm um prazo de guarda específico, como os do PGR, mas, na maioria dos casos, os documentos relativos aos programas de saúde e segurança do trabalho são guardados por 20 anos (período de guarda normalmente utilizado pelas organizações). O programa deve abranger, no mínimo, a seleção, a utilização e a manutenção dos equipamentos de proteção respiratória. O respirador é um equipamento colocado sobre o nariz e a boca, para não permitir a inalação de partículas que estão no ar podem causar prejuízos à saúde do trabalhador. Não existe na legislação brasileira pertinente à proteção respiratória, uma determinação de quem é responsável pela elaboração e pela gestão do PPR. Existem apenas citações de deverão ser pessoas competentes para essa tarefa. Essas pessoas devem ter treinamento e experiência apropriada, com a possibilidade e responsabilidade de manterem-se permanentemente informadas a respeito para desenvolverem as suas responsabilidades com eficiência. Existem dois tipos de respirador, segundo a NBR 12543:2017. Um deles evita a respiração dos contaminantes presentes no ar e o outro fornece de forma direta um ar limpo, livre de qualquer impureza vindo de uma fonte externa. Porém, associados a essas medidas respiratórias, os funcionários devem ser submetidos aos exames médicos periódicos, estabelecidos no PCMSO, visando o acompanhamento e a evolução de sua saúde para proteção e prevenção das doenças do trabalho. 20/11/2023 20:38 Versão para impressão about:blank 28/47 Uma das providências a ser tomada dentro do programa, após a seleção do EPR, é o teste e ensaio de vedação. Cada trabalhador possui um rosto diferente, e o respirador deve adequar-se a cada um, por isso da realização do teste, verificando se não há passagem de ar entre o rosto e o equipamento, ajustando corretamente a forma de uso pelo trabalhador. O ensaio de vedação deve ser realizado, no mínimo, a cada 12 meses, salvo outros fatores como, por exemplo, a troca do respirador, ou se o trabalhador apresentar algum problema de saúde que possa ser oriundo do seu trabalho. Os ensaios de vedação devem ser documentados toda vez que realizados, e os registros devem ser arquivados junto com a gestão desse programa para fins de inspeção do Ministério da Economia. As ações educativas sobre o assunto também fazem parte da gestão do PPR. Todos os trabalhadores devem estar cientes dos riscos químicos e biológicos a que estão expostos na jornada de trabalho, bem como a maneira de como prevenir-se para não sofrerem efeitos causados pelos riscos. Além disso, devem ser treinados sobre a maneira correta de utilização dos EPR para que a prevenção seja eficaz, não causando doenças. É responsabilidade do empregador, por meio do seu SESMT, fiscalizar o uso adequado dos equipamentos, formalizando pelas inspeções documentadas o uso adequado e correto dos respiradores. A gestão correta e adequada do programa, por parte do empregador, garantirá o sucesso do mesmo e os resultados serão benéficos a todos, principalmente aos funcionários que estão expostos de forma direta aos riscos citados. Mas outro detalhe, e não menos importante, a ser inspecionado é a guarda dos equipamentos. Devem ser acondicionados e guardados em local limpo e livre de contaminantes presentes no ar, assim o seu uso pode ser prolongado e as suas condições originais mantidas. O programa, quando da sua elaboração, deve conter alguns elementos mínimos, elaborados em forma de procedimentos operacionais: 20/11/2023 20:38 Versão para impressão about:blank 29/47 Política da empresa na área de proteção respiratória, descrevendo o seu compromisso com os resultados esperados Abrangência do programa Indicação do administrador do programa, que será o responsável pela gestão do mesmo Regrase responsabilidades dos principais atores envolvidos, o empregador, o responsável, o SESMT e os funcionários Avaliação dos riscos respiratórios, podendo ser por meio do PGR Seleção do respirador em conformidade com o contaminante identificado e analisado Avaliação das condições físicas, psicológicas e médicas dos usuários, por meio do PCMSO Treinamentos e ações educativas para todos os funcionários da empresa Ensaio de vedação com todos os funcionários que irão utilizar EPR Uso do respirador e política da barba, pois quem utiliza barba não garante uma perfeita vedação do equipamento Manutenção, inspeção, limpeza e higienização dos respiradores de forma amplamente documentados Guarda e estocagem adequadas Uso de respirador para fuga, emergências e resgates, quando necessário Qualidade do ar/gás respirável, por meio de análises constantes Revisão do programa de forma periódica Arquivamento de registros para eventuais inspeções O empregador é o responsável pelo programa, e as suas responsabilidades são as seguintes: 20/11/2023 20:38 Versão para impressão about:blank 30/47 Designar um administrador do programa Providenciar recursos adequados Definir, implementar e documentar o PPR Fornecer o respirador adequado Permitir ao empregado usuário do respirador que deixe a área de risco por qualquer motivo relacionado com o seu uso Investigar a causa do mau funcionamento do respirador e tomar providências para saná-la Fornecer somente respiradores aprovados O administrador do programa, indicado pelo empregador, também possui as suas responsabilidades, que são: 20/11/2023 20:38 Versão para impressão about:blank 31/47 Preparação dos procedimentos operacionais escritos para uso correto dos respiradores em situações de rotina e de emergência Medições, estimativas ou informações atualizadas acerca da concentração do contaminante na área de trabalho antes de ser feita a seleção do respirador e periodicamente, durante o seu uso, com a finalidade de garantir que o respirador apropriado esteja sendo utilizado Seleção do respirador apropriado que proporcione proteção adequada para cada contaminante presente ou potencialmente presente Manutenção de registros e procedimentos escritos de tal maneira que o programa fique documentado e permita uma avaliação da sua eficácia Providências para que todos os envolvidos conheçam o conteúdo do programa Avaliação anual da eficácia do programa Revisão periódica dos procedimentos escritos Indicação e treinamento de pessoas competentes para o cumprimento de tarefas ou funções no programa Atualização de seus conhecimentos e o de seus colaboradores para que possam desempenhar eficientemente as tarefas relativas ao PPR Os funcionários também possuem as suas responsabilidades, como: 20/11/2023 20:38 Versão para impressão about:blank 32/47 Usar o respirador fornecido de acordo com as instruções e o treinamento recebido No caso de uso de respirador com vedação facial, não apresentar pelos faciais (barba, cavanhaque etc.) que interfiram na selagem do respirador em seu rosto Guardar o respirador, quando não estiver em uso, de modo conveniente para que não se danifique ou deforme Deixar imediatamente a área contaminada se observar que o respirador não está funcionando bem, e comunicar o defeito para a pessoa responsável indicada nos procedimentos operacionais escritos Comunicar para a pessoa responsável qualquer alteração em seu estado de saúde que possa influir na capacidade de uso seguro do respirador Lembre-se de que não existe um modelo normatizado para elaborar o PPR, porém, como sugestão, tem esse modelo que pode ser utilizado pelas empresas, de acordo com a realidade de cada uma, observe: 1 – Identificação da empresa. Citar toda a identificação da empresa em que o programa será implementado, determinando a abrangência dele. 2 – Objetivo. Citar o objetivo da empresa com o programa elaborado e a política na área de proteção respiratória. 3 – Referências. Citar toda a legislação pertinente sobre o programa respiratório. 4 – Definições. 20/11/2023 20:38 Versão para impressão about:blank 33/47 Citar e definir os termos legais e pertinentes ao assunto e que precisam de um melhor entendimento por parte de todas as pessoas da empresa. 5 – Responsabilidades. Citar as responsabilidades das pessoas envolvidas, do empregador, do administrador, do SESMT e dos funcionários. 6 – Aplicação. Citar onde será aplicado o programa. 7 – Desenvolvimento. Neste item serão descritas todas as ações que o programa exige, desde a avaliação dos riscos respiratórios, a seleção do respirador, a avaliação das condições físicas, psicológicas e médicas dos usuários, o treinamento, o ensaio de vedação, o uso do respirador e a política da barba, a manutenção, a inspeção, a limpeza e a higienização dos respiradores, a guarda e a estocagem, o uso de respirador para fuga, emergências e resgates, a qualidade do ar/gás respirável, a revisão do programa até o arquivamento de registros. SUBIR (#abas2) PCA – Programa de Conservação Auditiva Um dos riscos mais sérios que estamos sendo submetidos todos os dias é o ruído. Ele pode ser oriundo do lazer, da vida social, da vida urbana e do nosso local de trabalho. Ao longo da nossa vida é normal termos perda auditiva, seja pela própria idade, nos eventos cotidianos da nossa vida, mas o problema ficará sério quando a perda auditiva é oriunda da exposição ocupacional ao ruído. Com isso, o nosso ouvido passa a ser um dos nossos órgãos mais agredidos no trabalho. Muitas vezes ele é esquecido e ignorado e nos damos conta da sua importância somente quando a audição começa a ser afetada. 20/11/2023 20:38 Versão para impressão about:blank 34/47 O PCA – Programa de Conservação Auditiva tem como objetivo prevenir as perdas auditivas oriundas do trabalho e estancar as perdas que já ocorreram, visando uma melhor qualidade de vida no trabalho. O PCA é um programa que está intimamente ligado ao PGR, porque são reconhecidos, e, caso necessário, deverão ser realizados os levantamentos e as avaliações de ruído no local de trabalho, e também ao PCMSO, porque são estabelecidos quais os exames médicos necessários a serem realizados visando à prevenção da perda auditiva. Logo, percebemos que a elaboração e execução do programa ficarão a cargo de um profissional habilitado, nesse caso, será um médico do trabalho, o qual é integrante do SESMT, entretanto, a empresa pode contratar uma clínica especializada para a elaboração e condução do programa. Antes de chegar ao médico que elaborará o programa, devemos passar no SESMT, no qual serão avaliados os índices de ruído por meio do PGR, depois passará pelo PCMSO a cargo do médico do trabalho para a verificação dos exames e, por fim, será elaborado o PCA quando for constatado na empresa níveis de ruído que possam agredir a saúde das pessoas. Observe a sugestão de um modelo de PCA, porém, lembre-se que não existe um documento formalizado na nossa legislação, mas existem informações que são obrigatórias a sua colocação dentro do programa. Veja o modelo sugerido: 1 – Identificação da empresa. Neste tópico identificar a empresa, endereço, segmento, descrição básica da mesma e dos principais processos e produtos da mesma. 2 – Introdução e objetivos. Este tópico deve trazer a quantidade de pessoas expostas ao ruído, os objetivos e desafios a serem atingidos com o programa e uma contextualização da empresa a respeito do programa de conservação auditiva. 20/11/2023 20:38 Versão para impressão about:blank 35/47 3 – Política da empresa em relação ao PCA. Neste item deve ser descrita a política da empresa referente à proteção auditiva estabelecendo os seus objetivos, diretrizes, público alvo e a sua participação no PCA. 4 – Responsabilidades e competências. Neste tópico, a empresa estabelecerá as responsabilidades de todos os envolvidos no programa, tanto na elaboração e implementação, quanto na sua gestão. O responsável pelo programa teráum papel muito importante, portanto, as suas responsabilidades devem estar bem descritas, juntamente com a formação e a experiência que o mesmo deve possuir. 5 – Avaliação da exposição. Neste item deve constar toda a avaliação da exposição ao ruído pelos trabalhadores. Toda vez que a dose de exposição ao ruído ultrapassar os 50%, esse trabalhador deverá fazer parte do programa de conservação auditiva. Uma avaliação preliminar deve ser realizada basicamente com o trabalhador, buscando o seu histórico de exposição e eventuais perdas já ocorridas, bem como descrever o ambiente de trabalho e as fontes de ruído existentes. Outra parte integrante desse item, é toda a avaliação quantitativa realizada com o agente ruído. Essa avaliação deve ser representativa dentro do grupo homogêneo de risco, deve-se ter a finalidade de buscar a dose de exposição seguindo os critérios estabelecidos pela norma NHO-01 da Fundacentro. 6 – Gerenciamento audiológico e controle médico. Nesse tópico é de exclusividade do médico do trabalho o seu preenchimento. Constarão todos os diagnósticos médicos realizados, todos os exames necessários, diagnósticos individuais e coletivos, estabelecendo um estudo por setor ou por posto 20/11/2023 20:38 Versão para impressão about:blank 36/47 de trabalho, com o intuito de fundamentar as futuras medidas de correção e prevenção a serem implantadas. 7 – Medidas de controle coletivo. Nesse item devem ser descritas todas as medidas de proteção coletiva de engenharia e administrativa, utilizando toda a tecnologia existente, visando reduzir ao máximo os níveis de pressão sonora. A aplicação das medidas de controle deve estar documentada no PCA em forma de cronograma, utilizando alguma ferramenta de priorização, prazos de execução, acompanhamento e avaliação da efetividade. 8 – Gestão de equipamentos de proteção auditiva. Essa parte do programa deve possuir uma farta documentação e de registros, fundamentando o equipamento de proteção auditivo adquirido. O processo inicia com a seleção dos equipamentos utilizando critérios de atenuação informados pelo fabricante. Porém, devem ser realizados ensaios para verificar se atenuação está adequada, finalizando com o monitoramento do uso e estabelecer uma política de troca e registro com a assinatura do usuário. 9 – Educação/capacitação e motivação de trabalhadores e demais envolvidos com o PCA. O sucesso do programa passa por um processo de educação, capacitação e motivação de todas as pessoas envolvidas, por isso, o empregador e o responsável pelo programa, devem estabelecer as ações educativas necessárias para o bom entendimento desse, sobre o uso das proteções coletas e individuais, bem como as consequências oriundas do ruído e a forma correta de portarem-se frente a todas as ações previstas na prevenção e controle do agente de risco. 10 – Manutenção de registros. 20/11/2023 20:38 Versão para impressão about:blank 37/47 Deve constar todos os registros gerados em todas as etapas, pois são evidências de que o programa foi conduzido e implementado adequadamente. Os registros serão guardados por, pelo menos, 20 anos e devem obedecer aos requisitos legais a respeito do assunto tratado em todo o programa. 11 – Avaliação do programa. Nesse tópico deve ser realizada uma avaliação anual, por meio de auditorias, verificando a eficácia do programa de acordo com os seus resultados. Caso não sejam satisfatórios os resultados da avaliação, deverá servir como subsídio de gerenciamento do programa para futuras ações a serem implantadas como forma de correção. SUBIR (#abas2) PPEOB – Programa de Prevenção da Exposição Ocupacional ao Benzeno A toxicidade do benzeno é conhecida desde 1897, por meio de trabalhos indicando efeitos ao longo prazo nas pessoas, ocasionando problemas na formação do sangue. No Brasil, em 1932, surgiu a primeira legislação proibindo o trabalho da mulher exposta ao benzeno. O produto ganhou destaque na década de 80, por meio da pressão do sindicato dos metalúrgicos da baixada santista, quando foram constatadas diversas cirurgias em funcionários de uma siderúrgica local e verificados diversos casos de benzenismo. É um conjunto de sinais, sintomas e complicações decorrentes da exposição aguda ou crônica ao benzeno. As complicações podem ser agudas, quando ocorre exposição a altas concentrações com presença de sinais e sintomas neurológicos, ou crônicas, com sinais e sintomas clínicos diversos, podendo ocorrer complicações a médio ou a longo prazos, localizadas principalmente no sistema hematopoiético. O benzeno é uma substância química do tipo hidrocarboneto aromático, de odor característico, líquido, volátil, incolor, altamente inflamável, explosivo, não polar e lipossolúvel. Seu vapor é mais pesado do que o ar. É o responsável por diversas 20/11/2023 20:38 Versão para impressão about:blank 38/47 doenças causadas nas pessoas que ficam em contato, dentre todas a pior é o câncer. O benzeno é altamente cancerígeno e prejudicial à saúde. Ele pode entrar em contato com o nosso corpo por diversas vias de acesso, as principais são: pelo aparelho respiratório, pela pele e pela ingestão oral. Mas a principal via de contaminação é pelo aparelho respiratório. Os danos à saúde podem se manifestar rapidamente, dependendo das concentrações que as pessoas ficam expostas. Os sintomas podem ser uma irritação nas mucosas, cansaço e taquicardias, podendo chegar a morte. Porém, a longo prazo, em uma exposição menor e constante, a pessoa poderá desenvolver o câncer originado pelo benzeno. A melhor forma de prevenção das doenças causadas pelo benzeno é a sua total eliminação dos processos de trabalho, substituir por outros produtos ou implantar modernas tecnologias para evitar o contato e a inalação dos vapores do mesmo, pois ele é extremamente volátil. Já existem estudos mostrando que a exposição por longo prazo, mesmo em concentrações pequenas, tem mostrado que os resultados são piores do que uma exposição em altas concentrações por pouco tempo. Diante de todas essas evidências, o extinto Ministério do Trabalho (atual Ministério da Economia), por meio do anexo 13-A, dentro da NR-15, instituiu a regulamentação das ações, atribuições e procedimentos de prevenção da exposição ocupacional ao benzeno, com o objetivo de proteger a saúde do trabalhador. Essas regulamentações aplicam-se a todas as empresas que produzem, transportam, armazenam, utilizam ou manipulam o benzeno. Essas empresas ficam obrigadas a elaborar um documento chamado PPEOB – Programa de Prevenção da Exposição Ocupacional ao Benzeno. Além disso, todas as empresas que expõem os trabalhadores ao benzeno devem cadastrar-se no Ministério da Economia e, dentre outros documentos que devem ser apresentados para esse cadastro, deverão obrigatoriamente apresentar o PPEOB desenvolvido para a empresa a fim de conseguir esse cadastro. 20/11/2023 20:38 Versão para impressão about:blank 39/47 Observe uma sugestão para a elaboração desse programa, lembre-se que não há uma normatização, apenas quais as informações que obrigatoriamente devem constar no mesmo. 1 – Identificação da empresa. Deve constar a identificação da empresa e o número de funcionários separados por sexo e se há alguns menores. 2 – Formalização do PPEOB. Deve constar a cópia de um documento assinado pela mais alta autoridade da empresa, no qual o mesmo institucionaliza o programa dentro da empresa. 3 – Responsabilidades. Neste item deve constar o nome e o cargo do responsável pela condução e coordenação do programa dentro da empresa. Deve constar também, o nome da pessoa que elaborou o programa, se não for o mesmo que o coordena. Além disso, o nome e o cargo de outras pessoas que possuam alguma responsabilidade na condução e na execução do programa. 4 – Reconhecimento e caracterização das instalações. Deve constar a descrição básica do processo em que é utilizado o benzeno, a sua quantidade, o nome de outros produtos químicosutilizados na reação com o benzeno, relação dos equipamentos utilizados na produção e que entram em contato com o benzeno e um leiaute contendo o fluxograma do processo de produção. 5 – Descrição dos grupos homogêneos de exposição – GHEs. Neste item deverá constar a constituição dos grupos homogêneos de exposição, para fins de avaliação e monitoramento da exposição dos trabalhadores ao benzeno. Devem estar registradas todas as informações utilizadas para constituir 20/11/2023 20:38 Versão para impressão about:blank 40/47 os grupos, ficando a disposição para consulta de interessados e pelo Ministério da Economia. 6 – Avaliação. Neste item deve constar todo o tipo de avaliação realizada, mesmo aquelas que tenham sido realizadas antes da implantação do programa. Deve ser descrita a metodologia utilizada para realizar a coleta das exposições e os seus resultados. Os instrumentos utilizados devem ser citados e os certificados de calibração dos mesmos estar anexados a todas as medições realizadas. 7 – Sinalização. Neste tópico devem ser informadas as quantidades de placas de sinalização indicando a presença do benzeno, bem como a sua localização. Serão placas grandes e de fácil visualização informando a presença de benzeno e que existe o risco a saúde e de exposição ao produto. 8 – Rotulagem. No PPEOB deve ser informado qual o tipo de rótulo utilizado em cada tipo de embalagem que contém o benzeno, se é puro ou com misturas. 9 – Ficha de informação de segurança sobre o benzeno. A ficha de segurança referente ao benzeno deve estar no anexo do documento, bem como informar de que forma essas informações serão repassadas para as pessoas que ficarão envolvidas com o produto. 10 – Vigilância a saúde dos trabalhadores. Neste tópico devem ser citados os exames médicos de rotina e especiais a serem realizados com os funcionários que tenham algum contato com o benzeno. Todos esses exames devem fazer parte também do PCMSO. 20/11/2023 20:38 Versão para impressão about:blank 41/47 11 – Procedimentos. Neste tópico serão disponibilizados os procedimentos necessários para a gestão do programa. No mínimo, devem constar os seguintes: Procedimento para arquivamento dos resultados das avaliações ambientais. Procedimentos de manutenção: rotineiros, emergenciais, preditivos. Procedimentos de operação (manobras operacionais): drenagem, transferência, purga, lavagem. Procedimentos para proteção coletiva e individual. Procedimentos para situações de emergência. Procedimentos para menores e gestantes, onde se apliquem. Procedimentos para a determinação das concentrações de benzeno. 12 – Participação dos trabalhadores/grupo de trabalhadores do benzeno – GTB. Neste item deve constar o nome das pessoas que fazem parte do GTB, bem como quando terminará o seu mandato, juntamente com os integrantes da CIPA. 13 – Empresas contratadas. Serão descritas as exigências a serem solicitadas para as empresas contratadas e que venham a ter exposição ao benzeno, principalmente quando da realização de algum tipo de manutenção nas máquinas e equipamentos. 14 – Cronograma. O documento do PPEOB deverá conter o cronograma com previsão de implantação das ações de prevenção que serão adotadas pela empresa. 20/11/2023 20:38 Versão para impressão about:blank 42/47 15 – Revisão do PPEOB. As revisões do PPEOB deverão incluir informações sobre: Alterações de processo, equipamentos, atividades, leiaute que envolva o benzeno. Quantidades processadas de benzeno. Substituições de responsáveis pelo PPEOB. Alterações de grupos homogêneos de exposição. Alterações no quadro funcional da empresa. Alterações nas técnicas de estratégia de amostragem e análise. Resultados dos monitoramentos e avaliações estatísticas e julgamento profissional. Alterações na composição do GTB. 16 – Referências. Citar todas as referências utilizadas para a elaboração desse documento. SUBIR (#abas2) Você viu alguns programas de saúde e segurança do trabalho que devem ser organizados e implementados nos mais variados tipos de organizações. Todavia, existem ainda dois documentos que não são classificados como programas: a AET (análise ergonômica do trabalho), que é uma análise da atividade/posto, e o LTCAT (laudo técnico das condições ambientais do trabalho), elaborado para atender à legislação previdenciária. Clique ou toque para visualizar o conteúdo. 20/11/2023 20:38 Versão para impressão about:blank 43/47 AET – Análise ergonômica do trabalho A análise ergonômica do trabalho estabelecida na NR-17, em que destaca que o empregador deve realizar essa análise, deve abordar, no mínimo, o levantamento, transporte e descarga individual de materiais, o mobiliário e os equipamentos dos postos de trabalho, as condições ambientais e a organização do trabalho. O objetivo principal é permitir que o local de trabalho seja compatível e ideal para a pessoa que utilizará o mesmo. A ergonomia é uma ciência muito ampla, envolvendo conhecimentos científicos sobre o corpo humano, a antropometria, anatomia, fisiologia e psicologia, direcionadas para soluções no local de trabalho, que são necessários para a confecção de ferramentas, produtos anatômicos que possam ser utilizados com o máximo de conforto, segurança e eficiência. A análise ergonômica do trabalho, para atingir os resultados esperados, deve ser uma atividade construtiva e participativa, em que diversos profissionais de diferentes áreas de conhecimento possam participar e dar a sua contribuição em todo o processo. O objetivo principal é a resolução de problemas complexos que exigem conhecimentos específicos de determinada atividade que exija um grau de dificuldade na sua execução. Diante disso, podemos estabelecer que algumas atividades de complexidade menor podem ser resolvidas por meio de ações no âmbito da ergonomia, sem a complexidade de uma análise e um estudo aprofundado, simplesmente utilizando o conhecimento das pessoas envolvidas para estabelecer qual a ação adequada para aquele local de trabalho. Quando o Ministério do Trabalho instituiu a necessidade da elaboração da análise ergonômica, o principal motivo foi a necessidade dos seus fiscais conhecerem os processos de trabalho que eles identificavam como crítico para as 20/11/2023 20:38 Versão para impressão about:blank 44/47 pessoas desenvolverem no dia a dia. Portanto, com essa análise os fiscais poderiam acompanhar o processo e as ações implantadas sabendo se eram adequadas e eficazes. Na prática, a ergonomia nos tempos atuais, a fiscalização não exige a obrigatoriedade de elaborar análises de todos os postos de trabalho, embora isso fique explícito na legislação, mas a empresa deve elaborar análises dos postos de trabalho que forem identificados como críticos ao ser humano. Para isso, é necessário a empresa estabelecer um critério de priorização dos postos de trabalho a serem estudados. O critério mais utilizado é fazer um levantamento, junto ao departamento médico, dos afastamentos e queixas dos trabalhadores referentes às dores e os sintomas que possam ser oriundas dos movimentos do trabalho e da natureza da atividade desenvolvida.Evidentemente, o técnico, como agente de prevenção, deve estabelecer, também, critérios proativos a fim de identificar potenciais situações de exposição e tratá-las de forma antecipada. A elaboração da análise ergonômica pode ficar a cargo dos profissionais do SESMT, devido ao seu conhecimento dos locais de trabalho e com o desenvolvimento da atividade por parte do funcionário. Porém, é desejável possuir algum tipo de conhecimento extra, principalmente na área do corpo humano embasando todo o tipo de conclusão do levantamento. A pessoa que é da fisioterapia ou da ergonomia ganha cada vez mais força na elaboração da análise, pois agrega muito mais valor e credibilidade no trabalho realizado, porém, a legislação brasileira não estabelece quem deve elaborar o documento, apenas cita que deve ser alguém com o conhecimento técniconecessário para embasar as suas conclusões. Há uma nota técnica, qual seja Nota Técnica n.º 287/2016, que estabelece a possibilidade de elaboração da AET pelo profissional que tem as habilidades necessárias e especialização (formação) na área de ergonomia. Não existe um modelo de análise ergonômica normatizada, porém, existem as informações que obrigatoriamente devem constar no documento. Observe uma sugestão de um modelo que pode ser utilizado na elaboração da análise, podendo ser adaptado conforme a realidade de cada empresa: 20/11/2023 20:38 Versão para impressão about:blank 45/47 1 – Apresentação. Neste item deve ser apresentada a empresa e declara o seu compromisso com a análise ergonômica realizada na empresa. 2 – Objetivo. Neste tópico são citados os objetivos do trabalho referentes à análise ergonômica e ao cumprimento da legislação pertinente ao assunto. 3 – Empresa beneficiada. Citar o nome da empresa, seu endereço, seu CNAE – classificação nacional da atividade econômica e o grau de risco, segundo o estabelecido pela NR-4. 4 – Escopo da análise. Neste tópico deve ser citado se a análise será realizada em um setor de trabalho inteiro ou em um posto de trabalho do setor. Deve constar a metodologia que foi utilizada para priorizar essa análise, podendo ser orientação médica, ou ainda entrevista com os trabalhadores. O ideal para a gestão da ergonomia trazer resultados ótimos e esperados, é realizar uma análise de cada posto de trabalho existente dentro da empresa. É conveniente lembrar, que após implantadas as ações previstas na análise, devemos fazer uma nova análise verificando se os resultados foram alcançados conforme o planejado. 5 – Descrição da empresa, do processo produtivo e dos postos de trabalho analisados. Neste item será realizada a descrição geral da empresa, do setor ou do posto de trabalho a ser analisado, bem como qual a finalidade do local, principalmente dos produtos utilizados ou fabricados. É necessário anexar um leiaute do local mostrando toda a disposição das máquinas e equipamentos existentes. 6 – Análise ergonômica dos postos de trabalho/medidas preventivas. 20/11/2023 20:38 Versão para impressão about:blank 46/47 Neste item será realizado o diagnóstico ergonômico do local a ser analisado. Nesse momento do documento devemos levar em conta todo o mobiliário, a organização do trabalho, a sua flexibilidade de adaptação com as pessoas, as condições ambientais, a pessoa que executa a atividade no local, as capacitações necessárias, a postura de trabalho, o esforço físico todas as variáveis possíveis em relação do trabalho. Com base nesses dados estabelecer pontos que não estão de acordo com a confortabilidade necessária para o trabalho. Após, estabelecer quais as ações que devem ser implantadas com a intenção de corrigir todos os pontos encontrados que poderiam contribuir com problemas na saúde dos trabalhadores. 7 – Monitoramento. Após a implementação das ações de correção nos locais de trabalho, deverá ser realizado um monitoramento para verificar a eficácia dessas ações. Isso pode ser por meio de dados médicos, entrevistas com os funcionários e análise dos locais de trabalho. 8 – Considerações finais. Sabemos que uma análise ergonômica não é um documento engessado que não finaliza o trabalho. Devem ser tecidas considerações para trabalhos futuros e atualizações necessárias no desenvolvimento das implantações ergonômicas. SUBIR (#abas3) LTCAT – Laudo técnico das condições ambientais do trabalho O LTCAT tem como objetivo identificar a exposição aos agentes físicos, químicos, biológicos ou associados aos agentes prejudiciais à saúde e à integridade física do trabalhador, para fins da concessão da aposentadoria especial, ou seja, 20/11/2023 20:38 Versão para impressão about:blank 47/47 documento para fins previdenciários. Ele possui caráter conclusivo, no qual estabelece o direito ou não a aposentadoria especial. O GRO ou o PGR poderá auxiliar na elaboração do LTCAT. Porém, tal gerenciamento de riscos é voltado para a prevenção. Os dois documentos devem ser independentes pois os objetivos são totalmente diferentes. O LTCAT é um documento simples na sua elaboração, porém, complexo na busca dos dados, pois é necessário realizar o levantamento e a avaliação dos dados, e o fato conclusivo, fator que determina a existência desse documento. A elaboração do LTCAT não está vinculada ao tipo ou segmento da empresa ou quantidade de funcionários, basta apenas suspeitar que ela desenvolva atividades ou utilize matéria-prima que podem gerar uma aposentadoria especial. Diante dessas circunstâncias, automaticamente, é obrigatório que a empresa possua um laudo para comprovar, ou não, a existência do ambiente gerador de aposentadoria especial. O prazo de validade do LTCAT é indeterminado, porém deve ser analisado anualmente se houveram alterações ou sempre que ocorrer qualquer alteração no ambiente de trabalho ou em sua organização. SUBIR (#abas3) Conforme estudamos até esse momento, os programas de prevenção à saúde e à segurança no trabalho são previstos nas normas regulamentadoras ou por determinações do Ministério do Trabalho. Esse conjunto de programas estão inseridos em um conjunto maior, em que denominamos de gestão da saúde e da segurança no trabalho. Portanto, são programas que visam única e exclusivamente o bem-estar das pessoas envolvidas com o trabalho e com ambientes confortáveis e salubres, visando uma maior produtividade com qualidade de vida no trabalho e com qualidade nos produtos fabricados pelas empresas e pela qualidade dos serviços prestados pelas empresas especializadas nesse segmento.
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