Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Clínica de Pequenos Animais ANAMNESE - Queixa principal -> evolução, exames prévios, tratamento, conectantes acometidos... - GERAL: Vacinas? (Tipo, quando foi) Vermífugos? Dietas?. Castrado? Acesso à rua?... - Específico: Respiratório? (Espirro, tosse...). Neurológico? (Convulsão, Desmaios...) DERMATOLOGIA-ROTEIRO - Enfermidade; Agente; Fisiopatia/raça/idade; Sinais Clínicos; diagnósticos diferenciais (doenças em que os sinais são mais comuns na doença -> várias doenças com os mesmos sinais); Exames complementares; Diagnóstico definitivo e Prognóstico e tratamento (o prognóstico pode ser bom, reservado ou ruim) EXAMES COMPLEMENTARES - ECRP (Ácaros) - EP fita - Tricograma - Lâmpada de Wood - Citologia - Cultura fúngica DEMOCIDIOSE (SARNA NEGRA-SARNA DEMODÉCICA) 🡺 Nos cães existe 4 tipos: Demodex Demodex canis, Demodex cornei, Demodex injai e Demodex cyonis (orelha) 🡺 POR QUÊ HÁ PROLIFERAÇÃO EXCESSIVA DE ÁCAROS? -> Imunossupressão (baixa defesa contra o ácaro, grande excesso); - > Herança genética, diminui proliferação de linfócitos TCD4 e TCD8. 🡺 Tipos de destruição lesional: Localizada (até 5 lesões, menores que 2,5 cm) e generalizada (acima de 5 lesões, maiores que 2,5 cm) MANIFESTAÇÃO CL INICA 🡺 Rarefação pilosa, alopecias, descamação, seborreia, comedões (cravo), pústula, hiperqueratose, lignificação, eritema, hiperpigmentação.... 🡺 DIAGNÓSTICO: EP fita, Citologia, Tricograma... - TRATAMENTO ORTODOXO: Amitraz, inibe enzimas, inibe síntese de prostaglandina, alfa 2 agonista adrenérgico. NÃO USAR EM CÃES COM MENOS DE 4 MESES. Não usar em equinos e NUNCA em diabéticos. -> Não usar em pele erodida, não secar no sol (inibido pela ação da luz solar), não comer junto/fumar ou beber, usar luvas. (Taxa de cura: 60-80%) - TRATAMENTO HETERODOXO: Lactonas macrolíticas, Isoxazolinas, Ivermectina (apenas cães e para prevenção de dirofilariose). Não usar em cães com menos de 3 meses. ->Doramectina (*Avermectina): Não pode ser usada em raças sensíveis ->Moxidectina: Pode ser usada em raças sensíveis. -> GATOS: pode ser usado enxofre 2-4%, na forma de banhos 2/3x por semana até remissão. DERMOPATIAS PARASITÁRIAS ESCABIOSE -Ácaro: Sarcoptes scabiei var. canis para cães e Notoedris cati para felinos - fêmea cava galerias na pele. (ZOONOSE). - Tipos de distribuição lesional - cabeça, borda de pavilhão auricular, articulação do cotovelo, região tíbio-társica, abdominal. -Idade - Juvenil (imunossupressão) e adultos.. *relacionado a maus hábitos de higiene. Diagnósticos Diferenciais - queiletielose, DAPP, dermatite atópica, dermatofitose, HÁ - TRATAMENTO: pode ser feito com Ivermectina, Salamectina, Moxidectina + Imidacloprid, Simparic, Bravecto transdermal para gatos. OTOCARÍSE - Ácaro: Otodectes cynotis - Manifestações clínicas: prurido ótico mitis ou ferox, secreção ótica em “borra de café”, eventualmente otohematoma, reflexo otopedal positivo, alopecia periauricular, erosões meato acústico externo e base das orelhas e podem ser encontrados sinais de vestibulopatia. - Diagnóstico: Otoscopia, EP cerúmen (50 % positividade) e Reflexo Otopedal (97 % dos pacientes). Diagnóstico diferencial - Otite por Malassezia sp. Tratamento: Ceruminolíticos - 3 a 4 dias/tópica/sid; Avermectinas e Milbemicinas - Ivermectina, selamectina, moxidectina, doramectina, por via tópicas ou subcutânea (a cada 15 dias, 2 a 4 ciclos de tratamento); Fipronil. ; Diazinon - 4-8 gotas/ por conduto, bid/15 a 20 dias; Tiabendazol - 5-15 gotas/ por conduto, bid/15 a 20 dias. DERMATOPATIAS FÚNGICAS DERMATOFITOSE Agentes - Dermatófitos Microsporum canis, Trichophyton mentagrophytes, Trichophyton rubrum 🡺 Mais comum em gatos, ANTROPOZOONOSE -Raças: Yorkshire e Persa. Geralmente relacionada a imunossupressão. -Manifestações clínicas: descamação, crostas, lesões anulares, irisadas, alopécicas e crostosas, com crescimento centrípeto, hiperpigmentação, hiperqueratose, eritema, crostas melicéricas, edema, erosão. -Diagnóstico: Lâmpada de Wood, Exame direto - citologia, Tricograma, Cultivo micológico, Histopatológico -Diagnósticos diferenciais: demodiciose (caninos e felinos), dermatopatias alérgicas (DAPP, trofoalérgica), tricotilomania (psicogênica), foliculite bacteriana. -Princípio terapêuticos: necessário planejamento, tosar paciente, disponibilidade para banhos semanais (50% do tratamento); Tratamento tópico x sistêmico (ou ambos); Aglomerado de animais - terapia sistêmica; Tratar contactantes; Manejo ambiente com limpeza com Hipoclorito. -Tratamento tópico: clorexidine 3%, miconazol 2 %, cetoconazol 2 % (shampoos, banhos 1 ou 2x/semana) ➢ Loções, sprays, cremes ou pomadas - derivados imidazólicos - terbinafina spray, cetoconazol, miconazol/sid ou bid/15 a 30 dias no mínimo. -Tratamento sistêmico ➢ Griseofulvina - 50 mg/kg/sid/vo - lipofílico (ministrar com alimento) ➢ Efeitos colaterais - anorexia, hepatotoxicidade, êmese ➢ 1º antifúngico do mercado ➢ Gatos FIV positivos - mielossupressão / farmacodermia / necrólise epidérmica tóxica. -Tratamento sistêmico (Alaminas) ➢ Atuam via inibição do ergosterol, mas pelo precursor dele, a esqualeno epoxidase. ➢ Terbinafina - 10 a 20 mg/Kg/Sid (cão) ➢ Efeitos colaterais - êmese primeira semana de terapia, diarréia ➢ Fungicida -Tratamento sistêmico (Benzofeniluréia) ➢ Lufenuron - 60 a 120 mg/Kg/dose única ou 2 doses com intervalo quinzenal ➢ Mecanismo de ação desconhecido (age na parede de quitina) ➢ Permitido em fêmeas gestantes. Tempo de tratamento ➢ 6 semanas - tempo mínimo ➢ Suspender após 2 micológicos negativos (consecutivos) *coleta quinzenal ➢ MONITORAR - enzimas hepáticas (pré e pós terapia) Manejo Ambiental: Hipoclorito de sódio no mínimo 1x por semana, aspirar local, uso diário de desinfetantes e vela enilconazol (retirar animal do ambiente). MALASSEZIOSE A micose é a mais frequente em cães, e a 3 maior causadora de otite. Geram prurido por conta digestão de filme lipídico da pele (exposição sist. imunológico). Sazonalidade: Verão (úmido e quente). -Fisiopatogenia - Malassezia sp. aderida aos corneócitos libera lipases - degrada gordura, liberando ácido graxo para a Malassezia sp.. Fosfolipídeos de membrana se rompem liberando FA2 - ativação de COX, libera leucotrienos e PG - ALERGIA / PRURIDO!!! -Manifestações clínicas: prurido (82,5%), alopecia, oleosidade, hiperqueratose / lignificação (casos mais crônicos), descamação, crostas, eritema, odor rançoso e paroníquia. ➢ Localização das lesões - “área de linha d’água” - cervical ventral, axilas, virilha, interdígitos, perivulvar, perineal, abdome. -Diagnóstico: Citologia cutânea (imprint, Fita de acetato, do raspado cutâneo, swab seco) ou citologia do cerúmen, cultivo micológico, Histopatologia. ➢ Pele ou conduto auditivo saudável - 2 a 5 leveduras por campo de imersão. ➢ Pele ou conduto auditivo doente - acima de 5 leveduras por campo de imersão. -Tratamento: Idem dermatofitoses (tópico + sistêmico) - até desaparecimento sinais clínicos e exames micológicos negativos! ➢ Otites por Malassezia sp.- Nistatina, Tiabendazol, Clotrimazol, Miconazol, Cetoconazol, Posaconazol, Terbinafina (tempo e frequência variam de acordo com a marca e veículo / média de 15 dias). *limpeza prévia, preencher condutos DERMOPATIAS BACTERIANAS PIODERMITES SUPERFIC IAIS -Piodermite superficial: infecções bacterianas que acometem a pele apenas na epiderme e geram inflamação. Agente - Staphilococcus pseudointermedius - Uso em excesso de medicamentos favorece o aumento de uma bactéria em relação a outra. Existem piodermites primárias e secundárias (mais comum) 🡪 1: Infecção surge por fator imunológico (quebra de resposta). Tipos: Dermatite úmida aguda, impetigo, piodermitemucocutanea. Crosta melicérica: Pus (parece uma espinha). 2: Imunológica, metabólica, hipotricose, eritema, erosão, alergias, parasitológicas. PIODERMITE PROFUNDA Infecções bacterianas da pele que acometem a derme e hipoderme, e geram inflamações. Tipos de lesão: Localizadas -> ocasionada por traumas externos, corpos estranhos e mordeduras. Generalizada -> Imunossupressão, trauma por lesão DIAGNÓSTICO - Cultura bacteriana + antibiograma MRSA: bactérias resistentes a multidrogas. ➢ Meticilina resistente - resistência a todos os carbapenêmicos e ampicilina-sulbactam). - Pseudomonas é resistente a amoxicilinas e cefalosporinas. TRATAMENTO -Escolha empírica: Apenas para PIODERMITE SUPERFICIAL e baseado em drogas com ação em bactérias gram positivos. - PIODERMITE PROFUNDA ou má resposta a terapia empírica - com base em CULTURA E ANTIBIOGRAMA. -Tratamento: identificar e tratar causa de base (sucesso ou insucesso terapêutico). Associação de terapia tópica e sistêmica. TÓPICO - gel, loção, creme, spray, pomada, shampoo ➢ Ex.: ácido fusídico creme 2%, permanganato de potássio (1 comp. em 4 L de água) - compressas. SHAMPOOS ➢ Clorexidine 2% (antimicrobiana) deixar de 10 a 15min sob a pelagem. Sistêmico - 1ª escolha: cefalosporinas e amoxipenicilinas, clindamicina/ eritromicina, sulfas. ➢ 2ª escolha: quinolonas, tetraciclinas, aminoglicosídeos, rifampicina. ➢ ➢ DOSE: máxima ➢ Tempo tratamento: mínimo 3 a 6 semanas (podendo ser estendido por mais 10 a 15 dias). DAPP Dermatite alérgica a picada de pulgas ou alérgicas. A manifestação em cães contém prurido em região lombo-sacral, e a manifestação em gatos é alopecia simétrica, pápulas crostas em região lombo-sacral e lesões papulares. -Pulgas Ctenocephalides felis ➔ Sazonalidade - verão ➔ Hipersensibilidade tipo I à saliva da pulga - PRURIDO ➔ Principal causa de alergia em cães e gatos -Tratamento 1. Controle prurido – corticosteroides, e prednisona ➢ Paciente - Fipronil, spinosad, imidacloprida+ moxidectina, selamectina, soralaner, afloxolaner, fluralaner, nitempiram / deltametrina, piriproxeno + ciflutrina (ambiente) - Uso contínuo! DERMATITE TROFOALERG ICA (H .A) Reação á alimentos com envolvimento imunológico. Reação a antígenos alimentares: proteínas, lipoproteínas, lipoproteínas, carboidratos, corantes... -Sistema imune intestinal-> alérgeno liberação de mastócitos, macrófagos e linfócitos-> IgE -Alimentos associados (origem animal) - carne bovina, suína, ovina, leporina, peixes, aves, leite bovino e ovos. ➔ Origem vegetal - trigo, soja, milho, batatas, arroz. 🡪 Inicio de sinais clínicos: 6 meses a 1 ano. 🡺 EXCLUIR DAPP Dieta Hipoalergênica sucedida de exposição provocativa ➔ Caseira X Comercial - durante 8 a 12 semanas (no mínimo) Tratamento: Controle prurido: corticosteróides e anti-histamínicos ➔ Dexametasona - 0,1 a 0,2 mg/Kg/sid/sc ou iv ➔ Prednisona ou prednisolona - 0,5 mg/Kg/sid ou bid/vo ➔ Desclorfeniramina - 0,5 mg/Kg/bid/vo (felinos) ➔ Hidroxizine - 2 mg/Kg/bid/vo ➔ Cetirizina - 0,5 - 1 mg/Kg/sid/vo. DERMATITE ATOPICA CANINA (DAC) Doença de base genética - reação a alérgenos ambientais, como ácaros de poeira e pólens (penetração, ingestão e inalação). CRITÉRIOS DE FAVROT (2010 ➔ 1. Início dos sinais antes dos três anos de idade; ➔ 2. Cão vivendo a maior parte do tempo em ambientes internos; ➔ 3. Prurido responsivo a glicocorticoides; ➔ 4. Prurido não-lesional; ➔ 5. Lesões em extremidades distais dos membros torácicos; ➔ 6. lesões na superfície côncava do pavilhão auricular; ➔ 7. Ausência de lesões nas margens das orelhas e ➔ 8. Ausência de lesões na região dorso lombar. *sensibilidade de 85% e especificidade de 79% IL31 - principal interleucina precipitadora do prurido em cães produzidas por linfócitos Th2 ➔ IL31 se liga a receptores e ativa a enzima Janus Quinase (JAK) que é responsável por transmitir os sinais para o núcleo da célula, desencadeando o estímulo do prurido em receptores encontrados nas terminações nervosas. -Áreas onde as lesões ocorrem - periocular, perilabial, abdome, axila, virilha, interdigital. -Sinais clínicos - PRURIDO (sazonal ou não), xerose, hiperqueratose, hiperpigmentação e liquenificação tegumentar, descamação (laminar e furfurácea). - 75% dos animais com DA podem ter DAPP ou HÁ. ->Testes sorológicos e intradérmicos / Prick Test (pós diagnóstico - condução terapêutica) Tratamento: MULTIFATORIAL ➔ Evitar contato com alérgenos ➔ Hidratação da pele - hidratantes, emolientes e umectantes ➔ Reposição de lipídeos ➔ Controle rigoroso de ectoparasitas ➔ Ácidos graxos - melhoria na qualidade do revestimento e brilho da pele (ômega 3 e 6). -Tratar infecções secundárias (piodermites e infecções por Malassezia sp.) ➔ Corticosteróides - sistêmicos (dexametasona), orais (predinisona/solona) ou tópicos (triancinolona). Anti-histamínicos - cetirizina ou hidroxizina, dexclorfeniramina. *pouco eficiente / uso recomendado para diminuir dose e uso de corticosteroides -Imunoterapia alérgeno específica (IAE) - sublingual ou SC, doses crescentes de alérgenos - tempo mínimo 1 ano (depois - por toda a vida do animal). Prognóstico – reservado ➔ Depende de grau de prurido, extensão lesões, infecções secundárias, resposta terapêutica, condições financeiras tutor, idade do início dos sinais clínicos, etc.
Compartilhar