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Polyana Túrmina Torres EXAME FÍSICO DO OMBRO INTRODUÇÃO - ANATOMIA O ombro é a articulação do corpo com maior amplitude de movimento por 4 articulações: Articulação esternoclavicular; A. glenoumeral; A. acromioclavicular; A. escapulotorácica. Devido a pequena congruência entre a cabeça do úmero e a glenóide, é uma articulação instável. Sua estabilidade se dá através de estabilizadores estáticos e dinâmicos. O principal estabilizador é dinâmico, o “manguito rotador”; Os músculos do manguito rotador e suas ações são: M. supraepinal – adução do braço (elevação do membro); M. infraespinal – rotação lateral do braço; M. redondo menor – rotação lateral do braço; M. subescapular – rotação medial e adução do braço. As principais queixas relacionadas diretamente com o ombro são dor, instabilidade, restrição da amplitude de movimento e deformidades; Anamnese completa; Exame físico sistemático e ordenado. EXAME FÍSICO INSPEÇÃO Com o paciente desnudo da cintura para cima, iniciamos o exame pela inspeção estática e dinâmica. INSPEÇÃO ESTÁTICA Observar como o paciente retira e coloca roupas; Coloração da pele, mancjas, cicatrizes (infecções, comorbidades, procedimentos prévios), equimoses; Assimetrias (edema, derrame articular, aumento de volume, atrofia muscular). Deformidades (fraturas, luxações). Sinal da Dragona: luxação anterior; Sinal da Tecla: luxação acromioclavicular; Escapula alada: lesões primarias do m. serrátil anterior (por lesão traumática ou inflamatória no nervo torácico longo). INSPEÇÃO DINÂMICA Avalia a amplitude de movimentos. Passiva e ativa; Comparar com o outro lado. Arco do movimento – medição com o goniômetro. FLEXÃO: 0° - 180°; EXTENSÃO: 0° - 60°; ABDUÇÃO 0° - 170/180°; ADUÇÃO: 0° - 75°; ROTAÇÃO MEDIAL: até a região torácica da coluna vertebral; ROTAÇÃO LATERAL: até 70°. Polyana Túrmina Torres PALPAÇÃO A palpação deve abordar os relevos osteoarticulares, músculos e tendões, a fim de edema, crepitação, mobilidade anormal e dor em estruturas especificas. Também devemos realizar testes motores e sensitivos e o grau de força muscular, que pontua de acordo com a tabela. TESTES ESPECIAIS – IMPACTO TESTE DE NEER Posição: paciente em pé com o membro superior estendido, com 45° de abdução e rotação neutra e examinador posterior e lateralmente ao paciente com uma mão no ombro e outra no braço do paciente. Execução: examinador eleva o MMSS no plano da escapula, de forma passiva e rapidamente; Positivo: se paciente relatar dor, devido ao impacto do tubérculo maior do úmero na face anteroinferior do acrômio, provocando irritação na Bursa e o tendão supraespinhal. TESTE DE HAWKINS-KENNEDY Posição: paciente com MMSS em 90° de elevação, em rotação neutra e cotovelo fletido em 90° e o examinador lateralmente ao paciente; Execução: realizado de forma rápida e passiva pelo examinador, uma rotação interna do braço do paciente. Positivo: se paciente relatar dor, devido ao impacto do tubérculo maior do úmero contra o ligamento coracoacromial, também pode gerar impacto coracoide. TESTE DE YOKUM Posição: paciente coloca a mão sobre o ombro oposto e o examinar se posiciona em frente, com a mão estabilizando a mão do paciente. Execução: de forma ativa, o paciente flete rapidamente o braço elevando o cotovelo, sem elevar a escapula. Positivo: paciente relatar dor, devido ao tubérculo maior do úmero deslocar sob o ligamento coracoacromial e articulação acromioclavicular. TESTES ESPECIAIS – LIGAMENTARES TESTE DE JOBE Posição: paciente com MS no plano da escapula, 45° de abdução, em extensão e Polyana Túrmina Torres rotação interna, sensibilizando a tensão no tendão do supraespinhal e o examinador apoia as mãos sobre os braços do paciente a fim de oferecer resistência. Execução: paciente eleva ativamente o braço, contra a resistência aplicada pelo examinador Positivo: dor na face anterolateral do ombro, acompanhada ou não de diminuição de força ou até mesmo incapacidade de elevar ativamente o membro. TESTE DE PATTE Posição: paciente com braço em 90° de abdução e cotovelo fletido em 90°, examinador posiciona a mão lateralmente ao braço do paciente para proporcionar resistencia Execução: paciente realiza ativamente a rotação externa do braço contra a resistência do examinador. Positivo se: dor acompanhada ou não de diminuição de força ou até mesmo incapacidade de rotar ativamente o membro. TESTE DE GERBER (SUBESCAPULAR) Posição: paciente coloca o dorso da mão ao nível de L5. Execução: paciente procura ativamente, afastar a mão das costas. Positivo: incapacidade de fazê-lo ou de manter o afastamento. TESTE DE YERGASON Posição: paciente com cotovelo em 90° e antebraço pronado, examinador segura o punho do paciente. Execuçao: paciente realiza a supinação do antebraço contra a resistência do examinador. Positivo: paciente relatar dor na região da goteira bicipital, avaliando a cabeça longa do bíceps. TESTES ESPECIAIS – INSTABILIDADE TESTE DA GAVETA ANTERIOR Instabilidade da articulação glenoumeral; Positivo: deslocamento > 25% da cabeça do úmero em relação a glenóide ou associado a dor. TESTE DE FUKUDA Instabilidade posterior; Polyana Túrmina Torres Positivo: a cabeça do úmero resvala na borda posterior da cavidade glenóide e subluxa. TESTE DO SULCO Frouxidão capsuloligamentar; Postivio: presença de sulco entre acrômio e cabeça do úmero. PATOLOGIAS Resumo do manguito: é um estabilizador dinâmico da cabeça umeral na glenóide Compressão (evita cisalhamento do deltoide) Fisiopatologia Causas extrínsecas ou traumáticas o Impacto subacromial: associado ao acrômio tipo III bigliani o Impacto interno: porção articular do tendão X glenóide posterior Diagnóstico por imagem: o RNM padrão ouro; o RX pra ver articulação.
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