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Medicamentos na Prática Clinica - Barros - 1ed_Parte423

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424 Elvino Barros, Helena M. T. Barros & Cols. 
creatinina. Não há descrição de sangra-
mento e de anormalidades plaquetárias, 
mas pode ocorrer alteração no tempo de 
protrombina e no TTPa. Pode haver eosi-
nofilia, teste de Coombs positivo e reações 
de hipersensibilidade. 
Interações. Age sinergicamente com os 
aminoglicosídeos contra P. aeruginosa e 
contra algumas enterobactérias. 
Gestação e lactação. Categoria de risco B , 
na gestação. E secretado no leite materno 
- 91 %), não recomendado na lactação. 
Comentários 
• Não há reação cruzada com penicilinas 
ou com cefalosporinas. 
• Cruza a barreira hematencefálica. 
CARBAPENÊMICOS 
Aqui se incluem o ertapenem, o imi-
penem e o meropenem. O principal papel 
do ertapenem seria no manejo de infec-
ções por enterobactérias sensíveis somen-
te a carbapenêmicos, mas, até o momen-
to, a droga não foi testada nesse contexto 
específico. Suas vantagens em relação ao 
imipenem e ao meropenem são a longa 
meia-vida (per1nitindo dose única diária) 
e a possibilidade de administração intra-
muscular. Agem por meio da inibição da 
síntese da parede celular. 
O imipenem e o meropenem são os J3-lactâ-
micos com maior espectro de atividade an-
timicrobiana: mostram-se tão ativos quanto 
a ampicilina contra estreptococos em geral e 
quanto a oxacilina contra estafilococos; além 
disso, são superiores às cefalosporinas contra 
Gram-negativos em geral, sendo inferiores 
somente à ceftazidima contra Pseudomonas 
aeruginosa; são extremamente ativos contra 
anaeróbios. A diversidade e a prevalência de 
J3-lactamases entre as Enterobacteriaceae 
tem impulsionado o uso dessa classe de an-
tibacterianos. 
O imipenem, representante mais 
antigo da classe, e o meropenem são es-
táveis frente à maioria das J3-lactama-
ses, com exceção das produzidas por S. 
malthophilia e de algumas cepas de Pseu-
domonas e Burkholderia. Seu uso deve 
ser reservado para tratamento de infec-
ções graves por ger1nes multirresistentes, 
pois, além de serem drogas de reserva, 
são muito dispendiosas e indutoras de 
produção de J3-lactamases. Além disso, o 
amplo espectro desses antibióticos pode 
suprimir a microbiota normal e predispor 
a infecções por germes resistentes, como 
Stenotrophomonas maltophilia e fungos. 
O imipenem é mais ativo do que o me-
ropenem contra Gram-positivos, mas ne-
nhum dos dois é confiável contra ente-
rococos. Contudo, o meropenem é mais 
ativo do que o imipenem contra Gram-ne-
gativos em geral, com exceção de Acine-
tobacter. Ambos passam bem a barreira 
hematencefálica, mas o imipenem apre-
senta neurotoxicidade capaz de causar 
convulsões em pacientes com aumento 
da permeabilidade da barreira. A neuro-
toxicidade também pode se manifestar de 
outras formas, de modo que o meropenem, 
por ser menos neurotóxico, deve ser pre-
ferido em pacientes com meningite ou em 
outras causas de diminuição da integrida-
de da barreira hematencefálica. 
Ertapenem 
Nome comercial. Invanz®. 
Apresentação. Fr-amp com 1 g. 
Espectro. Cocos Gram-positivos em geral, 
excluindo estafilococos oxacilina-resis-
tentes e a maioria dos enterococos; baci-
los Gram-negativos em geral, excluindo 
Acinetobacter sp., Stenotrophomonas sp. e 
Pseudo monas sp.; anaeróbios em geral. 
Usos. Infecções graves por germes multir-
resistentes, especialmente Gram-negativos 
produtores de ~-lactamases de espectro 
estendido ou produtores de ~-lactamases 
cromossomais tipo AMP-C. 
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