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COMPOSIÇÃO RESUMO AULA 01

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COMPOSIÇÃO Uninter 
RESUMO: AULA 01 
 
 
CONTEXTUALIZANDO 
 
Estamos constantemente lendo e fazendo interpretações no mundo em que 
vivemos, não a leitura que aprendemos na escola quando somos alfabetizados, 
mas a leitura visual. Isso ocorre quando olhamos o céu antes de sair de casa para 
saber se vai chover ou fazer sol, quando pegamos o celular e escolhemos o 
aplicativo pelo ícone presente na tela, e até mesmo quando escolhemos uma roupa 
para uma ocasião especial (sim, porque nos comunicamos por meio do que 
vestimos). Essa comunicação não verbal é uma das principais bases das áreas do 
design, arquitetura e das artes, por isso a importância de se conhecer e dominar 
esta linguagem. 
 
TEMA 1 – FUNDAMENTOS DA LINGUAGEM VISUAL 
 
Nós, seres humanos, nos comunicamos de várias formas, que podem ser a escrita 
(palavra), sonora (sons), olfativa (cheiros), gustativa (sabores), tátil (braile, 
texturas), audiovisual (fusão de som e imagem), multimídias (fusão de texto, 
áudio, vídeo etc.) e hipermídias (fusão de sons, imagens, vídeos digitais e 
internet). 
 
As linguagens mais utilizadas são a linguagem verbal, que é a palavra, seja ela 
falada ou escrita, e a linguagem visual, que é tudo que vemos como símbolos, 
cores, formas etc. 
De acordo com Dondis (1997), a evolução da linguagem começou com imagens, 
avançou rumo aos pictogramas chegando finalmente ao alfabeto. O 3 alfabetismo 
verbal, isto é, ler e escrever, é aprendido em etapas: primeiro reconhecemos 
símbolos que representam determinados sons, para posteriormente combinar 
letras formando palavras, até finalmente combinar palavras e formar textos. 
 
Já a linguagem visual não é tão clara quanto a comunicação verbal, mas também 
pode ser aprendida. Assim como o alfabetismo verbal, o alfabetismo visual 
também tem elementos básicos como o ponto, a linha, o plano, a cor, o contraste, 
a harmonia, o equilíbrio, a proporção, entre outros. E com esses elementos é 
possível realizar a sintaxe visual em conjunto com técnicas manipulativas para a 
criação de mensagens visuais claras. 
De acordo com Vaz e Silva (2016), as partes de uma composição visual são 
interligadas com o todo, assim como o todo depende de cada uma de suas partes. 
O conhecimento e o entendimento dos elementos da linguagem visual e as 
técnicas manipulativas são importantes para a criação de composições de 
qualidade. 
 
 
Na linguagem visual, podemos separar basicamente a representação em três 
modos: o representacional, o abstrato e o simbólico. 
 
No modo representacional, a imagem é a mais próxima da real possível, como 
a pintura realista ou as esculturas gregas. 
No modo abstrato, a mensagem visual é pura. De acordo com Vaz e Silva 
(2016), sua compreensão está condicionada ao estudo dos elementos que a 
constituem. Nesse nível, o mais importante não é o tema, mas a mensagem visual 
pura, ou seja, a composição. O modo abstrato é o mais complexo e difícil de 
dominar. 
No modo simbólico, a interpretação da imagem irá depender do repertório de 
cada indivíduo, seus aspectos culturais e históricos, por exemplo, pictogramas e 
ícones que muitas vezes são assimilados pelo seu uso. 
 
TEMA 2 – PONTO 
Elementos básicos do desenho: ponto, linha, plano e forma. 
 
Os elementos básicos da linguagem visual, o ponto, a linha e a forma, são como 
os elementos da linguagem escrita como as letras que formam as palavras, as 
frases e os textos. 
 
O ponto é a unidade mais simples do desenho. Quando marcamos o papel com 
um pingo de tinta, a ponta do lápis ou então furamos o papel com a ponta seca do 
compasso, pensamos nessa marca como um ponto de referência espacial. 
 
De acordo com Vaz e Silva (2016), podemos representar o ponto de várias 
maneiras. Na geometria, o cruzamento de duas linhas indicam um ponto, assim 
como quando queremos marcar um lugar no mapa geralmente marcamos o local 
com um X, e essa marcação pode ser considerada um ponto. 
 
Conforme Wong (1998), uma forma é um ponto de acordo com seu tamanho, 
proporcional ao seu entorno, considerando que a sua pequenez é relativa. Uma 
forma pode parecer grande quando confinada em um espaço de referência 
pequeno, porém, a mesma forma pode parecer pequena quando inserida em um 
espaço de referência maior. 
 
Um ponto não necessariamente deve ser de forma circular, já que, de acordo com 
Wong (1998), o que o define como tal é o seu tamanho relativo. 
 
Os pontos, quando em grande número, podem dar a ilusão de forma. Esse 
fenômeno é amplamente utilizado na arte aborígene, que valoriza a sensação de 
luz, forma e movimento. 
 
Dois pontos são ainda utilizados para definir espaços e notações de medidas com 
instrumentos de medição, amplamente utilizados em desenho técnico, nas 
engenharias e na arquitetura. 
 
TEMA 3 – LINHA 
 
De acordo com Wong (1998), a linha gráfica apresenta um comprimento e uma 
espessura que define a sua materialidade, dependendo do material utilizado como 
o lápis, a caneta, o crayon, o pincel, entre outros, que criam formas distintas de 
linhas com texturas e espessuras próprias. 
 
A linha é um elemento invisível, uma abstração, já que a observamos no 
horizonte, nos objetos, nos animais e até no homem. Assim como a utilizamos 
como elemento construtivo nos mais variados tipos de desenhos. 
 
A linha também tem características expressivas, como no caso das hachuras e em 
seu próprio traçado que pode lhe conferir sensualidade, agressividade, leveza, 
movimento, entre outros. 
 
A linha não é estática, pode ser fluida e livre, mas também rigorosa e técnica. É 
o elemento essencial do desenho, e pode assumir as mais diversas formas, das 
mais delicadas às mais agressivas, e tão pessoal quanto a própria personalidade 
de cada indivíduo. 
 
O ponto em movimento dá origem à linha, e a união das linhas horizontais, 
verticais e diagonais cria as formas básicas, que são o quadrado, o triângulo e o 
círculo. 
 
TEMA 4 – FORMA 
 
De acordo com Vaz e Silva (2016), essas três formas, o quadrado, o triângulo e o 
círculo, seriam os fundamentos de todas as criações da escola alemã, a Bauhaus, 
berço do design. 
 
Cada forma tem características específicas, tanto formais quanto conceituais: 
O quadrado tem quatro lados e ângulos iguais e psicologicamente remetem à 
seriedade, à honestidade, à exatidão e é estático. 
O triângulo equilátero tem três lados e ângulos iguais e psicologicamente remete 
à ação, à tensão e ao conflito, podendo ser equilibrado ou desequilibrado, 
dependendo da posição. 
A circunferência (circulo) tem um ponto central e o mesmo raio em toda a sua 
extensão, e psicologicamente remete à proteção, ao aconchego, ao infinito e está 
em constante movimento. 
 
Conforme Wong (1998), as formas planas são limitadas por linhas conceituais 
que definem o seu formato e podem ser classificadas como: 
 
 • Geométricas: construídas matematicamente; 
• Orgânicas: limitadas por formas curvas e fluidas; 
• Retilíneas: limitadas por linhas retas de construção não matemática; 
• Irregulares: limitadas por linhas retas e curvas de construção não matemática; 
 • Feita à mão: caligráficas ou criadas sem o auxílio de réguas ou compasso; 
 • Acidentais: obtidas por meio de efeitos de processos ou materiais, ou como o 
próprio nome diz, de forma acidental. 
 
As formas planas são bidimensionais, isto é, são compostas por duas dimensões, 
o comprimento e a largura. 
 
Conforme Vaz e Silva (2016), as formas podem ser fechadas ou abertas. As 
formas fechadas são definidas pelo contorno, e as abertas pela articulação da área 
interior. 
 
As formas fechadas criam um espaço interior e um exterior, que definem espaços 
positivos e negativos. A forma interior é chamada de positiva e a forma vazada 
de negativa. 
 
Essa relação de forma positiva e negativa é também conhecida como figura e 
fundo, em que a figuraé sempre vista em relação ao que a rodeia. Por exemplo, 
uma forma preta em um fundo preto não é visível, pois sem contraste a forma 
desaparece. 
 
De acordo com Lupton (2014, citado por Vaz; Silva, 2016), a relação de figura e 
fundo pode ser apresentar três características distintas: a estável, a reversível e a 
ambígua. 
• Estável: a relação entre figura e fundo é bem delimitada, pois a figura é 
identificada de maneira direta; 
• Reversível: ocorre quando os elementos positivo e negativo atraem a atenção 
de forma igual. 
 • Ambígua: quando não existe uma relação clara entre positivo e negativo. 
 
 
TEMA 5 – TEXTURA 
 
A textura é utilizada para representar as qualidades táteis de uma superfície ou 
dar a sensação visual de volume e claro e escuro. 
 
De acordo com Wong (1998), as texturas visuais são bidimensionais, embora 
possam passar a sensação tátil, e ele os separa em três tipos de texturas visuais: 
 
Textura decorativa 
É um elemento acessório da forma, podendo ser retirado sem comprometer a 
superfície. 
 
Textura espontânea 
Define a própria forma, não podendo ser dissociado do desenho, ou seja, a textura 
cria a forma. 
 
Textura mecânica 
Não é subordinada à forma e sua classificação se dá pelo processo, que pode ser 
mecânico, químico ou digital. 
 
As texturas não só são falsificadas de modo bastante convincente, mas também 
as suas imagens impressas, fotografadas e filmadas apresentam a aparência 
convincente de uma textura que ali não se encontra. 
 
A textura também é uma forma de sobrevivência: na natureza, animais, répteis, 
aves, insetos e peixes assumem a textura e as cores do ambiente para caçar e como 
forma de proteção dos seus predadores

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