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Polyana Túrmina Torres LABORATÓRIO DE FARMACOLOGIA – SEMANA 8 ESTAÇÃO 1 – ANÁLISE DE LCR E TRATAMENTO DE MENINGITES Objetivo: conhecer as classes terapêuticas empregadas para o tratamento das meningites. Instruções: A meningite pode ser causada por diversos agentes infecciosos, como bactérias, vírus e fungos, dentre outros, e agentes não infecciosos (ex.: traumatismo). As meningites de origem infecciosa, principalmente as causadas por bactérias e vírus, são as mais importantes do ponto de vista da saúde pública, pela magnitude de sua ocorrência e potencial de produzir surtos. ATIVIDADE 1 1. MONTE UMA TABELA DESTACANDO AS DIFERENÇAS ENCONTRADAS NA ANÁLISE DE LCR PARA UM QUADRO INFECCIOSO BACTERIANO, VIRAL E FÚNGICO. VIRAL FÚNGICA BACTERIANA GLICOSE Normal/ Normal/ (0-20) PRESSÃO LCS (mmHg) Normal ASPECTO Incolor/límpido Incolor/límpido Turvo/purulento PROTEÍNAS (mg/dL) < 150 2 - 200 > 250 CÉLL. PREDOMINANTE Linfócitos Linfócitos + monócitos Neutrófilos CELULARIDADE 5 – 200 5 – 100 1000 – 10.000 ATIVIDADE 2 CASO CLÍNICO 1: M.W., 16 anos, masculino, branco, solteiro, estudante, procedente de Porto Alegre. História clínica: Doze horas antes da admissão hospitalar, o paciente referia indisposição geral e dores no corpo. Fizera uso de um analgésico e deitara-se. Acordou horas após, queixando-se de intensa cefaleia, forte indisposição e sudorese profusa. A temperatura axilar era de 39,6°C. Foi, então, levado a um serviço de emergência, sendo internado imediatamente. Exame físico e exames subsidiários: TAx: 39,2°C; PA: 60/40 mmHg; FC: 110 bpm; FR: 32 mpm. Evidenciaram-se sinais de irritação meníngea (rigidez de nuca, sinal de Kernig). A punção lombar foi francamente purulenta, estabelecendo o diagnóstico de meningite, provavelmente por meningococo (bacterioscopia com cocos Gram-negativos). 1. QUE TRATAMENTO ANTIMICROBIANO ESTÁ INDICADO PARA ESTE PACIENTE? JUSTIFIQUE. Ceftriaxona, 2g, 12/12 horas – 7 dias. (A ceftriaxona inibe a síntese da parede celular bacteriana, causando lise e morte celular). 2. HÁ NECESSIDADE DA ADMINISTRAÇÃO DE CORTICOIDES (DEXAMETASONA)? Sim. Pois os corticoides ajudam a reduzir a resposta inflamatória e o edema cerebral, fazendo seu uso necessário visto que o paciente estava tendo sinais de choque. 3. QUAIS AS MEDIDAS PARA TRATAMENTO DE MENINGITE FÚNGICA E VIRAL? O tratamento das meningites virais e fúngicas consistem no tratamento sintomático e de suporte, exceto se houver complicação pela meningite causada pelo vírus da herpes, utilizando-se aciclovir. CASO CLÍNICO 2: Estudante universitário de 20 anos é seu próximo paciente na emergência. Quando você entra na sala, ele está deitado de lado na mesa de exame, cobrindo os olhos com o braço. A luz da sala está apagada. Você olha a ficha de atendimento e nota que a enfermeira registrou temperatura de 39°C, pulso de 110 bpm e pressão arterial de 120/80 mmHg. Quando você pergunta como ele se sente, ele diz que nos últimos três dias tem febre, dor pelo corpo e cefaleia com piora progressiva. A luz fere seus olhos; ele está nauseado, mas não vomitou. Tem alguma rinorreia, mas não tem diarreia, tosse ou congestão nasal. Não teve contato com pessoas sabidamente doentes. Verifica-se no exame que há exantema, suas pupilas são difíceis de ser avaliadas por causa da fotofobia. As orelhas e a orofaringe estão normais. Coração, pulmões e abdome estão normais. O exame neurológico não mostra sinais focais, mas a flexão do pescoço piora a cefaleia, e ele é incapaz de tocar o queixo no próprio tórax. Na bacterioscopia de líquor, foi encontrado cocos gram-negativos dois a dois. a. QUAL O PROVÁVEL AGENTE ETIOLÓGICO? CITE OS ACHADOS LABORATORIAIS E CLÍNICOS COMPATÍVEIS. Polyana Túrmina Torres Neisseria meningitidis. Os achados incluem febre, cefaleia intensa, fotofobia, náuseas, rigidez de nuca e positividade para cocos gram-negativos na bacterioscopia. b. QUAL A TERAPIA COM ANTIBACTERIANO RECOMENDADA? Ceftriaxona 2g, 12/12 horas – 7 dias. Após análise do quadro clínico do paciente, o médico responsável acreditava tratar-se de uma meningite bacteriana, iniciando assim o tratamento com antibacteriano intravenoso e corticosteroide. c. QUAL A FINALIDADE DE USO DE UM CORTICOSTEROIDE NESSA SITUAÇÕA? Diminuir a reação inflamatória causada pela morte do parasita. d. E SE O GRAM TIVESSE SIDO LIDO “ERRONEAMENTE” E O AGENTE ETIOLÓGICO FOR UM DIPLOCOCO GRAM POSITIVO DOIS A DOIS, QUAL SERIA ESSA BACTÉRIA E QUAL O TRATAMENTO RECOMENDADO? Streptococcus pneumoniae. O tratamento recomendado seria ceftriaxona 4g, 12/12 horas – 10 a 14 dias. ESTAÇÃO 2 – FARMACOLOGIA DOS ANTICONVULSIVANTES. Objetivo: conhecer o mecanismo de ação dos medicamentos anticonvulsivantes. Instruções: Historicamente, os fármacos antiepilépticos (FAEs) podem ser classificados em três gerações. A primeira geração compreende aqueles comercializados entre 1857 e 1958 e inclui o brometo de potássio, o fenobarbital e várias moléculas derivadas da estrutura dos barbitúricos, como a fenitoína, a primidona, a trimetadiona e a etossuximida. A segunda geração inclui fármacos como a carbamazepina, o valproato e os benzodiazepínicos, introduzidos entre 1960 e 1975, quimicamente diferentes dos barbitúricos. Apenas após 1980, passaram a ser comercializados compostos da terceira geração, constituída por fármacos descobertos pelo “desenvolvimento racional”, como a progabida, a gabapentina, a vigabatrina e a tiagabina, bem como por outras ainda descobertas de forma acidental, como a lamotrigina e o topiramato. Neste momento, testemunha-se o desenvolvimento de FAEs de quarta geração. 1. ASSOCIAR AS IMAGENS COM OS MECANISMOS DE AÇÃO DOS FÁRMACOS ANTICONVULSIVANTES. Os anticonvulsivantes possuem 3 mecanismos de ação diferentes, os quais incluem: CANAIS DE SÓDIO DEPENDENTE DE VOLTAGEM Nos neurônios, os canais de sódio são essenciais para a geração de potencial de ação. Quando um neurônio é estimulado, os canais de sódio se abrem, permitindo a entrada de íons sódio na célula em condições como nos distúrbio epilépticos, os neurônios podem se tornar hiperexcitáveis, gerando sinais elétricos anormais que levam a convulsões fármacos como a fenitoína bloqueia seletivamente os canais de sódio quando estão em um estado ativado (abertos) eles impedem a entrada excessiva de sódio nas células neurais ao bloquear os canais de sódio, a fenitoína estabiliza as membranas neuronais, reduzindo a excitabilidade nos neurônios crucial para prevenir a propagação descontrolada de sinais elétricos e crises convulsivas. Ex: fenitoína e carbamazepina. CANAIS DE CÁLCIO Polyana Túrmina Torres Os canais de cálcio desempenham papel na regulação da excitabilidade neuronal em condições normais, a entrada controlada de cálcio contribui para a liberação de neurotransmissores e a propagação adequada dos sinais elétricos entre os neurônios em distúrbios convulsivos, a excitabilidade neuronal pode estar desregulada, levando a entrada excessiva de cálcio nas células desencadeando crises convulsivas fármacos como o gabapentina modulam os canais de cálcio, reduzindo a entrada de cálcio nas células neuronais isso ajuda a normalizar a excitabilidade neuronal ao modular os canais de cálcio, o gabapentina contribui para a diminuição da liberação de neurotransmissores excitatórios o que ajuda a prevenir a propagação descontrolada de sinais elétricos e crises convulsivas. Ex: gabapentina. RECEPTORES DE GABA O GABA é um neurotransmissor que inibe os neurônios, impedindo a superexcitação quando o GABA se liga aos receptores GABA-A, os canais de íons de cloreto se abrem o diazepam é um medicamento que se liga aos receptores GABA-A quando isso acontece, os canais de cloreto se abrem mais frequentemente com amis canais de cloreto abertos, significa que mais cloreto entra nas células, fazendo com que as células fiquem mais negativas internamente (hiperpolarização) quando as células estão hiperpolarizada, torna-se mais difícil para elas gerarem sinais elétricos excitatórios com isso, ajuda a prevenir a superexcitação neural que é o que leva a crises convulsivas. Ex: diazepam (benzodiazepínico). ATIVIDADE 2 1. LER O CASO CLINICO E RESPONDER AS PERGUNTAS. J.F., uma jovem de 16 anos, chega ao consultório acompanhado de sua mãe. Ela teve seu primeiro episódio de convulsão na semana anterior, enquanto assistia televisão. A crise iniciou-se com uma sensação de formigamento nas mãos e, em seguida, evoluem para convulsões tônico-clônicas generalizadas, com perda de consciência. A crise durou cerca de 2-3 minutos, após os quais Joana fica confusa e sonolenta. Não tem histórico de lesões na cabeça, infecções cerebrais ou febre alta. O exame neurológico não revela anormalidades significativas. O restante do exame físico é normal. Eletroencefalograma (EEG) mostra atividade epileptiforme generalizada durante crises e a Ressonância Magnética do Encéfalo não revela anormalidades estruturais. Com base nos achados clínicos e exames realizados, Joana é diagnosticada com epilepsia. A crise da paciente é de início generalizado e caracterizada tônico clônica. Há na história prévia, crises mioclônicas, descritas pela paciente como um “susto” e que derrubava os objetos das mãos. As crises mioclônicas, assim como as crises de início generalizado tônico clônicas, são crises generalizadas, na maioria das vezes, de caráter genético. O tio da paciente também tem epilepsia, o que corrobora com nossa hipótese. O médico decide iniciar o tratamento medicamentoso para controlar as crises epilépticas da paciente e considera as seguintes opções farmacológicas: ácido valproico, lamotrigina e carbamazepina. a. EM UM FLUXOGRAMA, INSIRAM AS CARACTERÍSTICAS FARMACOLÓGICAS DOS TRÊS MEDICAMENTOS CONSIDERADOS PARA O TRATAMENTO DA PACIENTE (MECANISMO DE AÇÃO, INDICAÇÕES TERAPÊUTICAS). Polyana Túrmina Torres ÁCIDO VALPROICO M.A: modulação dos canais de sódio (prolonga o estado inativo desses canais, reduzindo a excitabilidade neuronal) e aumento do GABA. I.T: epilepsia (crise de ausência), transtorno bipolar, enxaqueca. LAMOTRIGINA M.A: bloqueio de canais de sódio, impedindo a entrada excessiva de íons de sódio nas células. I.T: epilepsia (crises generalizadas e parciais), transtorno bipolar. CARBAMAZEPINA M.A: bloqueio dos canais de sódio, reduzindo a entrada de íons sódio nas células neuronais. I.T: epilepsia (crises parciais e generalizadas), transtorno bipolar. FENITOÍNA M.A: bloqueio dos canais de sódio, inibindo a entrada excessiva de íons sódio nas células neuronais. I.T: epilepsia (crises tônico-clônicas e parciais). b. PARA O CASO DA PACIENTE, QUAL SERIA A MELHOR OPÇÃO DE TRATAMENTO? Ácido valproico. c. QUAIS POSSÍVEIS EFEITOS ADVERSOS OU DESVANTAGENS ESSE MEDICAMENTO PODE APRESENTAR? Ganho de peso, alterações hormonais (mulheres) e teratogenicidade (gestantes)
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