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APG 02 - SOI V - As dores do mundo

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APG 02 - As dores do mundo 
 
Objetivos 
Revisar a morfofisiologia das articulações. 
Compreender a fisiopatologia, etiologia e fatores 
de risco para dores articulares. 
Diferenciar os tipos de artrite (inflamatória X 
crônica) 
Compreender os tipos e características de dor no 
paciente. 
Articulações 
Os locais onde dois elementos esqueléticos se 
unem são denominados articulações. As duas 
categorias gerais de articulações são aquelas em 
que: 
• Os elementos esqueléticos são separados por 
uma cavidade (p. ex., articulações sinoviais); 
• Não há cavidade e os componentes são 
mantidos juntos por tecido conjuntivo 
(p. ex., articulações sólidas). 
Os vasos que atravessam uma articulação e os 
nervos que inervam os músculos que atuam sobre 
ela geralmente contribuem com ramos articulares 
para aquela articulação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Cartilagem sinovial 
uma camada de cartilagem, geralmente de 
cartilagem hialina, cobre as superfícies articulares 
dos elementos esqueléticos. 
 
 
As superfícies ósseas normalmente não entram 
em contato entre si diretamente. Como 
consequência, quando estas articulações são vistas 
em radiografias normais, parece que um grande 
espaço separa os ossos adjacentes, porque a 
cartilagem que cobre as superfícies articulares é 
mais transparente aos raios X que o osso. Uma 
segunda característica das articulações sinoviais é 
a presença de uma cápsula articular, consistindo 
em uma membrana sinovial interna e uma 
membrana fibrosa externa: 
• A membrana sinovial fixa-se às margens das 
superfícies articulares na interface entre a 
cartilagem e o osso e envolve a cavidade 
articular. A membrana sinovial é altamente 
vascular e produz líquido sinovial, que é 
filtrado para a cavidade articular e 
proporciona lubrificação para as superfícies 
articulares. Sacos fechados de membrana 
sinovial também ocorrem fora das articulações, 
onde formam bolsas sinoviais ou bainhas 
tendíneas. As bolsas costumam interpor-se 
entre estruturas, como tendões e osso, 
tendões e articulações ou pele e osso, e 
reduzem o atrito de uma estrutura que se 
move sobre a outra. As bainhas tendíneas 
cercam os tendões e também reduzem o atrito. 
• A membrana fibrosa é formada por tecido 
conjuntivo denso e envolve e estabiliza a 
articulação. Partes da membrana fibrosa 
podem ser espessas se formarem ligamentos, 
que estabilizam ainda mais a articulação. Os 
ligamentos fora da cápsula geralmente 
contribuem com reforço adicional. 
Em algumas dessas articulações há a presença de 
estruturas adicionais dentro da área encerrada pela 
cápsula ou membrana sinovial: 
• Os discos articulares (geralmente compostos de 
fibrocartilagem) absorvem forças de 
compressão, ajustam-se a alterações dos 
contornos das superfícies articulares durante o 
movimento e aumentam a amplitude de 
movimentos que podem ocorrer nas 
articulações; 
• Os coxins gordurosos geralmente se situam 
entre a membrana sinovial e a cápsula e 
movimentam-se para dentro e para fora das 
regiões conforme os contornos das articulações 
se modificam durante o movimento; 
• presença de tendões. 
As articulações sinoviais são descritas com base na 
forma e no movimento: 
 Com base na forma de suas superfícies articulares, 
as articulações sinoviais são descritas como 
planas, gínglimo (em dobradiça), trocoide 
(pivô), bicondilar (dois conjuntos de pontos de 
contato), condilar (elipsoide), em sela (ou selar), 
esferoide (ou enartrose) e cotilóidea. 
A. Condilar (pulso). B. Trocoide (radioulnar). C. 
Dobradiça ou gínglimo (cotovelo). D. Esferoide e 
cotilóidea (quadril). E. Em sela (carpometacárpica 
do polegar). F. Trocoide (atlantoaxial). 
• Articulações planas – permitem o 
deslizamento ou o movimento de 
escorregamento, quando um osso se move 
sobre a superfície do outro (p. ex., articulação 
acromioclavicular). 
• Articulações em dobradiça – permitem 
movimento em volta de um eixo que passa 
transversalmente através da articulação; 
permitem flexão e extensão (p. ex., articulação 
do cotovelo [umeroulnar]). 
• Articulações trocoides (ou pivôs) – permitem 
o movimento ao redor de um eixo que passa 
longitudinalmente ao longo da diáfise do osso; 
permitem rotação (p. ex., articulação 
atlantoaxial). 
• Articulações bicondilares – permitem o 
movimento em maior parte em um eixo, com 
rotação limitada ao redor de um segundo eixo; 
são formadas por dois côndilos convexos que 
se articulam com superfícies côncava ou plana 
(p. ex., articulação do joelho). 
• Articulações condilares (elipsoides) – 
permitem o movimento ao redor de dois eixos 
que são perpendiculares entre si; permitem 
flexão, extensão, abdução, adução, circundução 
(limitado) (p. ex., articulação do punho). 
• Articulações em sela – permitem o movimento 
ao redor de dois eixos que são perpendiculares 
entre si; as superfícies articulares são em forma 
de sela; permitem flexão, extensão, abdução, 
adução e circundução (p. ex., articulação 
carpometacarpal do polegar). 
• Articulações esferoide e cotilóidea – 
permitem o movimento ao redor de múltiplos 
eixos; permitem flexão, extensão, abdução, 
adução, circundução e rotação (p. ex., 
articulação do quadril). 
Articulações sólidas 
As articulações sólidas são conexões entre 
elementos esqueléticos nas quais as superfícies 
adjacentes estão unidas por tecido conjuntivo 
fibroso ou por cartilagem, geralmente 
fibrocartilagem. Os movimentos nestas 
articulações ficam mais restritos do que nas 
articulações sinoviais. 
 
 
 
 
Dores articulares 
• Artrite reumatóide 
Artrite reumatoide (AR) é uma doença sistêmica 
crônica que afeta principalmente a sinóvia, 
resultando em inflamação e proliferação sinoviais, 
destruição da cartilagem articular e erosão do osso 
justa-articular. A história natural da doença 
caracteriza-se por destruição e deformidade 
articulares progressivas e, em uma minoria 
considerável dos casos, pelo desenvolvimento de 
manifestações clínicas extra-articulares. 
Acomete cerca de 1% da população mundial e é 
mais comum em mulheres. A faixa etária típica de 
início da doença das mulheres é o final dos anos 
reprodutivos; nos homens, a AR começa mais 
comumente entre a sexta e a oitava décadas de vida. 
 
Etiologia: é caracterizada por uma resposta 
autoimune sistêmica estimulada por um ou mais 
antígenos ainda não bem caracterizados. À 
semelhança de outras doenças autoimunes, 
apresenta etiologia multifatorial. A predisposição 
genética é responsável por aproximadamente 60% 
do risco de desenvolver a doença, enquanto fatores 
ambientais também contribuem para o surgimento 
da doença. 
A maioria dos genes associados à AR afeta as 
respostas imunes (p. ex., ativação das células T, 
sinalização por citocinas) 
A associação mais forte conhecida é com os alelos 
do gene HLA- DRB1, que codifica a cadeia b do 
HLA-DR, uma molécula de histocompatibilidade 
principal classe II envolvida diretamente na 
apresentação dos antígenos aos linfócitos T. 
Manifestações clínicas: No início da doença há um 
início insidioso de dor, rigidez e edema de 
váriasarticulações ao longo de semanas ou meses. 
Entretanto, outros pacientes podem ter 
apresentação clínica fulminante, ou início tão lento 
que o indivíduo praticamente não percebe o 
problema. Em outros casos, os pacientes podem 
desenvolver monoartrite ou oligoartrite persistente 
por períodos longos, antes de apresentar o padrão 
mais típico de acometimento poliarticular 
 
Como sintomas sistêmicos tem-se: febre baixa, 
fadiga e emagrecimento significativo, mas isto não 
é comum nos estágios iniciais da doença. 
A maioria dos pacientes com AR refere 
acometimento inicial das pequenas articulações 
(nos casos clássicos, articulações IFPs, MCFs e 
MTFs), ao passo que o envolvimento das grandes 
articulações é mais tardio. Os sinais e sintomas in- 
cluem dor, edema erigidez. Os pacientes com 
doença inicial geralmente se queixam de que os 
anéis não cabem mais nos dedos e que sentem dor 
nas articulações dos dedos dos pés quando andam 
logo depois de acordar de manhã. 
Rigidez matutina: A rigidez matutina é uma marca 
caracte- rística das artrites inflamatórias e é uma 
manifestação marcante da AR. Nos casos típicos, 
os pacientes com AR sentem mais dor quando se 
levantam de manhã, ou depois de períodos longos 
em repouso. Essa rigidez das articulações e das 
estruturas adjacentes geralmente persiste por 
algumas horas e melhora à medida que o paciente 
realiza suas atividades. 
Na maioria dos casos, a doença começa nas 
articulações MCFs, IFPs e MTFs, mas depois afeta 
punhos, joelhos, cotovelos, tornozelos, quadris e 
ombros, praticamente nesta ordem. O tratamento 
precoce ajuda a limitar o número de articulações 
afetadas. Um aspecto especialmente importante é 
que a AR quase sempre preserva as articulações 
interfalangianas distais (IFDs). 
As mãos são afetadas em quase todos os pacientes 
com AR. O acometimento das mãos é responsável 
por uma porcentagem expressiva das limitações 
físicas causadas pela doença. Nos estágios mais 
avançados, a doença crônica também causa muito 
comumente desvio ulnar dos dedos nas articulações 
MCF, deformidades em pescoço de cisne 
(hiperextensão das articulações IFPs e flexão das 
articulações IFD;) e deformidades em botoeira (ou 
casa de botão) (flexão das articulações IFP e 
hiperextensão das articulações IFD). Quando a 
doença clínica continua em atividade, a função da 
mão deteriora-se lentamente. 
Os punhos são afetados na maioria dos pacientes 
com AR. Nos estágios iniciais da doença, a 
proliferação sinovial dos punhos e das estruturas 
adjacentes pode comprimir o nervo mediano e 
causar a síndrome do túnel do carpo. 
Os pés, principalmente as articulações MTFs, são 
afetados nos estágios iniciais de quase todos os 
pacientes com AR. A subluxação dos dedos dos pés 
nas articulações MTFs é comum e causa dois 
problemas: úlceras de pele nas superfícies 
superiores dos dedos e dor ao caminhar, em 
consequência da perda da gordura amortecedora 
que protege as cabeças dos metatarsos. 
 
Destruição progressiva de uma articulação MCF 
pela AR. As imagens são radiografias sequenciais 
da mesma articulação MCF do segundo dedo. A: A 
articulação estava normal um ano antes de o 
paciente desenvolver AR. B: Seis meses depois do 
início da AR, havia uma erosão óssea adjacente à 
articulação e estreitamento do espaço articular. C: 
Depois de três anos com a doença, a destruição 
difusa da cartilagem articular resultou em 
estreitamento acentuado do espaço articular. 
Em qualquer local em que haja tecido sinovial, a 
AR pode aparecer. Inclusive na coluna cervical, 
(principalmente a articulação de C1-C2). Como 
também ocorre com a AR em qualquer outro local, 
erosões ósseas e lesão dos ligamentos podem 
ocorrer nessa área e causar subluxação. Na maioria 
dos casos, a subluxação é branda e os pacientes e 
cuidadores precisam apenas ser cautelosos e evitar 
que o pescoço seja forçado nas posições de flexão. 
Em alguns casos, a subluxação de C1-C2 é grave e 
requer intervenção cirúrgica complexa na tentativa 
de evitar comprometimento da medula cervical e, 
em alguns casos, morte. 
 
Locais acometidos na Artrite 
 
Exames de imagem 
As radiografias das articulações reumatoides 
podem mostrar desmineralização justa-articular e 
erosões ósseas. As radiografias das mãos e dos pés 
são elementos importantes para a avaliação de um 
paciente com AR e devem ser obtidas na 
investigação inicial e, em seguida, reavaliadas em 
intervalos de um ano ou mais. 
 
• Doenças por deposição de cristais 
 
Gota: 
A gota decorre da elevação nos níveis de ácido 
úrico que acarreta a formação de cristais de 
monourato de sódio em diversos tecidos, 
destacando-se, pela frequência, as articulações, as 
estruturas periarticulares, os rins e o tecido 
subcutâneo. Caracteriza-se clinicamente por surtos 
agudos da artrite, geralmente envolvendo uma ou 
poucas articulações, e por formação de cálculos 
urinários. 
Ocorre mais frequentemente no sexo masculino, 
principalmente após os 40 anos. No sexo feminino 
normalmente aparece após a menopausa. 
Fisiopatologia: A base do ataque articular da gota 
decorre da resposta celular desencadeada por 
cristais. Estes, ao se formarem abaixo da membrana 
sinovial, são opsonizados com IgG, acarretando 
sua fagocitose por células com receptor de Fc e 
formação de fagolisossomos. 
Participam do processo, basicamente, neutrófilos, 
monócitos, fibroblastos, linfócitos e sinoviócitos. 
As en-zimas lisossômicas degradam a IgG dos 
cristais, ocorre liberação de hidrogênio por estes e 
atividade membrano-lítica, rompendo a célula e 
derramando enzimas no teci-do comprometido. A 
migração celular aumenta pela ação de substâncias 
quimiotáxicas. Mediadores inflamatórios, e 
espécies ativas de oxigênio amplificam o processo 
inflamatório, causando congestão vascular, 
proliferação sinovial, infiltração neutrofílica e dano 
tecidual. 
Manifestações clínicas: 
O espectro clínico da gota pode ser didaticamente 
dividido em 5 grupos: 1. Hiperuricemia 
assintomática. 2. Artrite aguda. 3. Período 
intercrítico. 4. Gota tofácea crônica. 5. Gota renal e 
urolitíase. 
A crise aguda da gota manifesta-se por uma 
monoartrite em 85 a 90% dos casos, 
predominantemente nos membros inferiores. Tem 
início repentino e rápido, além do desenvolvimento 
de dor intensa, edema, aumento de temperatura e 
eritema. Mesmo quando não tratadas, as crises 
resolvem-se espontaneamente em um período de 3 
a 10 dias, podendo mais raramente estender-se 
além de 2 semanas. As articulações mais 
comumente afetadas são: Membros inferiores: 
joelhos, tornozelos, tarso, me-tatarsofalângicas e 
interfalângicas. O envolvimento da primeira 
articulação metatarsofalângica é o mais típico da 
gota e ocorre em 50% dos casos na crise inicial. 
Os fatores desencadeantes mais frequentes da crise 
aguda são: ingestão de bebida alcoólica, uso de 
fármacos como diuréticos, tuberculostáticos e 
salicilatos, trauma, infecção, cirurgia, estresse 
emocional e ingestão excessi-va de carne e 
leguminosas (feijão, ervilha, lentilha). 
 
A gota é uma artropatia que se caracteriza por 
manifestações bastante típicas. Episódios de 
monoartrite sucessivos, podagra, sexo masculino, 
idade acima dos 40 anos, história familiar de gota e 
urolitíase são elementos que sugerem fortemente o 
diagnóstico. A hiperuricemia levanta a suspeita, 
porém, até 25% dos pacientes apresentam nível 
normal durante uma crise aguda. O exame 
radiográfico é também um importante auxiliar no 
diagnóstico, mostrando principalmente erosões em 
saca-bocado, cistos e aumento da densidade óssea 
adjacente à lesão. 
 
 
 
 
• Artrite psoríática: 
uma artrite inflamatória crônica associada à 
psoríase cutânea e ungueal. Essa doença é uma das 
espondiloartropatias, que compõem um grupo de 
artrites in- flamatórias que se caracterizam por 
acometimento artrítico do esqueleto axial (i.e., 
articulações sacroilíacas e coluna vertebral). Cerca 
de 20 a 30% dos adultos com psoríase desenvolvem 
artrite psoriática. A prevalência global é de 0,1%. A 
média de idade por ocasião do início da doença 
varia de 30 a 55 anos, e os dois sexos são 
igualmente afetados. 
A etiologia da artrite psoriática não está definida 
mas há estudos que confirmam a predisposição 
genética. 
Como também ocorre com a patogênese de muitas 
outras doenças autoimunes, suspeita-se que um 
fator desencadeante infeccioso desencadeie o 
processo. As infecções por estreptococos do grupo 
A foram implicadas na patogênese da psoríase 
gutata, e o RNA ribossômico destas bactérias foi 
detectado no sangue periférico e no líquido sinovial 
dos pacientes com artrite psoriática.Além disso, o 
HIV está diretamente relacionado com o 
desenvolvimento da psoríase e da artrite psoriática. 
Manifestações clínicas: Nos casos típicos, a artrite 
psoriática coincide ou começa depois do início da 
psoríase. A maioria dos pacientes com ar- trite 
psoriática tem poliartrite simétrica ou oligoartrite 
assimétri- ca das mãos e dos pés. Em geral, as 
articulações IFDs tornam-se rígidas, edemaciadas e 
dolorosas com um padrão assimétrico de 
acometimento. Outras articulações afetadas pela 
artrite psoriática são joelhos, quadris e articulações 
esternoclaviculares. 
Independentemente do número de articulações 
sintomáticas no início da doença, a maioria dos 
pacientes apresenta acometimento de outras 
articulações quando não faz tratamento eficaz. A 
destruição das articulações é um processo contínuo, 
que se evidencia clinicamente pelo 
desenvolvimento de deformidades articulares e, 
radiograficamente, pelo aparecimento de erosões 
justa-articulares, estreitamento dos espaços 
articulares e, em alguns casos, anquilose óssea. O 
termo artrite mutilante descreve o estágio final do 
processo destrutivo, quando a desorganização da 
arquitetura óssea permite a subluxação completa e 
a telescopagem do dedo afetado (doigt em 
lorgnette, ou “dedo em óculo de ópera”). Esse 
fenômeno não é comum e está associado à psoríase 
mal tratada de longa duração. 
Pode ocorrer também a dactilite, ou “dedo de 
salsicha”, caracteriza-se por inflamação de todo um 
dedo da mão ou do pé. Essa complicação é uma 
manifestação característica das 
espondiloartropatias e é comum com a artrite 
psoriática. A ntesite que é um processo inflamatório 
que afeta as áreas de inserção dos tendões nos ossos 
e a Espondiloartropatia – O acometimento 
sintomático das arti- culações sacroilíacas e do 
esqueleto axial. 
 
Os achados radiográficos mais comuns da artrite 
psoriática são estreitamento dos espaços articulares 
e erosões das articulações interfalangianas distais 
(IFDs) e proximais (IFPs). Nos casos típicos, essas 
anormalidades são simétricas e acompanham o 
padrão da artrite clínica. As articulações 
metacarpofalangianas e os punhos são afetados 
menos comumente que na artrite reumatoide. Além 
disso, a artrite psoriática geralmente não causa 
osteopenia periarticular (redução da densidade 
óssea nas proximidades das articulações), que é 
outra característica que ajuda a diferenciar entre 
artrite psoriática e artrite reumatoide. 
Em contraste com a artrite reumatoide, a artrite 
psoriática pode causar alterações ósseas 
proliferativas nas proximidades das lesões 
osteolíticas e erosivas do mesmo osso. Em geral, 
essa neoformação óssea ocorre ao longo da diáfise 
dos metacarpos e dos metatarsos e evidencia-se por 
periostite algodonosa. Os reumatologistas e os 
radiologistas podem usar o termo “crescimento de 
costeletas” para descrever essas alterações 
proliferativas. 
 
 
 
 
 
 
• Osteoartrite: 
A dor articular é desencadeada e agravada por 
movimentos e aliviada pelo repouso. A rigidez 
ocorre apenas nas primeiras horas da manhã depois 
de acordar, ou quando o indivíduo se levanta da 
posição sentada depois de um período longo de 
inatividade. O paciente não tem sintomas 
constitucionais marcantes.O exame físico é 
marcado por acentuação das proeminências ósseas 
nas margens das articulações, crepitação ou 
sensação de rangido ao manipular uma articulação 
e hipersensibilidade sobre a linha articular da 
articulação sintomática. 
O diagnóstico é confirmado pelas anormalidades 
radiográficas de estreitamento do espaço articular e 
formação de osteófitos (espículas ósseas ou 
esporões). 
Sinônimo de doença articular degenerativa, a 
osteoartrite caracteriza-se por dor articular 
relacionada com o uso das articulações, rigidez 
matinal autolimitada, som audível de rangido ou 
crepitação à palpação, hipersensibilidade sobre a 
articulação afetada à palpação e, em muitos casos, 
redução da amplitude dos movimentos da 
articulação. As áreas afetadas do esqueleto 
periférico em geral são as mãos (articulação 
interfalangiana distal [IFD], articulação 
interfalangiana proximal [IFP] e primeira 
articulação carpo- metacarpiana, joelhos e quadris. 
Fatores de risco: idade, sexo, lesões articulares e 
obesidade. Manifestações normalmente começam a 
partir dos 40/50 anos. A incidência desta doença 
aumenta progressivamente a cada década de vida. 
Além disso, as mulheres que se encontram com 
mais de 50 anos têm prevalência mais alta de 
osteoartrite das mãos e dos joelhos que os homens. 
Patogênese 
Osteoartrite é uma doença na qual a maioria ou 
todas as estruturas articulares são afetadas. O 
tecido geralmente afetado é a camada fina de 
cartilagem hialina articular interposta entre dois 
ossos que se articulam. Esse tecido avascular é 
desgastado, principalmente nas áreas sujeitas à 
lesão. Também há degeneração das estruturas 
fibrocartilaginosas, como meniscos, esclerose do 
osso subjacente, proliferação de osteófitos nas 
bordas articulares, fraqueza e atrofia dos músculos 
que estabilizam a articulação, frouxidão e ruptura 
de ligamentos e sinovite (em algumas articulações). 
Com a perda focal da cartilagem de um lado da 
articulação e a remodelação óssea desta área, pode 
haver desalinhamento articular. 
 
Manifestações clinicas 
O paciente com osteoartrite de uma articulação do 
esqueleto periférico (p. ex., dedo da mão, joelho ou 
quadril) pode inicial- mente sentir desconforto ou 
dor relativamente branda quando utiliza a 
articulação afetada. Por exemplo, nos estágios 
iniciais da osteoartrite da articulação do quadril, os 
pa- cientes podem sentir alguma dificuldade de 
cruzar as pernas para calçar um par de calçados ou 
vestir-se. À medida que a osteoartrite avança, o 
paciente sente desconforto articular 
progressivamente mais grave e dificuldade 
crescente de realizar as atividades da vida diária. 
Desse modo, as atividades como pegar, segurar ou 
escrever com uma caneta ou lápis; pegar as chaves 
do carro e virar a ignição ou retirar uma panela com 
água do fogão tornam-se tarefas difíceis. Os 
pacientes com osteoartrite dos joelhos 
frequentemente se queixam de instabilidade ou 
“enfraquecimento” da articulação, que algumas 
vezes provoca episódios de queda parcial ou 
completa. Isso acarreta riscos significativos à saúde 
dos idosos e pode contribuir expressivamente para 
o medo, a fragilidade e o isolamento social. 
As anormalidades radiográficas típicas de 
osteoartrite, conforme foram definidas há mais de 
cinco décadas, são estreitamento dos espaços 
articulares, osteófitos, cistos subcondrais e 
esclerose óssea (eburnação). 
Diferenciar os tipos de artrite (inflamatória X 
mecânica) 
A dor poliarticular causada por fontes articulares 
pode resultar do seguinte: 
• Inflamação (p. ex., infecção, artrite induzida por 
cristais, doenças inflamatórias sistêmicas como AR 
e artrite psoriática) 
• Doença mecânica ou outras não inflamatórias (p. 
ex., osteoartrite, síndromes de hipermobilidade) 
Outra determinação importante é se as articulações 
estão inflamadas. Dor durante repouso ou no início 
de uma atividade sugere inflamação articular, 
enquanto a dor que piora com o movimento e alivia 
com o repouso sugere distúrbios mecânicos ou não 
inflamatórios (p. ex., osteoartrite). Aumento da 
temperatura e eritema sugerem inflamação. 
Resultados clínicos de rigidez matinal prolongada, 
rigidez depois de inatividade prolongada 
(fenômeno gel), edema articular não traumático, 
febre ou perda ponderal não intencional são 
sugestivos de um distúrbio inflamatório sistêmico 
envolvendo as articulações. 
O envolvimento simétrico articular pode ser uma 
pista. O comprometimento tende a ser simétrico na 
AR, enquanto a assimetria é mais sugestiva de 
artrite psoriática, gota e artrite reativa ou artrite 
enteropática. 
O examemusculoesquelético deve começar 
diferenciando a dor articular de periarticular ou 
outra dor em tecido conjuntivo ou muscular. O 
exame da articulação começa com a verificação de 
deformidades, eritema, edema ou derrame e, então, 
prossegue para palpação em busca de derrames 
articulares, calor e ponto de sensibilidade. Deve-se 
avaliar a amplitude de movimento passiva e ativa. 
A crepitação pode ser sentida durante a flexão e/ou 
a extensão articular. A comparação com a 
articulação contralateral ajuda a detectar mudanças 
mais sutis. Durante o exame, deve se verificar se a 
distribuição das articulações afetadas é simétrica 
ou assimétrica. 
As estruturas periarticulares também devem ser 
examinadas em busca de envolvimento dos 
tendões, bursas ou ligamentos, como edema leve e 
discreto no local de uma bursa (bursite) ou pontos 
de sensibilidade na inserção de um tendão 
(tendinite). 
Interpretação dos Achados 
Uma determinação inicial importante, com base 
principalmente em exame físico feito 
cuidadosamente, é se a dor se originou nas 
articulações, em outras estruturas adjacentes (p. ex, 
ossos, tendões, bursas, músculos), ambas (p. ex, 
como na gota) ou em outras estruturas. 
Sensibilidade ou edema em um lado da articulação 
ou fora da linha da articulação sugere uma origem 
extra articular (o. ex, tendões ou bursas); 
sensibilidade localizada na linha articular ou 
envolvimento mais difuso da articulação sugerem 
uma causa intra articular. Pressionar a articulacão 
sem flexionar ou estender não é particularmente 
doloroso nos pacientes com tendinite ou bursite, 
mas é bastante doloroso nas pessoas com artrite. 
Dor que piora com movimento articular ativo, mas 
não passivo, pode indicar tendinite ou bursite 
(extra-articular); a inflamação intraarticular 
geralmente restringe significativamente a 
amplitude passiva e ativa do movimento articular. 
Outra determinação importante é se as articulações 
estão inflamada. A dor durante repouso ou no início 
de uma atividade sugere inflamação articular, 
enquanto a dor que piora com o movimento e alivia 
com o repouso sugere distúrbios mecânicos ou não 
inflamatórios (o. ex, osteoartrite). Aumento da 
temperatura e eritema sugerem inflamação, mas 
esses resultados são frequentemente insensíveis, 
assim sua ausência não exclui inflamação. 
Resultados clínicos de rigidez matinal prolongada, 
rigidez depois de inatividade prolongada 
(fenômeno gel), edema articular não traumático, 
febre ou perda ponderal não intencional são 
sugestivos de um distúrbio inflamatório sistêmico 
envolvendo as articulações. Dor difusa, vagamente 
descrita e atingindo as estruturas miofasciais sem 
sinais de inflamação sugere fibromialgia. O 
comprometimento tende a ser simétrico na AR, 
enquanto a assimetria é mais sugestiva de artrite 
psorlatica, gota e artrite reativa ou artrite 
enteropatica. 
 
 
 
 
 
 
 
Compreender os tipos e características de dor 
no paciente

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