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E-book 3 EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS Fernanda Mendes Arantes Neste E-Book: INTRODUÇÃO ����������������������������������������������������������� 3 FUNDAMENTOS TEÓRICOS E METODOLÓGICOS DA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS �����������������������������������������������4 Diversidade dos sujeitos da educação de jovens e adultos e da oferta educativa ������������������������������������������������10 Estrutura curricular e planejamento na educação de jovens e adultos ����������������������������������������������������������������������17 Eja e evasão escolar ���������������������������������������������������������������24 CONSIDERAÇÕES FINAIS ����������������������������������� 32 SÍNTESE �������������������������������������������������������������������� 33 2 INTRODUÇÃO Neste módulo, o debate volta-se à necessidade de se conhecer quem é o aluno da Educação de Jovens e Adultos� Conforme Paulo Freire afirmou ao alfabetizar seus alunos a partir dos Temas Geradores, temos que conhecer a história de vida e escolar, as identidades, os desejos e as necessidades� Assim, conseguimos atingir o aluno verdadeiramente� É óbvio que não podemos falar em um perfil único dos alunos de EJA, mas podemos saber de ques- tões que os unem, por exemplo, vivências, interesses, vontades e, o mais importante, por que razão esse aluno abandonou a escola em algum momento de sua vida e decidiu retomar os estudos� Ao saber de tais motivações, podemos adequar a metodologia e avaliação à turma� Nenhum professor pode achar que já tem uma aula pronta para todos os alunos que encontrar em sua vida profissional, pois cada aluno é único e com singularidades que devem ser consideradas desde o planejamento da aula até a avaliação� Vamos conhecer algumas realidades pelo Brasil afora nesta unidade, dessa forma, podemos compreender melhor quem é o aluno de EJA e como o trabalho do professor faz a diferença em cada uma dessas realidades� 3 FUNDAMENTOS TEÓRICOS E METODOLÓGICOS DA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS Como se pode notar, temos retomado a questão do perfil do aluno da Educação de Jovens e Adultos (EJA). Quem é esse aluno? Será que o perfil vem evoluindo com o passar das gerações ou é o mesmo grupo com as mesmas necessidades e desejos? A partir da literatura científica, podemos analisar quem é o sujeito da EJA, quais são suas expectativas ao ingressar nesta modalidade, como se caracteri- za a sua evolução e, ao final da etapa, quais são as mudanças que acontecem em virtude da finalização dos estudos e graduação na Educação Básica� Vamos, então, compreender o perfil desse aluno com base em pesquisas e artigos científicos recentes. Anteriormente, estudamos de que maneira se ins- tituiu ao longo da história a modalidade EJA, bem como de que modo essa modalidade não se limita à alfabetização pura e simplesmente. O aluno de EJA pode tanto concluir o Ensino Fundamental quanto o Ensino Médio, certo? Você já deve ter percebido — agora que tem um con- tato maior com a Educação de Jovens e Adultos — que as Campanhas e a atenção do governo para/com esses alunos frequentemente voltam seus olhares 4 aos jovens e adultos analfabetos, tendo como foco a leitura, a escrita e os cálculos matemáticos, mas acabam esquecendo dos demais alunos que pre- cisam completar outras etapas da Educação, seja nas séries avançadas do Ensino Fundamental ou Ensino Médio� Além do perfil do aluno, precisamos nos atentar ao perfil do professor, visto que muitas vezes este não tem formação em Licenciatura nem consegue adequar-se correta e metodologicamente aos seus alunos� Em 2015, um estudo investigou o perfil dos alunos e professores de uma escola pública na região de Uberaba (MG)� Vamos analisá-lo para que seja pos- sível uma iniciação na compreensão de quem são os “personagens” envolvidos na Educação de Jovens e Adultos� A coleta dos dados aconteceu em 2014, para isso, foram elaborados dois questionários: o primeiro era para os professores e continha sete questões; o se- gundo era para os alunos e continha 12 questões, sendo que ambos os perfis foram entrevistados den- tro da escola� Algumas variáveis foram consideradas tanto para professores quanto para alunos, vamos conhecê-las (Figuras 1 e 2): 5 Idade Formação Tempo de magistério Gênero Tempo na EJA Recursos audiovisuais e materiais Figura 1: Variáveis analisadas na categoria professores. Fonte: Adaptada de Melo, Santos e Martins (2015). Gênero Idade Estado civil Filhos (S/N) Grau de escolaridade Ocupação Se trabalha, a empresa apoia a formação? Renda Figura 2: Variáveis analisadas na categoria alunos. Fonte: Adaptada de Melo, Santos e Martins (2015). 6 Partindo desses critérios, foram entrevistados 12 professores e 60 alunos ao todo� Vamos conhecer agora os resultados da pesquisa� Sobre os profes- sores, o perfil traçado é: ● Maioria feminina� ● Acima de 40 anos de idade� ● Maioria tem apenas a graduação� ● Com mais de 20 anos de atuação na Educação, mas com tempo de atuação em EJA entre 1 a 10 anos� Além disso, a maioria desses professores afirmou que o material didático utilizado não é adequado ao público de EJA e que não utilizam recursos audiovi- suais em suas aulas� Com relação aos alunos, os dados obtidos foram: ● Maioria feminina� ● Idade entre 26 e 35 anos de idade� ● Casados e com filhos. Os alunos entrevistados estavam, em sua maioria, cursando o Ensino Médio; quase 100% eram traba- lhadores formalizados (CLT) e da zona urbana, cuja renda era até um salário mínimo� Em suas empresas, não havia incentivo para a realização do curso em EJA; residiam, em sua maioria, distantes da escola, o que poderia causar dificuldades para a realização do curso� Com relação aos professores, o fato de a maioria ser formada apenas na graduação e não ter realizado 7 outros cursos de especialização ou aperfeiçoamento nos diz que esse professor pode não estar atualiza- do para ensinar ao seu alunato composto por um público jovem. Esse professor está provavelmente enraizado na educação bancária, enquanto seu aluno está com os olhos voltados para o século 21� Sobre a atuação no magistério, os dados indicam que a maioria já atuava há bastante tempo na Educação Básica, mas contava pouco tempo de atuação em EJA� Comparando os tempos de atuação no magis- tério e na EJA, é possível inferir que de algum modo a prática docente seja mais atraente na segunda modalidade porque todos os pesqui- sados advirem do magistério regular e poucos deles foram direto para a EJA (MELO; SANTOS; MARTINS, 2015, p. 66). A respeito dos recursos digitais, sabemos que a sim- ples existência de recursos em sala não quer dizer muita coisa. Porém, o recurso, quando bem utilizado, pode favorecer a participação do aluno nos conteú- dos e atividades� No tocante aos dados obtidos sobre o mercado de trabalho, observamos que a maioria trabalha na zona urbana, recebem até um salário mínimo e têm a car- teira de trabalho assinada, ou seja, trabalho formal� Dessa maneira, 8 [...] o jovem que pertence ao mundo do traba- lho, ou do desemprego, como é mais comum, incorpora-se ao curso da EJA objetivando atin- gir etapas de sua escolaridade para buscar melhores ofertas do mercado de trabalho por sua inserção no mundo letrado. A busca pela EJA pode ter proposta de ascensão a melhores oportunidades de emprego (MELO; SANTOS; MARTINS, 2015, p. 67). Na conclusão da pesquisa, podemos observar que o aluno: ● já não é tão jovem; ● está inserido no mercado de trabalho, mas ganha pouco; ● constitui família e, provavelmente, enxerga a con- tinuidade dos estudos como uma possibilidade de melhoria de vida profissional, apesar de as empresas não corroborarem seus estudos; ● reside distante da escola� Podcast 1 9 https://famonline.instructure.com/files/1053968/download?download_frd=1 Diversidade dos sujeitos da educação de jovens e adultos e da oferta educativa Outro grupoencontrado na escola de EJA são os ido- sos� Por isso, vamos entender neste tópico o motivo do retorno aos estudos em idade mais avançada, visto que A nossa sociedade está em processo de enve- lhecimento, fenômeno que acontece de forma intensa no Brasil e que demanda atenção por parte das políticas sociais. O envelhecimen- to populacional é caracterizado pelo declínio da mortalidade infantil, pela diminuição de mortes de adultos por doenças infecciosas e pelo declínio das taxas de natalidade (COSTA; BRAGA, 2018, p. 21). A população está envelhecendo, com isso, observa- mos um maior número de idosos em todas as áreas da sociedade e, consequentemente, na escola, pois sempre é tempo de aprender� A esse respeito, temos os Quatro Pilares da Educação: ● Aprender a conhecer� ● Aprender a fazer. ● Aprender a conviver� ● Aprender a ser� 10 Esses pilares foram definidos no livro Educação: um tesouro a descobrir, sob a Coordenação de Jacques Delors. O relatório elaborado por Delors é o resultado da Comissão Internacional sobre a Educação para o século 21, realizado na década de 1990, na qual se destacou a importância do aprendizado ao longo da vida� Nesse contexto, os processos educativos precisam compreender o contexto atual, da sociedade da informação, possibilitando a todas as pessoas a obtenção, atualização e utilização dos conhecimentos, para que to- dos possam recolher, selecionar, ordenar, gerir e utilizar as mesmas informações (COSTA; BRAGA, 2018, p. 22). Se retornarmos aos quatro pilares de Delors, o “apren- der a aprender” aplica-se fortemente ao público-alvo de EJA, pois o aprendizado acontece ao longo da vida� “Nesse sentido, a educação ao longo da vida considera todas as potencialidades do ser humano e as diversas formas de aprendizagens, trazendo con- tribuições para a reflexão perante ações educativas, impulsionando-as” (COSTA; BRAGA, 2018, p. 23). Pelas pesquisas realizadas por Costa e Braga, bem como pelos dados relativos ao IBGE, sabemos que a população idosa é a que frequenta em menor quan- tidade a Educação de Jovens e Adultos� A taxa de idosos analfabetos era de 24,8%, e a taxa dos idosos que frequentavam a EJA era de 3,7%. Os estudos 11 analisados apontam que existem diversos fatores que impedem o acesso do aluno idoso à EJA� Podcast 2 Na Figura 3, temos a esquematização dos motivos que impedem uma porcentagem mais elevada de alunos idosos à EJA: Condições de Saúde Baixo valor de aposentadoria Preconceito Crenças negativas em torno da velhice Esteriótipos Figura 3: Condições que colaboram para a ausência dos idosos em EJA. Fonte: Elaboração própria. Podemos verificar que existem fatores externos ao idoso que corroboram para que o aluno não retorne à escola� No entanto, existem outros fatores que favorecem sua inserção na escola, como (COSTA e BRAGA, 2018, p. 25): ● Vontade de continuar participando da vida em so- ciedade, já que, como cidadão, tem direitos e deveres� ● Desejo de valorização pessoal. ● Aperfeiçoamento das funções realizadas no mer- cado de trabalho� ● Busca por novas ocupações� 12 https://famonline.instructure.com/files/1053970/download?download_frd=1 ● Concretização do sonho de estudar. ● Estímulo de amigos e parentes� ● Preenchimento do tempo livre� ● Desejo de aprender� ● Busca por um envelhecimento saudável� ● Tornar-se um exemplo para a família� Segundo Cachioni e Palma (2006, p� 1464), existem três princípios que amparam a educação dos idosos, a saber: ● Princípio da atividade: a capacidade de manter-se ativo mediante um processo educativo de ampla cobertura social incrementa a autonomia e a autor- realização. O enfoque da atividade incide não sobre o que a pessoa é, mas sobre o que ela pode ser. O tipo de atividade a ser realizada requer uma decisão livre, autônoma e criativa para que o idoso alcance satisfação pessoal e coletiva� ● Princípio da independência: a educação deve pre- parar o idoso para manter sua independência e au- tonomia no mais alto grau possível em relação aos laços tradicionais, evitando-se que seja mero receptor passivo das políticas sociais existentes� ● Princípio da participação: a pessoa humana é um ser social por definição, e assim deve ser respeita- do seu direito à interação e à participação social� A condição ideal de participação é dada por uma sociedade que não discrimina por nenhum critério – nem por idade –, oferecendo a todos os cidadãos as mesmas oportunidades básicas� 13 Entendemos que os três princípios estão interligados e são fundamentais quando se trata de envelheci- mento saudável: a atividade favorece a autonomia e a realização pessoal; a independência evita que se torne uma pessoa passiva, à espera de ações exter- nas; a participação favorece a socialização, afinal, o ser humano é social por natureza. Sobre o desenvolvimento intelectual do idoso, tem- -se que [...] envelhecimento e desenvolvimento são processos correlatos e que, mesmo na pre- sença das limitações de origem biológica, os processos psicológicos já estabelecidos se mantêm e, se o ambiente cultural for propí- cio, pode ocorrer desenvolvimento na velhice (BALTES, 1987; 1997 apud NERI, 2005, p. 17). Perceba que o público de EJA é heterogêneo: há alu- nos de 15 anos de idade, mas há também idosos� Logo, não podemos falar em “um perfil” do aluno de EJA, como se só existisse um único. Mesmo que tivéssemos somente alunos de 15 anos ou com mais de 60, seria igualmente um grupo heterogêneo, pois cada ser humano é único e possui necessidades únicas, individuais, que se ajustam com o passar do tempo ao coletivo� Entretanto, não podemos esquecer que todo e qual- quer grupo é composto por indivíduos, sendo assim, quando nos referimos ao grupo dos idosos alunos 14 de EJA, não podemos colocá-los em apenas uma categoria, visto que o envelhecimento acontece de maneira diversa entre as pessoas� Devemos, então, considerar os seguintes aspectos: carga genética, influências ambientais, desenvolvi- mento pessoal e educacional, desenvolvimento da alimentação ao longo da vida, práticas de atividades físicas ao longo da vida, desenvolvimento cognitivo ao longo dos anos, dentre outros� Dito com outras palavras, um idoso é totalmente dife- rente do outro mesmo que os dois tenham a mesma idade, origem e constituição familiar� Por isso, reto- mamos a fala de Paulo Freire, quando este afirma que o professor tem o “dever” de conhecer seu aluno, ou seja, saber quem é, qual a origem, formação, ocupa- ção, desejos e necessidades� Ainda, deve entender que não basta saber quem é o aluno, mas que todo professor precisa acompanhar e proporcionar um desenvolvimento adequado, tendo em vista quem a pessoa é e que cada ser humano é único. Apresentaremos, a seguir, algumas atividades que podem ser realizadas pelo professor da Educação de Jovens e Adultos ao lecionar para alunos idosos� Essas atividades favorecem o desenvolvimento e in- teresse em continuar os estudos, conforme apontam Costa e Braga (2018, p. 31): ● Conhecer a história de vida, cultura, formação, di- versidade de experiências e como o idoso entende o processo de envelhecimento� 15 ● Compreender que o desenvolvimento cognitivo de cada idoso é diferente e que é dever do professor incentivá-lo através de práticas educativas propícias e prazerosas. ● Favorecer o desenvolvimento do senso de con- fiança, de competências e habilidades dos idosos. ● Valorizar o espaço de convivência coletiva, base- ado nas singularidades dos sujeitos e das trocas em grupos� ● Buscar a superação de preconceitos, bullying e estereótipos� ● Proporcionar o acesso ao conhecimento por meio de ferramentas tecnológicas necessárias para esse acesso: inclusão digital do aluno� ● Valorizar o conhecimento, a experiência de vida e os saberes, bem como o conhecimento baseado no senso comum de seus alunos idosos� ● Entender que o idoso, por mais que não queira, acaba perdendo algumascapacidades físicas, por exemplo, visão e audição; o professor atento pode auxiliá-los nessa transição� ● Considerar que o desenvolvimento acontece ao longo da vida, não só em etapas programadas, como se costuma acreditar� Muitas vezes, o idoso tem interesse em continuar estudando como uma resposta aos estímulos rece- bidos de sua família. O idoso, através desses estímu- los, pretende voltar a estudar, concluir seus estudos e participar ativamente da vida escolar de seus filhos e netos� 16 Diante do cenário apresentado, pudemos traçar um panorama de quem é o aluno de EJA, entenda que para atendê-los adequadamente enfrentamos inú- meros desafios. O maior deles, sem dúvida, é pre- parar esses alunos para um mundo em constante transformação� Com uma amostra do estudo de Melo, Santos e Martins (2015), pudemos ter uma noção de que nos- so professor de EJA não está preparado para receber seu aluno, desde o tempo da sua graduação até a falta de atualização em cursos de especialização ou aperfeiçoamento� Se o aluno de EJA não deve parar de estudar, tampou- co seu professor pode ficar estagnado no tempo. A atualização deve ser uma constante, desde a legis- lação existente até os pensadores e estudiosos da modalidade, passando pela utilização da tecnologia e os recursos estimulantes em sala de aula. Afinal, quem é que gosta de assistir a uma aula monótona após um longo dia de trabalho, não é mesmo? Estrutura curricular e planejamento na educação de jovens e adultos Observamos recentemente uma interligação entre a Educação Básica e a Educação Profissional pelo Programa de Integração da Educação Profissional ao Ensino Médio na Modalidade de Educação de Jovens e Adultos (Proeja)� 17 A esse respeito, temos que o “Documento-Base do Proeja (���) anuncia a intenção de superar a dualidade histórica entre cultura geral e cultura técnica, presen- te na educação brasileira” (AMADO, 2016, p. 544). O problema é que a modalidade EJA sempre foi ro- tulada como um programa destinado a alfabetizar jovens, adultos e idosos� Agora, a união da educação básica com a educação profissional busca inserir o aluno adulto no mercado de trabalho através de uma proposta de integração curricular. O autor, então, traz à tona essa discussão: Ao orientar a organização do fazer pedagógi- co dos cursos destinados aos adultos sob as bases do currículo integrado, o Proeja conse- gue, inclusive, reverberar em outras direções, lançando o debate para além da fronteira da educação de jovens e adultos. Quando o pro- grama deflagra discussões acerca da orga- nização curricular, é toda a educação que é questionada (as formas de organização das relações, das práticas, dos tempos e dos espa- ços) e não apenas uma de suas modalidades. Assim fazendo, os professores são desafiados a problematizar as práticas pedagógicas na- turalizadas e, portanto, supostamente imunes às críticas e aos questionamentos (AMADO, 2016, p. 544-545). O Proeja constitui-se de um programa que busca aliar o currículo da Educação Básica ao currículo da 18 Educação Profissional, por meio da ideia do currículo integrado� Porém, não existe uma fórmula para a realização de tal arranjo curricular, isto é, demanda dos professores novas maneiras de pensar em como integrar esses dois campos da educação em prol da qualificação do aluno. De acordo com a literatura científica, existem diver- sas abordagens integradoras de currículo; no entanto, nossa discussão direciona-se a de que modo a edu- cação brasileira pode proporcionar essa integração� A seguir, temos as formas como essa integração tem acontecido na prática nas escolas; observe: De todo modo, algumas tentativas vêm sendo feitas por educadores preocupados e, sobre- tudo, interessados em oferecer alternativas às práticas pedagógicas tradicionais, entre ou- tras razões, por perceberem as insuficiências dessas práticas. Por isso mesmo, algumas estratégias descritas nos trabalhos relacio- nados ao Proeja estão baseadas em expe- riências que vêm sendo empreendidas por docentes envolvidos não necessariamente ou, pelo menos, não exclusivamente com a educa- ção de jovens e adultos. Entre tais estratégias, podemos citar a metodologia de projetos, o trabalho com eixos integradores, a prática por intermédio de atividades integradoras, entre outras (AMADO, 2016, p. 546). 19 Uma ferramenta pedagógica bastante utilizada nas escolas e que favorece o verdadeiro envolvimento do aluno é a realização de projetos. Desde a Educação Infantil até o Ensino Médio (logo, EJA também), os alunos sentem-se valorizados quando participam de projetos na sala de aula. O projeto pressupõe escolha e atuação e, por essa razão, é tão valorizado pelos alunos. O professor tem que deixar de ser aquela pessoa que determina tudo: como e quando fazer e assim por diante� Deixando de lado a unilateralidade, o aluno se envolve. Quando realizamos projetos na escola, o aluno pode opinar em todo o processo, desde a escolha da temática até a forma da sua condução e avaliação� A forma com que a situação se desenvol- ve não está predeterminada, sendo o processo que torna o projeto significativo ou não. Os projetos pressupõem um trabalho interdiscipli- nar, ou seja, as disciplinas não trabalham mais de maneira isolada, e sim interligadas� Para que isso aconteça efetivamente é necessário planejamento, um que requeira discussão coletiva, tempo, espaço, ação-reflexão-ação, para que possa acontecer efe- tivamente e se constituir como componente perma- nente do currículo� Para qualquer restruturação curricular, faz-se neces- sária a reestruturação do corpo docente e adminis- trativo, mas também de espaços, práticas, metodo- logias, avaliações... enfim, condições materiais e pedagógicas� 20 Portanto, sem planejamento, tudo que acontece na escola é provisório, e a ideia do currículo integrado é o oposto disso, pois pretende ser um constituinte permanente na formação de alunos� Outro problema encontrado para a integralização curricular, segundo Amado (2016, p� 546), é que “a integração curricular esbarra ainda nas resistências de professores que, marcados pela formação recebi- da e, em muitos casos, presos às práticas que vêm instrumentalizando desde então, não conseguem problematizá-las nem repensar outras possibilidades de atuação”� O problema maior é que os dois grupos são consti- tuídos por profissionais muito diversos: professores atuantes na formação geral e no ensino técnico� Por vezes, acabam não chegando a um consenso sobre como as práticas devem ser realizadas. A premissa básica é a de que todos devem estar abertos ao diálogo, mas sabemos bem que não ra- ramente o diálogo está ausente nas discussões e reuniões pedagógicas� Com isso, [...] no lugar de fixar as críticas em torno de um único ponto (a disciplinarização dos saberes), mais produtivo seria entender as relações en- tre organização curricular e transformações espaço temporais, uma vez que, ao longo do tempo, o currículo tanto foi produto quan- to produziu modos de pensar. O currículo é considerado, então, um dispositivo que atua 21 no processo de constituição dos sujeitos. Consequentemente, as práticas e as estra- tégias pedagógicas que são efetivadas com base nele incidem diretamente na produção de subjetividades (LOPES; MACEDO, 2011, p. 35). A discussão é extensa, e o fato é que a procura pelo Proeja tem sido baixa, porém, outro fator importante que se destaca é como a avaliação se constitui em um pilar no que se refere à permanência do aluno na escola� A avaliação não deve ser uma finalidade, mas um processo formativo; ao trazer a tradicionalidade para esse quesito, muitas vezes o aluno acaba se assustando e abandona a escola em virtude desse tipo de aspecto, além da metodologia do professor, constam ainda problemas de socialização entre os colegas etc� Por estar-se diante de um sujeito cuja confian- ça na sua capacidade de ser bem-sucedido nas tarefas escolarespode ter sido abalada, será preciso não apenas repensar os objetivos da avaliação, como trabalhar junto aos alunos para que construam outro tipo de relação com esse instrumento pedagógico (AMADO, 2016, p. 551). Uma forma de avaliar os alunos que tem obtido bons resultados nas escolas federais de Goiás são as fi- 22 chas de acompanhamento dos alunos� Trata-se de um resultado a curto prazo, com o qual foi possível observar a diminuição da evasão quando comparado aos anos anteriores� Dado que o aluno de EJA já abandonou a escola (seja qual for o motivo), quando o forçamos a au- las e métodos de avaliação tradicionais, estamos colocando-o novamente em uma “camisa de força” que pode remeter a traumas e problemas sofridos anteriormente, o que pode gerar uma nova evasão� Sobre a avaliação e método tradicional, Quando submetidos aos métodos tradicio- nais de avaliação, as dificuldades encontradas, muitas vezes representadas objetivamente na forma de notas baixas, podem se traduzir na profecia que se autorrealiza: “eles não servem para a escola”. Todavia, com a possibilidade de serem avaliados de forma processual e sem a definição de conceitos ou graus, redu- zem-se bastante as possibilidades de estig- matização desses estudantes. Outros víncu- los com o ensino tendem a ser estabelecidos, uma vez que a avaliação passa a se revestir de um sentido diagnóstico e dialógico, em vez de classificatório e absoluto, permitindo-lhes perceber sua utilidade no processo de apren- dizagem (AMADO, 2016, p. 552-553). 23 A avaliação, tal qual a metodologia do professor, tem que fazer sentido para o aluno. O aluno de EJA do século 21 não aceita passivamente a postura auto- ritária incutida no ensino tradicional ou uma educa- ção bancária� Esse aluno precisa entender o porquê está aprendendo cada conteúdo, como esse conte- údo será aplicado em sua vida e de que modo será avaliado para que possa efetivamente usufruir do conhecimento construído na escola� Eja e evasão escolar Neste tópico, abordaremos um ponto delicado quan- do analisamos o modo com que se constitui a mo- dalidade EJA: a evasão� Já sabemos que o aluno de EJA não concluiu anteriormente seus estudos, no Ensino Fundamental ou no Ensino Médio� O motivo do abandono da escola é muito relevante quando analisamos seu histórico pessoal, educa- cional e profissional, ou seja, o fato que levou esse aluno a abandonar a escola influenciou diretamente como sua vida transcorreu e, até mesmo, por que decidiu voltar à escola� Por exemplo, se o aluno deixou a escola por motivo de violência doméstica, caso não tenha alterado sua constituição familiar, a violência pode ainda persistir, anos e anos de medo podem acontecer com diversas pessoas de nosso convívio sem que possamos nos dar conta� 24 Agora, imagine se o aluno já desistiu por um motivo que ainda acontece em seu cotidiano, a chance de desistir novamente é imensa, você concorda? O problema da evasão é recorrente em todas as eta- pas da Educação Básica, principalmente no Ensino Fundamental, Médio e em EJA� No entanto, o aluno de EJA merece um olhar mais direcionado do profes- sor e dos gestores escolares para que, ao retornar à escola, não a abandone novamente� Portanto, não podemos utilizar metodologias adaptadas, principal- mente no que se refere à alfabetização. É comum presenciarmos professores que, por moti- vos diversos, estão despreparados para essa tarefa e que utilizam materiais destinados à alfabetização de crianças de 6 e 7 anos de idade com os adultos� Esses materiais, frequentemente, já estão inadequa- dos para o aluno do Ensino Fundamental I do sécu- lo 21, imagine utilizá-los com adultos cuja vivência se diferencia das crianças, com histórias de vida e experiências pessoais e profissionais muitas vezes sacrificadas. Portanto, é fundamental que o professor realmente prepare sua aula para uma determinada turma e não acredite que, a mesma aula da turma do ano passado vai funcionar para a turma atual� É necessário abordar a concepção de algumas enti- dades educacionais de que a motivação para perma- necer na escola tem de vir exclusivamente do aluno, a chamada automotivação� 25 Outro fator relevante é que o aluno que evade dá sinais de evasão� É aquele aluno que falta muito nas aulas, chega frequentemente atrasado e não se preocupa em acompanhar o conteúdo que havia sido discutido anteriormente, não interage com os colegas, professores e funcionários, dentre outros fatores� É um aluno presente-ausente� Está ali por obrigação ou contra a sua vontade� Pensamos, assim, sobre o que a escola pode fazer para tornar esse momento prazeroso e interessante ao aluno� Saiba que são várias as possibilidades, mas vamos demonstrar uma pesquisa realizada por Rosângela Pedralli e Mary Elisabeth Cerutti-Rizatti (2013) em Florianópolis, na qual foram acompanha- das três alunas de EJA na etapa de alfabetização. A escola analisada pertence à rede municipal de Florianópolis, Estado de Santa Catarina, e as autoras do estudo verificaram que todos os “atores sociais” (alunos, professores, gestores, funcionários) da es- cola interagiam diariamente, seja na hora do intervalo realizando as refeições em conjunto, seja em partidas de pingue-pongue� Analise o seguinte trecho: É bastante significativa a preocupação por parte da coordenação, bem como dos profes- sores, com o absenteísmo/evasão dos alunos. Cabe registrar que, por vezes, durante o inver- no chuvoso, que dificultou muito a locomoção dos alunos na época de geração de dados para este estudo, presenciei diálogos como esses – fala do coordenador pedagógico a 26 um grupo de alunos – “(...) Quando for assim [semana fria e chuvosa], vocês me liguem, que eu busco vocês. Não deixem de vir à aula, me liguem” (PEDRALLI; CERUTTI-RIZZATTI, 2013, p. 5). Você consegue imaginar a cena em uma escola co- nhecida? O Coordenador Pedagógico, preocupado com o índice alto de faltas (absenteísmo), oferece-se para ir buscar os alunos em suas casas em épocas de muitas chuvas ou frio� É um exemplo fantástico, não é mesmo? Pois bem, é esse exemplo que deve- mos ter em mente quando buscamos atuar na EJA, não de professores que infantilizam o aprendizado. Outro fator que pode corroborar para os altos índices de evasão em EJA é, sem dúvida, a não obrigatorie- dade de conclusão dessa etapa, diferentemente do que acontece com a Educação Básica obrigatória, a saber: Educação Infantil a partir dos 4 anos de idade, Ensino Fundamental I e II e Ensino Médio� Assim, por não ser obrigatório, o aluno acaba evadindo com facilidade� Trata-se, então, de um fator externo à sala de aula, à medida que o aluno pode abandonar por não se sentir inserido na modalidade, o que pode refletir diversos acontecimentos vivenciados dentro da própria sala de aula, por exemplo, a infantilização das aulas por parte dos professores� Na sequência, conhecemos outros aspectos para a evasão em EJA: 27 o grupo pode ser um poderoso fator em favor do abandono do processo de escolarização, sobretudo nesta fase da vida em que os alu- nos tendem a ser mais sensíveis à necessi- dade de compartilhamento identitário, dado o fato de suas representações de mundo já terem sido em boa medida consolidadas, quer sob o ponto de vista ontológico, quer sob o ponto de vista axiológico (PEDRALLI; CERUTTI-RIZZATTI, 2013, p. 8). Quando apresentam o ponto de vista ontológico, este refere-se à parte da Filosofia que estuda a natureza do ser; quando apresentam o ponto de vista axiológi- co, este refere-se ao estudo ou à teoria dos valores� É evidente que são diversos os fatores que levam o aluno à evasão escolar, especialmente em EJA como verificamos nesta unidade; porém, se o professor conhece e se interessa efetivamente por seu aluno, este índice pode ser reduzido sensivelmente. Já entendemos que o aluno de EJA pode ser encon- trado na etapa inicial de alfabetização (mais comum) ou na conclusão do Ensino Fundamentalou Médio� O aluno alfabetizando merece destaque para encer- rarmos este módulo, visto que constitui a maioria da população de EJA� Saiba que ele viveu durante muito tempo ser saber ler e escrever corretamente, atuando em seu cotidiano com o básico para “poder se virar”, ou seja, pegar um ônibus, fazer uma conta de supermercado, entender 28 pequenas instruções escritas� Porém, o desejo de ser inserido na sociedade letrada o fez retornar à escola� Seja qual for o motivo subjacente, o fato é que esse aluno assumiu para si mesmo que pretende dominar a escrita� Ao dominarmos a escrita, estamos inseridos efetiva- mente na sociedade. A atividade realizada na escola vai reverberar na vida pessoal do aluno quando ele conseguir ler um livro, por exemplo� Assim, pode-se observar tal comportamento junto aos alunos entrevistados. Observe o trecho a seguir (PEDRALLI; CERUTTI-RIZZATTI, 2013, p. 11): (...) eu sempre estou lendo. Eu terminei um livro agora essa semana, eu já tô pegando ou- tro. “O outro lado da meia-noite”, de Sidney Sheldon foi que eu li, mas eu leio assim tam- bém de espíritas, da Zíbia Gasparetto, leio bas- tante. A minha filha comprou uma coleção muito da literatura brasileira, e eu li Madame Bovary, mas eu não gostei, mas minha filha disse: “Mãe, é questão de costume”, então por- que quando eu comecei a ler, foi por incentivo da minha filha, daí ela: “Oh mãe, ao invés de tu ficar olhando televisão, olhando essas coisas de novela, porque que tu não vai ler um livro que vai ter muito mais proveito? Vai ajudar assim em tudo, em todos os sentidos”, daí eu comecei a ler. Pois, olha, eu peguei gosto e foi, é difícil eu não ter um livro pra ler. (M, entrevista realizada em 7 ago. 2011). 29 Podemos perceber outro ponto importante, men- cionado brevemente no início: o apoio familiar� Aparentemente, a filha da aluna considera a leitura um fator importante para o desenvolvimento pessoal e profissional, tanto seu quanto de sua mãe. A influência familiar é fator crucial tanto para o retorno do aluno à escola quanto para sua permanência e evolução� A pesquisa comentada confirma que as pessoas do convívio do aluno de EJA que possuem maior gradu- ação nos estudos influenciam fortemente a inserção desse aluno novamente na escola� Portanto, o que acontece dentro e fora da sala de aula vai influenciar o desempenho do estudante de EJA e sua evolução, pois [...] essa construção adquire importância no espaço escolar ao tentarmos compreender os inúmeros casos de evasão, especialmente no universo da EJA, embora, obviamente, não se restrinja a ela, isso porque está implicado no fenômeno da evasão, como já menciona- mos, um complexo construto social, a exem- plo da focalização das ações educativas em determinados grupos sociais, do esforço do ponto de vista legal para garantir o acesso à escola para todos os cidadãos, dentre outras questões, sobre as quais trataremos a seguir à guisa de considerações finais (PEDRALLI; CERUTTI-RIZZATTI, 2013, p. 14). É determinante o ambiente na sala de aula, ou seja, a relação com colegas, professores e demais com- 30 ponentes da escola� Se, na sala de aula, houver di- ferenciação entre os estudantes, se algum se sentir inferiorizado por qualquer motivo, seja pelo próprio colega ou professor, a sucessão de fatos levará ao abandono dos estudos� Isso porque mais do que aprender a ler e escrever os alunos buscam um lugar na sociedade, valorização, reconhecimento e, obvia- mente, o sentimento de inferioridade não auxilia em nada esse processo, muito pelo contrário� Portanto, o professor da EJA deve ter em mente que seu papel vai além da transmissão de conteúdo, precisa atuar como mobilizador, incentivador, além de ser ne- cessária uma proximidade real entre professor e aluno� Ainda, esse professor deve ir além das políticas públi- cas e do currículo preestabelecido para a modalidade EJA, entendendo que cada aluno é único e depende muito do desempenho de seu professor dentro e fora da sala de aula� 31 CONSIDERAÇÕES FINAIS Neste módulo, traçamos um panorama com vistas a descobrir quem é o aluno de EJA, quais são seus desejos e necessidades� Ao recorrer a pesquisas científicas recentes em diversas regiões do Brasil, tivemos uma ideia do perfil plural desse aluno, os mo- tivos do abandono da escola, bem como os motivos para o retorno e de que modo o professor pode atuar para favorecer a permanência e o sucesso escolar� Quando falamos em Educação de Jovens e Adultos, é importante compreender muito além do históri- co do surgimento dessa modalidade, a história do Brasil com relação à educação de adultos, e como a educação formal acontece verdadeiramente na sala de aula� A modalidade EJA é diferente das demais, porque não faz parte da Educação Básica Obrigatória (Educação Infantil a partir dos 4 anos, Ensino Fundamental I e II e Ensino Médio), por isso, contém peculiaridades que devem ser estudadas tanto no âmbito das políticas públicas quanto no âmbito da Educação. Saiba que se trata de uma modalidade extremamen- te gratificante ao professor quando bem realizada, sendo assim, ficou claro durante o módulo que o professor deve preocupar-se desde o planejamento da aula até sua avaliação, passando pelas relações sociais implicadas� 32 SÍNTESE FUNDAMENTOS TEÓRICOS E METODOLÓGICOS EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS A partir dessa filosofia, traçamos um panorama com vistas a descobrir quem é o aluno de EJA, quais são seus desejos e necessidades� Para isso, precisamos recorrer a pesquisas científicas recentes em diversas regiões do Brasil, com as quais tivemos uma ideia do perfil plural desse aluno, mas também os motivos do abandono da escola e os motivos para o retorno, ou seja, tudo isso para que o professor possa atuar e favorecer a permanência e o sucesso escolar desses alunos� A modalidade EJA é diferente das demais, visto que não faz parte da educação básica obrigatória (Educação Infantil a partir dos 4 anos, Ensino Fundamental I e II e Ensino Médio), por isso, contém peculiaridades que devem ser estudadas tanto no âmbito das políticas públicas quanto no âmbito da Educação� Sobretudo o professor deve saber que se trata de uma modalidade extremamente gratificante quando bem realizada, sendo assim, o professor deve preocupar-se desde o planejamento da aula até sua avaliação, passando pelas relações sociais implicadas� NÃO SE DEVE achar, isso vale para todo e qualquer professor, que já tem uma aula pronta independentemente do perfil do aluno, pois cada um é único, singular, por isso, deve ser considero desde o planejamento da aula até a avaliação� Neste módulo, o debate voltou-se à necessidade de se conhecer quem é o aluno da Educação de Jovens e Adultos� De fato, não se pode falar em um perfil único dos alunos de EJA, mas podemos saber de questões que os unem, como vivências, interesses, vontades e por que razão abandonaram a escola em algum momento de sua vida e decidiram retomar os estudos� Com base nessas motivações, o professor adequa tanto a sua metodologia de trabalho quanto a sua avaliação de acordo com cada turma� Referências Bibliográficas & Consultadas AMADO, L. 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