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NUTRIÇÃO-ENTERAL-E-PARENTERAL

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1 
 
 
NUTRIÇÃO ENTERAL E PARENTERAL 
1 
 
 
SUMÁRIO 
1. INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 3 
2. TERAPIA NUTRICIONAL NO PACIENTE CRÍTICO ............................................ 5 
2.1 Indicação e via de Acesso da Terapia Nutricional .......................................... 5 
2.2 Avaliação nutricional ...................................................................................... 6 
2.3 Recomendações Nutricionais ......................................................................... 7 
2.4 Imunonutrição................................................................................................. 9 
2.5 Controle Glicêmico ....................................................................................... 10 
3. O NUTRICIONISTA NA EQUIPE MULTIDISCIPLINAR EM TERAPIA 
NUTRICIONAL .......................................................................................................... 13 
3.1 Equipe Multidisciplinar Em Terapia Nutricional ............................................ 14 
3.1.1 O Papel Do Nutricionista.....................................................................................15 
3.1.2 Competências do Nutricionista Clínico ............................................................17 
3.1.3 Competências do Nutricionista – Sala de Preparo da NE ..........................17 
4. AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL DE PACIENTES EM USO DE 
TERAPIA NUTRICIONAL ENTERAL ........................................................................ 18 
5. TERAPIAS NUTRICIONAIS ENTERAL E PARENTERAL REDUZ TAXA DE 
ÓBITOS DE PACIENTES NEOPLÁSICOS ............................................................... 21 
6. TERAPIA NUTRICIONAL ENTERAL NO PROCESSO DE CICATRIZAÇÃO DAS 
ÚLCERAS POR PRESSÃO ...................................................................................... 25 
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 29 
 
 
2 
 
 
 
FACULESTE 
 
 A história do Instituto FACULESTE, inicia com a realização do sonho de um 
grupo de empresários, em atender a crescente demanda de alunos para cursos de 
Graduação e Pós-Graduação. Com isso foi criado a FACULESTE, como entidade 
oferecendo serviços educacionais em nível superior. 
 A FACULESTE tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de 
conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a participação 
no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação contínua. 
Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos 
que constituem patrimônio da humanidade e comunicar o saber através do ensino, 
de publicação ou outras normas de comunicação. 
 A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma confiável 
e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base profissional e 
ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições modelo no país 
na oferta de cursos, primando sempre 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 
 
 
1. INTRODUÇÃO 
 
A terapia nutricional (TN) tem um impacto positivo na evolução do paciente 
grave. Entretanto, seu sucesso depende, dentre outros fatores, da adequada seleção 
da via de acesso, da definição das necessidades calóricas e proteicas, da técnica de 
infusão da dieta e monitoramento da TN. 
A TN deve ser instituída, preferencialmente por acesso enteral, nas primeiras 
24-48 horas de internação, especialmente em pacientes desnutridos e/ou com 
catabolismo intenso, e quando não houver previsão de ingestão oral adequada em 3 
a 5 dias. 
Na nutrição enteral, não há vantagem da posição de sonda pós-pilórica em 
relação à gástrica para a oferta de nutrientes ao paciente grave. Contudo, pacientes 
com risco de broncoaspiração ou intolerância gástrica devem ser avaliados 
individualmente. No que se refere à fórmula enteral, as dietas com proteína intacta 
(poliméricas) são apropriadas para a maioria dos pacientes. O uso de dietas 
oligoméricas está indicado em pacientes com diarreia persistente, após a exclusão de 
causas que exijam tratamento específico (medicações hiperosmolares, Clostridium 
difficile). 
Para prescrição da quantidade calórica e proteica, recomenda-se consultar os 
guidelines internacionais. Quanto às recomendações de fibras, sugere-se que o uso 
de fibra solúvel em pacientes com diarreia em uso de dieta enteral pode trazer 
benefícios, porém a fibra insolúvel deve ser evitada em todos os pacientes críticos. 
Esgotadas as tentativas de utilização do tubo digestório, sem a obtenção da meta 
nutricional desejada, ou estando esta contraindicada, a via parenteral deve ser 
utilizada. 
Pacientes hospitalizados podem ter necessidades nutricionais especiais, em 
função da desnutrição e dos desequilíbrios metabólicos impostos pelas doenças. A 
terapia nutricional, principalmente nos estágios críticos das enfermidades, deve ser 
administrada de modo seguro e eficaz. Dada a complexidade dos fatores envolvidos 
na monitoração do paciente hospitalizado e no tratamento da desnutrição hospitalar, 
a formação de uma equipe multidisciplinar é fundamental para assegurar atenção 
adequada aos pacientes hospitalizados. A equipe tem como objetivo identificar 
pacientes que tenham indicação de terapia nutricional, bem como direcionar a respeito 
da escolha da melhor via de terapia nutricional, seja por via oral, enteral ou parenteral. 
4 
 
 
A existência de uma Equipe Multidisciplinar de Terapia NutricionalEMTN 
atuante possibilita informações da mais alta qualidade, fundamentais para garantir a 
eficácia da TN, bem como a segurança dos pacientes que necessitam de tal terapia. 
As elevadas taxas de complicações clínicas e mortalidade provocadas por desnutrição 
intra-hospitalar, geram encargos financeiros, sendo o investimento em TN uma 
realidade, objetivando a diminuição de custos. A EMTN deve oferecer sempre TN 
com qualidade. Para tal, é de fundamental importância que a equipe seja composta 
por profissionais engajados, atualizados e dispostos a mudanças e inovações. Nesse 
contexto, o nutricionista tem papel fundamental, pois é o profissional indispensável 
que contribui de forma enriquecedora no acompanhamento de todas as etapas da 
terapia nutricional. Um programa de terapia nutricional terá pleno sucesso quando 
todos os membros integrantes da EMTN se encontrarem envolvidos e trabalharem de 
modo homogêneo e coeso, tendo em vista o benefício do paciente por meio do 
aprimoramento de técnica de assistência nutricional, assim como a garantia da 
qualidade do serviço prestado. 
A desnutrição hospitalar é uma realidade em nosso meio, manifestando por um 
lado, o perfil nutricional da população, e por outro, problemas nutricionais associados 
a processos patológicos. 
A partir dos estudos individuais, infere-se que a Terapia Nutricional 
Enteral(TNE) com fórmulas proteicas e com micronutrientes pode fornecer benefícios 
ao processo de cicatrização, bem como o cálculo da dosagem ideal conforme o gasto 
energético basal. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 
 
 
2. TERAPIA NUTRICIONAL NO PACIENTE CRÍTICO 
 
Os pacientes críticos possuem necessidades nutricionais complexas e 
precisam de terapia nutricional intensiva. Como parte da resposta metabólica ao 
trauma/sepse/doença aguda, o gasto energético basal pode estar aumentado, 
levando a um intenso catabolismo. Pode ocorrer hiperglicemia com resistência à 
insulina, perda progressiva de massa corpórea magra e lipólise acentuada, mudanças 
nos níveis de minerais, retenção de líquidos e redução da síntese de proteínas 
viscerais como a albumina. 
O impacto da combinação destas alterações metabólicas, imobilização e falta 
de suporte nutricional adequado pode levar à rápida e importante depleção da massa 
corporalmagra e desnutrição, que pode ser ainda mais grave se coexistirem fatores 
como idade avançada, baixa condição socioeconômica e desnutrição preexistente. 
A terapia nutricional ganhou enorme importância nos últimos 20 anos, 
tornando-se peça fundamental nos cuidados dispensados ao paciente crítico, devido 
às evidências científicas que comprovam que o estado nutricional interfere 
diretamente na sua evolução clínica como na redução da morbimortalidade, 
diminuição da resposta catabólica, incremento do sistema imune, manutenção da 
integridade funcional do trato gastrointestinal, além de contribuir para um menor tempo 
de internação em unidade fechada com consequente redução no custo do tratamento. 
A precocidade no início do suporte nutricional através do tubo digestório dos 
pacientes com risco e/ou desnutrição e o cuidado em aguardar a estabilidade 
hemodinâmica e metabólica do paciente grave, antes de perseguir suas metas 
calóricas, tornaram o suporte nutricional mais seguro e eficiente. Além disso, a 
correção de distúrbios metabólicos, como hiperglicemia, e a oferta de nutrientes 
específicos podem reduzir a morbimortalidade, desde que a população seja 
adequadamente selecionada. 
 
a. Indicação e via de Acesso da Terapia Nutricional 
 
O suporte nutricional está indicado nos pacientes graves com risco nutricional 
identificado, que não conseguem ingerir espontaneamente suas necessidades 
nutricionais, calóricas ou específicas. A TN deve ser instituída nas primeiras 24-48 
6 
 
 
horas, especialmente em pacientes com diagnóstico de desnutrição e/ ou catabolismo 
intenso decorrente do quadro patológico, e quando não houver previsão de ingestão 
adequada em 3 a 5 dias. 
A nutrição enteral é a via de acesso preferencial. Esgotadas as tentativas de 
utilização do tubo digestório, sem a obtenção da meta desejada, ou estando esta 
contraindicada, a via parenteral deve ser utilizada. Se após 7 a 10 dias com terapia 
enteral não se obtiver 100% das necessidades, devemos considerar a associação do 
suporte parenteral. 
Na nutrição enteral, não há vantagem da posição de sonda pós-pilórica em 
relação à gástrica para a oferta de nutrientes ao paciente grave. Contudo, pacientes 
com risco de broncoaspiração ou intolerância gástrica (distensão, refluxo, 
gastroparesia) poderiam beneficiar-se da via pós-pilórica e em infusão contínua 
controlada com bomba infusora quando possível, desde que a implementação não 
retarde o início da terapia nutricional enteral (TNE). A manutenção do decúbito 
elevado entre 30 e 45 graus, a oferta por infusão contínua com bomba de infusão, o 
uso de procinéticos como metoclopramida e/ou eritromicina e a oferta pós-pilórica da 
dieta estão recomendados a todos os pacientes com risco de aspiração (necessidade 
de manter decúbito horizontal, história de refluxo ou de broncoaspiraçãoetc), alguns 
casos sob ventilação mecânica e/ou com intolerância gástrica. O grupo de pacientes 
onde estas medidas devem ser consideradas incluem também: pacientes acima de 
70 anos, com redução do estado de consciência e utilizando drogas que interferem no 
estado de consciência. 
 No paciente crítico a monitorização do resíduo gástrico está correlacionado 
com o esvaziamento gástrico, bem como com a incidência de regurgitação e 
aspiração. Segundo a Sociedade Americana de Nutrição Parenteral e Enteral (2009), 
é recomendada a aspiração do resíduo gástrico a cada 4 horas, sendo a infusão da 
dieta interrompida se o resíduo aspirado for superior a 500 ml. 
 
b. Avaliação nutricional 
 
A avaliação nutricional no paciente crítico apresenta limitações, pois os 
métodos tradicionais como antropometria, bioquímica e medida dos compartimentos 
corporais sofrem grande interferência, prejudicando sua interpretação. Nesse 
paciente ocorre alteração do peso corpóreo pela maior retenção de líquido no espaço 
7 
 
 
extracelular, favorecendo o edema e a alteração das medidas de pregas e 
circunferências. O catabolismo proteico é acentuado pelo processo inflamatório 
sistêmico levando à diminuição de proteínas plasmáticas independente do processo 
de desnutrição. Sendo assim, a avaliação subjetiva global (ASG) tem sido utilizada 
como ferramenta de avaliação do estado nutricional do paciente crítico analisando 
história de perda de peso recente, quantidade de dieta efetivamente ingerida pelo 
paciente, grau de catabolismo e tempo para início da terapia enteral. 
 
c. Recomendações Nutricionais 
 
Ao iniciar o suporte nutricional no paciente crítico é importante considerar perda 
de peso recente, ingestão oral prévia, grau de severidade da doença, presença de 
comorbidades e função do trato gastrointestinal. Existem diferentes formas de 
estimativa das necessidades energéticas, como a calorimetria indireta, equações 
preditivas (como Harris Benedict, Scholfield, Ireton-Jones, etc) ou regra de bolso (kcal/ 
kg de peso), considerando sempre que os requerimentos nutricionais devem ser 
avaliados individualmente e de acordo com a tolerância. 
Neste contexto surgem os guidelines, revisões clínicas práticas publicadas por 
sociedades de nutrição para o manejo nutricional do paciente crítico. A American 
Societyof Enteral and Parenteral Nutrition (ASPEN), a EuropeanSociety for 
ClinicalNutritionandMetabolism (ESPEN) e a 
CanadianCriticalCareClinicalPracticeGuidelinesCommittee (CCPG) são as principais 
sociedades que estabeleceram guidelines atuais e, apesar de haver concordância 
entre elas nos principais pontos da TN, existem algumas divergências. A tabela 1 
apresenta as recomendações de energia e macronutrientes para o paciente crítico. 
No que se refere à fórmula enteral, as dietas com proteína intacta (poliméricas) 
são apropriadas para a maioria dos pacientes. O uso de dietas oligoméricas está 
indicado em pacientes com diarreia persistente, após a exclusão de causas que 
exijam tratamento específico (medicações hiperosmolares, Clostridium difficile). 
Com relação à suplementação de vitaminas e elementos-traços, uma 
combinação de vitaminas antioxidantes (incluindo vitamina C e E) e minerais-traços 
(especificamente selênio, zinco e cobre) deve ser fornecida para todos os pacientes 
críticos recebendo TN especializada, especialmente em queimados, com trauma e 
8 
 
 
pacientes críticos em ventilação mecânica.Sugere-se que são necessários estudos 
adicionais para determinar as dosagens e associações ideais. 
Tabela 1. Recomendações diárias de energia e macronutrientes para paciente crítico adulto 
Fonte: Diestel et al, 2013. 
Quanto às recomendações de fibras, sugere-se que o uso de fibra solúvel em 
pacientes com diarreia em uso de dieta enteral pode trazer benefícios, porém a fibra 
insolúvel deve ser evitada em todos pacientes críticos. Adicionalmente, qualquer tipo 
9 
 
 
de fibra (solúvel e insolúvel) deve ser evitado em pacientes com risco de isquemia 
intestinal ou dismotilidade severa. 
Probióticos são micro-organismos vivos que, quando administrados em 
quantidades apropriadas, conferem benefício à saúde do hospedeiro.19 Nos 
pacientes graves, entretanto, não existem recomendações devido à falta de resultados 
benéficos comprovados e, possivelmente, da dificuldade em estudar-se a grande 
variedade de espécies probióticas com diferentes efeitos. 
 
d. Imunonutrição 
 
A habilidade dos nutrientes em influenciar a atividade de células do sistema 
imune de maneira clinicamente significativa é definida como imunonutrição. Em 
pacientes que requerem nutrição artificial (enteral e/ou parenteral), sua ação pode ser 
observada também na modificação dos processos pró-inflamatórios (incluindo o 
estresse oxidativo) e na melhora da barreira intestinal, prevenindo a translocação 
bacteriana. 
Existem diversas fórmulas imunomoduladoras no mercado, enriquecidas, 
especialmente, por nutrientes tais como glutamina, arginina, nucleotídeos, ácidos 
graxos ômega 3 e antioxidantes, recomendadascom o intuito de modular a resposta 
imune e inflamatória e reduzir a incidência, principalmente, de complicações 
infecciosas. 
Metanálises de estudos randomizados controlados usando fórmulas 
imunomoduladoras identificaram redução na incidência de infecções e tempo de 
permanência hospitalar, sendo estes efeitos mais evidentes em pacientes cirúrgicos 
do que em pacientes críticos. Entretanto, o benefício do uso destas dietas em 
pacientes críticos permanece controverso, pois alguns estudos demonstraram um 
aumento de mortalidade com a sua utilização. Possivelmente, isso deve ao fato de o 
aumento da oferta de arginina gerar uma excessiva produção de óxido nítrico. 
Desta maneira, a Sociedade Canadense de Cuidados no Paciente Crítico 
(2003) não recomenda o uso de dietas suplementadas com arginina e outros 
nutrientes em pacientes críticos. A Sociedade Americana de Nutrição Parenteral e 
Enteral (2009) recomenda o uso de imunonutrientes em fórmulas enterais de 
pacientes críticos submetidos à cirurgias eletivas, com trauma, queimados, com 
câncer de cabeça e pescoço, em ventilação mecânica e portadores de sepse 
10 
 
 
leve/moderada (APACHE < 15). Entretando, ressalta-se atenção para pacientes com 
sepse grave, em que seu uso não está indicado. Os benefícios clínicos das dietas 
imunomoduladoras são maiores quando se atinge pelo menos 50 a 65% das metas 
nutricionais. 
A utilização de fórmulas nutricionais com característica anti-inflamatória 
contendo óleo de peixe (rico em ácido graxo ômega 3), óleo de borragem (rico em 
ácido gama-linolênico) e antioxidantes é recomendada na síndrome da angústia 
respiratória aguda e em lesão pulmonar aguda severa. Estudos demonstraram que a 
utilização de fórmulas contendo esses nutrientes em relação às fórmulas-padrão 
reduziram os dias em ventilação mecânica, o tempo de internação nas unidades 
intensivas, a incidência de falência de órgãos e a mortalidade. 
A glutamina é o aminoácido mais abundante no organismo e uma importante 
fonte energética para as células do sistema imune e do trato digestório. Pacientes 
queimados ou vítimas de trauma devem ter associados ao regime de suporte 
nutricional enteral 0,3 a 0,5 g/kg/dia de glutamina suplementar divididos em duas ou 
três doses. A associação de glutamina reduz morbidade infecciosa em ambas as 
populações e mortalidade nos queimados.Os efeitos antioxidantes observados pela 
via parenteral não são obtidos por via enteral, porém os efeitos tróficos intestinais 
parecem justificar seu uso sem, entretanto, extrapolá-lo a todos os pacientes graves. 
 
e. Controle Glicêmico 
 
A hiperglicemia ocorre com frequência nos pacientes críticos. Admite-se que 
ela seja causada pelo aumento da gliconeogênese e por resistência periférica à ação 
da insulina em resposta à secreção de hormônios contrarregulatórios e de citocinas 
inflamatórias. A hiperglicemia está relacionada a complicações clínicas e pior 
evolução do paciente crítico; por isso o controle glicêmico é de extrema importância 
na rotina dos cuidados desse paciente. A manutenção da glicemia entre 110 e 150 
mg/dl parece ser apropriado, mas recomenda-se manter os valores glicêmicos abaixo 
de 180 mg/dl. 
A Sociedade Europeia de Nutrição Enteral (figura 1) e Parenteral (figura 2) 
(2006) recomenda que para pacientes internados em unidades de terapia intensiva 
com diabetes mellitus tipo 2 seja utilizada fórmula de dieta enteral reduzida em 
carboidratos e rica em ácidos graxos monoinsaturados, a qual exerce efeito neutro em 
11 
 
 
relação a fórmulas-padrão no controle glicêmico. Porém, ainda não existe consenso 
se a manipulação da dieta tem influência no controle glicêmico de pacientes críticos 
em geral. 
A adequada terapêutica nutricional no paciente criticamente enfermo pode 
resultar numa melhor evolução da doença de base, com maior sobrevida e menor 
custo hospitalar. 
 
 
Figura 1 - Nutrição Enteral 
 
Fonte: nutricionista concurseira, 2020. 
 
 
 
Figura 2 - Nutrição parenteral, vias de acesso. 
 SAIBA MAIS: 
Acessse o 
link:https://www.youtube.com/watch?time_continue=5&v=EWs2fe75mzI
&feature=emb_logo e Conheça um pouco sobre a Nutrição Enteral. 
. 
12 
 
 
 
Fonte: slidshare, 2020. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
13 
 
 
3. O NUTRICIONISTA NA EQUIPE MULTIDISCIPLINAR EM TERAPIA 
NUTRICIONAL 
 
Todo o paciente que se encontra internado em um hospital está em condições 
desfavoráveis para manter seu estado metabólico-nutricional adequado. 
Ao ser hospitalizado, o paciente geralmente apresenta algum grau de 
desnutrição protéico-calórica, que normalmente se acentua no transcorrer da 
internação, em consequência de diferentes fatores. 
As implicações da desnutrição sobre a evolução das doenças são relatadas 
como fatores coadjuvantes na morbidade e mortalidade. Estudos demonstram que a 
perda da massa magra, em seus diferentes graus, eleva o risco de infecção, diminui 
a cicatrização, aumenta o risco de mortalidade e é letal quando se aproxima a 40%. 
A terapia nutricional de pacientes em tratamento tem objetivos específicos, 
como atingir o equilíbrio nitrogenado e conseguir um aumento ou normalidade na 
síntese protéica hepática, sem exceder a oferta de calorias e nutrientes6. Dessa 
forma, tenta-se, com a terapia nutricional, evitar a má nutrição visceral e limitar a perda 
de massa magra, que atuam como variáveis diretas da mortalidade. Essa terapia 
geralmente é administrada no tubo digestivo, através da via oral, porém, às vezes, a 
administração precisa ser por meio de vias artificiais, como sondas e ostomias. 
De forma menos frequente, mas não rara, os alimentos não podem ou não 
devem ser ofertados diretamente no aparelho digestivo. Nesse momento, utilizamos 
a via venosa para administrar uma solução (solução de nutrição parenteral), que 
contém todos os nutrientes necessários para a adequada recuperação do paciente. 
Independente da forma de alimentar, o paciente crítico pode apresentar 
tolerância imprevisível, fazendo com que monitorização constante seja necessária. Da 
mesma forma, a adequação periódica dos nutrientes à situação clínica apresentada 
pode auxiliar enormemente na sua recuperação. 
Assim, o Ministério da Saúde (MS) criou uma portaria que exige que todo 
hospital tenha uma equipe direcionada para a adequada terapia nutricional de seus 
pacientes. O trabalho conjunto de especialistas com formações distintas permite 
integrar, harmonizar e complementar os conhecimentos e habilidades dos integrantes 
da equipe para cumprir o objetivo proposto, que é o de identificar, intervir e 
acompanhar o tratamento dos distúrbios nutricionais. 
14 
 
 
a. Equipe Multidisciplinar Em Terapia Nutricional 
 
Mesmo com os avanços da terapia nutricional e metabólica nas últimas 
décadas, a desnutrição continua sendo comum em pacientes hospitalizados, com 
prevalência variando entre 30% e 65% nos diferentes estudos e podendo estar 
presente no momento da admissão hospitalar ou desenvolver-se no decorrer da 
internação9. 
Segundo a Sociedade Brasileira de Nutrição Parenteral e Enteral (SBNPE), 
aproximadamente 30% dos pacientes hospitalizados tornam-se desnutridos nas 
primeiras 48 horas de internação. Em três a sete dias esse porcentual aumenta em 
15%, chegando a 60% depois de quinze dias de internação. 
Pacientes com infecções graves, traumatismos ou em pósoperatório de 
grandes cirurgias são particularmente vulneráveis a desenvolver desnutrição. 
Ingestão diminuída, restrição de oferta hídrica, instabilidade hemodinâmica, 
diminuição da absorção e interação droga-nutriente podem ser situações de risco 
nutricional. Além desses fatores, a pouca atenção dos profissionais de saúde ao 
cuidado nutricional - levando à indicação inadequada, à falta de avaliação nutricional 
e à monitoração pouco frequente – é comumente observada e pode contribuir para a 
desnutrição.Dada a complexidade dos fatores envolvidos na monitoração do paciente 
hospitalizado e no tratamento da desnutrição hospitalar, a formação de uma equipe 
multidisciplinar é fundamental para assegurar atenção adequada aos pacientes 
hospitalizados. 
Atualmente, o Ministério da Saúde e a Agência Nacional de Vigilância Sanitária 
regulamentam a formação de EMTN, obrigatória nos hospitais brasileiros. Essa 
regulamentação é regida pela Portaria 272 (Regulamento Técnico de Terapia de 
Nutrição Parenteral), de 8 de abril de 199813, e pela Resolução 63 (Regulamento 
Técnico de Terapia de Nutrição Enteral), de 6 de julho de 2000. 
A equipe multidisciplinar é definida como grupo formal e obrigatoriamente 
constituído de pelo menos um profissional médico, farmacêutico, enfermeiro e 
nutricionista, habilitados e com treinamento específico para a prática da terapia 
nutricional e tem como objetivo identificar pacientes que tenham indicação de terapia 
nutricional, bemcomo direcionar a respeito da escolha da melhor via de terapia 
nutricional, seja por via oral, enteral ou parenteral. Também são atribuições da equipe: 
15 
 
 
definir metas técnicoadministrativas, realizar triagem e vigilância nutricional, avaliar o 
estado nutricional, assegurar condições ótimas de indicação, prescrição, preparação, 
armazenamento, transporte, administração e controle da terapia; educar e capacitar a 
equipe; criar protocolos, analisar o custo e o benefício e traçar metas operacionais da 
EMTN. 
As vantagens da EMTN estão descritas em estudos, que desde a década de 
1980, mostraram vantagens e melhores resultados relacionados à aplicação da TN 
quando realizada por EMTN. 
Essas vantagens estão relacionadas a normatização das condutas, surgimento 
de protocolos, redução das complicações mecânicas, metabólicas, gastrointestinais, 
infecciosas e melhor adequação nutricional, pois, segundo alguns estudos, a presença 
de equipe multidisciplinar aumentou a frequência de avaliação nutricional4,7,9, 
proporcionou oferta mais adequada de nutrientes, indicação mais apropriada de 
Nutrição Parenteral, diminuição de custos e tempo de internação. 
Os dois regulamentos Portaria 272 (1998) e a Resolução 63 (2000), assim 
como a portaria 34327, publicada em 7 de março de 2005, que institui no âmbito do 
Sistema Único de Saúde (SUS), mecanismos para a organização e implantação da 
assistência de Alta Complexidade em Terapia Nutricional, e a Portaria 13128, 
publicada em 8 de março de 2005, que define Unidades de Assistência de Alta 
Complexidade em Terapia Nutricional e Centros de Referência de Alta Complexidade 
em Terapia Nutricional e suas aptidões e qualidades, estabelecem a necessidade da 
existência de uma EMTN formalmente constituída e registrada para a prática da 
terapia nutricional parenteral e enteral, observando ainda que a ausência dessa 
equipe seja condição impeditiva para a prática da mesma. 
 
1.1.1 O Papel Do Nutricionista 
 
O nutricionista é um profissional com fundamentação técnica no campo da 
nutrição, capaz de traduzir a ciência da nutrição para linguagem de fácil acesso ao 
público, orientando a respeito do comportamento alimentar dos indivíduos. Está 
preparado para atuar em todos os níveis do sistema de saúde, estabelecendo políticas 
de alimentação e nutrição, priorizando sempre o aspecto social. Nesse sentido, é 
importante mencionar que a atuação multidisciplinar da área da saúde possibilita um 
16 
 
 
atendimento de grande abrangência a todos os indivíduos, principalmente no que 
tange a atuação em terapia nutricional. 
As competências de cada profissional da EMTN foram regulamentadas, e 
descritas na Portaria 272 (1998) do MS e na RDC 63 (2000) da ANVISA, sendo 
importante para a EMTN ter um coordenador técnico-administrativo e um coordenador 
clínico, ambos os membros integrantes da equipe e escolhidos pelos seus 
componentes. 
Os coordenadores exercem um papel importante no sucesso da EMTN, 
relacionado aos cuidados do paciente e administração da equipe. É recomendável 
que os membros da EMTN possuam título de especialista em área relacionada com a 
TN. 
As funções de cada membro, bem como suas atribuições, estão relacionadas 
com a especificidade e o papel de cada um dos membros da equipe, devendo ser 
definido claramente e sistematizado, para maior eficiência nas atuações. 
Segundo a Lei Federal 823423, de 17 de setembro de 1991, que regulamenta 
a profissão de nutricionista: “são atividades privativas do nutricionista a assistência 
dietoterápica hospitalar, ambulatorial e em nível de consultórios de nutrição e 
dietética, prescrevendo, planejando, analisando, supervisionando e avaliando dieta 
para enfermos”. 
A Portaria nº 272 (1998), que Aprova o Regulamento Técnico para fixar os 
requisitos mínimos exigidos para a prática de Terapia de Nutrição Parenteral, atribui 
ao nutricionista: 
• Avaliar os indicadores nutricionais subjetivos e objetivos, com base em protocolo 
preestabelecido, de forma a identificar o risco ou a deficiência nutricional e a evolução 
de cada paciente, até a alta nutricional estabelecida pela EMTN; 
• Avaliar qualitativa e quantitativamente as necessidades de nutrientes baseadas na 
avaliação do estado nutricional do paciente; 
• Acompanhar a evolução nutricional dos pacientes em TN, independente da via de 
administração; 
• Garantir o registro, claro e preciso, de informações relacionadas à evolução 
nutricional do paciente; 
• Participar e promover atividades de treinamento operacional e de educação 
continuada, garantindo a atualização de seus colaboradores. Quanto ao Regulamento 
Técnico para fixar os requisitos mínimos exigidos para a Terapia de Nutrição Enteral, 
17 
 
 
a Resolução RDC nº 63 (2000), que revoga a Portaria nº 337 (1999), apresenta que 
cabe ao nutricionista realizar todas as operações inerentes à prescrição dietética, 
composição e preparação da Nutrição Enteral (NE), atendendo às recomendações 
das Boas Práticas de Preparação de Nutrição Enteral (BPPNE). 
 
1.1.2 Competências do Nutricionista Clínico 
 
• Realizar a avaliação do estado nutricional do paciente, utilizando indicadores 
nutricionais subjetivos e objetivos, com base em protocolo pré-estabelecido, de forma 
a identificar o risco ou a deficiência nutricional; 
• Elaborar a prescrição dietética com base nas diretrizes estabelecidas na prescrição 
médica; 
• Formular a NE estabelecendo a sua composição qualitativa e quantitativa, seu 
fracionamento segundo horários e formas de apresentação; 
• Acompanhar a evolução nutricional do paciente em TNE, independente da via de 
administração, até alta nutricional estabelecida pela EMTN; 
• Adequar a prescrição dietética, em consenso com o médico, com base na evolução 
nutricional e tolerância digestiva apresentadas pelo paciente; 
• Garantir o registro claro e preciso de todas as informações relacionadas à evolução 
nutricional do paciente; 
• Orientar o paciente, a família ou o responsável legal, quanto à preparação e à 
utilização da NE prescrita para o período após a alta hospitalar. 
 
1.1.3 Competências do Nutricionista – Sala de Preparo da NE 
 
• Utilizar técnicas pré-estabelecidas de preparação da NE que assegurem a 
manutenção das características organolépticas e a garantia microbiológica e 
bromatológica dentro de padrões recomendados na BPPNE; 
• Selecionar, adquirir, armazenar e distribuir, criteriosamente, os insumos necessários 
ao preparo da NE, bem como a NE industrializada. 
O nutricionista é o responsável pelo estabelecimento de critérios e pela 
supervisão do processo de aquisição, preparação da NE, deve possuir conhecimento 
científico e experiência prática na atividade. A quantidade adquirida dos materiais 
deve levar em consideração o consumo médio, o prazo de validade dos mesmos e a 
18 
 
 
capacidade da área de estocagem nas condições exigidas. Todos os materiaisdevem 
ser armazenados sob condições apropriadas, de modo a preservar a identidade e a 
integridade dos mesmos, e de forma ordenada, para que possa ser feita a separação 
dos lotes e a rotação do estoque, obedecendo à regra: primeiro que entra, primeiro 
que sai. 
O Controle de Qualidade deve avaliar todos os aspectos relativos aos insumos, 
materiais de embalagem, NE, procedimentos de limpeza, higiene e sanitização, 
conservação e transporte da NE, de modo a garantir a qualidade do produto a ser 
administrado. 
Toda NE preparada deve apresentar rótulo com as seguintes informações: 
nome do paciente, nº do leito, registro hospitalar, composição qualitativa e quantitativa 
de todos os componentes, volume total, velocidade de administração, via de acesso, 
data e hora da manipulação, prazo de validade, número sequencial de controle e 
condições de temperatura para conservação, nome e número no Conselho 
Profissional do respectivo responsável técnico pelo processo. 
A avaliação microbiológica em amostra representativa das preparações 
realizadas em uma sessão de manipulação deve atender aos limites microbiológicos: 
microrganismos aeróbicos mesófilos - menor que 103 UFC/g antes da administração; 
Bacilluscereus - menor que 103 UFC/g; Coliformes - menor que 3 UFC/g; Escherichia 
coli - menor que 3 UFC/g; Listeriamonocytogenes – ausente; Salmonella s – ausente; 
Sthaphylococcus aureus - menor que 3UFC/g; Yersiniaenterocolitica – ausente; 
Clostridium perfrigens – menor que 103 UFC/g. A Garantia da Qualidade tem como 
objetivo assegurar que os produtos e serviços estejam dentro dos padrões exigidos. 
Cabe também ao profissional nutricionista participar de estudos para o 
desenvolvimento de novas formulações de NE, promover e registrar as atividades de 
treinamento operacional e de educação continuada, garantindo a atualização de seus 
colaboradores, bem como de todos os profissionais envolvidos na preparação da NE. 
 
 
4. AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL DE PACIENTES EM USO DE 
TERAPIA NUTRICIONAL ENTERAL 
 
19 
 
 
O comprometimento do estado nutricional é frequente entre pacientes 
internados e pode ter influência negativa sobre as taxas de morbidade e mortalidade 
desta população. 
Vários estudos têm demonstrado, nos últimos anos, a grande relevância da 
desnutrição para pacientes hospitalizados. 
A desnutrição pode se instalar rapidamente no doente hospitalizado devido ao 
estado de hipercatabolismo que acompanha as enfermidades, traumatismos e 
infecções em resposta ao estresse metabólico que ocorre nestas condições, 
principalmente quando a ingestão nutricional é insuficiente. 
Os pacientes desnutridos possuem maior chance de apresentar complicações 
durante a internação hospitalar, podendo apresentar elevado índice de morbidade e 
mortalidade por diferentes causas, que poderão determinar um maior tempo de 
recuperação, reabilitação e internação hospitalar e, consequentemente, a elevação 
do custo do sistema de saúde, além da piora da qualidade de vida do paciente. 
Em diversas doenças ocorrem alterações metabólicas e hormonais, sendo que 
várias dessas são decorrentes da liberação de catecolaminas, glicocorticóides, 
citocinas, insulina e fatores de crescimento relacionados, os quais são fundamentais 
para desencadear uma resposta metabólica e contribuir diretamente com a perda de 
peso do paciente. 
Mesmo com os avanços da terapia nutricional nas últimas décadas, a 
desnutrição continua sendo comum em pacientes hospitalizados, com prevalência 
variando entre 30 e 65%. Assim, o cuidado nutricional adequado, possui efeitos 
benéficos na recuperação dos pacientes e na sua qualidade de vida. 
A terapia nutricional enteral (TNE) é a estratégia mais comumente utilizada para 
prevenir ou tratar a desnutrição por ingestão oral insuficiente e/ou aumento das 
necessidades calórico-proteicas. 
Sua utilização tem demonstrado inúmeras vantagens para o paciente 
hospitalizado, como melhora na resposta imunológica, diminuição de complicações 
clínicas, assim como reduções de custos e do tempo de internação. 
A TNE é precedida pelo planejamento nutricional, que estima a oferta de macro 
e micronutrientes a ser administrada a cada paciente, de acordo com sua condição 
clínica. 
20 
 
 
A necessidade de nutrientes de um indivíduo varia de acordo com seu estado 
nutricional atual e passado, idade, sexo, peso, estatura, atividade física, composição 
corporal e condição fisiológica. 
Avaliar o estado nutricional é importante para que medidas possam ser 
aplicadas na prevenção e tratamento da desnutrição. 
Além disto, pacientes em risco nutricional necessitam de avaliação nutricional 
regular, para que tenham uma intervenção que contribua com a estabilização ou 
evolução positiva do seu quadro clínico. 
A avaliação subjetiva global (ASG) é um método clínico de avaliação do estado 
nutricional, cujo propósito não seria apenas o diagnóstico da desnutrição, mas, 
também, uma maneira de identificar pacientes que apresentam um maior risco de 
sofrer complicações associadas ao estado nutricional durante sua internação, assim 
sendo um instrumento tanto prognóstico, como diagnóstico. 
A desnutrição no ambiente hospitalar é frequente e está relacionada a alto risco 
de mortalidade e de complicações. Diante disto, o estudo avaliou o perfil e o estado 
nutricional de pacientes em uso de TNE. 
A perda de peso é muito preocupante, pois pode comprometer a evolução 
clínica em diversas situações, pois de forma isolada ou combinada com a evolução 
laboratorial no decorrer da internação, pode ser considerada como o principal 
indicador de um estado nutricional insatisfatório, a qual pode ser atribuída a vários 
fatores responsáveis pela diminuição do consumo energético, tais como: a inapetência 
e a ocorrência de náuseas, vômitos e disfagia; a terapia medicamentosa; o aumento 
da necessidade energética; a diminuição da capacidade de digestão e absorção dos 
nutrientes, em virtude da doença instalada; e até mesmo devido ao ambiente 
hospitalar, o qual pode ser considerado desfavorável à melhora do paciente. 
Na impossibilidade ou dificuldade do uso da via oral, a TNE é vista como uma 
ferramenta nutricional prioritária comparada à nutrição parenteral por apresentar 
vantagens fisiológicas, metabólicas, de segurança e de melhor relação 
custo/benefício. A oferta de nutrientes por via enteral mantém a estrutura e a 
microbiota intestinais normais, além de otimizar o sistema imunológico intestinal e 
manter a homeostase. 
Os pacientes são avaliados pelo índice de massa corporal (IMC), que é a razão 
entre a medida do peso em quilos e o quadrado da estatura em metros. 
21 
 
 
Aplica-se o método ASG para diagnosticar e classificar a desnutrição, com 
enfoque em questões relacionadas à desnutrição crônica ou já instaladas, como 
percentual de perda de peso nos últimos seis meses, modificação na consistência dos 
alimentos ingeridos, sintomatologia gastrointestinal persistente por mais de duas 
semanas e presença de perda de gordura subcutânea e de edema. Além disso, é o 
único método que valoriza alterações funcionais que possam estar presentes. 
A ASG é uma ferramenta mais específica para classificar o estado nutricional 
de enfermos, pois leva em conta outros fatores além do peso, já o IMC é um indicador 
mais sensível, classificando um maior número de indivíduos com o peso abaixo do 
esperado. Assim, esforços devem ser feitos para a associação das duas ferramentas 
na rotina hospitalar. 
Pela ASG são avaliados: a ocorrência de alterações no peso, o percentual de 
perda de peso e o tempo de perda, além de modificações na ingestão alimentar 
(qualitativas e quantitativas), a presença de sinais e sintomas gastrointestinais 
(diariamente por mais de duas semanas) e as alterações na capacidade funcional, 
como alterações na duração e intensidade das atividades diárias. E, com relação aos 
dadosdo exame físico, são avaliadas: a perda de gordura no tríceps e tórax; a perda 
de massa muscular no quadríceps e deltóide; e a presença de edema no tornozelo, 
edema sacral e ascite. 
Uma das principais causas de desnutrição é o consumo alimentar inadequado, 
e são várias as situações clínicas que podem causar perda de apetite ou dificultar a 
ingestão de alimentos, além de procedimentos de investigação e tratamento que 
acarretam a necessidade de jejum e alterações na composição da dieta. Detecção e 
intervenção inadequadas também podem acarretar o agravamento do estado 
nutricional durante a internação. O risco nutricional está associado a variáveis 
relacionadas ao estado geral do paciente e ao histórico da doença atual, e pode incluir 
também condições físicas, sociais e psicológicas. No sentido de proporcionar uma 
adequada terapia nutricional, a identificação de pacientes em risco é fundamental para 
o tratamento. 
5. TERAPIAS NUTRICIONAIS ENTERAL E PARENTERAL REDUZ TAXA DE 
ÓBITOS DE PACIENTES NEOPLÁSICOS 
 
O quadro de desnutrição é frequente em internação hospitalar sendo estimado 
em cerca de 50%1,2. Tal desnutrição pode comprometer a função imunológica, 
22 
 
 
ocasionar deficiência de movimentação ventilatória e enfraquecer os músculos 
respiratórios, levando a uma possível dependência prolongada de ventiladores 
pulmonares, aumentando o risco de morbidade e mortalidade por infecções. 
Além disso, durante a hospitalização pode ocorrer diminuição do apetite, 
diminuição na ingestão de nutrientes, e efeitos colaterais dietéticos causados pelos 
procedimentos médicos e intervenções medicamentosas, podendo deteriorar o 
quadro nutricional do paciente. 
Logo, a desnutrição em pacientes internados implica em elevação do risco de 
infecções e complicações médicas, aumentando o custo da hospitalização e o risco 
de mortalidade. Evidências mostram que a adequada ingestão energética e proteica 
logo no início da internação traz grandes benefícios para o paciente e para a instituição 
de saúde. 
Objetivando reduzir os riscos de complicações, é recomendado que seja 
utilizado logo no início da internação terapias de Nutrição Enteral (NE) em pacientes 
incapazes de fazer a ingestão nutricional adequada voluntariamente. Adicionalmente, 
em várias situações, apenas a NE pode ser insuficiente para suprir os pacientes com 
as quantidades energéticas e proteicas adequadas, sendo que a utilização de terapias 
dietéticas por meio de nutrição parenteral (NP) pode ser necessária para alcançar 
melhores resultados. 
No entanto, ocorrem ainda resistências por parte dos profissionais das 
instituições de saúde em adotar as terapias de nutrição parenteral devido ao seu 
elevado custo e riscos percebidos. 
Segundo dados da Organização Mundial da Saúde, o câncer é a segunda 
principal causa de morte em todo o mundo, sendo responsável por cerca de 9,6 
milhões de mortes em 2018. Ademais, o impacto econômico do câncer é significativo 
e apresenta tendência de crescimento. 
De modo geral, é observado que o tempo médio de permanência e o custo total 
médio das internações de pacientes submetidos a procedimentos de nutrição enteral 
e parenteral é superior ao dos pacientes que não utilizam tais terapias dietéticas. É 
razoável considerar que tal resultado se deve a possibilidade de que internações que 
utilizam terapias dietéticas enterais e/ou parenterais apresentem um quadro clínico 
mais grave, elevando o tempo médio de permanência do paciente e aumentando os 
custos totais das internações. 
23 
 
 
Estudo que objetivou investigar os impactos de suplementos nutricionais orais 
(SNO) em pacientes hospitalares, utilizando dados do Premier Perspective Database, 
evidenciou que o uso de tais suplementos diminuiu o tempo de permanência em cerca 
de 2,3 dias, o custo em cerca de U$ 4734 e o risco de readmissão hospitalar dos 
pacientes internados. Outro estudo conduzido por meta-análise evidenciou que o uso 
de SNO reduziu significativamente a hospitalização, sugerindo ainda que o uso de 
SNO está associado a uma qualidade de vida melhorada, redução de infecções, 
redução de complicações pós-operatórias, redução de quedas e limitações funcionais 
Entretanto, resultados de estudo corroboram outros achados anteriores no 
sentido de que o tempo de permanência de pacientes submetidos a procedimentos 
de terapia nutricional parenteral é superior à permanência de pacientes submetidos à 
nutrição enteral. De fato, estudo anterior mostrou que pacientes com câncer 
gastrointestinal submetidos a nutrição parenteral apresentaram maior ocorrência de 
complicações pós-operatórias do que os submetidos à nutrição enteral, sendo que o 
tempo médio de permanência no pós-operatório foi de 13,4 dias para pacientes 
submetidos à nutrição enteral e 15 dias para pacientes submetidos à nutrição 
parenteral. 
A questão acerca dos potenciais benefícios associados ao uso de terapias 
nutricionais enterais e parenterais ainda é tema controverso. Estudo recente, 
conduzido em 44 hospitais da França, tendo como objetivo comparar a eficácia da 
nutrição enteral e parenteral precoce em pacientes com choque séptico e em 
ventilação mecânica, sugeriu que a nutrição enteral precoce não reduziu a mortalidade 
ou o risco de infecções secundárias nos pacientes, mas foi associada a um risco maior 
de complicações digestivas, em comparação com a parenteral26. Por outro lado, 
estudo sugere que a adoção de nutrição enteral, quando comparada à nutrição 
parenteral, está associada a um menor risco de complicações infecciosas, custo 
reduzido, reestabelecimento da função digestiva e duração reduzida da permanência. 
A nutrição enteral e parenteral é especialmente estratégica em casos de 
pacientes internados em UTIs. Quanto a isso, os resultados deste estudo sugerem 
que a administração eficiente de terapias de nutrição enteral e parenteral tem 
potencial de reduzir a taxa de óbito em internações hospitalares com quadros clínicos 
mais graves e que necessitam de internação em UTIs realizadas sob o diagnóstico de 
neoplasias malignas. 
24 
 
 
Tendo como base tais resultados, evidencia que a discussão acerca da adoção 
de terapias dietéticas enterais e parenterais ainda carece de aprofundamento. De fato, 
tal questão permanece sendo tema controverso cujos achados de investigações e 
cientistas são considerados dispersos e difusos. Isso pode se dar pelo fato de que 
inúmeros fatores individuais e ambientais têm potencial de interferir na efetividade e 
consequências adversas da adoção de nutrição enteral e parenteral. Aspectos 
fisiológicos do paciente, a gravidade de seu caso, a natureza de sua doença, o risco 
infeccioso do ambiente hospitalar, a qualidade dos materiais hospitalares e insumos 
utilizados nas terapias dietéticas e outros inúmeros fatores podem impactar nos 
efeitos de terapias enterais e parenterais. Além disso, é necessário ainda considerar 
o impacto econômico na escolha do tipo de terapia dietética já que terapias parenterais 
apresentam custo significativamente superior ao de terapias enterais. 
Portanto, evidencia-se ainda que o uso de terapias nutricionais enterais é muito 
superior ao uso de terapias parenterais. Tal evidência está de acordo com a literatura 
e os guidelines de práticas e protocolos médicos em função da preferência pelo uso 
da nutrição enteral, ao invés da parenteral, por ser mais fisiológica, menos invasiva, 
representando menor risco ao paciente, e por ter menor custo. 
De fato, a nutrição parenteral apresenta custo superior, risco mais elevado de 
infeção por ser procedimento mais invasivo. Logo, é preferível que profissionais da 
área médica optem pelo uso de terapias nutricionais que utilizem as vias digestivas 
naturais dos pacientes. De fato, os resultados deste estudo corroboram os achados 
de estudo anterior que evidencia que o uso de nutrição enteral apresenta resultados 
melhorescom relação a taxa de mortalidade de pacientes neoplásicos do que o uso 
de nutrição parenteral. 
 
 
 
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25 
 
 
 
 
 
6. TERAPIA NUTRICIONAL ENTERAL NO PROCESSO DE CICATRIZAÇÃO 
DAS ÚLCERAS POR PRESSÃO 
 
A úlcera por pressão (UP) é um problema de saúde pública, impacta a pessoa 
doente, a família e a sociedade. É definida como “área de dano localizado à pele e 
tecidos subjacentes causados por pressão, cisalhamento, fricção e ou uma 
combinação destes”. Sua etiologia apresenta outros fatores contribuintes, que são 
intrínsecos ao sujeito como a nutrição, idade, comorbidades, entre outros. As 
intervenções instituídas para sua prevenção e tratamento interferem na qualidade da 
assistência à saúde (figura 3). 
 
Figura 3 - Escaras ou ulceras por pressão 
 
Fonte: minutofisioterapia, 2020. 
 
O fator idade é considerado um indicador de risco para UP, principalmente em 
pacientes com 65 anos ou mais. A não cicatrização de feridas afeta de três a seis 
milhões de pessoas com essa idade, e representa 85% desse evento. 
26 
 
 
No Brasil, a preocupação com a UP se tornou mais evidente com a publicação 
da RDC nº 36, de 25 de julho de 2013, que instituiu ações para a promoção da 
segurança do paciente e a melhoria da qualidade nos serviços de saúde. No plano de 
segurança do paciente foi incluída a prevenção de UP, para a qual devem ser 
desenvolvidas estratégias e ações para a gestão de risco. Para viabilizar a prevenção 
foi publicado um protocolo que contempla estratégias para otimização da nutrição e 
hidratação. 
Em relação à nutrição, pesquisas apontam a relação entre desnutrição e 
desenvolvimento de UP e retardo da cicatrização. Estudo que classificou os pacientes 
em desnutridos, em risco nutricional e bem nutridos de acordo com o Índice de Massa 
Corporal, verificou maior comprometimento do estado nutricional em pacientes com 
UP (39,5% desnutridos e 2,5% bem nutridos) comparativamente a pacientes sem este 
agravo (16,6% desnutridos e 23,6% bem nutridos). Estudo prospectivo com pacientes 
de alto risco e hospitalizados identificou desnutrição em 29% dos pacientes na 
admissão e, em quatro semanas, 17% desses desenvolveram UP, em contrapartida, 
em 9% dos pacientes não desnutridos ocorreu a lesão. 
Nessa direção, a triagem nutricional contribui para a identificação da 
necessidade de terapia nutricional enteral (TNE), a fim de prover calorias, proteínas, 
aminoácidos, vitaminas e hidratação adequada ao paciente com UP. Ao enfermeiro 
compete realizar a triagem nutricional, bem como ações para a efetivação da TNE. 
A TNE utiliza alimento especialmente formulado, industrializado ou não, 
empregado exclusivo ou parcialmente para substituir ou complementar a alimentação, 
conforme as necessidades nutricionais do paciente, e tem por objetivo a síntese ou 
manutenção dos tecidos, órgãos ou sistemas. 
Com o objetivo de prevenir e tratar as UP, foram desenvolvidos comercialmente 
diversos suplementos para a TNE (suplementação nutricional oral, via sonda 
nasogástrica, nasoenteral ou percutânea – gastrostomia). Essas fórmulas são 
compostas principalmente por proteína, arginina, glutamina, vitamina C, zinco, ferro e 
vitamina E e são classificadas quanto à complexidade dos nutrientes em fórmulas 
poliméricas, oligoméricas, monoméricas e dietas modulares. 
Frente à importância do adequado estado nutricional para cicatrização de UP, 
faz-se necessário avaliar a efetividade da Terapia Nutricional (TN) como tratamento 
para UP. Para tanto, são imprescindíveis pesquisas com adequado delineamento 
27 
 
 
acerca da temática, bem como revisões sistemáticas por apresentarem o melhor nível 
de evidência para a tomada de decisões clínicas. 
Revisão Sistemática (RS) publicada em 2003 objetivou avaliar a eficácia da 
nutrição enteral e parenteral para a prevenção e tratamento de UP, incluiu oito ensaios 
clínicos randomizados (ECR), e um observou que os suplementos nutricionais 
reduziram o número de novas úlceras, porém não foi possível chegar a conclusões 
definitivas sobre o efeito da nutrição enteral e parenteral devido à heterogeneidade 
dos estudos. 
Em outra RS publicada em 2005, com o objetivo de verificar o impacto do 
suporte nutricional enteral sobre a incidência e cicatrização de UP, foram incluídos 15 
estudos e cinco foram agrupados em uma metanálise de suplementos nutricionais 
orais ou alimentação por sonda enteral. A metanálise, n=1.224, idosos pós-cirúrgicos, 
pacientes cronicamente hospitalizados, mostrou que os suplementos orais foram 
associados à incidência menor de desenvolver UP. Quanto à cicatrização, não foi 
possível realizar metanálise, no entanto, os estudos individuais demonstraram 
resultado favorável ao uso de altas doses de proteína e suplementos especializados 
para a cicatrização de UP. 
Em 2008, uma RS que avaliou tratamentos disponíveis para UP, sobre as 
intervenções nutricionais, foram incluídos sete ECR, e os autores constataram que a 
suplementação de proteína promoveu a cicatrização das úlceras em comparação com 
o placebo, no entanto, há poucas evidências para justificar o uso de TNE de rotina em 
comparação com o tratamento padrão para a cicatrização de UP. 
Embora tenham sido conduzidas RS envolvendo a nutrição na prevenção e 
tratamento das UP, verificou-se que essas não se restringiam à TNE, extrapolando a 
investigação de outras estratégias e não realizaram busca ampla em bases de dados. 
Para tanto, considerando-se a premência de novos estudos com qualidade 
metodológica, bem como que a RS possibilita a obtenção de repostas às questões 
clínicas e incorporar novos procedimentos à prática profissional com segurança e 
respaldo científico, propôs-se avaliar a efetividade da Terapia Nutricional Enteral 
(TNE) no processo de cicatrização das Úlceras por Pressão (UP) em adultos e idosos. 
O fornecimento de quantidades adequadas de energia e proteína demonstra 
ser eficaz em melhorar a cicatrização de UP. 
Estudo avalia o uso da arginina na cicatrização da UP e obteve diferença 
significativa no decréscimo do escore PUSH tool ao longo do tempo. Avalia-se 
28 
 
 
também o Colágeno hidrolisado e identificou mudança do escore. A Ornitina alfa-
cetoglutarato foi avaliada pelos estudos de UP e apresentou diminuição absoluta da 
área da UP na sexta semana significativamente. Estudos avaliaram a vitamina C. O 
sulfato de zinco foi avaliado no estudo. Para dez participantes que receberam a 
intervenção houve mudança na UP quanto ao volume médio de 10 ml. 
Tendo em vista que a adequada nutrição relaciona-se ao processo de 
cicatrização, o objetivo é avaliar a efetividade da TNE como tratamento no processo 
de cicatrização das UP em adultos e idosos. Para esse desfecho, os resultados dos 
estudos incluídos demonstram que a TNE auxilia a cicatrização de UP, porém não 
foram constatadas evidências científicas suficientes para se confirmar esse achado. 
Avalia-se os efeitos de um suplemento nutricional misto (proteína, arginina, 
vitamina C, vitamina E, e outros micronutrientes – Cubitan®), e obteve 65 UP (27%) 
cicatrizadas em nove semanas. 
Estudo prospectivo conduzido com 39 pacientes, que usaram um suplemento 
nutricional misto (suplemento rico em proteína, enriquecido com arginina, vitamina C 
e zinco), após três semanas de intervenção constatou redução significativa da área 
das UP de 23.6 cm para 19.2 cm, representando redução de 29%. Ainda, diretriz 
nacional recomenda a Terapia Nutricional para pacientes portadores de UP, com 
fórmulas de nutrientes imunomoduladores e maior teor de proteínas no tratamento de 
pacientes com UP, com alto grau de recomendação e força de evidência (A). 
Quanto ao uso de ‘suplementos nutricionais mistos’, embora nãohaja 
evidências que a suplementação com vitaminas e minerais auxilie na cicatrização das 
UP, a suplementação é recomendada quando há suspeita de deficiências. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
29 
 
 
 
 
1. REFERÊNCIAS 
 
Abbade, E, B.Adoção de terapias nutricionais enteral e parenteral associada à 
redução da taxa de óbitos de pacientes neoplásicos. Medicina (Ribeirão Preto) 
2020;53(2):115-125. 
 
Priscila Moreira Vargas et al. Avaliação Do Estado Nutricional De Pacientes Em 
Uso De Terapia Nutricional Enteral. São Paulo. v.12. n.75. Suplementar 1. p.830-
840. Jan./Dez. 2018. ISSN 1981-9919. 
 
Blanc G, Meier MJ, Stocco JGD, Roehrs H, Crozeta K, Barbosa DA. Efetividade da 
terapia nutricional enteral no processo de cicatrização das úlceras por pressão: 
revisão sistemática*. RevEscEnferm USP · 2015; 49(1):152-161. 
 
Letícia de França Ferraz e Ana Claudia Freixo Campos. O papel do nutricionista na 
equipe multidisciplinar em terapia nutricional. RevBrasNutrClin 2012; 27 (2): 119-
23. 
 
Cristina F. Diestel et al. Terapia nutricional no paciente crítico. Revista HUPE, Rio 
de Janeiro, 2013;12(3):78-84.