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resumo aula 2 Biogenese das denticoes decidua

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Larissa Santana 
 
 
 BIOGÊNESE DA DENTIÇÃO 
O conhecimento dos padrões normais de desenvolvimento da oclusão é essencial para que desvios que 
saem do normal sejam detectados possibilitando a implantação de medidas preventivas, interceptativas ou 
corretivas. A dentição é dividida em 4 períodos: 
 Período pré-natal 
 Dentição decídua 
 Dentição mista 
 Dentição permanente 
 
 INTRODUÇÃO 
Os recém-nascidos irão possuir: 
 Roletes gengivais (ausência de dente e alvéolo) 
 Pregas gengivais 
 Abaulamentos (germes dos dentes decíduos). 
 O freio labial será proeminente nessa fase. 
 O objetivo das pregas é de aumentar e facilitar apreensão do bico do seio materno/mamadeira para a 
amamentação, ou seja, aumenta a área de atrito para facilitar a amamentação. 
 
 Relação vertical: contactam-se somente na região posterior. Quando o bebê fecha a 
boca (eleva a mandíbula) irá ter contato apenas na região posterior e o rolete inferior 
ficar mais posterior que o rolete superior. 
 A mandíbula por sua vez, será mais posterior (para trás). O bebê nasce com a mandíbula 
mais posterior justamente para facilitar a passagem pelo canal vaginal. 
 Relação antero-posterior: rolete inferior 5-6mm para distal. 
 
 INTRODUÇÃO 
Composta por 20 dentes (10 inferior e 10 superior), sendo eles: 
 Incisivos centrais 
 Incisivos laterais 
 Caninos 
 1ºmolares 
 2ºmolares.
DENTIÇÃO DECÍDUA NÃO TEM OS PRÉ-MOLARES ! 
 
 Início (média): 6 meses (erupção dos incisivos inferiores). 
 Término: 24 meses (erupção dos 2º molares decíduos). 
 
 PRIMEIRA FASE 
 Característica: sobremordida exagerada (incisivos superiores cobrem os 
inferiores), movimento de abertura e fechamento. 
 Incisivos centrais inferiores: 6 meses 
 Incisivos centrais superiores: 7 meses 
 Incisivos laterais inferiores: 7 meses 
 Incisivos laterais superiores: 9 meses 
 
Abaulamento gengival 
Pregas gengivais 
Larissa Santana 
 
 SEGUNDA FASE 
 Característica: 1º levante da oclusão, redução da sobremordida; 1º sentido 
de oclusão. 
 Ocorre o 1º levante de oclusão 
 Erupção dos 1º molares 
 Inferiores: 12 meses 
 Superiores: 14 meses. 
 
 Redução da sobremordida: quando começa a erupção dos primeiros molares, tendo contato posterior. 
 1º levante de oclusão: é o nome que se da quando há erupção dos molares e estabelecimento de 
contato com redução da sobremordida. 
 É a fase em que a criança começa a treinar a mastigação. 
 
 TERCEIRA FASE 
 Característica: estabelecimento dos espaços primatas e estabelecimento da guia 
de caninos. 
 Erupção dos caninos 
 Inferiores: 16 meses 
 Superiores: 18 meses 
 Espaços primatas: ocorre na mesial do canino superior e distal do canino inferior. 
 
 QUARTA FASE 
 Característica: estabelecimento do plano terminal das faces distais dos 2ºmolares que podem ser reto, 
degrau mesial ou degrau distal. 
 Erupção dos 2º molares: 
 Inferiores: 20 meses 
 Superiores: 24 meses 
 
 Na figura A (reto) e B (degrau mesial) possuem oclusão favorável. Em C (degrau distal) possui 
desarmonia. 
 A diferença se da pelo tamanho dos dentes, como os molares que são um pouco maior. A desarmonia se 
da pela dificuldade da mandíbula crescer e ficar em harmonia com a maxila. 
 
 CARACTERÍSTICAS DA DENTIÇÃO DECÍDUA 
 Forma dos arcos: podem ser amplos, arredondados e superior circunscreve o inferior (superior é maior). 
 
 
 O arco dentário permanente é mais longo e estreito que o arco dos dentes decíduos. 
 
Larissa Santana 
 
 Inclinação axial dos dentes: implantação vertical, paralelismo entre as raízes e ângulo interincisivo 
próximo a 180º. 
 
 Diferente da dentição decídua, a dentição permanente terá a inclinação mesial/ anterior das coroas 
como é vista na imagem acima. 
 Da dentição decídua os incisivos são verticais, já nos dentes permanentes os incisivos possuem 
inclinação da coroa para frente e raiz para trás (não tem implantação vertical). Além deles, todos os 
outros dentes possuem inclinação. Os dentes permanentes possuem essa inclinação surgindo a 
curva de Spee, essa curva deve existir para assim ter movimentos protrusivos da mandíbula (cortar 
o alimento). 
 
 Ausência de curva de Spee e de Wilson: possui proximidade, em 
altura, entre ATM e plano oclusal e tem pouco desenvolvimento da 
cavidade glenoide. Por isso que não há a curva de Spee e de Wilson na 
dentição decídua, pois a ATM está no mesmo plano que os dentes 
decíduos. 
 
 
 Na figura é possível ver a linha sem curvatura, pois a dentição decídua é vertical. Quando faz uma 
linha tocando as cúspides dos molares elas ficam todas no mesmo plano e no sentido antero-
posterior nas cúspides dos molares e bordas incisais terá uma linha reta. Ocorre ate os 2 anos. 
 ATM, cavidade glenoide e côndilo estão na mesma altura que o plano oclusal. 
 
 Tipos de arcos (Baume) 
 Tipo I: com espaços interdentais (diastemas e é favorável). 
 Tipo II: sem espaços (não tem diastemas e tende ao apinhamento)
 
 Ambos os tipos são normais. 
 
 Espaços primatas: 
 Arco superior: distal do incisivo lateral (entre lateral e canino) 
 Arco inferior: distal do canino (entre canino e 1ºmolar) 
 Canino superior ocluir para distal do canino inferior 
Dentição permanente Dentição decídua 
Permanente Decídua Decídua Permanente 
Larissa Santana 
 
 
 
 A diferença é que o tipo I terá mais espaço para erupção dos dentes permanentes. 
 
 Relação distal dos segundos molares decíduos: 
 Reto: faces distais dos 2º molares decíduos superiores e inferiores estão no mesmo plano vertical. 
 Degrau mesial: face distal do 2ºmolar decíduo inferior está mesial à face distal do superior 
 Degrau distal: face distal do 2ºmolar decíduo inferior está distal à face a face distal do superior. 
 
 
 Importância: a face distal do 2ºmolar decíduo serve de guia para erupção dos primeiros molares 
permanentes. 
 Degrau mesial: favorece a erupção dos molares permanentes e oclui em chave de oclusão. 
 Reto: no primeiro momento os molares não ficarão em chave de oclusão. Os molares decíduos serão 
substituídos pelos pré-molares permanentes, que são dentes menores, e com 
isso, os pré-molares permanentes irão ajudar na oclusão dos molares 
permanentes já erupcionados. 
 Leeway Space: espaço promovido ao arco dental pela diferença de tamanho 
entre os dentes decíduos e os dentes permanentes. 
 Chave de oclusão: a cúspide mésio-palatino do dente superior oclui na fossa 
central do inferior. Na visão vestibular, a cúspide vestibular superior oclui no sulco mésio-vestibular 
inferior. 
 
 INTRODUÇÃO 
 Período de transição: presença simultânea de dentes decíduos e permanentes. 
 Início: erupção do 1º dente permanente (incisivo inferior ou 1ºmolar inferior). 
 Término: esfoliação do último dente decíduo. 
 Dentes sucessores: substituem um dente decíduo (antecessor). Os dentes sucessores inclui de 
incisivos até o 2ºpré-molar permanente. 
 Dentes adicionais: erupcionam sem a presença de um antecessor (os dentes adicionais inclui os 
molares permanentes). Os molares erupcionam atrás do dente decíduo (1ºmolar permanente 
erupciona atrás do 2ºmolar decíduo). 
Plano terminal 
reto 
Degrau 
mesial 
Degrau 
distal 
São 
normais 
Larissa Santana 
 
 ERUPÇÃO DOS DENTES PERMANENTES 
Erupção é o processo de desenvolvimento que movimenta um dente desde a sua posição na cripta óssea, no 
processo alveolar, até atingir sua posição na cavidade bucal ao ocluir com seu antagonista. 
 
 O crescimento vertical do osso alveolar ocorre de forma intensa nessa fase da dentição mista. 
 
 Equilíbrio muscular: língua, lábios, bochechas. A musculatura irá ajudar a guiar os 
dentes permanentes. 
 Guias dos dentes permanentes: os dentes decíduos e o equilíbrio muscular. 
 
Estágio de Nolla: desenvolvimento do germe do dente permanente ate sua erupção. 
 
 CRONOLOGIA DE ERUPÇÃO 
 6 anos: 1º molares superiores e inferiores 
 Ocorre o 2º levante da oclusão (há contato oclusal dos molares). 
 7 anos: incisivo central inferior e superior. 
 
 8 anos: incisivo lateral inferior e superior. 
Terá o período de descanso. 
 Perímetro do arco: terá maior incliação vestibular dos incisivos 
permanentes, utilização do espaço primata (incisivos), 
aumento da distância intercaninos e crescimento em largura 
da mandibula. 
Na radiografia 
mostra se o 
individuo pode ou 
não ter o dente 
Já inicia o 
movimento 
eruptivo 
O dente já aparece 
na cavidade oral 
Estágios 
importantes 
Larissa Santana 
 
 
 Fase do patinho feio: diastemas ente os incisivos superiores, inclinação axial 
dos incisivos laterais superiores para distal, sobremordida profunda e 
transpasse horizontal (overjet) aumentado. 
 
 É normal os incisivos permanentes erupcionarem tortos na cavidade oral, pois quando eles estavam 
intraoral o espaço era limitado. Ao erupcionar, aos poucos eles irão se acomodar na cavidade oral 
com a ajuda da musculatura (lingua, lábio e bochecha). 
 A fase do patinho feio terá presença de dentes inclinados para frente, com coloração mais 
amarelados, e sobremordida profunda por causa da coroa dos incisivos superiores serem maiores. 
 As diastemas existem pois existe o germe do canino que ainda não erupcionou. As raizes dos 
incisivos laterais permanentes ficam convergindo para linha média e a coroa fica para distal para 
poder acomodar o germe do canino. Isso melhora quando o canino erupciona. 
 
 9 anos: reabsorção radicular dos caninos e molares decíduos. 
 
 11 anos: erupção quase simultânea dos caninos inferiores, 1º pré-molares inferiores e 1º pré-molares 
superiores. 
 
 12 anos: erupção dos caninos superiores, 2º pré-molares e 2º molares superiores. 
 Ocorre o 3º levante da oclusão (erupção dos molares e diminuição da sobremordida). 
 
 ESTABELECIMENTO DA CHAVE DE OCLUSÃO 
Será influenciado por: 
 Aproveitamento do Leeway space 
 Plano terminal dos 2º molares 
 Ajuste molar 
 
Plano terminal 
reto 
Degrau 
mesial 
Degrau 
distal 
Larissa Santana 
 
 Leeway Space: espaço promovido ao arco dental pela diferença de tamanho 
entre os dentes decíduos e os dentes permanentes (caninos e molares 
decíduos/caninos permanentes e pré-molares). 
 Os espaços são aproveitados com a mesialização dos molares 
permanentes, fechando-os. 
 A sobra de espaço do arco superior é menor que a sobra de espaço 
inferior. 
 A sobre do espaço inferior é maior, então o molar inferior irá mesializar mais que o molar 
superior, ajustando a oclusão. 
 Em média, existe “sobra” de 1,8mm de espaço no arco superior (0,9mm de cada lado) e 3,4mm 
no arco inferior (1,7mm de cada lado). 
 
 
 
 
 
 Molar permanente: cúspide mésio-vestibular superior ocluindo na direção da ponta da cúspide do molar 
inferior (plano terminal reto). 
 Molar permanente: molar erupcionou na oclusão correta. 
 O molar inferior sempre está mais a frente que o molar superior (oclusão normal). 
 
 INTRODUÇÃO 
A dentição permanente possui 32 dentes, sendo 8 incisivos, 4 caninos, 8 pré-molares e 12 molares (contando 
com os 3ºmolares/sisos). A dentição permanente fica completa entre 11 e 12 anos de idade. 
 
 FORMA DOS ARCOS 
A forma do arco varia em comprimento, largura e 
formato de acordo com a arquitetura craniofacial de 
cada indivíduo. Na ortodontia deve preservar essa 
arquitetura do crânio e arco dentário. 
 
 LINHA DE OCLUSÃO 
É uma linha imaginária através da qual, em forma e posição, os 
dentes devem estar em harmonia quando em oclusão normal. 
 A linha de oclusão no arco superior: passará pelos pelo 
cíngulo (dentes anteriores) e pelos sulcos centrais (dentes 
posteriores). É onde os dentes inferiores ocluem. 
 A linha de oclusão no arco inferior: passará pelas bordas 
incisais (dentes anteriores) e pelas cúspides de trabalho/vestibulares (dentes posteriores). 
 Figura 1: normalmente os dentes ântero-superiores sobrepõem os dentes anteriores 
inferiores em quase a metade do comprimento de suas coroas (sobremordida/overbite). 
 Figura 2: relação interarco normal dos dentes anteriores mostrando dois 
tipos de transpasse (horizontal (TO) e vertical (TV)). Overjet. 
 
Plano terminal reto 
(oclusão de topo) 
Degrau mesial 
(chave de oclusão) 
Pré-molar 
permanente 
Molar decíduo 
Larissa Santana 
 
 Chave de oclusão: na visão vestibular, a cúspide mésio-vestibular do 1ºmolar superior oclui no sulco mesio-
vestibular do 1ºmolar inferior. Na visão oclusal/lingual a cúspide mésio-palatina superior do 1ºmolar 
superior (trabalho) oclui na fossa central do antagonista. 
 
 CONTORNO DOS ARCOS DENTÁRIOS 
Linha imaginária na vestibular dos dentes. A linha será 
de forma irregular devido às diferenças anatômicas 
(volume) dos dentes, como os incisivos, caninos e 
molares (mais volumoso). 
Diferenças no volume dentário V-L. 
 Reentrâncias: in set (incisivo lateral superior). 
 Saliências: off set (canino superior,1ºmolar superior ; canino, 1ºpré e 1º molar inferior ). 
 
 IMPLANTAÇÃO DOS DENTES PERMANENTES 
Na dentição permanente a parte anterior das coroas há uma 
inclinação para mesial. 
Incisivos até caninos terão uma inclinação maior. 
Essa inclinação das coroas para frente faz surgir a linha de Spee e a 
curva de Wilson. 
 Curva de Spee: possibilita os movimentos protrusivos da mandíbula ao cortar um alimento. Essa curva 
existe devido a inclinação dos dentes permanentes e a raiz que é distalizada. 
É a curvatura no sentido ântero-posterior, passando pelas bordas incisais dos dentes anteriores e 
cúspides vestibulares dos dentes posteriores. 
 Estebelece uma proporção adequada da sobremordida 
na região anterior. 
 Fornece o poder cortante dos dentes anteriores 
 Promove uma separação mais uniforme e paralela dos 
planos inclinados oclusais superiores e inferiores quando 
a mandíbula é movimentada para baixo e torna a se elevar para restabelecer o contato oclusal. 
 Permite a manutenção de uma superfície oclusal de contato quando a mandíbula é movimentada 
para frente. 
 
 Inclinações axiais: 
 Superior: coroa inclinada para vestibular. 
 Inferior: coroa inclinada para lingual. 
No sentido vestíbulo-lingual as coroas dentárias são inclinadas. No ápice superior a coroa é inclinada 
para vestibular e no ápice inferior a face vestibular da coroa é inclinada para lingual. 
 
 
 Essa inclinação é para fazer o surgimento da curva de Wilson, que é no sentido latero-lateral (frontal). 
 
Ápice inferior 
(coroa p/lingual) 
Ápice superior 
(coroa p/vestibular) 
Larissa Santana 
 
 Curva de Wilson: facilita o movimento de lateralidade. 
É a linha imaginária no sentido transversal, de concavidade voltada para a base 
do crânio, que passa pelas cúspides vestibulares e linguais dos dentes 
posteriores. 
 Lateralidade para direita: o lado esquerdo não pode haver contato entre os 
dentes, se não interfere no movimento mastigatório. 
 Lateralidade para esquerda: o lado direito não pode haver contato entre os dentes. 
 Ex.: o paciente está mastigando o alimento do lado esquerdo, e com isso não pode ter contato dos 
dentes do lado direito. 
 O que possibilitada os movimentos mastigatórios livres de interferências são as curvaturas de Spee e a 
curvatura de Wilson, que existem devido aos dentes permanentes terem inclinações. 
A curva de Wilson serve para ter: 
 Resistência à carga mastigatória 
 Função mastigatória (acomodação das cúspides palatinas 
superiores no sulco principal dos dentes inferiores); 
 Permitir os movimentos de lateralidade. 
 
 Contatos proximais: importantes para a estabilização dos arcos 
dentáriospelo contato recíproco dos dentes e pela distribuição de 
forças. 
 
 O que mantem em posição é o equilíbrio de forças. Quando uma pessoa perde 
um elemento dentário e não reabilita imediatamente, os dentes vizinhos irão 
se inclinar em direção ao espaço a fim de ter um ponto de contato. 
 
 Visão oclusal: o ponto de contato está para vestibular (incisivos próximos a face vestibular e dentes 
posteriores estão entre o terço vestibular e médio). 
 
 SOBREMORDIDA 
É o transpasse vertical dos incisivos superiores sobre os incisivos 
inferiores quando as arcadas estão fechadas. 
 Valor normal: os incisivos superiores cobrem um terço da 
coroa dos incisivos inferiores (20 a 30% - 3 a 4mm). 
 
 SOBRESSALIÊNCIA 
É o transpasse no sentido horizontal dos incisivos superiores 
sobre os incisivos inferiores. 
 Valor normal: 2 a 3 mm / 3 a 4mm. 
 
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
 A oclusão dentária normal implica no correto relacionamento entre os dentes. 
 Os dentes tem sua posição ideal com relação a maxila e mandibula (base ósseas). 
 Das bases ósseas com a anatomia craniana (da maxila a base crânio). 
 Crescimento e desenvolvimento, posição e correlação normais de todos os tecidos e estruturas adjacentes.

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