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06 - Gêneros e Formatos Jornalísticos Opinativo e Interpretativo

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Jornalismo Impresso
Aula 6: Gêneros e Formatos Jornalísticos– Opinativo e
Interpretativo
Apresentação
O jornalismo, ao longo dos anos, foi objeto de estudo de muitos campos do conhecimento como observamos na aula
passada. Ainda hoje são inúmeras as questões e inquietações que buscamos compreender sobre o campo do fazer
jornalístico. Por exemplo, a Psicologia e as Ciências Sociais se debruçaram sobre a atuação pro�ssional do jornalista para
entender os mecanismos de produção dos conteúdos e os sentidos que as publicações jornalísticas assumem sobre as
pessoas.
Destacamos novamente os esforços de Luiz Beltrão, José Marques de Melo, Nilson Lage e Lia Seixas, além de outros
nomes importantes que apresentam avanços no estudo sobre o fazer e os formatos dos produtos jornalísticos.
Partindo dos estudos realizados por esses diversos pro�ssionais do jornalismo, vamos continuar a conhecer os gêneros e
formatos jornalísticos. Como vimos na aula passada, são cinco os gêneros jornalísticos segundo a classi�cação de José
Marques de Melo: 1) Informativo; 2) Opinativo; 3) Interpretativo; 4) Utilitário; e 5) Diversional. Já estudamos o gênero
informativo e agora direcionaremos a nossa atenção para os formatos jornalísticos presentes no gênero opinativo e no
interpretativo. Vamos lá?
Objetivos
Apontar as principais características do gênero jornalístico opinativo e do interpretativo, bem como de cada um dos
formatos dessa classi�cação;
Esclarecer a utilização dos formatos jornalísticos presentes no gênero opinativo e no interpretativo dentro dos
produtos jornalísticos.
 Vídeo.
Atenção! Aqui existe uma videoaula, acesso pelo conteúdo online
Primeiras palavras
Estamos percorrendo, em nossas aulas, um caminho bastante interessante sobre os processos de comunicação
impressa ao longo da história da humanidade, o que nos favorece para ampliarmos a nossa visão com relação à
importância do jornalismo impresso em nossa sociedade.
Conhecemos também a trajetória dos estudos sobre os gêneros e formatos jornalísticos, desde o trabalho desenvolvido
pelo francês, Jacques Kayser até chegarmos as contribuições brasileiras a esse campo de estudo e atuação com Luiz
Beltrão, José Marques de Melo e outros nomes que destacamos na aula anterior.
É curioso que, ao olharmos para trás, podemos perceber que as preocupações da época ainda fazem sentido e que
algumas delas devem ser atualizadas para o tempo presente.
Uma coisa é certa: O jornalismo possui um papel social claro, apesar de
muitas vezes alguns veículos de comunicação não levarem isso em
consideração. Portanto, entender sobre as formas e os modos de
produção dos conteúdos jornalísticos é de extrema importância até hoje.
Na aula anterior, conhecemos as características do gênero jornalístico informativo e estudamos cada um dos formatos
que compõem esse gênero: Nota; notícia; reportagem; entrevista, de acordo com a classi�cação proposta por José
Marques de Melo. O jornalismo impresso é fortemente marcado pela presença dos formatos do gênero informativo
claramente um dos mais representativos na prática pro�ssional do jornalista.
Para ampliar ainda mais nossos horizontes sobre as possibilidades de produções de conteúdos jornalísticos, vamos
conhecer o gênero opinativo e o interpretativo que contemplam vários formatos. Ao olharmos para o gênero opinativo,
encontraremos o artigo, a resenha crítica e a coluna entre outros formatos que compõem esse gênero e que facilmente
podem ser encontrados em nossos jornais. Já o gênero interpretativo contempla a dossiê, o per�l, a enquete e a
cronologia.
Buscaremos agora conhecer mais a fundo esses gêneros e seus formatos. Garanto que essa aula fará você se apaixonar
ainda mais pelo Jornalismo, que é muito mais que só informar sobre os acontecimentos diários. O jornalismo ajuda a
construir e contar a história da nossa sociedade. Você me acompanha em mais um trecho deste caminho?
Gênero opinativo
Inicialmente é necessário entender que existem grandes debates que envolvem estudiosos, professores e pro�ssionais do
jornalismo sobre a divisão entre jornalismo informativo e opinativo.
Isso se deve a compreensão de que mesmo diante de critérios para a interpretação da realidade, dos acontecimentos da
sociedade, o jornalista ainda terá di�culdades em separar o que é o registro do fato das suas opiniões. Todos nós somos
constituídos a partir de um conjunto de diversas referências que de algum modo vão impactar em nosso processo de
seleção e de organização das informações.
Alguns autores como Luiz Beltrão, Pastora Moreno Espinosa e José
Marques de Melo, no entanto, a�rmam que é possível identi�car
dentro dos jornais, em se tratando de textos jornalísticos,
elementos que justi�cam a existência de um gênero opinativo,
especialmente porque muitos destes encontram-se legitimados,
inclusive pelos leitores dos jornais, como o editorial, a carta e a
coluna.
 Fonte: “Gêneros Jornalísticos no Brasil, Lailton Alves da Costa, 2010).
 (Fonte: Bohbeh/Shuttersctok)
Vejamos como cada um dos autores que mencionamos anteriormente compreende essa relação entre informação e
opinião no jornalismo:
AUTOR COMPREENSÃO
Luiz Beltrão “Em Luiz Beltrão, a opinião é descrita como uma função ‘psicológica, pela qual o ser humano, informado de ideias,
fatos ou situações conflitantes, exprime a respeito seu juízo’. Segundo o autor, a opinião, para o jornalista, não é
apenas um direito, mas um dever, por ter a função de captar em qualquer campo, aquele objetivo importante sobre
o qual a sociedade exige uma definição” (COSTA, 2010, p.56).
Pastora
Moreno
Espinosa
“Para Espinosa, a divisão entre a informação e a opinião raramente aparece de modo puro nos textos jornalísticos,
porque, em sua maioria, os gêneros jornalísticos se complementam uns com os outros. A autora explica que o
gênero opinativo parte, quase sempre, de acontecimentos da atualidade e oferece também elementos
interpretativos, e, mais que isso, se ocupa da reflexão profunda que a informação da atualidade não pode oferecer
aos leitores” (COSTA, 2010, p.56).
José
Marques de
Melo
“Marques de Melo, ao se dedicar às formas de expressão opinativa no jornalismo afirma que ao estabelecer uma
fronteira metodológica entre jornalismo informativo e opinativo, não queria fazer crer que a expressão opinativa,
entendida como direção ideológica, se reduzisse aos chamados gêneros do jornalismo opinativo” (COSTA, 2010,
p.57).
Compreensão sobre a opinião no Jornalismo
Fonte: Elaborado pelo professor com base no texto “Gêneros Jornalísticos” de autoria de Lailton Alves da Costa.
Fonte: Elaborado com base na obra Gêneros Jornalísticos no Brasil (2010).
 Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal
A compreensão de Luiz Beltrão, Pastora Moreno Espinosa e José Marques de Melo encontram aproximações
especialmente no que tange a compreensão da importância da opinião dentro do jornalismo. Outra aproximação que
encontramos na perspectiva apresentada por eles é que a opinião é inerente a produção jornalística e que ela está
presente nos diversos conteúdos dos jornais.
Luiz Beltrão apresenta, em 1980, três categorias para pensar a expressão opinativa no jornalismo: 1) Editor; 2) Jornalista;
3) Leitor. José Marques de Melo revisitou as categorias propostas por Beltrão e propôs uma nova organização. Vejamos:
 Fonte: “Gêneros Jornalísticos no Brasil, Lailton Alves da Costa, 2010).
Partindo das re�exões feitas por Luiz Beltrão e de estudos realizados posteriormente, José Marques de Melo propõe oito
formatos para o gênero opinativo. Sendo eles:
1) Editorial
2) Comentário
3) Artigo
4) Resenha
5) Coluna
6) Crônica
7) Caricatura
8) Carta
Veremos a seguir cada um dos formatos, buscando compreender suas características e utilização dentro dos produtos
jornalísticos.
 Formatos
 Clique no botão acima.
Editorial
De acordo com José Marques de Melo, a produção do editorial é responsabilidade do editor do jornal, que ao
ocupar essafunção representa os interesses do grupo mantenedor da publicação. Um dos grandes desa�os da
produção do editorial é o equilíbrio necessário entre os requisitos técnicos e econômicos e ainda exercer sua
função social.
O Editorial possui cinco características segundo elencou Luiz Beltrão (1980):
Morfologia (artigo fundo, suelto, nota)
Topicalidade (preventivo, de ação, de consequência)
Conteúdo (informativo, normativo, ilustrativo)
Estilo (intelectual emocional)
Natureza (promocional circunstancial e polêmico)
Neste sentido trabalhamos com a de�nição de que o editorial:
“Expressa a opinião o�cial da empresa diante dos fatos de maior repercussão no momento. Porta-voz da
instituição jornalística. Espaço de contradições. Opinião das forças que mantém a instituição jornalística
(proprietários, jornalistas, acionistas, anunciantes, leitores). Sinaliza à opinião pública, pretendendo nela in�uir.
Predominantemente nos jornais, perde intensidade nas revistas, �gurando episodicamente no rádio e na televisão
e ressurge na internet” (MARQUES DE MELO, 2006).
O comentário surge como um conteúdo a ser trabalhado e de toda a responsabilidade do comentarista. O
comentarista, por sua vez, deve ser um pro�ssional valorizado, que traz consigo uma grande bagagem cultural, o
que lhe credencia a emitir opiniões através de seus comentários. Tal formato transita entre a ironia do editorial e o
humor, muitas vezes, presente na crônica.
José Marques de Melo explica que o formato comentário é oriundo do jornalismo norte-americano.
“Explica as notícias, seu alcance, suas circunstâncias, suas consequências. Nem sempre emite uma opinião
explícita. O julgamento dos fatos é percebido pelo raciocínio do comentarista, pelos rumos da argumentação. Sua
característica inerente é a continuidade. Uma matéria que contém a apreciação de um fato articula-se
necessariamente com as que a antecederam e com as que virão” (MARQUES DE MELO, 2006).
ARTIGO
O artigo possui bastante semelhança com o editorial, especialmente quanto à topicalidade, ao estilo e a natureza
da produção.
A estrutura básica de um artigo é:
Título
Introdução
Discussão/ Argumentação
Conclusão
Essa é a estrutura básica de um artigo, que normalmente é desenvolvido não somente por jornalistas, mas
também por pensadores, professores, pesquisadores, pessoas que são especialistas em algum tema.
Algumas categorias podem ser pensadas para os artigos, o que pode ajudar a compreender o processo de
produção desse conteúdo.
TIPO CARACTERÍSTICA
Artigo (propriamente dito) O artigo contém julgamento provisórios.
Ensaio O ensaio apresenta pontos de vistas mais definidos e alicerçados.
Categorias de Artigo de José Marques de Melo
Fonte: Elaborado pelo professor com base na obra Gêneros Jornalísticos no Brasil (2010).
 Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal
Por isso, José Marques de Melo (2006) de�ne artigo como sendo uma “matéria jornalística através da qual
jornalistas e cidadãos desenvolvem ideias e apresentam opiniões. Contêm julgamentos mais ou menos
provisórios, porque é escrito enquanto os fatos ainda estão se con�gurando. Democratiza a opinião no jornalismo,
possibilitando o seu acesso a lideranças e emergentes na sociedade”.
Resenha
A resenha, de modo geral, está relacionada à apreciação de obras de arte ou de produtos culturais, sempre com a
�nalidade de orientar a ação dos leitores. Esse gênero jornalístico, por muitas vezes, é chamado também de
crítica. Porém, José Marques de Melo (2006) pondera que é possível fazer uma distinção entre ambos, vejamos o
que ele propõe:
Por muito tempo, esse tipo de conteúdo foi produzido por especialistas e intelectuais e só posteriormente os
próprios jornalistas passaram a produzir esses textos. Talvez, por este motivo exista esse con�ito na
compreensão do que é a resenha e a crítica.
Ao conceituar resenha, José Marques de Melo (2006) a�rma que apesar deste texto ter como característica
central a apreciação das obras de arte ou dos produtos culturais, ele não deve ter a intenção de oferecer
julgamento estético.
“[A resenha] tem função eminente utilitária. Ao mesmo tempo em que sinaliza aos consumidores, dialoga com os
produtores, oferecendo pistas para os autores, diretores, atores. Formato que abrange toda mídia, da imprensa ao
rádio e à televisão, expandindo-se também na Internet” (MARQUE DE MELO, 2006).
Coluna
A coluna surgiu na imprensa norte-americana em meados do século XIX, conforme Fraser Bond (1962), no
contexto de transformações pelo que passava o jornalismo na época. Os jornais deixavam de ser doutrinários e
assumiam um caráter mais informativo.
O colunismo, segundo José Marques de Melo (2003), pode ser subdividido em três partes:
RESENHA CRÍTICA
Gênero Jornalístico Gênero Literário
Voltado ao consumo popular Voltado a acadêmicos
Distinção entre resenha e crítica por José Marques de Melo
Elaborado pelo professor com base na obra Gêneros Jornalísticos no Brasil (2010)
 Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal
1. O colunismo atende a uma necessidade de satisfação substitutiva existente no público leitor.
A coluna pode ser entendida como um verdadeiro mosaico de informações, estruturada a partir de pequenos
textos. José Marques de Melo (2006) compreende a coluna como um espaço privilegiado dos bastidores da
notícia, descobrindo fatos que estão por acontecer, pinçando opiniões que ainda não se expressaram, ou
exercendo um trabalho sutil de orientação da opinião pública.
Crônica
A crônica é um formato genuinamente brasileiro, correspondendo a um verdadeiro relato poético do real
segundo José Marques de Melo. Constitui-se como um momento de pausa, em relação a dinâmica da vida social.
A produção da crônica envolve desde o registro de fatos da vida cotidiana até a mesclagem desses fatos a
mitos, lendas e histórias que povoam o imaginário da população. Assim, a crônica assume um caráter de relato
rico de referências, por isso, em sua maioria os jornais têm a �gura dos cronistas, em geral escritores ou
jornalistas com habilidades literárias.
Caricatura
A opinião ilustrada, essa certamente é uma excelente de�nição para caricatura ou charge como é chamada em
alguns veículos de comunicação. De modo geral, este formato traz a entre suas características a sátira e a crítica.
José Marques de Melo (2003) identi�cou diversos tipos de expressão desse formato:
Caricatura: retrato humano
Charge: crítica humorística do fato
Cartoon: anedota grá�ca, crítica mordaz
Comic: histórias em quadrinhos
Esse formato jornalístico surge predominantemente no jornal impresso, mas ganha espaço na televisão,
sendo impulsionado na internet.
2. O colunismo tem a função de “balão de ensaio”: Insinua fatos, lança idéias sugere situações, com a �nalidade de
avaliar as repercussões.
3. Alimentando a vaidade de pessoas importantes, o colunismo oferece modelos de comportamento, estimulado o
modismo.
Carta
Esse é o principal espaço do leitor no jornal impresso. São muitos os jornais pelo mundo que publicam em suas
páginas a famosa carta do leitor, ou opinião do leitor.
O surgimento desse formato aconteceu ainda no século XIX garantindo aos leitores um espaço de manifestação
dentro das publicações. A carta constitui-se assim como um elemento de expressão da audiência.
José Marques de Melo (2006) conceitua carta como “um espaço facultado aos cidadãos para que expressem
seus pontos de vista, suas reivindicações, sua emoção. Pretende romper a barreira que existe entre leitor e editor,
produtor e consumidor. Território democrático, aberto a todos os cidadãos interessados em participar do debate
público, sendo vedado o anonimato”.
 (Fonte: Sebra/Shutterstock)
 Vídeo.
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Gênero interpretativo
O jornalismo interpretativo se estabeleceu no Brasil, na década de 1960, quando foi criado o Departamento de Pesquisa e
Documentação do Jornal do Brasil,segundo informações de Paulo Roberto Leandro e Cremilda Medina.
Você deve estar se perguntando por qual motivo o surgimento do jornalismo interpretativo em nosso país é atribuído a
criação desse departamento no Jornal do Brasil. Na verdade, a explicação é bastante simples.
A principal característica do gênero interpretativo é justamente o aprofundamento. Para garantir o aprofundamento e a
re�exão ampla dos leitores era necessário correlacionar informações e dados que, muitas vezes, não eram de fácil acesso.
Diante deste contexto, percebeu-se a necessidade da documentação, do arquivamento de jornais, para que essas
publicações fossem usadas como fonte de pesquisa posteriormente. Daí, a relação do jornalismo diversional com a
criação do primeiro centro de documentação de um jornal brasileiro.
Quando pensamos no gênero interpretativo, podemos relacionar outras
expressões que remetem esse mesmo sentido, como jornalismo em
profundidade, jornalismo explicativo ou jornalismo motivacional.
Ao longo dos anos diversos pesquisadores buscaram compreender as características dos formatos que compõem o
gênero interpretativo, dentre eles destacamos os nomes de Luiz Beltrão, Cremilda Medina e José Marques de Melo.
De acordo com a classi�cação de José Marques de Melo os formatos do jornalismo interpretativo seriam: 1) Dossiê; 2)
Per�l; 3) Enquete; e 4) Cronologia. Conheceremos agora um pouco de cada um desses formatos.
Clique nos botões para ver as informações.
O dossiê pode e deve ser entendido como um mosaico de informações. Onde serão acionados diversas fontes,
dados e informações para se compreender um determinado acontecimento ou fato. Por muitas vezes, esse formato
é utilizando em temas policiais, políticos e econômicos, proporcionando assim ao leitor uma compressão mais
ampla do fato noticiado.
A produção de um dossiê demanda investigação, dedicação, tempo e recurso, porém, não se trata de uma
investigação jornalística autônoma. Segundo Bernardo Kucinski (2003), em seu artigo Notas sobre o jornalismo de
dossiês publicado no Observatório da Impressa, o jornalismo de dossiê não é a notícia de um fato novo. É a criação
de um fato novo. Seu conteúdo é um inventário de fatos acontecidos ou supostamente acontecidos no passado; às
vezes desconhecidos.
José Marques de Melo (2006) classi�ca dossiê como um mosaico destinado a facilitar a compreensão dos fatos
noticiosos. “Condensação de dados sob a forma de “boxes”, ilustrados com grá�cos, mapas e tabelas. Trata-se de
uma matéria destinada a complementar as narrativas principais de uma edição ou para celebrar efemérides“.
Dossiê 
O per�l é uma narração. Um relato biográ�co, quase sempre usando uma linguagem mais poética e literária. Sobre o
conceito de per�l José Marques de Melo de�ne que se trata de um relato biográ�co sintético, identi�cando os
agentes noticiosos.
Os per�s são muito comuns para apresentar personalidades e �guras de notoriedade ocasional. Muitos jornais
possuem jornalistas especializados em produzir esse tipo de conteúdo. A principal característica desse formato
jornalístico é descrição de um determinado personagem.
Per�l 
Quando pensamos no formato enquete, podemos associar a ação de saber a opinião das pessoas sobre um
determinado assunto. José Marques de Melo (2006) a�rma que esse é um relato das narrativas ou pontos de vista
de cidadãos aleatoriamente escolhidos. Esse é um formato muito utilizado em contexto de temas polêmicos.
Enquete 
A cronologia é um relato de um fato com base na ordem cronológica do que aconteceu. Algumas variáveis
temporais podem ser levadas em consideração como: Século; ano; semana; hora.
“Destina-se a reconstruir o �uxo das ocorrências, permitindo sua melhor compreensão pelo receptor. Trata-se de uma
ilustração que complementa a cobertura dos fatos extraordinários ou cuja dinâmica tem como alavanca o fato
tempo” (MARQUES DE MELO, 2006).
Cronologia 
 (Fonte: Sebra/Shutterstock)
Agora você já conhece mais dois gêneros jornalísticos e os seus respectivos formatos.
 Vídeo.
Atenção! Aqui existe uma videoaula, acesso pelo conteúdo online
Atividade
1. Durante a aula, apresentamos três autores que re�etiram sobre a divisão entre a informação e a opinião. Apresente o
argumento usado por pelo menos um desses autores.
2. José Marques de Melo classi�cou o gênero opinativo em oito formatos. Quais são esses formatos jornalísticos?
3. Ao revisitar as categorias proposta por Luiz Beltrão para os núcleos da opinião no jornalismo, José Marques de Melo
propôs uma nova organização. Assinale a opção correta.
a) Segundo a classificação de José Marques de Melo, os quatro núcleos da opinião no jornalismo são: Empresa, jornalista, revisor e
colaborador.
b) Segundo a classificação de José Marques de Melo, os quatro núcleos da opinião no jornalismo são: Editor, jornalista, colaborador
e jornal.
c) Segundo a classificação de José Marques de Melo, os quatro núcleos da opinião no jornalismo são: Empresa, jornalista,
colaborador e leitor.
d) Segundo a classificação de José Marques de Melo, os quatro núcleos da opinião no jornalismo são: Diagramador, colaborador,
leitor e empresa.
e) Segundo a classificação de José Marques de Melo, os quatro núcleos da opinião no jornalismo são: Editor, jornalista, diagramador,
revisor.
4. Comente sobre o fato histórico ao qual é atribuído o surgimento do jornalismo interpretativo no Brasil.
5. Quais os formatos que compõem a classi�cação do Gênero Interpretativo?
Referências
BELTRÃO; L. Jornalismo Opinativo. Porto Alegre: Sulina, 1980.
BOND, F. Introdução ao jornalismo: análise do quatro poder em todas as suas formas. São Paulo: Agir, 1962.
COSTA; L. A. da. Gêneros Jornalísticos. In: MELO, J. M de; ASSIS, F. de. Gêneros Jornalísticos no Brasil. São Bernardo do
Campo: Universidade Metodista de São Paulo, 2010.
ESPINOSA; P. M. Géneros para la persuasión em prensa: los editoriales del diário El País. Revista Ambitos, n. 9, 2002.
Disponível em: https://idus.us.es/xmlui/handle/11441/12698. Acesso em 04 set. 2019.
LEONARDO, P. R.; MEDINA, C. A arte de tecer o presente: o jornalismo interpretativo. São Paulo: Media, 1973.
MELO, J. M de. Gêneros de comunicação massiva. 2006. (Notas de Aula)
MELO, J. M de. Jornalismo opinativo: gênero opinativos no jornalismo brasileiro. 3. ed. Campos do Jordão: Mantiqueira, 2003.
KUCINSKI, B. Notas sobre o jornalismo de dossiês. Disponível em: //observatoriodaimprensa.com.br/primeiras-edicoes/notas-
sobre-o-jornalismo-de-dossis-2/ Acesso em 04 set. 2019.
Próxima aula
Os formatos jornalísticos presentes no gênero utilitário, dentre eles: Serviço e indicador.
Os formatos jornalísticos presentes no gênero diversional, dentre eles História de interesse humano.
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