Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Profa. Ma. Telma Di Pietro UNIDADE II Fisioterapia em Terapia Intensiva É um processo de transição entre a ventilação artificial e a espontânea em pacientes que perduram na ventilação mecânica por tempo superior a 24 horas. Processo gradual, que ocupa 40% do tempo de VMI. Problemas relacionados a VMI x desmame precoce. Desmame do ventilador mecânico Desmame simples: o paciente é aprovado no primeiro teste de respiração espontânea (TRE) e é extubado com sucesso. Desmame difícil: há falha no primeiro TRE e necessita-se de até três tentativas de TRE em um período de até 7 dias. Desmame prolongado: há falha em pelo menos três tentativas de TRE ou necessita-se de mais de 7 dias para passar no TRE. Ventilação mecânica prolongada: é a necessidade do suporte ventilatório invasivo por um tempo maior que 21 dias por mais de 6 horas por dia. Definições em desmame Sucesso de desmame: quando o paciente é aprovado no TRE e pode dar continuidade com a extubação. Falha de desmame: quando o paciente é reprovado no TRE. Extubação: procedimento em que o tubo endotraqueal é retirado da via aérea do paciente. Sucesso de extubação: quando o paciente consegue permanecer em ventilação espontânea nas primeiras 48 horas. Falha de extubação: quando há a necessidade de retorno ao suporte ventilatório invasivo nas primeiras 48h pós-extubação. Definições em desmame Causa que levou o paciente a necessitar de suporte ventilatório invasivo resolvida ou controlada. PaO2 ≥ 60 mmHg, SpO2 ≥ 92% com FiO2 ≤ 40% e PEEP ≤ 10 cmH2O. pH ≥ 7,30. Estabilidade hemodinâmica nas últimas 24 horas. Paciente capaz de permanecer em modo ventilatório espontâneo. Nível de consciência adequado (paciente deve estar calmo, alerta e colaborativo). Critérios clínicos para o desmame Hemoglobina ≥ 8 a 10 mg/dL. Balanço hídrico zerado ou negativo nas últimas 24 horas. Temperatura corporal ≤ 38 a 38,5 ºC (ausência de febre). Ausência de procedimento cirúrgico programado para as próximas 24 horas. Critérios clínicos para o desmame Modalidades convencionais: Pressão de suporte; Pressão de suporte: 5 a 8 cmH2O; PEEP: ≤10 cmH2O; FiO2: ≤40%; Duração: 30 a 120 minutos; Tubo T: vantagens e desvantagens; CPAP. Teste de respiração espontânea (TRE) Fonte: Adaptado de: Livro-texto. Conexão da fonte de oxigênio Saída do ar exaladoPeça T Tubo endotraqueal PAV (ventilação assistida proporcional): modalidade em que a pressão inspiratória é titulada a cada ciclo respiratório pelo ventilador, proporcionalmente ao fluxo inspiratório (esforço). NAVA (assistência ventilatória ajustada neurologicamente): uma sonda com eletrodos distais muito sensíveis é introduzida na cavidade oral ou nasal até o esôfago e posicionada em sua porção distal, captando os sinais de estímulos neurais do diafragma. Teste de respiração espontânea (TRE) Fonte: Livro-texto. Plmáx. Capacidade vital. P0,1. IRRS. Índices preditivos de desmame Índices Valores limites Pressão inspiratória máxima (PImáx) -20 a -30 cmH2O Capacidade vital > 10 a 15 mL/kg Pressão de oclusão da via aérea < -4 cmH2O Índice de respiração rápida e superficial < 105 respirações/minuto Ultrassonografia diafragmática Mobilidade > 1 cm Fração de espessamento > 30% Fonte: Adaptado de: Livro-texto. Um paciente está em processo de desmame no TRE, consciente, estável hemodinamicamente e com os seguintes índices: volume corrente: 200 mL e frequência respiratória: 30 rpm. Calcule o IRRS e proponha uma conduta fisioterapêutica. Interatividade Um paciente está em processo de desmame no TRE, consciente, estável hemodinamicamente e com os seguintes índices: volume corrente: 200 mL e frequência respiratória: 30 rpm. Calcule o IRRS e proponha uma conduta fisioterapêutica. Regredir o processo, pois o IRRS (f/Vt = 30/0,2) resultante é 150, inadequado para o processo de retirada da cânula. Resposta Importância do protocolo de desmame: evolução do paciente. Nível ótimo de sedoanalgesia. Identificação de pacientes elegíveis para o TRE – parâmetros clínicos. Realização do TRE e monitorização. Procedimentos de desmame e extubação Troca gasosa adequada: SpO2 ≥ 90% com FiO2 ≤ 40%; ausência de hipercapnia com repercussão no pH. Estabilidade hemodinâmica: frequência cardíaca ≤ 120-140 bpm ou aumento maior que 20% da frequência basal; pressão arterial sistólica < 180 mmHg e > 90 mmHg. Conforto respiratório: ausência de uso de musculatura acessória; frequência respiratória ≤ 35 rpm. Nível de consciência adequado: manutenção da atenção e ausência de agitação psicomotora ou rebaixamento do nível de consciência; escala de coma de Glasgow > 8. Monitorização do paciente em TRE Sinais de falha no TRE Fonte: Adaptado de: Livro-texto. Frequência respiratória > 35 rpm. Saturação arterial de O2 < 90%. Frequência cardíaca > 140 bpm. Pressão arterial sistólica > 180 mmHg ou < 90 mmHg. Sinais e sintomas: agitação, sudorese, alteração do nível de consciência. Causas respiratórias: alterações de complacência e resistência. Cardíacas. Neuromusculares. Neuropsicológicas: ansiedade e depressão. Renais. Nutricionais. Principais causas de falha no TRE Fatores que indicam proteção das vias aéreas: Nível de consciência. Tosse eficaz: pico de fluxo expiratório > 60 L/min. Teste do cartão branco (cartão a 1 ou 2 cm da entrada da cânula). Teste de permeabilidade da via aérea. Sucesso no TRE Indicações Realização do teste 1. Ajuste a ventilação para a modalidade assisto-controlada a volume, com volume corrente de 6 mL/kg. 2. Ainda com o balonete insuflado, observe se os volumes correntes inspirado e expirado são semelhantes. 3. Desinsufle o balonete. 4. Observe o volume corrente expirado durante seis ciclos respiratórios. 5. Se o volume corrente expirado for 24% menor que o volume corrente inspirado, considera-se sucesso no teste. Teste de permeabilidade de vias aéreas Fonte: Adaptado de: Livro-texto. Teste positivo Teste negativo 1. Separar o material. 2. Posicionar o paciente em decúbito dorsal elevado (acima de 30°). 3. Realizar a aspiração. 4. Cortar ou descolar a fixação. 5. Desinsuflar o cuff. 6. Solicitar uma inspiração profunda. 7. Retirar a cânula orotraqueal: é comum o paciente tossir em seguida. 8. Solicitar uma tosse espontânea e instalar a oxigenioterapia. 9. Orientação e monitorização. Procedimentos de extubação Uma paciente do sexo feminino, intubada há 8 dias com uma cânula calibre 8,5 mm, está no processo de desmame, realizando o TRE na modalidade pressão de suporte (PSV) e foi decidido pela equipe realizar o teste de permeabilidade de vias aéreas, com o seguinte resultado: Vinsp: 340 mL e Vexp: 320 mL. Explique como realizar o teste e se ele é um resultado positivo ou negativo. Interatividade Uma paciente do sexo feminino, intubada há 8 dias com uma cânula calibre 8,5 mm, está no processo de desmame, realizando o TRE na modalidade pressão de suporte (PSV) e foi decidido pela equipe realizar o teste de permeabilidade de vias aéreas, com o seguinte resultado: Vinsp: 320 mL e Vexp: 340 mL. Explique como realizar o teste e se ele é um resultado positivo ou negativo. O teste é realizado desinsuflando o cuff e medindo-se os volumes correntes inspirado e expirado. Se o volume corrente expirado for 24% menor que o volume corrente inspirado, considera-se sucesso no teste. Nesse caso, o teste tem um resultado negativo, pois houve diferença em torno de 6%. Resposta Consiste no emprego de um suporte ventilatório, com pressão positiva, sem ser necessária a utilização de métodos invasivos. Tratamento de pacientes com insuficiência respiratória. Vantagens e desvantagens. Ventilação mecânica não invasiva (VNI) Fonte: https://www.isgh.org.br/noticias/2168-hospitais-do- interior-usam-tecnologia-para-tratamento-de-covid-19 Taquipneia – quando o paciente apresenta uma frequência respiratória aumentada. Dispneia – sensação de “falta de ar”; aumento do trabalho da musculatura respiratória. Retenção de CO2 – quando há aumento dos valores de CO2 no organismo – acidose respiratória. Hipoxemia – quando há diminuição dos valores de oxigênio no organismo. Indicações da VNI Contraindicações da VNI Fonte: Adaptado de: Livro-texto. Absolutas (sempre evitar): Necessidade de intubação de emergência; Parada cardíaca ou respiratória. Relativas (analisar caso a caso, risco x benefício): Incapacidade de cooperar, proteger as vias aéreas ou secreções abundantes; Rebaixamento de nível de consciência (exceto acidose hipercápnica em DPOC); Falências orgânicas não respiratórias (encefalopatia, arritmias malignas ou hemorragias digestivas graves com instabilidade hemodinâmica); Cirurgia facial ou neurológica; Trauma ou deformidade facial; Alto risco de aspiração; Obstrução de vias aéreas superiores; Anastomose de esôfago recente (evitar pressurização acima de 20 cmH2O). Aparelhos específicos e adaptados: Modalidades de VNI Parâmetro Ventilador convencional Ventilador específico para VNI Tolerância ao vazamento aéreo A ventilação é prejudicada na presença de vazamentos aéreos. Desenvolvido para tolerar uma certa porcentagem de vazamento aéreo. Sincronia paciente- ventilador Devido ao sistema não comportar vazamentos, pode haver assincronia paciente- ventilador. Boa sincronia se ajustado corretamente. Valor Possui um valor mais elevado no mercado. Valor menor do que o ventilador convencional. Modos ventilatórios Apresenta maior variedade de modos ventilatórios disponíveis. Possui restrição de alguns modos ventilatórios. Alarmes Maiores ajustes de alarmes. Alarmes limitados. Ajuste de FiO2 Possui este recurso ajustável entre 21% a 100% de FiO2. Não possui este ajuste, a oxigenioterapia deve ser um recurso externo ao aparelho. Interface Interface para circuito duplo. Permite a utilização de máscaras com orifício para exalação ou válvula expiratória integrada. Fonte: Adaptado de: Livro-texto. Tipos de ventiladores Fonte: https://www.novasantahelena.mt.gov.br/Noticias/Geral/Nova- santa-helena-adquiriu-equipamentos-de-respiracao-nao-invasiva-vni/ Pressão positiva contínua nas vias aéreas. Fluxo contínuo e um nível de pressão: PEEP. Efeitos da PEEP, mas não aumenta o volume minuto. Apneia obstrutiva do sono. Aparelhos específicos: CPAP Fonte:_https://player.slide player.com.br/6/5642551/ data/images/img18.jpg Fonte: https://buzunov.ru/wp- content/uploads/2017/05/Ris- 2_AutoSet-T-CPAP-SIPAP.jpg Dois níveis de pressão: IPAP e EPAP. IPAP. EPAP. Variação: Vt. Tipos de função. Aparelhos específicos: binível (BIPAP) BIPAP Função Modo Frequência respiratória Pressão Indicação S Espontâneo Não Dois níveis Pacientes capazes de normoventilar. S/T Espontâneo temporizado Sim Dois níveis Pacientes que possuam frequência respiratória, porém hipoventilam. T Temporizado Sim Dois níveis Pacientes traqueostomizados que utilizam para suporte de vida. Fonte: Adaptado de: Livro-texto. BIPAP Fonte: https://www.bemesonline.com/philips- respironics-bipap-vision-repair/ Fonte: Livro-texto. Indicação. Níveis de pressão. Ação. Principais diferenças entre CPAP e BIPAP Paciente com 70 anos, 60 kg, deu entrada no pronto-socorro trazido por familiares, com esforço respiratório e uso de musculatura acessória. Havia história prévia de gripe há uma semana, evoluindo com tosse produtiva e prostração nas últimas 48 horas. O exame físico demonstrou: PA = 130 x 80 mmHg, FC = 124 bpm, f = 32 rpm, SpO2 = 85% em ar ambiente, febril. A radiografia de tórax em incidência anteroposterior (AP) mostrava opacidades alveolares bilaterais e a gasometria arterial em oxigenioterapia de 6 L/min = pH 7,30, PaCO2 = 55 mmHg, PaO2 = 54 mmHg, HCO3 = 22, BE = 0 e SaO2 = 85%. Justifique uma conduta fisioterapêutica. Interatividade Aliada ao tratamento médico, a conduta fisioterapêutica deve estar baseada na tentativa de tratar a insuficiência respiratória e evitar a intubação, para isso realizando: Posicionamento elevado no leito; Aspiração das vias aéreas; VNI com dois níveis de pressão (binível) para aumentar a ventilação, diminuir a acidose respiratória, diminuir o desconforto respiratório e melhorar a hipoxemia. Resposta Tipos de máscaras: Nasal. Facial. Facial total. Capacete. Adaptação da ventilação não invasiva Vantagens e desvantagens: Máscaras nasal e facial Fonte: Livro-texto. Vantagens e desvantagens: Máscara facial total e capacete Fonte: Livro-texto. Ambiente domiciliar: Pronga nasal Fonte: Livro-texto. Lesão por pressão à necrose de pele. Locais de maior lesão. Consequências: Desconforto. Infecção. Aumento dos gastos. Interrupção da VNI. Estratégias. Cuidados com a pele Fonte: Livro-texto. DPOC: desconforto respiratório e acidose: Diminui a necessidade de IOT e mortalidade. Asma: Utilizar a VNI associada à terapia médica. Edema agudo de pulmão cardiogênico. Pós-operatório. Uso da VNI em condições específicas Indicações e contraindicações. Tempo de aplicação. Sinais de ausência de resposta. Na dúvida, solicitar a intubação do paciente. Aplicação prática Espero vocês em seguida no Chat para discussão da aula Orientação para atividade do chat ATÉ A PRÓXIMA!
Compartilhar