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Endocrinologia Clínica (Lúcio Vilar) - 6 Edição_Parte468

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Introdução
O carcinoma anaplásico de tireoide (CAT) é um dos tumores malignos mais agressivos, sendo a forma mais indiferenciada
das neoplasias tireoidianas.1 Os pacientes são tipicamente mulheres (60 a 70%), e a maioria tem mais de 50 anos de idade (>
90%).2,3 Por ocasião do diagnóstico, cerca de 40 a 50% dos pacientes têm metástases a distância, e, em 80 a 85% desses
pacientes, as metástases são pulmonares. Dentre os pacientes diagnosticados inicialmente com doença limitada ao pescoço, 25%
subsequentemente desenvolvem metástases.4,5
Tipicamente, o paciente com CAT apresenta dor e disfonia associada a massa cervical anterior de crescimento rápido,
endurecida e aderente aos planos adjacentes. Frequentemente, há história de bócio de longa duração e 20 a 30% têm carcinoma
diferenciado de tireoide concomitante,6 sugerindo que o CAT seja decorrente de um processo de desdiferenciação de
carcinomas diferenciados preexistentes, como o carcinoma papilífero de tireoide (CPT) ou carcinoma folicular de tireoide
(CFT).
Uma série de 123 casos de CAT avaliados na Clínica Mayo mostrou que quase todos os pacientes (97%) apresentam massa
tireoidiana de crescimento rápido,7 resultando em disfonia, disfagia, paralisia de corda vocal, dor cervical, dispneia e tosse.
Outras manifestações incluem dores decorrentes de metástases, anorexia, perda de peso, astenia e febre. Eventualmente, pode
ocorrer hipertireoidismo em decorrência de tireoidite.6–8
Pulmões e pleuras são os sítios de metástases mais comuns. Também são frequentes as metástases ósseas (5 a 15%) e
cerebrais (5%). Outros sítios metastáticos menos frequentes incluem pele, fígado, rins, pâncreas, coração e adrenais.6–8
Apesar de diferentes esquemas de tratamento, o CAT cresce rapidamente, invade tecidos adjacentes, e a maioria dos
pacientes morre por invasão tumoral não controlada e insuficiência respiratória.8–11 Até hoje, ainda não podemos oferecer um
tratamento eficaz ao paciente com CAT. A melhor perspectiva de cura é o diagnóstico precoce e a ressecção completa da lesão.
Entretanto, somente em uma minoria de pacientes obtêm-se resultados satisfatórios, e o tempo de sobrevida mediano não
ultrapassa 3,9 meses do diagnóstico (2,3 a 60 meses).4,6
O tratamento do CAT representa um grande desafio terapêutico para o endocrinologista. Com a progressão da doença, o uso
de outras formas de tratamento deve levar em conta a manutenção da qualidade de vida dos pacientes.12 As opções terapêuticas
para o CAT incluem, além da cirurgia, quimioterapia e radioterapia.13 Contudo, todos eles, especialmente se utilizados de forma
isolada, geralmente se mostram incapazes de controlar a doença.4 Terapia multimodal, combinando cirurgia, quimioterapia e
radioterapia, tem mostrado resultados melhores. De fato, ela ocasionalmente consegue evitar a morte por invasão local e
insuficiência respiratória, além de melhorar a sobrevida em alguns pacientes.14,15 Entretanto, a natureza agressiva e a raridade do
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	Endocrinologia Clínica (Lúcio Vilar) - 6ª Edição

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