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UNIDADE CENTRAL DE EDUCAÇÃO FAEM FACULDADE DISCIPLINA BOVINOCULTURA DE LEITE CURSO DE MEDICINA VETERINÁRIA Nome: Paola Gabriela Manfrin Data: 24/11/2023 1. Se tratando do sistema de criação de bovinos de leite de forma intensiva ou confinada, existem algumas formas que podemos alojar os animais, descreva cada uma delas e dê sua opinião sobre qual é o mais adequado (1,0). Free Stall ou Modelo de Baias Livres: Esse sistema requer uma menor área e necessita uma menor mão de obra para funcionamento. No mesmo galpão temos a área para alimentação, semelhante ao Loose Housing, área para repouso com baias individuais e também uma área para circulação dos animais, servindo para exercício e acesso ao cocho e bebedouro. Precisa-se tomar um cuidado em relação ao conforto térmico na hora da construção desse tipo de sistema. Neste modelo, os animais ficam lado a lado, em baias individuais, entretanto sem permitir a possibilidade do animal se virar. Os dejetos são lançados diretamente no corredor de limpeza ou serviço. Os animais podem entrar e sair nas baias livremente, entretanto há uma barra limitadora onde o animal, ao se afastar, obriga-se a se levantar. Além disso, a sala de ordenha, deve estar ligada ao galpão de confinamento. O piso pode ser de terra batida, areia ou concreto e a cama de material seco, como palha, capim seco ou maravalha. Tie Stall ou Modo Convencional: Neste modo, as vacas têm acesso, na maior parte do tempo, às baias individuais, uma ao lado da outra. A Alimentação pode ser fornecida em cochos distribuídos ao longo de um corredor individual. A ordenha é realizada no próprio local. Loose Housing ou Modelo de Alojamento Livre: É um modelo mais recomendado para regiões onde o clima é mais seco, onde a baixa de umidade diminui os problemas sanitários de contaminação através de insetos. Por conta disso, a limpeza pode ser realizada em intervalos maiores. Há uma cama para repouso coletivo e é construída uma estrutura para fornecimento de alimento, onde normalmente há um corredor central, onde esse alimento pode ser distribuído, por meio de trator, nos comedouros laterais. Compost Barn: Nesse sistema, os animais ficam em um ambiente totalmente coberto, onde o piso é coberto por uma cama de material orgânico, como palha ou serragem, que permite o descanso dos animais.A cama deve ser mexida pelo menos, duas vezes ao dia, para que haja a aeração. O tamanho da cama deve ser proporcional a umidade que a vaca deixa nela (em relação às fezes). Esse sistema visa reduzir custos de implantação e manutenção, melhorar índices produtivos e sanitários dos rebanhos e possibilitar o uso correto de dejetos orgânicos. O sistema de criação mais adequado vai depender do que mais atende as necessidades da propriedade, levando em consideração a mão de obra disponível, terreno, investimento proposto e alguns outros fatores. 2. Quando utilizamos o sistema de ordenha mecânica nas fêmeas bovinas, indiferente qual seja o equipamento é crucial nos atentar para a pressão de vácuo em Kpa, qual é o limiar adequado que devemos manter na ponta do teto e quais são os reflexos quando ele se encontra abaixo e acima do ideal (1,0). O limiar ideal para a ponta do teto é de 32 a 42 Kpa. Caso o limiar esteja abaixo do ideal, o conjunto de ordenha não terá uma pressão adequada, podendo cair com facilidade e ocorre o deslizamento, pelo atrito causado entre o insuflador e o teto, consequentemente entra mais ar e ordenha fica mais lenta. Já acima do ideal, o conjunto de teteiras ficarão com uma pressão maior, consequentemente acaba subindo e pressionando a região onde o teto encontra o úbere, podendo resultar em lesões, além de ter uma susceptibilidade maior para desenvolver mastite. Também pode ocorrer diminuição do canal do teto, congestão dos tetos e diminuição no fluxo de leite. 3. Cite qual é o passo a passo do manejo de ordenha eficiente, desde a entrada até a saída do animal da sala de ordenha (1,0). As vacas devem ser conduzidas até a sala de ordenha de forma silenciosa e calma. Além disso, o ideal é manter sempre os mesmos procedimentos e nos mesmos horários. A ordenha sempre deve seguir uma ordem, seja de faixa etária, tempo de lactação ou produção e sempre por último, vacas com problemas de mastite ou em tratamento por outras doenças. Assim, pode-se prevenir a disseminação de alguns microrganismos infecciosos e contaminação de animais saudáveis. Uma rotina eficiente de ordenha inclui várias etapas, como: 1. Higienização do ordenhador e da sala: o ordenhador deve estar com as mãos bem lavadas e sanitizadas, de preferência com luvas descartáveis, para não contaminar os tetos e leite. 2. Descarte dos três primeiros jatos de leite: recomendado que seja feito na caneca de fundo escuro com o intuito de detecção de mastite clínica (presença de grumos, sangue ou pus) 3. Limpeza prévia dos tetos/ pré-dipping: Devendo ser realizada com uma solução desinfetante, emergindo todos os tetos individualmente por pelo menos, 30 segundos. Caso os tetos estejam muito sujos, é possível realizar a limpeza com água. 4. Secagem dos tetos: A secagem pode ser realizada com papel toalha descartável ou toalhas, desde que cada vaca tenha a sua, para evitar contaminação. 5. Colocação das teteiras: Aguardar o processo de ordenha, sendo que a mangueira curta do leite pode ser dobrada para evitar a entrada de ar do sistema, reduzindo a flutuação de vácuo. 6. Pós-dipping: Imersão de todos os tetos, individualmente, em uma solução, podendo ser Iodo, Clorexidina, Aldeídos, Compostos de Cloro ou Amônia Quaternária. Encerrado o processo da ordenha, as vacas devem permanecer pelo menos 30 minutos em pé, para que o esfíncter dos tetos se fechem evitando possíveis contaminações. 4. Quando temos o nascimento de um bezerro, alguns manejos são cruciais para evitar possíveis patologias futuras, como diarreias, pneumonias entre outras. Cite quais são os manejos e procedimentos indispensáveis com o neonato desde as primeiras horas até pelo menos o terceiro dia de vida (2,0). 1. Fornecimento de colostro: O colostro é fonte de nutrientes e anticorpos para o bezerro, sendo de grande importância para o desenvolvimento das papilas do rúmen e também na imunidade do animal. Seu fornecimento deve ser de no máximo, até 6 após o nascimento. 2. Corte e Cura do Umbigo: A desinfecção e corte do cordão umbilical é um manejo de extrema importância, visto que esta porta de entrada pode ser fonte para a entrada de agentes causadores de várias doenças. O corte deve ser realizado apenas se estiver muito grande, caso contrário, é realizada apenas a desinfecção, que deve ser realizada com Iodo 10%, duas vezes ao dias, por pelo menos 3 dias. 3. Alojamento e aquecimento: Após realizar os primeiros atendimentos, é preciso alojar o animal em uma baia que já esteja preparada e higienizada e se necessário realizar o aquecimento do animal com cobertores. 4. Aleitamento: Após o fornecimento de colostro, entre o terceiro e quinto dia após o nascimento, o animal deve receber o leite de transição e posteriormente, o leite integral ou natural da vaca, através de baldes, sendo a quantidade recomendada cerca de 10% do peso vivo do animal. 5. Ingestão de sólidos: A ingestão de alimentos concentrados deve ser oferecida desde o primeiro dia de vida do animal, com o intuito de desenvolvimento ruminal, juntamente com água à vontade.