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I Organização dos Serviços Especializados de Segurança do Trabalho ntrodução Neste módulo destacam-se conceitos que envolvem grupos e processos relacionados à segurança e saúde ocupacional. A NR 4 está relacionada ao Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho (SESMT), uma entidade de grande importância para as empresas e uma grande conquista para os trabalhadores, devido à sua importância. Pontos que valem destaque são: a formação do SESMT, número de funcionários e obrigações. Além disso, vale o destaque também para a NR 5, conhecida como Organização da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA). A CIPA, assim como o SESMT, é uma conquista dos trabalhadores e, assim como foi discutido para a NR 4, vale-se a discussão dos seguintes pontos: quem deve fazer parte, como agem os membros e como se dá a especialização de cada um dos membros. Objetivos da aula • Discutir os objetivos, a importância, composição, organização, bem como as atribuições e o funcionamento da CIPA no contexto da segurança e saúde do trabalho. • Compreender a estruturação, o dimensionamento e as competências do SESMT. • Discutir como se organiza o PCMSO, sua função e explanar sobre o ambulatório de saúde ocupacional. Resumo Os Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho (SESMT) devem ser constituídos por profissionais com formação plena na área prevencionista, sendo que eles serão os responsáveis por aplicar o conhecimento técnico em benefício da qualidade do ambiente de trabalho, dentre claro, entre outras diversas funções como vistoria do uso de EPIS e da utilização correta. Todas as atribuições legais referentes ao SESMT estão estabelecidas e dispostas na NR 4 disponível no site do Ministério do Trabalho (BRASIL, 2016). O item 4.2, presente na NR 4, especifica como deve ocorrer o dimensionamento do SESMT em uma empresa, nesse item estão presentes as determinações de quantidade de profissionais da área de saúde e segurança do trabalho que a empresa deve possuir em seu corpo de funcionários para tratar de serviços relacionados ao assunto. Entre os cargos, podemos citar: técnicos em segurança do trabalho, auxiliares ou técnico em enfermagem do trabalho, engenheiros de segurança do trabalho, médicos e enfermeiros do trabalho. O dimensionamento irá ocorrer de acordo com o nível de periculosidade das atividades que a empresa realiza e da quantidade de funcionários que a empresa mantém presentes no ambiente (FERREIRA E PEIXOTO, 2012). Para o dimensionamento do quadro de funcionários, é necessário primeiro consultar as tabelas presentes na NR 4. Na norma há uma tabela estabelecendo o grau de risco da atividade a ser desenvolvida e outra relacionando o grau de risco ao número de funcionários. Já a CIPA, abreviação para “Comissão Interna de Prevenção de Acidentes", é um grupo composto por funcionários de uma empresa para representar os funcionários de um modo geral e o empregador em assuntos relacionados à colaboração na prevenção de acidentes. A CIPA tem como filosofia que o acidente de trabalho é sempre fruto de causas que podem ser evitadas, amenizadas ou eliminadas (BRASIL, 2019). De acordo com Ferreira e Peixoto (2012), em 1940, o Governo Federal criou a CIPA com o intuito de minimizar a grande quantidade de acidentes de trabalho que havia acontecendo em empresas, os autores afirmam que o objetivo era encontrar soluções que fossem capazes de proporcionar maior segurança ao trabalhador e ao local de trabalho. O “cipeiro” é a pessoa responsável na realização da ligação entre o empregado e o empregador, isso porque é ele que está presente nos locais de trabalho, realizando o levantamento de riscos e discutindo com os superiores as devidas medidas a serem tomadas. Ainda de acordo com os autores, o “cipeiro” é um forte e importante aliado ao técnico de segurança do trabalho. Cabe aos membros da CIPA levantarem ambientes de risco e discutirem soluções. Além da CIPA e do SESMT já citados e comentados, temos uma importante ferramenta que é o PCMSO (Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional), parte integrante do conjunto mais amplo de iniciativas da organização no campo da saúde de seus empregados, devendo estar harmonizado com o disposto nas demais NRs. O PCMSO tem o objetivo de prevenir doenças, rastrear e diagnosticar, precocemente, os agravos à saúde relacionados ao trabalho, elaborado pelo Médico do Trabalho. De acordo com a NR7, O PCMSO deve incluir ações de: a) vigilância passiva da saúde ocupacional, a partir de informações sobre a demanda espontânea de empregados que procurem serviços médicos; b) vigilância ativa da saúde ocupacional, por meio de exames médicos dirigidos que incluam, além dos exames previstos nesta NR, a coleta de dados sobre sinais e sintomas de agravos à saúde relacionados aos riscos ocupacionais. Ainda de acordo com a NR-7, o PCMSO deve ser elaborado considerando os riscos ocupacionais identificados e classificados pelo PGR (Programa de Gerenciamento de Riscos). 7.5.2 Inexistindo médico do trabalho na localidade, a organização pode contratar médico de outra especialidade como responsável pelo PCMSO. O PCMSO deve incluir a avaliação do estado de saúde dos empregados em atividades críticas, considerando os riscos envolvidos em cada situação e a investigação de patologias que possam impedir o exercício de tais atividades com segurança. A organização deve garantir que o PCMSO descreva os possíveis agravos à saúde relacionados aos riscos ocupacionais identificados e classificados no PGR; Além disso, o PCMSO deve conter o planejamento de exames médicos clínicos e complementares necessários, conforme os riscos ocupacionais identificados, atendendo ao determinado nos Anexos desta NR e os critérios de interpretação e planejamento das condutas relacionadas aos achados dos exames médicos. Como aplicar na prática o que aprendeu Dentro das empresas, o SESMT implementa as leis e normatizações voltadas à saúde e à segurança ocupacional de acordo com a habilitação de cada profissional. Existem algumas atividades que podem ser desenvolvidas, e a equipe deve conhecer o limite de sua atuação e contribuir para a proteção da integridade física dos trabalhadores. Por exemplo, em uma empresa de construção civil: • Engenheiro de segurança do trabalho: terá obrigações como o cálculo de sustentação de uma linha de vida; • Médico do trabalho: Elaborará o PCMSO e fará os exames ocupacionais; • Técnico em Segurança do trabalho: capacitações para o uso de equipamento de proteção individual; • Auxiliar de enfermagem: Fará a triagem dos funcionários para a realização dos exames; • Enfermeiro do trabalho: Fará grupos de promoção à saúde direcionados a incidentes na empresa. Já quando tratamos da CIPA, a mesma é responsável por auxiliar na identificação de situações que colocam em risco a integridade física dos trabalhadores. Por exemplo: o equipamento de proteção individual (EPI) é indispensável para o trabalhador que presta serviços em ambientes insalubres, pois seu objetivo é eliminar ou minimizar os causadores de prejuízo à saúde. A CLT, no Art. 166, obriga a empresa a fornecer gratuitamente aos empregados EPIs adequados ao risco da atividade. Os EPIs devem estar em perfeito estado de conservação e funcionamento. É de responsabilidade do patrão observar se o funcionário está usando o equipamento. Se não estiver adequadamente equipado, cabe ao patrão advertir o funcionário, suspendê-lo ou ficando a seu cargo, dispensá-lo por justa causa. Conteúdo bônus Tópicos avançados As lesões resultantes das condições ergonômicas inadequadas são chamadas de LER/DORT (lesões por esforços repetitivos ou distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho), que são um conjunto de doenças que atingem músculos, tendões e nervos, geralmente membros superiores (dedos, mãos, punhos, antebraços, braços e pescoço), e têm relação direta com as condições de trabalho. Pode ocorrer também em membros inferiores e na coluna vertebral.Representa cerca de 70% do conjunto das doenças profissionais registradas no Brasil e provoca dor e inflamação, podendo alterar a capacidade funcional da região comprometida. Os fatores de risco são os mesmos citados antes como riscos ergonômicos. Algumas das patologias que podem ter relação com o trabalho e podem ser consideradas LER/DORT são: • Tendinite: inflamação aguda ou crônica dos tendões. Geralmente é provocada por movimentação frequente e período de repouso insuficiente. • Síndrome do túnel do carpo: compressão do nervo mediano no túnel do carpo. As causas mais comuns desse tipo de lesão são a exigência de flexão e extensão do punho. Para evitarmos essas lesões, é importante controlar o ritmo de trabalho, reduzir as horas extras, adequar os postos de trabalho, realizar tarefas diversas, realizar exames médicos voltados aos aspectos clínicos e relativos a ossos e articulações, fazer alongamentos, eliminar os movimentos e a postura crítica, fazer revezamento, melhorar o método de trabalho e a organização do sistema de trabalho, orientar o trabalhador quanto à postura correta e realizar pausas para a recuperação. Referência Bibliográfica BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego. Secretaria de Inspeção do Trabalho. Departamento de Segurança e Saúde no Trabalho. COMISSÃO INTERNA DE PREVENÇÃO DE ACIDENTES: NR-5. Brasília: SIT/DSST, 2019. FERREIRA, L. S., PEIXOTO, N. H. SEGURANÇA DO TRABALHO I. e- Tec Brasil. Ir paraq estão
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