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Aula de Endodontia – 11/05 Obturação do SCR · Introdução -É importante seguir os passos e o raciocínio da técnica proposta. Ou seja, a obturação depende dos outros passos anteriores do tratamento endodôntico (abertura coronária e preparo químico mecânico) -A terapia endodôntica é constituída basicamente por três etapas operatórias: -Abertura coronária -Preparo químico mecânico (limpeza e modelagem) -Obturação do sistema de canais radiculares -A obturação dos canais radiculares representa o desfecho de uma sequência operatória clínica, sendo considerada um reflexo das fases de abertura e preparo químico mecânico -A obturação consiste em preencher todo o espaço anteriormente ocupado pela polpa e que agora encontra vazio e descontaminado · Objetivos da obturação -Impedir que haja espaço livre dentro do canal para favorecer a multiplicação microbiana -A obturação dos canais radiculares apresenta alguns objetivos, como impedir o desenvolvimento e a proliferação microbiana, evitar a presença de espaço vazio e favorecer a reparação biológica -E se ficar sem nada dentro? -Um canal radicular vazio, mesmo estéril, atua como verdadeiro meio de cultura, favorecendo a penetração de líquidos teciduais e exsudatos inflamatórios provenientes da região perirradicular em seu interior e comprometendo o sucesso do tratamento endodôntico, favorecendo uma nova proliferação bacteriana. -Nessa imagem, temos um cone de guta persha fazendo o selamento do terço apical e um núcleo (de sustentação para uma nova coroa) fazendo o selamento do terço médio e cervical. · Importância da obturação -Os canais devem estar desinfectados e modelados antes da obturação (lima memória correspondente com o cone principal) -Se a lima memória não tiver correspondência com o cone principal, pode ocorrer que o canal esteja sub obturado (quando o cone principal não chega até o final do CRT) -Se o cone for fino demais e passar o CRT (sobre obturado) -Podemos modelar de maneira insuficiente e instrumentar o cimento de maneira insuficiente e formar bolhas na obturação -Na esquerda, sobre obturado. Na direita, sub obturado -Bolha · Momento da obturação -Fatores que influenciam o momento da obturação: -Sinais e sintomas do paciente -O dente não deve apresentar dor espontânea -O canal deve estar completamente limpo e modelado -O canal precisa estar seco: sem exsudato (o cone de papel absorvente tem que sair seco) -Se os sinais e sintomas do paciente não forem favoráveis, devemos colocar curativo de demora ou medicação intra-canal: hidróxido de cálcio -Estado da polpa e do periodonto -Se a polpa veio de uma biopulpectomia, é melhor que faça tudo em sessão única (número de colonização bacteriana é menor). Assim, o prognóstico é mais positivo, ausência de microrganismos, preferência em obturar em sessão única --A -A polpa deve estar nesse consistência fibrosa, sai sangue de dentro do conduto e ela deve sair inteira. Se a polpa está liquefeita, é porque ela não está tão viva assim, já está entrando em necrose liquefação. Caso a polpa, não sangre dentro do conduto, está com cheiro fétido, são outros sinais que ela está morta. -Em necropulpectomias, o prognóstico é pior...principalmente se houver lesão periapical. É indicado sessão múltipla. Deve-se colocar medicação intra-canal, controlar o quadro infeccioso e depois obturar -O que vai ajudar a diminuir a lesão periapical é uma boa solução irrigante e a medicação intra-canal. O tempo para esperar a regressão da lesão é em torno de 1 ano até 1 ano e 6 meses. -Grau de dificuldade e conduta do paciente -Dentes com raízes atresiadas, dilaceradas (curvas), dentes com um canal com múltiplos condutos, paciente ansioso e pacientes com sintomatologia são critérios para não obturar logo. · Sessão única x Múltipla sessão -Se não conseguimos fechar um dente em biopulpectomia no mesmo dia, devemos colocar uma pasta callen azul -O tratamento endodôntico em sessão única não deve ser visto como obrigação do endodontista, mas como consequência do tratamento correto por ele realizado -Se o dente tratado apresentar: preparo químico-mecânico satisfatório, ausências de sintomatologia dolorosa, ausência de exsudato estará em condições apropriadas para a obturação imediata -Não devemos fechar necropulpectomias no mesmo dia, principalmente tipo II -Ou seja, nós não conseguimos modelar todo o canal ainda, colocamos pasta callen como medicação intra-canal (limar com pelo menos uma lima 25) · Limite apical de obturação -Qual o meu limite que vou colocar o cone de guta? Qual o meu limite de obturação? -Antes de falar disso, temos que levar em conta algumas coisas. A técnica crown-down é responsável pela modelagem com dilatação dos terços cervical e médio e conicidade gradual, com diâmetro cervical maior e apical menor, contribui diretamente na limpeza e desinfecção do sistema de canais radiculares. -Parece ser consensual o fato de que o material obturador deva se limitar ao interior do sistema de canais radiculares. Da mesma maneira, preconiza-se que a obturação deva atingir as proximidades do forame apical, localizando-se, sempre que possível, a 0,5 a 1,0 mm do ápice. -O cone de guta deve ficar no limite CDC, que é a 1 mm antes do fim do vértice radiográfico · Técnicas de obturação -Nesse caso, a lima memória é a 30 -A – Cone principal no CRT -OBS: Essa imagem está errada! O espaçador digital só entra de 3 a 5 mm antes do CRT. Assim, devemos medir com o STOP -Quando colocamos um cone acessório ao lado do outro, chama-se condensação lateral -Sempre usamos um espaçador perto da cor do cone (se a lima memória for 30 – azul – devemos usar o espaçador vermelho (canais mais atresiados) ou verde (canais mais amplos) -O espaçador digital faz a condensação lateral e o calcador faz a condensação vertical -Técnica rotatória. Para isso usamos o condensador de guta -O condensador trata-se de uma hedstroen invertida. Sempre roda em baixa rotação e sentido horário (olhar na base do micromotor ou colocar uma gaze e acionar – a gaze deve ser expelida do condensador). Devemos colocar o stop de 3 a 5 mm aquém do ápice. Mc spadden entra parada e sai acionada -O condensador vai rodar, aquecer e vai derreter a guta ali dentro do canal. -OBS: Quando juntamos a técnica de condensação vertical e horizontal e associamos com a técnica do condensador de Mc Spadden, temos a técnica híbrida de Tagger. · Selamento coronário -O que vai deixar o dente mais frágil após o tratamento endodôntico, é o material utilizado para o selamento das embocaduras dos canais e na coroa. Assim, devemos usar o cotosol somente na embocadura dos canais (não deixar entrar saliva dentro da guta). -É mais indicado usar um “fundinho” de resina flow em cima da embocadura dos canais. · Limpeza da câmara pulpar -Após a obturação, deve-se pegar uma bolinha de algodão ou uma gaze ou um pedaço de esponja e álcool 70% e fazer a toalete de cavidade (passar álcool dentro da cavidade)