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Relatório - VISITA TÉCNICA À ESCOLA AGRÍCOLA DE JUNDIAÍ

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RELATÓRIO – VISITA TÉCNICA À ESCOLA AGRÍCOLA DE JUNDIAÍ
O consumo de alimentos orgânicos vem crescendo cada dia mais, esse crescimento se dá pelo aumento das informações sobre alimentação saudável, em todos os âmbitos da comunicação social. A definição de alimento orgânicos são todos aqueles alimentos in natura ou processados que são oriundos de um sistema de produção orgânico, produzido em solo equilibrado, livre de agrotóxico e adubos químicos, essa produção deve ser baseada em técnicas que dispensam o uso de insumos como pesticidas sintéticos, fertilizantes, medicamentos veterinários, organismos geneticamente modificados, conservantes, aditivos e irradiação (2012).
Todos esses critérios devem ser levados em consideração as regiões, condição climática e necessidades de se adaptar ao local da produção. Por mais que exista todo um controle para não contaminação dos alimentos orgânicos, não é garantia que esses alimentos não estejam minimamente contaminados tendo em vista que isso pode acontecer de maneira indireta, por meio das condições do meio ambiente, ou produtos resistentes, e até mesmo a proximidade de propriedades de produções convencionais (2012)
Dentre todos os alimentos orgânicos, a indústria vende hoje os frangos orgânicos, são animais que podem se alimentam de 25% de milho orgânico e o restante de alimentação orgânica, como essa é a principal fonte de energia desses frangos e se sabe que para ter uma produção orgânica o produtor acaba gastando mais do que se produzisse alimentos convencionais, o tamanho de área desse produtor acaba sendo menor porque a mão de obra é maior para cuidar das plantações, o fornecimento de sementes e mudas sai mais limitados.
O manuseio pós colheita e transporte acaba sendo mais caro por esses alimentos perecerem mais rápido que os convencionais e com isso o produtor acaba perdendo mais. E ao final do produto o frango orgânico acaba chegando ao consumidor com um valor mais acima do que os outros frangos convencionais.
Outro alimento bastante valorizado hoje em dia, são os ovos caipiras orgânicos, eles são vendidos nas prateleiras dos supermercados em pequena quantidade e com o preço mais alto que os outros ovos chamados de vermelho e branco. A maioria das pessoas acham que o ovo caipira é mais nutritivo que os outros ovos, pela coloração da gema ser mais alaranjada, enquanto os outros apresentam a gema amarelo claro. Mas isso se dá pela alimentação das galinhas, existem produtores fraudando ovos, colocando corantes nas rações das galinhas para que as gemas fiquem com a coloração mais escura, e vendendo como ovo caipira, o ovo caipira é um ovo que foi produzido por uma galinha que estava sobre um sistema de criação caipira, e possui mesmas características de um ovo normal (produzido por um sistema industrial) não sendo possível sua distinção na hora da compra. 
A principal diferença entre eles é só a cor da casca, isso varia de acordo com a raça da galinha e a idade da mesma, quanto mais velha a galinha mais difícil ela colocar os pigmentos que ela consome na alimentação no ovo, na Escola agrícola de Jundiaí (EAJ) eles colocam açafrão na ração para que as galinhas mais antigas produzam ovos mais escuros. Com relação ao valor nutritivo estudos mostram que não teve diferença significativa de um ovo para o outro.
Ainda sobre a avicultura, uma questão bastante polêmica é a utilização de hormônios em frangos com intuito de acelerar seu crescimento e te-lo mais cedo no mercado, mas segundo a Instrução Normativa (IN) n° 17 de 2004, do Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento, é proibida a administração, por qualquer meio, o uso de hormônios com finalidade de estimular o crescimento da ave, então a rigor não se encontra ou não é para se encontrar hormônios no frango. 
Outra preocupação quando se fala da criação animal é com animais com mastite, e com o uso de antibióticos e se os resíduos desses passam para o leite de vaca, alguns antibióticos são usados na ração para inibir o crescimento da micro-organismos na ração, para que ocorra a adição dessas substâncias são necessários estudos que comprovem que elas não irão passar para o leite, mas também se tem o uso de antibióticos para tratamento de inflamações como mastite, nesse caso o animal fica isolado até finalizar o tratamento. 
Promotores de crescimento são substâncias que diminui a conversão alimentar e auxilia no crescimento mais rápido do animal, com o objetivo de que os animais possam ser abatidos em menor tempo, ou seja, diminuindo o tempo de produção e influenciando diretamente no lucro da empresa. Como dito, ajudam na conversão alimentar justamente por diminuir o consumo de energia por bactérias que produzem substâncias tóxicas e que, dessa forma, prejudicam a absorção de nutrientes. Isso ocorre devido a inibição da bactéria pelo próprio promotor, que pode ser um antibiótico, prebiótico, probiótico, entre outros, e que também vão estar relacionados com o melhoramento do desempenho do animal. Sabe-se que os antibióticos podem ser administrados em doses terapêuticas e subterapêuticas, a diferença é que a terapêutica é comumente utilizada para o tratamento do animal e a subterapêutica é paliativa, ou seja, ajuda em seu crescimento, não sendo para tratar. Logo, eles também vão diferir na quantidade, princípio ativo e via de administração. Geralmente, os promotores utilizados para tratamento do animal vão ser incorporados na ração, na água (no caso das aves), intramuscular ou intravenoso (neste caso, somente um médico veterinário é indicado para a aplicação), já os promotores utilizados para crescimento, são incorporados também na ração, junto de outros componentes, como soja e milho. Outro ponto importante sobre esses promotores é a questão dos resíduos que podem ser deixados nos animais, no entanto, isso vai depender do tempo em que ele é utilizado, da quantidade e da empresa, pois algumas são mais confiáveis que outras. Há estudos que relatam que esses antibióticos não são tão prejudiciais à saúde do ser humano, outros que afirmam que sim, tornando-se um problema de saúde pública, por isso, é de extrema importância que nós, enquanto consumidores, saibamos qual a fonte de determinado animal que estamos consumindo. 
Antes que um antibiótico seja utilizado seja como preventivo ou promotor de crescimento animal deve-se ser avaliada idoneidade da empresa que o fornecerá. Embora utilizadas para tratamento de animais doentes, algumas substâncias não são permitidas para o uso como promotoras de crescimento. E assim os antibióticos devem ser utilizados na produção animal respeitando os prazos de retirada adequados antes do abate do animal, ou antes, que os produtos de sejam levados ao consumo (BLOOD, 1991).
	Esse prazo de retirada é um tempo para que o medicamento em questão atinja uma concentração segura e o medicamento antes do abate. Pois os resíduos de um medicamento podem sofrer acúmulo ou depósito nas células, tecidos, líquidos corporais ou órgãos de um animal, após seu uso no controle ou tratamento de doenças, ou após seu uso para promover o crescimento e melhora de eficiência alimentar (BOOT, 1992).
	Com relação a possibilidade de que resíduos de medicamentos venham a causar efeitos adversos à saúde humana, forma estabelecidos níveis de tolerância após estudos. No Brasil, é competência do Ministério da Saúde estabelecer estes valores (BRASIL, 2003). Contudo, a maior parte dos resíduos de antibióticos presentes em níveis elevados em produtos de origem animal, são ocasionados por: desrespeito aos prazos de retirada, uso de medicamentos não aprovados, doses excessivas ou desnecessária. Possíveis reações à saúde humana acarretadas por excessos são a ocorrência de hipersensibilidade, indução de tumores e modificações na flora bacteriana normal humana. 
	De modo geral, o uso desses antibióticos com o propósito de promover o crescimento, e as complicações que o seu uso inadequado pode acarretar são assuntos controversos. Onde por um lado a produtividade de mantimentos de origem animal aumenta e garanteuma demanda de proteína animal crescente, já por outro lado a saúde do ser humano fica de frente com uma possível falha na segurança alimentar. 
	Por fim a partir dos conhecimentos adquiridos durante a visita a EAJ relacionados a essa temática ficou claro que há algumas alternativas que podem substituir o uso de antibióticos, como por exemplo os probióticos e prebióticos, entre outros. E foi possível observar que a criação de frangos, suínos, galinhas e outros animais são constantemente controladas pelos trabalhadores da área (zootecnistas, veterinários e afins) através do trabalho e pesquisas constantes para produzir mais e melhor uma proteína de alta qualidade para e com o objetivo de contribuir para uma melhor nutrição humana.
É de grande valia para o profissional nutricionista saber diferenciar alimentos orgânicos de alimentos convencionais, porque esse é um assunto bastante atual e a produção de alimentos orgânicos vem crescendo muito no decorrer dos anos aqui no Brasil, e essa visita ajudou a dar mais propriedade para os futuros profissionais que vamos ser, podendo assim falar para os paciente e sanar qualquer tipo de dúvida, isso também ocorre com relação aos tipos de ovos, onde é uma dúvida frequente entre as pessoas, em saber a diferença dos ovos, e se os caipiras são melhores que os convencionais e ao final de contas eles possuem valor nutritivo igual.
A visita a EAJ foi muito importante, pois com essa atividade de campo pudemos ter um contato direto com um ambiente de estudo fora dos muros de uma sala de aula, em que não temos diariamente, isso permite uma maior eficiência com relação ensino-aprendizagem. Foi muito pertinente termos um contato direto com os animais, isso fez com que nós sentíssemos estimulados a pensar criticamente sobre os assuntos abordados e pela maneira que eles trabalham com animais, fazendo com que possamos comparar informações da aula teórica com a aula de campo.
REFERÊNCIAS
BLOOD, D. C.; RADOSTITS, O. M. Clínica veterinária. 7 ed. Ed. Guanabara Koogan, RJ, 1991.
BOOTH, n. H.; MCDONALD, L. E. Farmacologia e Terapêutica em Veterinária. 6 ed. Ed. Guanabara Koogan, RJ, 1992.
BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária – Programa Nacional de Análise de Resíduos de Medicamentos Veterinários em Alimentos Expostos ao Consumo. Novembro, 2003.
BRISOLA, M. C.; STEFANI, L. M. O que são Promotores de Crescimento? Nov, 2010. Disponível em: <http://www.ceo.udesc.br/arquivos/id_submenu/285/caderno_udesc_050.pdf> Acesso em: 13.06.2018
GOMES, D. M. Resíduos de antibióticos promotores de crescimento em produtos de origem animal. 2004. 78f. Monografia (especialização) - Universidade de Brasília. Disponível em: <http://bdm.unb.br/bitstream/10483/521/1/2004_DanielleMoraesGomes.pdf> Acesso em: 13.06.2018
SOUSA A. A., AZEVEDO E., LIMA E. E., SILVA A. P. F. Alimentos orgânicos e saúde humana: estudo sobre as controvérsias. Rev Panam Salud Publica. 2012;31(6):513–7.

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