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Transtornos do Humor - Ibiracy

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Transtorno do Humor
 
Transtorno Depressivo
Transtorno Bipolar
1- Introdução;
2- Aspectos históricos
3- Epidemiologia;
4- Etiologia;
5- Sinais e sintomas clínicos;
6- Exame do estado mental;
7- Curso e prognostico;
8- Diagnósticos e subtipos;
9- Diagnostico diferencial;
10- Manejo clinico
1- Introdução:
O campo da psiquiatria tem considerado a depressão unipolar e o transtorno bipolar como 2 transtornos separados, particularmente nos últimos 20 anos.
Mais recentemente houve uma reconsideração da possibilidade de que o transtorno bipolar seja na verdade uma expressão mais severa de depressão unipolar.
Uma outra tendência na psiquiatria tem sido considerar depressão e mania como duas extremidades de um continuum de experiência emocional. Esta concepção não é apoiada pela observação clinica comum de que muitos pacientes apresentam estados mistos com aspectos depressivos e maníacos.
As dificuldades com o termo depressão permanecem até os dias de hoje.
Não há até o momento, classificação satisfatória dos transtornos do humor, devido aos problemas com a depressão: variação considerável na gravidade, sintomatologia, curso e prognostico.
1- Introdução:
O termo transtorno afetivo ou transtorno do humor tem sido utilizado para uma grande grupo de afecções correlatas, onde o “distúrbio do humor” (tanto depressão como elação) é proeminente e tido como fundamental.
Atualmente existem três usos diferentes do termo depressão: o uso leigo, que se refere a tristeza e desanimo, não necessariamente relacionado a um transtorno ou doença; o uso em psiquiatria, referindo-se a um sintoma geralmente relacionado ao humor depressivo; e o uso para definir uma síndrome, a partir de um conjunto de sintomas.
À medida que se acumulam os conhecimentos sobre etiologia e tratamento de depressão modificam-se os sintomas de classificação e diagnostico.
Alem da classificação, surgem ainda questões, como as Dicotomias Unipolar versus Bipolar, Endógeno versus Reativo e Psicótico versus Neurótico.
ELAÇÃO: Aumento da energia, levando à hiperatividade, um desejo de falar e uma redução da necessidade de sono. 
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1- Introdução:
Humor: refere-se ao estado emocional interior de um individuo.
Afeto: expressão exterior do conteúdo emocional.
Existem condições patológicas do humor e do afeto, as mais graves sendo os transtornos do humor, depressão e mania.
Depressão e mania eram denominadas distúrbios afetivos do DSM-III; no DSM-III-R, eles são apontados como distúrbios do humor.
Transtorno depressivo maior, algumas vezes, chamados de depressão unipolar ( não é um termo do DSM-IV), é o transtorno do humor mais comum.
Transtornos bipolares eram classicamente descritos como transtornos afetivos psicóticos com episódios maníacos e depressivos maiores (agora denominados transtornos bipolar I).
1- Introdução:
Estudos recentes mostram a existência de um espectro de estados depressivos ambulatoriais que alternam com períodos moderados e curtos de Hipomania em vez de mania completa (transtorno bipolar II).
Pacientes que sofrem apenas de episódios de depressão maior são considerados como tendo transtorno depressivo maior ou depressão unipolar.
Os termos mania unipolar e mania pura são as vezes usadas para pacientes bipolares e não apresentam episódios depressivos.
1- Introdução
		
 - Categorias adicionais de transtornos do humor:
Hipomania: É um episodio de sintomas maníacos que não satisfazem todos os critérios do DSM-III-R para um episodio maníaco.
Ciclotimia: São transtornos definidos no DSM-III-R como representando formas menos graves de transtorno bipolar.
Distimia: São transtornos definidos no DSM-III-R como representando formas menos graves de depressão maior.
2- Aspectos históricos:
- A depressão tem sido registrada desde a antiguidade e descrições o que chamamos agora de transtornos do humor podem ser encontrados em muitos documentos antigos.
- Historia do Rei Soul, no antigo testamento descreve uma síndrome depressiva.
- História do suicídio de Ajax, na Ilíada de Homero.
- Hipócrates(450 a. C.) usou termos mania e melancolia para descrever transtornos mentais.
- Cornelius Celsus, descreveu a melancolia em seu trabalho de medicina, por volta do ano 100 a. D. como uma depressão causada por Bile Negra.
- Otermo continuou a ser usado por outros autores médicos, incluindo Arateus (120-180 a. D.). Galeno (129-199 a. D.) e Alexandre de Tralles, no século VI.
- O médico judeu Maimônides na Idade Média considerava a melancolia como uma entidade patológica discreta.
Em 1686, Bonet descreveu uma doença mental que chamou de Maníaco - Melanchalicus.
2- Aspectos históricos:
Em 1854 Jues Falret descreveu uma condição chamada Folie Circulaire, na qual o paciente experimentava humores alternados de depressão e mania.
Aproximadamente na mesma época, Jules Baillarger, descreveu a condição Folie À Double Forme, na qual o paciente tornava-se profundamente deprimido e ficava num estado de estupor do qual eventualmente se recuperava.
Em 1882, o psiquiatra alemão Karl Kahlbaum, usando o termo “Ciclomitia”, descreveu a mania e a depressão como estágios da mesma doença.
Emil Kraepelin, em 1896, baseado no conhecimento de psiquiatras franceses e alemães anteriores, descreveu um conceito de psicose maníaco - depressivo, contendo a maioria dos critérios que os psiquiatras usam hoje para estabelecer o diagnostico. 
A ausência de um curso de demência e deterioração na psicose maníaco - depressivo a diferencia de demência precoce (esquizofrenia).
2- Aspectos históricos:
Kreepelin também descreveu um tipo de depressão que começa após a menopausa em mulheres e durante a meia-idade nos homens, que veio a ser conhecido como melancolia involutiva, e desde então passou a ser considerado como uma forma variante dos transtornos do humor.
No século passado, depressão tornou-se sinônimo de melancolia, uma condição caracterizada por tristeza, diminuição de animo, de coragem ou iniciativa e uma tendência a pensamentos com conteúdos tristes.
- Em geral, o termo depressão referia-se a um sintoma.
- Em 1921, Kraepelin usou o termo estados depressivos como uma categoria genérica, na qual incluía: “ melancolia simplex, estupor, melancolia gravis, melancolia antastica e melancolia delirante”.
3- Epidemiologia:
Estado Civil:
- Ocorre mais freqüentemente em pessoas que não tem relações interpessoais intimas ou são divorciadas ou separadas.
O transtorno bipolar pode ser mais comum em indivíduos divorciados e solteiros do que entre pessoas casadas, mas esta diferença talvez reflita o aparecimento precoce e resultante discórdia conjugal que são características desta perturbação.
Considerações sociais e culturais:
Não há correlação entre classe social e depressão unipolar
Uma imigração recente pode estar positivamente relacionada à depressão unipolar.
No tratamento bipolar parece haver incidência maior entre as classes socioeconômicas mais elevadas, possivelmente devido às tendências do diagnostico.
Considerações sociais e culturais:
O transtorno bipolar é mais comum em pessoas que não se formaram em uma universidade do que os graduados, o que provavelmente reflete a idade relativamente precoce do aparecimento.
Em geral, os transtornos do humor são igualmente comuns em áreas urbanas ou rurais.
3- Epidemiologia:
Incidência e prevalência:
Os transtornos do humor, particularmente a depressão unipolar, estão entre os transtornos psiquiátricos mais comuns em adultos.
A expectativa de desenvolvimento de depressão unipolar é de aproximadamente 20% nas mulheres e 10% em homens.
A expectativa de desenvolvimento de transtorno bipolar é de aproximadamente 1% em homens e mulheres.
Embora a maioria dos pacientes com transtorno bipolar eventualmente consulte um medico, estima-se que apenas 20 a 25% daqueles que satisfazem os critérios para depressão maior recebam tratamento.
 
3- Epidemiologia:
Sexo:
Prevalência é duas vezes maior de depressão unipolar em mulheres do que em homens.
No tratamento bipolar, a prevalência é apenas levementesuperior nas mulheres (em torno de 1,2 para 1)
Idade:
O inicio de depressão unipolar pode ocorrer da infância ate a velhice, mas de 50% dos pacientes estão entre 20 e 50 anos, a media de idade sendo de aproximadamente 40 anos.
O transtorno bipolar começa um pouco mais cedo, a variação sendo da infância ate os 50 anos, com uma media de idade de 30 anos.
Raça
A prevalência dos transtornos do humor não difere de uma raça para outra
4- Etiologia: 
Alguns tipos de depressão são freqüentes em determinadas famílias, indicando que a vulnerabilidade biológica a esta doença esteja ligada a uma provável herança genética.
Este parece ser o caso dos transtornos do humor. Estudos em famílias nas quais membros de todas as gerações desenvolvem transtornos do humor mostram que os que apresentam a doença possuem uma constituição genética algo diferente daqueles que não adoecem.
Entretanto, o inverso não é verdadeiro: nem todos os indivíduos que apresentam a constituição genética característica da vulnerabilidade ao transtorno do humor apresentam o transtorno.
Aparentemente, fatores adicionais, tais como um ambiente estressante, estão envolvidos no desenvolvimento desta doença.
A depressão maior também parece ocorrer de geração em geração em algumas famílias. Entretanto, ele pode ocorrer também em indivíduos que não apresentam historia familiar de depressão.
4- Etiologia:
Seja herdada ou não, sabe-se eu os indivíduos com transtorno depressivo maior tem certas substâncias químicas do SNC em quantidades abaixo ou acima do normal.
A constituição psicológica também desempenha um papel na vulnerabilidade à depressão, pessoas com baixa auto-estima, que vêem a si mesmos e ao mundo com pessimismo ou que são facilmente abatidas pelo estresse, são predispostas à depressão.
Uma perda importante, doenças crônicas, conflitos de relacionamento, dificuldades financeiras ou qualquer alteração indesejada no padrão de vida também podem desencadear episódios depressivos.
Freqüentemente uma combinação de fatores genéticos, psicológicos e ambientais esta envolvida na incidência dos transtornos do humor.
Etiologia:
Fatores de personalidade pré- mórbida: nenhum traço ou tipo de personalidade isolada foi estabelecido como sendo singularmente predisponente à depressão. Todos os seres humanos, com qualquer padrão de personalidade, podem e tornam-se deprimidos sob circunstancias apropriadas.
Certos tipos de personalidade - Oral – Dependente, Obssessivo – Compulsiva, Histérica – podem ter um risco de depressão do que os tipos de personalidade anti-social, paranóide e outros que usam a projeção e outros mecanismos de defesa externalizantes.
5- Sinais e sintomas clínicos:
Mania:
Irritabilidade e distraimento extremos;
Sentimentos exagerados de “estar bem demais” ou euforia;
Um período prolongado de comportamento diferente do habitual;
Energia e atividade aumentadas, inquietação, pensamentos acelerados e fala rápida;
Diminuição da necessidade de sono;
Crenças não realistas nas capacidades e poderes próprios;
Julgamento (critica) prejudicado, não característico;
Impulso sexual aumentado;
Abuso de drogas, particularmente cocaína, álcool e medicação para dormir;
Comportamento ofensivo, provocativo ou intrusivo;
Negação de que alguma coisa esteja errada.
5- Sinais e sintomas clínicos
Depressão:
Humor triste, ansioso ou sensação de vazio persistentes;
Sensação de desesperança ou pessimismo;
Sentimentos de culpa, desvalia ou desamparo;
Perda de interesse ou prazer nas atividades habituais, inclusive sexo;
Diminuição da energia, uma sensação de fadiga ou de estar “devagar”;
Dificuldade de se controlar, lembrar ou tomar decisões;
Inquietação ou irritabilidade;
Transtornos do sono;
Perda de apetite e de peso, ou ganho de peso;
Dor crônica ou outros sintomas corporais persistentes , os quais não são causados por doenças físicas;
Pensamento de morte ou suicídio, tentativas de suicídio.
Humor exaltado:
Expansividade;
Fuga de idéias;
Sono diminuido;
Auto - estima elevada;
Idéias de grandeza.
Humor deprimido:
Perda de energia e interesse;
Sentimentos de culpa;
Dificuldade de concentração;
Perda de apetite;
Pensamentos de morte e suicídio.
Outros sinais e sintomas incluem:
Alterações no nível de atividade;
Capacidades cognitivas;
Fala e funções vegetativas (por exemplo sono, apetite, atividade sexual e outros ritmos biológicos).
Humor - Normal
 - Exaltado
 - Depressivo
* Uma certa variação de humor é a condição normal da maioria das pessoas; todavia, surge a doença mental quando o humor é envolvido num grau anormal.
 
* Transtornos do humor são um grupo de condições clinicas caracterizadas por uma perturbação do humor uma perda daquele senso de controle, e uma experiência subjetiva de grande angústia.
 	
		Cada fase desta doença envolve:
	1- Humor
	2- Comportamento e atividade
	3- Pensamento e fala
Alerta:
	Os transtornos do humor tem um impacto devastador em muitas pessoas;
Estima-se que entre 750.000 e 1.500.000 brasileiros sofram de transtorno do humor;
Com outras doenças graves, o transtorno do humor, alem de ser perturbador para quem o tem, é também difícil para os conjugues, familiares, amigos e empregadores;
Familiares de pessoas com transtorno do humor freqüentemente tem que conviver com problemas comportamentais sérios (tais como gastos excessivos) e as conseqüências duradouras desses comportamentos;
O transtorno do humor tende a acometer famílias e pensa-se que tem um componente hereditário.

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