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- -1
HISTÓRIA DO DESIGN
CAPÍTULO 3 - QUAIS SÃO AS PRINCIPAIS 
CARACTERÍSTICAS DO DESIGN MODERNO?
José Neto de Faria
- -2
Introdução
Entre a Primeira Guerra Mundial (1914-1918), a Revolução Russa (1917-1921), a Grande Depressão (1929-
1932) e a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), a Europa e a América do Norte foram marcadas por uma série
de altos e baixos. O sistema de produção industrial, depois de mais de um século de sistemática mecanização e
automação, havia conseguido se desprender do sistema artesanal e desenvolver um produto maduro, fruto dos
avanços científicos e da sistematização dos processos produtivos e dos métodos industriais. Dessa maneira, o 
 dos produtos passou a ser caracterizado, principalmente pela racionalização, normatização, tipificação edesign
padronização.
Mas apesar dos avanços no estabelecimento de um sistema produtivo industrial robusto e absorvedor de toda a
mão de obra que, num primeiro momento, poderia induzir à formação de uma crença no estabelecimento de um
caminho único para o desenvolvimento do , o que pode ser observado é algo bem diferente disso.design
Mesmo que algumas das correntes de pensamento tenham, em determinados momentos, demonstrado um certo
gosto e um namoro com o autoritarismo estético, pois o autoritarismo não é um privilégio de algumas forças
políticas, o do período é marcado por correntes que buscavam o processo de purificação e/oudesign
sincretismo. Os processos de homogeneização foram artificialmente promovidos, e o resgate histórico mostra
exatamente a riqueza da profusão da diversidade na prática e no ensino de moderno.design
Nesse sentido, pode-se dizer que o moderno tem uma cara? Que a marca o período moderno do design Bauhaus
? Que o Estilo Internacional dissemina o moderno para o mundo? Mas se o Estilo Internacionaldesign design
representa o moderno, o que representa o ? E como as dicotomias existentes entre o atendimento dasArt Déco
necessidades básicas e a ostentação do poder e do luxo caracterizam o moderno? Quais são essasdesign
características que envolvem o moderno?design
Sem dúvida o debate vivenciado na (Casa da Construção do Estado, 1919-1933), asStaatliches-Bauhaus
formulações que marcaram o Estilo Internacional no (1920-1965), as experimentações estéticas do design Art
 (1910-1939) e o modo integrado de conceber o e promover as vendas do ou Déco design Styling Streamlining
(1930-1955) caracterizam muito bem o antagonismo das experiências e das peripécias no campo do .design
No campo do , aliás, as tensões também aumentaram, seja pelas disputas teórico-práticas, seja peladesign
aproximação do com o mercado. O enquanto campo de saber encontrou-se numa novadesign design
encruzilhada, muito mais ampla, não bastava mais só repensar a prática profissional e a sua relação com os
meios de produção, ou resgatar o valor do artesanato, das artes aplicadas ou das artes; era preciso reconhecer a
extensão das relações que estavam envolvidas nos novos modos de produção, de distribuição e de promoção dos
bens de consumo, que precisavam cada vez mais ser articulados aos valores sociais comportamentais.
O podia ser discutido pelo viés do atendimento às necessidades básicas da população, mas isso não queriadesign
dizer que não pudesse ser utilizado também para validar o poder de uma classe esnobe, que tinha dificuldade de
curvar a cabeça para olhar o que acontecia embaixo dos seus pés. Podia oscilar entre o serviço técnico prestado à
indústria e a exaltação dos processos revolucionários; entre os ideais humanistas e sociais e os valores
performáticos e ilusórios; entre o pensamento comunitário e o individualismo; entre o exercício da função de
uso e a ostentação das diferenças sócias, e entre o aprimoramento do requinte dos sentidos e a fruição cotidiana
do tédio. Formam-se contrapontos lógicos que persistem até hoje no .design
O modelo de europeu baseado no funcionalismo técnico produtivo, que propunha uma racionalização dedesign
toda a cadeia produtiva e de distribuição, entra em choque com o modelo de americano baseado nodesign
formalismo estético, que propunha uma estetização condizente com os valores comportamentais do estilo de
vida americano, a fim de atender e estimular as demandas do mercado. As necessidades básicas o sonho eversus
a imaginação. A relação de dependência das partes a unidade fluida e íntegra. O funcionalismo social versus
 a performance social. A sobriedade e a elegância a aparência e a ostentação.versus versus
Alguns vão querer procurar um porto seguro em rótulos claros, bem definidos, que permitam uma falsa sensação
de controle e domínio sobre o campo da história do . Mas tentam esquecer como os germes e as ideiasdesign
eram – e estão – vivas ainda hoje, agindo sobre o campo de saber do . Ajudando a reconhecer e adesign
- -3
eram – e estão – vivas ainda hoje, agindo sobre o campo de saber do . Ajudando a reconhecer e adesign
reformular tanto o que se compreendia da história do quando o que se faz atualmente no .design, design
Bom estudo!
3.1 Staatliches-Bauhaus (1919-1933)
A (Casa da Construção do Estado) surge em um contexto bem desfavorável no cenárioStaatliches-Bauhaus 
alemão. O país saiu da Primeira Guerra Mundial (1914-1918) derrotado, arrasado e humilhado, sendo obrigado a
assinar acordos que dificultavam deslumbrar qualquer tipo de possibilidade de reestruturação do setor
produtivo e da economia em curto prazo.
No âmbito sociocultural a Alemanha ainda passava por uma fase de transição entre os ideais e os conceitos
desenvolvidos pelos movimentos de reforma estética e , que lutavam contra aArts and Crafts Art Nouveau
deteriorização da qualidade de vida, a péssima qualidade dos produtos, a decoração que mascarava as formas e
as formas ostensivas e desonestas, e a favor da reforma do sistema produtivo e a qualificação do sistema de
ensino em geral.
E, também, das ideias propostas na (Associação Alemã de Artesãos), da intensificação daDeutscher Werkbund
implantação do racionalismo produtivo e do funcionalismo produtivo técnico, que podem ser compreendidos
como a condensação das ideias expressas pelo Taylorismo, pelo Fordismo e pelo Sloanismo. Sem contar todo o
debate intenso promovido pelas vanguardas estéticas europeias.
3.1.1 Alemanha durante a República de Weimar
República de Weimar é o nome para a Alemanha durante o período de 1919 até 1933. Foi um período
democrático marcado pela instabilidade política, social e econômica, por tentativas sucessivas de golpes
militares de estado por parte da direita e insurreições revolucionais por parte da esquerda. Milícias de direita e
esquerda se enfrentaram e desestabilizaram o governo desde o final da Primeira Guerra Mundial, até 1923.
A República de Weimar tentou implantar uma democracia com um chanceler eleito, em eleições diretas com
poderes para dissolver o parlamento, mas com autoridade restringida pelo poder moderador do parlamento
eleito. Mas nenhuma constituição democrática poderia manter-se sem o apoio da população ao regime.
Entre 1919 até 1924 o Estado alemão foi marcado por uma série de crises econômicas, financeiras e monetárias,
em um processo de hiperinflação que aumentava cada vez mais as diferenças sociais entre ricos e pobres. Mas
com a crise de 1929, os investimentos e os empréstimos americanos deixam de chegar à Alemanha. Novamente a
classe média alemã sofria as consequências, milhares de pessoas perderam os empregos, milhares de pequenos
negócios fecharam, e a produção nacional caiu para menos da metade.
VOCÊ QUER VER?
O filme ( , 1935) documenta e faz propaganda daTriumph des Willens O triunfo da vontade
ascensão do nazismo através de filmagens do 6 Congresso do Partido Nazista. Produzido eo
dirigido por Leni Riefenstahl, enfoca os encontros do partido, trechos dos discursos de Adolf
Hitler (1889-1945) e dos demais membros do partido. Mostra, ainda, os soldados marchando,
cozinhando, brincando e jogando ao som de música clássica.
- -4
Assim, grande parte da população acabou ficando arruinada economicamente,e o povo desiludido, deprimido e
enganado começou a dar crédito a caminhos políticos alternativos. Assim, com a ascensão do Partido Nacional
Socialista (Nazista) e do Partido Comunista da Alemanha, a partir das eleições federais de 1930, os partidos
moderados começaram a perder espaço.
As instituições financeiras e os conglomerados industriais, como Allianz, Hugo Boss, Deutsche Bank e Dresdner
Bank, por exemplo, com medo de um possível governo comunista, começam a financiar o Partido Nacional
Socialista. E o Estado e a Constituição alemães não resistiram à ascensão do Nazismo.
3.1.2 A fundação da Bauhaus e as suas fases
A foi fundada em 1919 como uma das iniciativas nacionais da República de Weimar. OStaatliches-Bauhaus 
governo de centro-esquerda socialista do estado da Turíngia, na cidade conservadora de Weimar, pretendia
formar profissionais capazes de aumentar a qualidade e diminuir os preços da fabricação dos produtos, a fim de
ampliar o fluxo interno e externo da circulação de mercadorias e com o objetivo de recuperar o setor produtivo e
a economia da Alemanha.
Dessa maneira, a surgiu do processo de unificação entre duas instituições. A Staatliches-Bauhaus Weimer
 (Escola de Artes e Ofícios de Weimar), que entre 1904 e 1915 havia sido implantada eKunstgewerbeschule
dirigida por Henri van de Velde (1863-1957), oficialmente aberta em 1908 e posteriormente fechada em 1915, e
a (Grande Escola do Ducado Saxão de Belas Artes).Großherzoglich-Sächsischen Hochschule für Bildende Kunst
Em 1919, quando surgiu a ideia de reabrir a escola unificando-a com a Escola de Belas Artes, Henri van de Velde
indicou Walter Adolf Gropius (1883-1969) que formou a (Casa da Construção do Estado). AStaatliches-Bauhaus 
escola, entre 1919 e 1925, ficou instalada na cidade de Weimar; entre 1925 e 1932, ficou instalada em Dessau; e
entre 1932 e 1933, ficou instalada em Berlim.
VOCÊ QUER VER?
O filme ( , 1989) apresenta uma leituraUndergångensarkitektur Arquitetura da destruição
sobre os valores estéticos do nazismo e a sua ideia de purificação da terra alemã. A obra do
diretor sueco Peter Cohen (1946-) apresenta como a Alemanha nazista usou a arte e a estética
como propaganda da política de extermínio, e o conceito de degeneração da arte associada à
degeneração moral e social ligada às minorias, que eram vistas como bactérias, vírus ou
pragas.
- -5
Durante sua existência enquanto instituição, foi marcada por três fases administrativas. Acompanhe clicando nas
abas a seguir.
•
Primeira
A de Walter Adolf Gropius (1883-1969), de 1919 a 1928, o qual prometia integrar no ensino todas
as áreas práticas e científicas do trabalho artístico, como pintura, escultura, arquitetura e todas as
principais vertentes do artesanato. Visava desenvolver modelos para fins industriais, com um
“retorno aos princípios do trabalho artesanal em conjunção com uma visão de construção de
futuro” (GROPIUS, 1919 WILHELM, 2006, p. 181), mas que na prática colocava mesmo o apud
 e a arquitetura a ocupar a posição central, tendo as artes e ofícios gravitando ao redor.design
•
Segunda
A de Hannes Meyer (1889-1954), de 1928 a 1930, o qual propunha “formar profissionais que
combinassem ciência, teoria e prática no desenvolvimento de projetos de modelos adaptados às
necessidades do povo” (DROSTE, 2006, p. 174), num claro afastamento da “reivindicação
puramente artística” a fim de “abraçar o industrial nos termos de um funcionalismo social”design
(SCHNEIDER, 2010, p. 72). Sua proposta de ensino pode ser entendida entre dois polos o do
“ensino de artístico e do ensino do fundamentado em ciência básica, o ensino dadesign design
construção deve ser cada vez mais direcionado para um conceito de arquitetura determinada
principalmente pelos fatores funcionais e biológicos” (WILHELM, 2006, p. 186).
•
Terceira
A de Ludwig Mies van der Rohe (1886-1969), de 1930 a 1933, o qual, segundo afirmação de
Droste (2006, p. 208), propunha um ensino apolítico com foco principal nas formas de construção
arquitetônica e “ignora a dimensão social do design”. Mas pela natureza da matriz curricular
documentada pode-se perceber que a ênfase nas técnicas construtivas não eliminava o espírito
colaborativo produtivo característico da escola.
VOCÊ SABIA?
Para que foi usado o termo “funcionalismo técnico produtivo” no ? O termo foi utilizadodesign
pela primeira vez para designar as formas dos objetos culturais que tivessem sido
desenvolvidas considerando as restrições dos processos de produção e dos materiais. Tinha o
intuito de facilitar a adaptação do modelo industrial à sua implantação em todas as etapas de
fabricação, a fim de melhorar tanto o desempenho do processo de fabricação quanto o
desempenho técnico dos produtos (FARIA, 2017).
•
•
•
- -6
A se reconhecia como uma comunidade igualitária, um modo criativo de trabalho, semStaatliches-Bauhaus
diferenciação entre artesãos e artistas. Por isso introduziu um processo de fomentação da formação híbrida
baseada no ensino concomitante bipolar. Nesse sentido, contava com a presença e a participação de um mestre
da forma e de um mestre artesão, visto que naquele momento específico inicial era
[...] necessário trabalhar com dois professores diferentes, pois não havia artesão com imaginação
suficiente para resolver problemas artísticos, nem artistas com conhecimento técnicos suficientes
para se responsabilizarem por trabalhos oficinais (GROPIUS DROSTE, 2006, p. 36).apud
O aprendizado era dividido em um período de formação básica, no qual os alunos experimentavam sua relação
com a cor, a forma, a textura, o volume, o espaço e os materiais, sem finalidades precisas; e um período de
formação nas oficinas de madeira, metal, cerâmica, vidro, tecelagem, pintura, escultura, mobiliário e
encadernação.
Figura 1 - Logotipo da Bauhaus de 1919, de Walter Adolf Gropius; logotipo da Bauhaus de 1922, de Oskar 
Schlemmer; cartaz para a Exposição da Bauhaus de 1923, de Joost Schmidt.
Fonte: DROSTE, 2006, p. 61-62.
Johannes Itten (1888-1967) foi o responsável pelo curso básico, entre 1919 e 1923, e acreditava que os alunos
tinham de aprender com as próprias experiências práticas. Esse pensamento condiz com a teoria educacional
progressista de John Dewey (1859-1952), baseada no estabelecimento de certas situações que sejam capazes de
promover o aprendizado.
No entanto, na primeira fase, a não conseguiu estabelecer uma relação consistente com asStaatliches-Bauhaus
indústrias, e somente teve algumas encomendas para as oficinas de cerâmica e tecelagem. O periódico De Stijl,
em 1922, faz pesadas críticas, afirmando que a arte tinha, sim, se fundido com o artesanato, mas não com a
indústria, e pedia mudanças na direção da escola. A visão acabou provocando o pedido de demissão de Johannes
Itten, por sua visão mais mística e espiritual sobre o ensino, e a contratação, para substituí-lo, de László Moholy-
VOCÊ SABIA?
O termo “funcionalismo social” foi desenvolvido para descrever a prática do voltada àdesign
produção de objetos culturais guiados pela diminuição das distâncias sociais, pelos aspectos
socioculturais e pelos aspectos comportamentais, a fim de que a integração das atividades
produtivas agenciasse a igualdade entre as classes sociais por meio do acesso e do uso dos
objetos culturais (FARIA, 2017).
- -7
Itten, por sua visão mais mística e espiritual sobre o ensino, e a contratação, para substituí-lo, de László Moholy-
Nagy (1895-1946), um artista com orientação mais tecnológica. A mudança fez com que os alunos da escola
experimentassem na prática o trabalho com novos materiais e com novas mídias. Assim, a oficina de metal
deixava de produzir apenas peças únicas artesanais e passava a produzir protótipos práticos para a indústria.
Figura 2 - Estudantes da Bauhaus em Dessau, em 1927, foto de T. Lux Feininger; em 1928, professores da 
Bauhaus em Dessau; também em 1928, professores no telhado do edifício da Bauhaus em Dessau.
Fonte: DROSTE, 2006, p. 74-222.
O novo alinhamento pedagógico tinha relação com a influênciacada vez maior do movimento sobre aDe Stijl
escola, que pode ser contatado entre 1921 e 1923 nos cursos extracurriculares sobre princípios do De Stijl
ministrados por Theo van Doesburg (1883-1931). Também El Lissitski (1890-1941) visita a escola, em 1921,
que se torna uma das grandes referências para o desenvolviemnto do estilo elementar. Por sua vez, Naum Gabo
(1890-1977), ao mudar-se para Berlim, em 1922, influencia a escola com o seu Manifesto Realista.
Em 1928, Walter Adolf Gropius pede demissão e a Hannes Meyer como diretor da escola. A decisão acaboudesign
provocando o pedido de demissão de László Moholy-Nagy, Marcel Breuer e Herbert Bayer. No entanto, no novo
período a escola se torna um sucesso comercial, a Körting & Mathiesen começou a fabricar as luminárias da
oficina de metal; as oficinas de mobiliário, tecelagem e cartazes passam a receber várias encomendas externas.
Devido à sua orientação marxista, Hannes Meyer pede demissão em 1930 e é substituído por Ludwig Mies van
der Rohe (1886-1969), que tenta distanciar a escola da política. Mas já era tarde demais, a escola era acusada de
ser excessivamente cosmopolita e pouco alemã, considerada um dos mais óbvios refúgios do conceito judaico-
marxista de arte. Finalmente, em 1933, devido às pressões crescentes políticas do Partido Nacional Socialista
(nazista), houve o fechamento da escola.
3.1.3 Principais representantes da Bauhaus e seus projetos
A foi o resultado de um processo de diálogo e de disputa – ora silenciosa, ora estridente –Staatliches-Bauhaus
entre correntes de pensamento teóricas e práticas, com princípios e conceitos estéticos distintos que envolviam
os preceitos expressionistas, futuristas, construtivistas e neoplasticistas. Esses professores e alunos brilhantes
deram voz às suas teorias, destacando as correntes estéticas em seus projetos durante as três fases da escola.
Nesse processo vivo de construção da história do devem ser destacados os professores da escola: Walterdesign
Adolf Gropius (1883-1969), Johannes Itten (1888-1967), Paul Klee (1879-1940), Gerhard Marcks (1889-1981),
Georg Muche (1895-1987), Oskar Schlemmer (1888-1943), Lothar Schreyer (1886-1966), Vassili Kandinski
(1866-1944), Adolf Meyer (1881-1929) (sócio de Gropius), László Moholy-Nagy (1895-1946), Theo van
Doesburg (1883-1931), Hannes Meyer (1889-1954), Ludwig Hilberscheimer (1885-1967), Walter Peterhans
(1897-1960) e Ludwig Mies van der Rohe (1886-1969).
Também vale mencionar os ex-alunos contratados como professores pela escola: Josef Alberts (1888-1976),
Marcel Breuer (1902-1981), Herbert Bayer (1900-1985), Gunta Stölzl (1897-1983), Hinnerk Scheper (1897-
1957) e Joost Schmidt (1893-1948). E os ex-alunos Anni Albers (1899-1994), Friedl Dicker (1898-1944),
Marianne Branst (1893-1983), Kümstler Hans Pryrembel (1900-1945), Hin Bredendieck (1904-1995) e Peter
Keler (1898-1982).
- -8
Figura 3 - Cadeira África de 1921, de Marcel Breuer; cadeira Colorful Woven de 1921, de Marcel Breuer e Gunta 
Stölzl; cadeira Modelo B3 (Cadeira Wassily) de 1925, de Marcel Breuer.
Fonte: DROSTE, 2006, p. 41-44.
O cenário hostil fez com que alguns destes artistas deixassem a Alemanha e se mudassem para os Estados
Unidos. Marcel Breuer e Walter Adolph Gropius foram lecionar na Universidade de Harvard; László Moholy-Nagy
abriu a Nova , futuro Instituto de de Chicago; Ludwig Mies van der Rohe tornou-se diretor doBauhaus Design
Departamento de Arquitetura do Instituto Armour de Chicago, futuro Instituto de Tecnologia de Illinois, e Josef
Alberts lecionou no Black Mountain College da Carolina do Norte.
Para entender melhor o propósito das escolas de no início do século XX, observe o caso a seguir.design
- -9
Assim, percebemos os aspectos políticos, sociais e culturais que tiveram grande influência nos projetos de design
e nas artes no século XX, na Alemanha. Esse contexto é importante para nossos estudos, pois está
constantemente presente, em qualquer país e também no cenário internacional.
No tópico a seguir, vamos nos aprofundar na Escola Suíça.
3.2 Estilo Internacional | | Escola Suíça (1920-Swiss Style
1965)
O termo Estilo Internacional geralmente é usado no campo da arquitetura e do de produto paradesign
denominar o movimento estético que predominou de 1920 até meados de 1965. Porém, no gráfico, odesign
movimento recebe uma série de outras denominações: (Estilo Suíço), (Swiss Style Swiss Industrial Design Design
Industrial Suíço), (Escola Suíça), (Nova Gráfica), (ConstrutivosSchweizer Schule Neue Grafik Konstruktive Grafik
Gráficos), (Nova Tipografia) e (Estilo Racional). Independentemente do termo,Neue Typographie Rational Style 
o Estilo Internacional faz parte do chamado Movimento Moderno.
CASO
No início do século XX, as escolas de tinham o desafio de formar profissionais quedesign
fossem capazes de introduzir as matérias-primas industriais na produção em larga escala de
objetos. Em um paralelo com o momento atual, seria como discutir a introdução da impressão
3D e suas matérias-primas, como o fio de PVC, na produção residencial de qualquer objeto
necessário para equipar nossos lares. A intenção era produzir uma estética de qualidade
condizente com os novos tempos, e ao mesmo tempo, baratear os produtos para atender à
maior parte da população. Materiais baratos e facilmente produzidos de forma padronizada,
como os tubos de aço, eram ainda pouco usados.
Marcel Breuer, que tinha sido estudante da Weimar, onde passou pelas oficinas deBauhaus
madeira e ferro e formou-se em 1924 – e posteriormente virou professor e chefe da oficina de
móveis da Dessau em 1925 –, buscava aprimorar metodologias de conformação eBauhaus
montagem de tubos. Era profundo conhecedor dos processos de fabricação em marcenaria,
mas teve de começar do zero o processo de investigação do comportamento dos tubos nas
etapas de moldagem. Desenvolveu processos para a dobra do tubo, com uso de mancais, que
garantiam a preservação da forma da seção circular do tubo, um sistema de montagem das
partes tubulares com parafusos aparentes. Os métodos desenvolvidos permitiram que, no
mesmo ano de 1925, Marcel Breuer concluísse o projeto da cadeira (Modelo B3 Cadeira
). Assim, Breuer atingiu o seu objetivo de introduzir móveis com tubo de aço, masWassily
diferentemente do que se imaginava, os móveis com a nova estética industrial se tornaram
caros, símbolos de social de um grupo restrito da sociedade. Marcel Breuer éstatus
considerado o inventor dos móveis modernos de aço tubular.
- -10
3.2.1 Estilo Internacional no Design
Na década de 1920 surgiu na Suíça um movimento de gráfico baseado nos princípios estéticos dodesign
Construtivismo, do e da e na tradição dos valores sociais puritanos que prezavam pelaDe Stijl Bauhaus,
simplicidade, austeridade, ordem, objetividade, precisão, rigor e limpeza.
O processo de migração dos alemães Herbert Bayer, Anton Stankowski (1906-1998) e Jan Tschichold (1902-
1974) para a cidade de Basel, na Suíça, e a integração deles com os suíços Théo Ballmer (1902-1965), Max Bill
(1908-1994), Xanti Schawinsky (1904-1979), Herbert Matter (1907-1984) e Ernst Keller (1891-1968),
promoveram um processo de revigoramento do gráfico e da tipografia na região. Este grupo, por ter sedesign
instalado na Suíça, foi reconhecido como parte do Estilo Internacional, mas ligado aos avanços do gráficodesign
e da tipografia do .Swiss Style
O foi muito importante no desenvolvimento do corporativo e pode-se creditar a isso, que asSwiss Style design
artes gráficas pouco a pouco foram sendo denominadas de comunicação visual. “A razão da sua rápida
propagação estava na harmonia e na ordenação precisa de seus métodos e na capacidade de expressar ideias
complexas de uma maneira clara e objetiva por meio de formas elementares” (SCHNEIDER, 2010, p. 127).
Deve-se destacar a sistematização do corporativo de Paul Rand (1914-1996) para a IBM em 1956, 1960 edesign
1972, e o trabalho de Otl Aicher para a Lufthansa, em 1962; a Braun, em 1969, e a 20ª Olimpíada, de 1972.
O tinhacomo objetivo expressar a mensagem ao máximo com o mínimo. Buscava ordem e clarezaSwiss Style
numa forma de composição científica e universal. Por isso, negava a expressão pessoal e as soluções exageradas
ou excêntricas. Em resumo, pode-se dizer que tinha as características apresentadas nos itens a seguir, clique
para ver (MEGGS, PURVIS, 2009).
• 
Composição visual obtida em organizações assimétricas dos elementos em um grid quase
matemático.
• 
Imagens em ilustrações e fotografias claras e objetivas.
• 
Textos com tipografia sem serifa, alinhados à esquerda e descontinuados à direita.
Veja a imagem a seguir:
Figura 4 - Fonte Bauhaus de 1925 e cartaz da Exposição de 1926, de Herbert Bayer; capa do livro “Elementare 
Typographie”, de 1925, de Jan Tschichold.
Fonte: MEGGS; PURVIS, 2009, p. 412.
Os integrantes do Estilo Internacional desenvolveram um menos utilitarista, com formas simples edesign
•
•
•
- -11
Os integrantes do Estilo Internacional desenvolveram um menos utilitarista, com formas simples edesign
esculturais, sem elementos decorativos. Tinham uma visão funcionalista aparentemente estilística baseada na
teoria da estética elementar e realçavam as propriedades dos materiais industriais, como o aço e o vidro.
Foi associado ao Estilo Internacional o selo , um conceito europeu e americano que se estabeleceuGood Design
após a Segunda Guerra Mundial, que servia para categorizar os objetos de pelo uso de princípios quedesign
qualificavam as soluções formais, técnicas e estéticas.
No desenvolvimento do Estilo Internacional, houve o desdobramento de duas vertentes de arquitetura e de 
 do produto: a do “ Orgânico e Biomorfismo, que buscava certa fluidez e humanização dosdesign Design
produtos”, contrastando formas geométricas e orgânicas; e a do “Brutalismo, que buscava desumanizar o objeto
pela forma crua que usava as superfícies e os materiais” (BHASKARAN, 2007, p. 146-155).
Dentre os principais nomes do Estilo Internacional do do produto, podemos destacar os alemães Ludwigdesign
Mies van der Rohe, Walter Adolph Gropius e Dieter Rams (1932-); os americanos Charles Ormond Eames Jr.
(1907-1978), Ray (Bernice Alexandra Kaiser) Eames (1912-1988), Philip Cortelyou Johnson (1906-2005) e o
historiador e primeiro diretor do MoMA, Alfred Hamilton Barr Jr. (1902-1981); o holandês Jacobus Johannes
Pieter Oud (1890-1963); o italiano Achille Castiglioni (1918-2002), e o finlandês Aero Saarinen (1910-1961).
Figura 5 - Poltrona Barcelona de 1929, de Ludwig Mies van der Rohe; conjunto de chá TAC de 1969, de Walter 
Adolph Gropius; gravador-tocador SK4 de 1956, de Dieter Rams.
Fonte: FLORES, 1992, p. 78-79.
O Estilo Internacional entra em crise com o avanço dos movimentos pós-modernos que questionam o
contingenciamento dos aspectos emocionais no dos produtos e buscam se aproximar dodesign
multiculturalismo.
3.2.2 Estilo Internacional na tipografia
O se desenvolveu basicamente a partir de duas correntes: a da escola de artes e ofícios de Basel, queSwiss Style
era marcada por um gráfico mais ilustrativo, baseada nos princípios clássicos da composição com o pinceldesign
e o lápis, ênfase na prática do cartaz; e da escola de artes e ofícios de Zurick, que era marcada por um design
baseado em princípios construtivos, baseada na utilização dos novos meios técnicos de composição em
tipografia, fotografia e fotomontagem, ênfase na produção de livros, prospectos e logotipos.
Schneider (2010, p. 129-130) cita como principais nomes: de Basel, o precursor da escola Niklaus Stoecklin
(1896-1982), Herbert Leupin (1916-1999), Karl Gerstner (1930-2017) e Armin Hofmann (1920-); de Zurick,
Richard P. Lohse (1902-1988), Josef Müller-Brockmann (1914-1996), Hans Neuburg (1904-1983), Carlo L.
Vivarelli (1919-1986), Gottfried Honegger (1917-2016) e Emil Ruder (1914-1970).
- -12
A contribuição para o século XX do trabalho desenvolvido na tipografia pela deve serNeue Typographie 
compreendida em duas dimensões, na dimensão da microtipografia relacionada ao desenvolvimento de tipos e
das relações entre os tipos; e na dimensão da macrotipografia relacionada à composição das relações dos tipos e
das imagens no plano.
A desenvolvida entre 1920 e 1930, baseada no estilo do Construtivismo, do e da Neue Typographie De Stijl
, teve na microtipografia uma abordagem de purificação das formas dos tipos geométricos e oBauhaus
contrabalanceamento da forma e contraforma; e na macrotipografia uma abordagem baseada no e nogrid 
equilíbrio assimétrico.
Mas essa abordagem perdurou somente até os anos de 1950, quando os traçados sem serifa dos tipos feitos com
instrumentos de desenho foram rejeitados, e começou-se a refinar fontes do século XIX, como a Akzidenz
Grotesk. Marcam a tipografia a família de fontes do jovem suíço Adrian Frutiger (1928-2015) de 1954, a Univers
 ou de Eduard Hoffman (1892-1980) e Max Miedlinger (1910-1980), de 1957.Neue Haas Grotesk Helvetica
3.3 Art Déco (1910-1939)
O manifestou-se entre 1910 e 1939, um estilo que surgiu na França sendo inicialmente reconhecidoArt Déco
como uma antítese do . Era destinado aos mercados de luxo, considerado mais decorativo eArt Nouveau
inspirado nas cores brilhantes dos balés russos de Serguei Diaghilev (1872-1929), nos desenhos de moda de
Paul Poiret (1879-1944), nas características plásticas do fauvismo, cubismo, futurismo e construtivismo, nos
elementos materiais e decorativos da tumba de Tutankhamon, descoberta no Egito por Howard Carter (1874-
1939) em 1922, e nas pirâmides astecas da cidade do México.
O estilo não tinha conceitos uniformes e coerentes, era uma mistura eclética de componentes retirados de vários
lugares. A construção do belo – e do prazer em contemplar o belo – movia os entusiastas do , umaArt Déco
vanguarda artista considerada elitista.
Paul Poiret e Louis Süe (1875-1968) visitaram a (Ateliê de Viena) e ficaram impressionadosWiner Werkstätte
com a qualidade estética formal das peças da austríaca. De volta a Paris, abriram ateliês Secessionsstil Art Déco
baseados nas representações geométricas. Em 1911, Poiret fundou a e o École d´Art Décoratif Martine Atelier
, para produzir móveis, padrões têxteis e arranjos florais, os quais ficariam conhecidos como EstiloMartine
Martine. Em 1919, Süe fundou, com André Mare (1887-1932), a para produzirLa Compagnie des Arts Français
móveis inspirados em desenhos tradicionais, mas feitos com materiais luxuosos.
VOCÊ QUER LER?
Jan Tschichold escreveu e publicou, em 1925, a obra uma reflexãoElementare typographie, 
ilustrada da prática da nova tipografia suíça. A obra é considerada um expoente da divulgação
do movimento pela nova tipografia e orienta a prática profissional nas composições de macro
tipografia (TSCHICHOLD, 2007).
- -13
3.3.1 As referências das vanguardas no Art Déco
O contraste social, a luta de classes e as guerras da época não eram uma questão relevante para o , poisArt Déco
o estilo era usado pelos ricos para demonstrar o poder econômico e o modo de vida elevado e luxuoso. Era
aplicado em todas as áreas: roupas, móveis, de interiores, cartazes, livros, revistas, cruzeiros de navios dedesign
luxo, filmes de Hollywood, assim como na pintura e escultura.
O estilo ciscava com a vitalidade das artes populares e buscava elementos nos ornamentos com histórico de
estilos estranhos, sempre em busca de uma liberdade que gerasse formas e objetos exuberantes. Não se limitou a
somente imitar os elementos do , do , do e da ; bebeu também nosArt Nouveau Jugendstil Secessionsstil Bauhaus
movimentos de vanguarda, se apropriando de elementos do cubismo (formas facetadas), futurismo
(dinamismo), e do construtivismo (equilíbrio geométrico formal).De Stijl
No início, o era voltado principalmente para o consumo de luxo fazendo peças exclusivas com materiaisArt Déco
preciosos e caros, mas conforme foi se difundindo na Europa e nos EUA, começou a aderir ao uso de processos
de produção seriado e ao uso de materiais industriais, desenvolvendo uma série de objetos para o consumo das
massas.Em resumo, pode-se dizer que tinha em comum as características listadas a seguir. Clique para ler.
• 
Estruturas geométricas misturadas com elementos orgânicos ou florais.
• 
Uso de formas geométricas e escalonadas.
• 
Uso de formas com influência egípcia, asteca e maia.
• 
Uso de cores, texturas e formas com referências na velocidade e no luxo.
• 
Uso de cores vivas e do contraste entre materiais metálicos, pedras e superfícies mais opacas para
realçar a luz e a volumetria dos objetos.
• 
Bordas agudas com esquinas arredondadas.
• 
Uso de matérias-primas nobres com alto valor agregado como esmalte, marfim, bronze, pedra
polida, cristal e pedras preciosas.
• 
Uso de materiais industriais como vidro, aço, cromo, fórmica, baquelite (primeiro plástico usado
em 1907) e alumínio.
VOCÊ QUER LER?
Francis Scott Fitzgerald escreveu e publicou, em 1925, a obra que descreve eThe Great Gatsby, 
analisa criticamente a vida da alta sociedade. O enredo é uma crítica ao sonho americano e
acontece em Nova York e Long Island. Entre o caos da Primeira Guerra Mundial, a
prosperidade americana na década de 1920 e a organização criminosa relacionada às bebidas
alcoólicas, traz tudo sobre o cenário (FITZGERALD, 2003).Art Déco 
•
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Veja a imagem a seguir.
Figura 6 - Cafeteira Moka Express de 1933, de Alfonso Bialetti; poltrona Grand Repos de 1928-1930, de Jean 
Prouvê; edifício Chrysler de 1928-1930, de Willian van Alen.
Fonte: SCHNEIDER, 2010, p. 70-71; Artem Avetisyan, Shutterstock, 2019.
Entre os principais artesãos, artistas, arquitetos e ers do movimento destacam-se André Mare, Jacques-design
Emile Ruhlmann (1879-1933), Raoul Ernest Joseph Dufy (1877-1953), Alfonso Bialetti (1888-1970), Jean Prouvê
(1901-1984), Adolphe Jean-Marie Mouron Cassandre (1901-1968), Eileen Gray (1879-1976), André Groult
(1884-1967), Jean Dunand (1877-1942), Paul Follet (1877-1941), René Lalique (1860-1945), Pierre Chareau
(1883-1950), Willian van Alen (1883-1954), Donald Deskey (1894-1989) e Walter Dorwin Teague (1883-1960).
3.3.2 Exposição Internacional de Artes Decorativas Industriais Modernas 
(1925)
Em 1907 o governo francês inicia a concepção e o planejamento da Exposition Internationale des Arts Décoratifs
(Exposição Internacional de Artes Decorativas Industriais Modernas) com o objetivo deet Industriels Modernes 
encorajar a cooperação entre artesãos, artistas, ers e fabricantes de manufaturas, a fim de promover osdesign
produtos franceses e gerar a abertura de mercados externos. A organização do evento definiu que só poderiam
participar aqueles que apresentassem criações inovadoras e originais, o que excluía obras que representassem
uma retrospectiva do passado.
A Exposição Internacional de Artes Decorativas Industriais Modernas ocorreu em 1925, apresentando a
arquitetura de prédios, a decoração de interiores, pintura, escultura, tapeçaria, móveis, o de estamparia,design
joias, objetos de metal, luminárias, cerâmica e vidraria. O Atelier Martine mostrou 14 tapeçarias de parede
desenvolvidas por Raoul Dufy. apresentou um mobiliário de madeira douradoLa Compagnie des Arts Français
num salão musical requintado. Jacques-Emile Ruhlmann trouxe uma extravaganteHôtel Du Collectionneur,
coleção de móveis. Sonia Delaunay (1885-1980) expôs, com a colaboração de Jacques Heim, trajes, acessórios e
estampas.
3.4 ou (1930-1955)Styling Streamlining
Os EUA, após participarem, a partir de 1917, da Primeira Guerra Mundial passaram por um processo de
modernização acelerado. Com crescente prosperidade, assumiram a liderança mundial em uso de tecnologias
nos processos industriais, assimilando tanto a aplicação dos avanços científicos quanto a administração
científica dos processos industriais. Essa assimilação acabou caracterizando o americano, que tentavadesign
eliminar ao máximo a distância entre o setor produtivo e o mercado consumidor para estimular, cada vez mais, a
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eliminar ao máximo a distância entre o setor produtivo e o mercado consumidor para estimular, cada vez mais, a
economia.
Entre 1879 e 1929, a produção industrial americana havia quadruplicado. Pode-se afirmar que a atitude política
de condução das questões econômicas acabou regando a primeira sociedade capitalista de consumo de massa.
De certo modo, o avanço econômico dos EUA deixou evidente que começaram a coexistir duas correntes de 
 no mundo, conforme afirma Schneider (2010, p. 101) nos mostra na interação a seguir. Clique para ver.design
Primeira corrente
A primeira, ligada à Europa, mais tradicional e que promovia o em função de questões sociais,design
comportamentais e funcionais, na qual o bom “produz objetos adequados ao uso, com formas bonitas,design
esteticamente educativas e úteis do ponto de vista social”.
Segunda corrente
A segunda, ligada aos EUA, sem o peso da tradição europeia, mais atrelada ao mercado, mais ligada a questões de
concorrência, de marketing e de logística, na qual o bom “tem um efeito estimulante sobre as vendas edesign
cuja estética serve a essa finalidade”.
Contudo, o cenário mudou completamente em 1929, quando começou a Grande Depressão (1929-1932) que
arruinou com parte dos avanços obtidos pela economia americana.
3.4.1 A Grande Depressão (1929)
A Grande Depressão foi considerada pelos economistas o pior e o mais longo período de crise econômica do
século XX. Começou com o da Bolsa de Nova York, no dia 29 de outubro de 1929, conhecido como “terça-crash
feira negra”, que se alastrou para quase todos os países do mundo. Afetou a renda, a arrecadação fiscal, os
benefícios empresariais e os preços dos produtos. Uma parte do sistema bancário quebrou.
A crise só foi superada quando Franklin Roosevelt (1882-1945) assumiu a presidência dos EUA, em 1933, e
implantou a sua política intervencionista, denominada de (Novo Acordo). As medidas buscaram darNew Deal
assistência às camadas mais pobres da população, formação e ajuda para o trabalho, leis sindicais de proteção ao
trabalhador, aumento do poder aquisitivo da população, programas de incentivos agrícolas, reforma do sistema
financeiro e dinamização da economia. As medidas diminuíram o desemprego, mas aumentaram o déficit público
americano (PEVSNER, 2001).
Quando, em 1939, aconteceu a (Feira Mundial de Nova York), que tinha como tema New York World’s Fair
 (Construindo o Mundo de Amanhã), ficou evidente que o país havia superado aBuilding the World of Tomorrow
Grande Depressão e que tinha desenvolvido um caminho teórico e prático próprio no . Agora o clima geraldesign
era de euforia, otimismo, dinamismo e progresso.
VOCÊ SABIA?
A teve, em vários momentos, a participação do Brasil. Em 1936, trêsNew York World’s Fair 
anos antes da feira, o Brasil e mais 60 nações foram convidadas pelo então presidente dos EUA,
Franklin Roosevelt, para expor seus produtos, como parte da política de boa vizinhança e um
modo de promover a entrada dos produtos americanos na América Latina (COMAS, [s. d.]).
Leia o artigo completo sobre a participação do Brasil na Feira Mundial de Nova York de 1939
em:
< >.https://www.ufrgs.br/propar/publicacoes/ARQtextos/pdfs_revista_16/03_CEC.pdf
https://www.ufrgs.br/propar/publicacoes/ARQtextos/pdfs_revista_16/03_CEC.pdf
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3.4.2 Design, estilização e obsolescência planejada
O governo americano, para superar a crise econômica, tentou estimular, por todos os meios, a volta do consumo.
Clique na interação a seguir para saber como este fato influenciou o .design
No entanto, o mais relevante para o campo do foi o programa voltado ao incentivo da utilização do design design
para gerar novos atrativos, mediante ajustes e reformulações formais dos aspectos exclusivamente estéticos dos
produtos, orientados pelas novas pesquisas de marketing. A metodologia ficou conhecida como . A formaStyling
estética desenvolvida pelos ers que mais simbolizou o foi a forma aerodinâmica, o , adesign Styling Streamline
forma de gota, por isso o movimento foi denominado de ou .Styling Streamlining
Basicamente o reaquecimentoda economia na América dependia de quatro ações: disponibilização de crédito
financeiro; promoção de uma cultura com valores sociais da classe média branca, que se estendeu para todas as
classes, que estimulasse o consumo; estímulo a necessidades consideradas supérfluas; e a promoção da
obsolescência planejada estética e da obsolescência planejada funcional.
A diferença entre a prática do europeu e a do americano se intensificou. As formas plásticas do design design
 ou e, com toda a sua força estética e simbólica, foram extremamente eficientes paraStyling Streamlining 
estimular o consumo das massas. A aparência aerodinâmica, as bordas arredondadas e os volumes com
acabamentos suaves viraram o símbolo estético certo para a imaginação de uma sociedade em pleno
desenvolvimento e progresso.
No entanto, as formas eram desenvolvidas e substituídas tão rapidamente que promoviam uma obsolescência
estética, diminuindo a vida útil dos objetos. Enquanto a obsolescência planejada funcional não deixava de ser
uma consequência da própria evolução tecnológica, a obsolescência estética era estimulada culturalmente por
valores morais.
Diferentemente do funcionalismo que decompunha os objetos em partes que formavam depois um todo
composto, o ou propunha os objetos buscando fazer com que cada parte se integrasse a umStyling Streamlining 
todo indivisível. Por outro lado, o funcionalismo se preocupava com o funcionamento dos mecanismos internos,
já o não via problema em mascarar os mecanismos internos e tirar a atenção sobre eles, deixando-os emStyling
segundo plano. Não havia problema em ocultar “o bom, o feio e o mau”. As formas aerodinâmicas não tinham
obrigação de ter conotação funcional, motivo pelo qual as formas foram usadas para todo tipo de objeto
(BHASKARAN, 2007, p. 140-141).
VOCÊ O CONHECE?
O francês Raymond Loewy (1893-1986) foi ilustrador, vitrinista, er de marcas e design design
er industrial, trabalhando nos EUA. Executou projetos para a Shell, Exxon, TWA, Coca-cola,
Westinghouse, Hupp Motor Company e Sears-Roebuck. Fez o re da locomotiva PRR K4Sdesign
da Pennsylvania Railroad em 1937, o do Studebaker em 1953 e o dos talheres dadesign design
Air France Concorde em 1978. É considerado o maior er industrial americano do séculodesign
XX (LOEWY, 2007).
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Figura 7 - Cadillac Sedan DeVille da General Motors, 1959, de Harley Earl; apontador de lápis, 1933, de Raymond 
Loewy; rádio-babá, 1937, de Issamu Noguchi.
Fonte: SCHNEIDER, 2010, p. 96; FLORES, 1992, p. 84-85.
Entre os grandes nomes do ou destacam-se o francês Raymond Loewy; os americanosStyling Streamlining
Walter Dorwin Teague, Harley Earl (1893-1969), Henry Dreyfuss (1904-1972) e Norman Bell Geddes (1893-
1958); e o japonês Issamu Noguchi (1904-1988).
Junto com o desenvolvimento do foram sendo empregados novos materiais e técnicas que facilitavam aStyling
moldagem das mais diversas formas. Deve-se destacar o uso dos plásticos, dos compensados, das chapas
metálicas estampadas e das ligas de moldagem rápida como o Zamac (Zinco, Alumínio, Magnésio e Cobre).
Pode-se dizer que o (estilo de vida americano) é o resultado bem-sucedido do programaAmerican way of life
cultural de estímulo ao consumo encampado pelos setores produtivos e pelo nos EUA. O sedesign Styling
desenvolveu até 1955, quando começou a perder força.
Síntese
Concluímos este estudo que apresentou, de forma sucinta, a contribuição do projeto pedagógico da Staatliches-
 para o desenvolvimento do moderno, os desdobramentos do gráfico e do deBauhaus design design design
produto que marcaram o Estilo Internacional, o ensaio estético de refinamento da elegância e da beleza dos
objetos do e a inovação formal baseada no aerodinamismo das formas associada à promoção doArt Déco
estímulo do consumo do ou E, ainda, alguns dos principais ers e produtos do campoStyling Streamlining. design
do da primeira metade do século XX.design
Neste capítulo, você teve a oportunidade de:
• identificar as diferentes vertentes do pensamento no campo do ;design
• reconhecer as inter-relações dinâmicas existentes entre o campo de saber do , a sociedade, a design
cultura, a tecnologia e a economia;
• entender os processos de promoção dos produtos artesanais e industriais da Exposição Internacional de 
Artes Decorativas Industriais Modernas (1925) e Feira Mundial de Nova York (1939);
• conhecer a formação da primeira escola moderna de ensino de ;design
• compreender como o “funcionalismo técnico produtivo” e o “funcionalismo social” ajudaram a 
estabelecer as principais teorias do , relacionado as funções dos objetos de quanto à design design
indústria, à produção e ao bem-estar social;
• reconhecer e distinguir as ideias e as formas de pensar, os objetos e os principais teóricos e autores do 
 da ;design Staatliches-Bauhaus
• reconhecer e distinguir as ideias e as formas de pensar, os objetos e os principais autores do Estilo 
Internacional ligados ao gráfico e ao do produto;design design
• reconhecer e distinguir as ideias e as formas de pensar, os objetos e os principais autores do do design
;Art Déco
• reconhecer e distinguir as ideias e as formas de pensar, os objetos e os principais autores do do design
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• reconhecer e distinguir as ideias e as formas de pensar, os objetos e os principais autores do do design
ou .Styling Streamlining
Bibliografia
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http://www.uel.br/revistas/uel/index.php/histensino/article/viewFile/12772/11100
	Introdução
	3.1 Staatliches-Bauhaus (1919-1933)
	3.1.1 Alemanha durante a República de Weimar
	3.1.2 A fundação da Bauhaus e as suas fases
	Primeira
	Segunda
	Terceira
	3.1.3 Principais representantes da Bauhaus e seus projetos
	3.2 Estilo Internacional | Swiss Style | Escola Suíça (1920-1965)
	3.2.1 Estilo Internacional no Design
	3.2.2 Estilo Internacional na tipografia
	3.3 Art Déco (1910-1939)
	3.3.1 As referências das vanguardas no Art Déco
	3.3.2 Exposição Internacional de Artes Decorativas Industriais Modernas (1925)
	3.4 Styling ou Streamlining (1930-1955)
	3.4.1 A Grande Depressão (1929)
	3.4.2 Design, estilização e obsolescência planejada
	Síntese
	Bibliografia

Outros materiais