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Sistema reprodutor masculino

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Sistema reprodutor masculino
Apesar da divergência entre ciência e religião no que diz respeito às teorias do surgimento do homem, a ideia de reprodução, de como se dá origem a outros descendentes, encontra consenso.
Para que outros seres humanos sejam produzidos é necessária a união de células específicas de um indivíduo do gênero masculino e outras do gênero feminino, de modo que a partir da união dessas células forme um ser humano.
Para que possamos compreender como acontece esse processo é importante conhecermos o sistema corporal responsável por esse mecanismo. No caso dos homens existe o sistema reprodutor masculino, onde há a produção de células germinativas conhecidas como espermatozoides, os quais carregam parte das informações genética desse indivíduo.
Como já mencionamos, são necessárias, também, as células germinativas de uma mulher, conhecidas como óvulos, produzidas pelo sistema reprodutor feminino, que, assim como nos homens, carrega metade da carga genética dessa pessoa. Dessa maneira, quando ocorre a união de ambos, se forma, em condições normais, um bebê com quantidade cromossômica condizente com a espécie humana – no caso, 46 cromossomos.
Neste tópico, vamos descrever a anatomia do sistema reprodutor masculino para facilitar o entendimento de como funciona todo esse processo. Outro ponto importante é compreender como se formam as células reprodutoras, ou seja, os espermatozoides, os quais se dão por um processo chamado espermatogênese. 
ANATOMIA
Antes de estudarmos propriamente a anatomia do sistema reprodutor masculino, temos que conhecer a estrutura do espermatozoide, o gameta masculino.
A Figura 1 ilustra uma célula onde, para fim de estudos, dividimos em três grandes partes: a cabeça, peça do meio e a cauda. Na cabeça temos o acrossomo, que é uma estrutura repleta de enzimas digestivas, responsável por digerir a parede do óculo para permitir a entrada do espermatozoide. Logo abaixo da estrutura, há o núcleo, onde estão armazenadas as informações genéticas dessa célula.
Na parte do meio temos o centríolo, responsável pela formação da cauda dessa célula para que possa se locomover corretamente. As mitocôndrias presentes nessa área produzem a adenosina tri-fosfato (ATP), substância importante para dar energia aos espermatozoides e, portanto, possibilita nadar a distância suficiente até o óvulo feminino.
Por fim, temos a cauda (dividida em duas partes), o flagelo e a bainha da cauda, sendo que uma estrutura apoia a outra. O flagelo é responsável pelo movimento do espermatozoide, logo é uma estrutura forte e maleável que viabiliza o desenvolvimento da função de locomoção dessa célula. Na extremidade fica a bainha da cauda, onde já não há mais as mesmas fibras presentes, contudo ajudam na estabilidade da estrutura.
A anatomia do sistema reprodutor masculino é bem diferente do feminino, o que acarreta em qualidades e aparecimento de problemas distintos para ambos os sexos. Na Figura 2, é demostrado o esquema das partes principais desse sistema, sendo importante salientar que a liberação da urina e do conteúdo espermático acontece pelo mesmo ducto chamado de uretra. 
A uretra é um canal que se estende por todo o pênis, desde a ponta até próximo à próstata onde sofre uma bifurcação, sendo que uma ponta se liga à vesícula seminal e a outra segue para a bexiga onde fica armazenada a urina. Desse modo, dizemos que esta estrutura faz parte tanto do sistema reprodutor como do urinário, pois libera espermatozoide e urina pelo mesmo túbulo dependendo do estímulo recebido.
Os testículos são estruturas responsáveis pela produção dos espermatozoides e se localizam dentro da bolsa escrotal fora do corpo. Essa informação é muito importante, pois os testículos, para que funcionem perfeitamente, precisam manter uma temperatura de 2 a 3 ºC mais baixa que a do corpo humano. Por esse motivo, quando está muito frio, os testículos se recolhem próximo ao corpo e quando está muito calor a bolsa escrotal fica mais frouxa e longe do corpo. Se esse mecanismo de equilíbrio de temperatura não funciona, o homem tem grandes chances de ser estéril.
Logo acima dos testículos há uma estrutura chamada epidídimo, sendo que cada testículo, normalmente dois, tem o seu com a função de armazenar e maturar os espermatozoides produzidos. O tempo médio que essa célula espermática fica armazenada é em torno de 44 dias, sendo que, se não for liberar, o próprio corpo reabsorve e produz outras novas.
Os espermatozoides são liberados por meio da ejaculação, que acontece, em geral, após estímulos sexuais. Assim, quando esse momento se aproxima, os espermatozoides se preparam para sair do epidídimo em direção à uretra pelo canal ou vias deferentes. Ainda na Figura 2, é possível observar que esse canal chega até as vesículas seminais, as quais, por sua vez, têm a função de liberar açúcar, classificado como frutose, para nutrir as células germinativas e dar energia para que possam bater os seus flagelos e nadar até o local da fecundação. 
Quando os espermatozoides saem da vesícula seminal juntamente com as substâncias nutritivas em direção ao pênis, eles passam por um canal chamado de ducto ejaculador. Vale salientar que o corpo tem um mecanismo de limpeza da uretra antes de que aconteça a liberação dos espermatozoides. Nesse caso, um líquido é liberado pela glândula bulbouretral, ou glândula de Cowper, e passa por toda a extensão da uretra, eliminando resíduos de urina.
A próstata consiste em uma glândula localizada sob a bexiga, com aparência de uma noz, sendo que a uretra passa no meio. Sua função é produzir o líquido prostático, com aparência clara e pouco viscosa que irá compor, juntamente com o líquido da vesícula seminal e os espermatozoides, o fluido chamado de sêmen.
ESPERMATOGÊNESE
A espermogênese é a produção dos espermatozoides pelo testículo, mais especificamente nos túbulos seminíferos.
Para que fique mais didático e possam compreender melhor, observemos o esquema detalhado do testículo na Figura 3, onde podemos observar um dos testículos em sua bolsa escrotal com o epidídimo, que parece um tubo claro todo enrolado logo em cima do testículo.
Na Figura 4, focamos na localização e composição dos túbulos seminíferos, que ficam nos testículos dentro da bolsa escrotal e dependem do equilíbrio da temperatura para desempenhar sua função corretamente. Duas células importantes localizadas nesses túbulos são as células de Leydig e as células de Sertoli, sendo fundamentais para a espermogênese. A primeira tem função direta na secreção do hormônio testosterona, visto que, para liberar esse andrógeno, tem que haver uma sinalização por meio de um outro hormônio chamado de luteinizante (LH), que, por estímulos, sabe o momento e a quantidade correta que deve ser liberada a testosterona.
Logo, as células de Sertoli são multifuncionais, ou seja, responsáveis por vários fatores dentro da produção e liberação dos gametas. Além de suas funções químicas, servem como uma barreira física, chamada de hemato testicular, que protege os espermatozoides de serem destruídos por fatores imunológicos. Outra função importante é a capacidade de produção de proteínas que facilitam o transporte de testosterona pelo túbulo seminífero, como também são responsáveis pela maturação e migração das células germinativas.
Levando essas informações em consideração, podemos falar diretamente da espermatogênese, que é a formação de espermatozoides por meio de células germinativas também chamadas de espermatogônias. Na Figura 4 observamos um esquema dos processos envolvidos, sendo que à esquerda há o exemplo de meiose, que é a divisão celular responsável por formar células com a metade da quantidade cromossômica presente em uma célula humana. Assim, a junção do espermatozoide com o óvulo, que também apresenta metade dos cromossomos da mãe faz com que se forme um indivíduo perfeito com 46 cromossomos, condizente com a espécie humana.
As espermatogônias são as primeiras células formadas através das células germinativas originadas ainda durante o desenvolvimentoembrionário, sendo que apresentam a quantidade total de cromossomos, ou seja, 46. Com a chegada da puberdade, ela vai se multiplicando e formando células-filhas idênticas a ela, até então pela divisão celular chamada mitose. Cada vez que formam células-filhas são denominadas de maneira diferente para saber quantas divisões ocorreram, assim a espermatogônia tipo A origina a espermatogônia tipo B, que, por sua vez, ainda por mitose, forma o espermatócito primário.
A partir daí começa a divisão por meiose, a qual é dividida em duas partes: a meiose tipo I, onde o espermatócito primário se transforma em espermatócito secundário e sua quantidade cromossômica se reduz pela metade. Em seguida, ocorre a meiose tipo II, no qual cada espermatócito secundário origina duas espermátides com quantidade cromossômica igual a sua célula-mãe.
Por fim, acontecerá a espermiogênese, a qual se define por mudanças características nas espermátides, que se transformará em espermatozoides típicos. As principais mudanças são:
· bullet
Aparecimento do acrossomos
Bolsa que armazena enzimas responsáveis por digerir a membrana do óvulo.
· bullet
Surgimento do flagelo
Responsável pela motilidade do espermatozoide.
· bullet
Perda do citoplasma
Visto que essa parte celular não tem mais função e tornaria o espermatozoide mais pesado e dificultaria sua agilidade em nadar.
· bullet
Condensação e alongamento do núcleo
Após finalizar o processo de espermatogênese, teremos as nossas células espermáticas prontas para serem liberadas para o sistema reprodutor feminino, mas para que isso aconteça é necessária, a produção do sêmen. Esse fluido biológico é sintetizado por meio de uma sequência de eventos que começam pela espermatogênese; em seguida, esses espermatozoides vão para o epidídimo, onde passam pelo processo de maturação, seguem pelo ducto deferente até a vesícula seminal, onde se juntam com o fluido e os nutrientes liberados por essa estrutura e são ejetados por meio dos ductos ejaculadores.
Logo, a próstata também envia o líquido prostático que fornece enzimas e proteínas responsáveis pela coagulação e liquefação desse sêmen indispensável para que ocorra o processo de fecundação. Por fim, pouco antes da ejaculação do sêmen, as glândulas bulbouretrais adicionam muco com pH básico com a finalidade de neutralizar o ácido prostático e a acidez da vagina.
Exames laboratoriais
Um conhecimento popular nos indica que, em geral, as mulheres fazem mais exames de rotina do que os homens, sendo que o gênero masculino procura um centro de saúde quando realmente apresentam sintomas que não cessam ou atrapalham sua vida cotidiana.
Assim, o espermograma é o exame onde se estudam a saúde dos espermatozoides, sendo realizado quando o casal tem dificuldade de engravidar e começam a buscar eventuais causas para tal fato, além de ser solicitado após vasectomias para garantir a ausência de espermatozoides.
Contudo, esse estudo pode mostrar muito mais que uma eventual infertilidade, mostra também como está a saúde do sistema reprodutor masculino, o que é importante para manter uma atividade sexual tranquila para ambos. A coleta da amostra é simples e pode ser realizada sozinha pelo homem, sendo necessário realizá-la nos laboratórios de coleta especializados em espermograma.
O primeiro passo é pegar o pote de coleta específico, que tem uma anatomia que facilita a coleta e evita contaminação da amostra. O paciente fica isolado dentro de uma sala com aparatos estimulantes que podem ser filmes ou revistas para facilitar a masturbação, sendo que deve ficar em abstinência sexual de três a cinco dias. Logo, o pênis deve ser higienizado previamente, assim como as mãos, e é proibido a utilização de lubrificantes e saliva durante a coleta.
Após recolher todo o sêmen, o qual deve ser de apenas uma ejaculação, a amostra deve ser entregue no laboratório em, no máximo, 30 minutos. Em seguida, serão realizados os exames físicos, químicos e citológicos para investigar a qualidade e quantidade desse líquido espermático e das células que o compõe.
EXAMES FÍSICO, QUÍMICO E CITOLÓGICO
A análise do sêmen deve ser feita de modo muito cuidadoso, visto que é um fluido com grandes chances de contaminação por HIV e hepatite, além de outras doenças sexualmente transmissíveis.
As características principais a serem analisadas são: aspecto, volume, pH, viscosidade, contagem e concentração de espermatozoide, bem como a motilidade e morfologia dessas células.
Na Tabela 1, são expostos os valores de referência que devem ser adotados como normais em um espermograma.
A primeira parte da análise é feita observando as características físicas, descritas na Tabela 1, como o aspecto, o volume e a viscosidade da amostra. Normalmente o volume liberado em uma ejaculação é de 2 a 5 mL com cor branca acinzentada, ligeiramente translúcido e o cheiro é caracterizado como odor rançoso. Caso o sêmen se apresente túrbido e branco indica excesso de glóbulos brancos, sugerindo uma infecção do sistema reprodutivo, assim é importante solicitar um cultivo para identificar o microrganismo presente. 
A viscosidade é relacionada à consistência desse material. O normal é que esteja entre o coagulado e o liquefeito, ou seja, escorre em forma de gotas. A forma coagulada é como se tivessem pequenos grumos grudentos importantes para a aderência do sêmen no colo do útero, porém não pode impedir que o material passe pela ponta de uma pipeta, isto é, não pode ser consistente ao ponto de entupir o tubo. A liquefação é quando esse material passa a ter uma consistência líquida como se fosse água e escorre em forma contínua. Assim, se o sêmen se apresentar totalmente coagulado ou totalmente liquefeito, antes de 30 minutos após a coleta, algo está anormal e deve ser avaliado. 
Na análise química, é preciso observar o pH, que como está descrito na Figura 5. É considerado normal com valores entre 7,2 a 8,0, ou seja, tem seu pH alcalino. Sendo que alterações nesses valores podem indicar patologias importantes, como infecção no trato reprodutivo quando está acima dos valores de referência ou patologias prostáticas quando o pH está ácido.
A análise citológica envolve o estudo dos espermatozoides por meio da quantidade e da concentração encontradas na amostra, bem como a qualidade dessas células. Na Figura 6, temos uma lâmina com amostra de sêmen na qual é possível observar os espermatozoides. A cabeça é arredondada e mais escura que o resto no corpo e, em seguida, de um filamento comprido, que é o flagelo. 
Para que um homem seja considerado fértil, a concentração espermática tem que ser maior que 20 milhões/mL, enquanto a quantidade de espermatozoides tem que ser maior que 40 milhões em uma única ejaculação. Valores abaixo disso podem trazer dificuldades na hora da fecundação; contudo é importante atentar para a qualidade do material, pois apenas a quantidade correta não garante a fecundação.
Claro que seria impossível para o profissional que está realizando o estudo da amostra contar essas milhões de células uma a uma, principalmente, sem perder a conta algumas vezes. Então se utiliza uma técnica, onde a amostra é colocada em uma lâmina quadriculada chamada de câmara de Neubauer, como está ilustrada na Figura 6, e a contagem é feita por campos. Primeiramente se faz uma diluição na amostra a fim de que os espermatozoides fiquem parados, pois imagine contar a quantidade de peixes dentro de um aquário cheio deles se eles ficassem nadando, sem parar?
Em seguida, a amostra é colocada nessa lâmina quadriculada e é contabilizada a quantidade de espermatozoides presentes com quatro quadrados dos cantos e no central. Essa contagem é feita duas vezes para garantir a confiabilidade do resultado e depois de multiplicá-la proporcionalmente a 1 mL para se comparar com os valores de referência. As outras células como leucócitos e células redondas também seguem o mesmo procedimento, porém são contadas separadas a fim de diagnosticar uma possível infecção. A concentração dos espermatozoides também segue os mesmos critérios, porém com oscálculos de concentração para que seja possível comparar com os valores da Tabela 1.
AVALIAÇÃO DA MORFOLOGIA E DA MOTILIDADE
A morfologia e a motilidade dos espermatozoides são fatores cruciais para determinar a fertilidade do homem.
Desse modo, para determinar a morfologia, falamos diretamente da qualidade dos espermatozoides, a qual é imprescindível para garantir a fertilidade masculina, sendo que variações anatômicas nas células incapacitam que o espermatozoide nade até o óvulo para realizar a fecundação, morrendo muito antes de alcançar seu destino. Na Figura 7, há os tipos e as deformidades que podemos encontrar nessas células que faz com que não sejam capazes de fecundar um óvulo.
Começando pela primeira fileira da esquerda para direita, as quatro primeiras imagens falam de deformidades na cauda, que pode estar quebrada, curta, enrolada ou ser dupla, o que impede a mobilidade do espermatozoide. Os três seguintes são problemas com o pescoço, o qual pode estar muito enrolado, assimétrico ou muito fino, ou muito grosso, desestabilizando a estrutura das células. 
Outro fator que impede que o espermatozoide cumpra sua função perfeitamente é a presença de muitos vacúolos ou um acrossomo muito pequeno, o que irá dificultar a penetração no óvulo. Assim, mesmo que consiga chegar no seu destino, é provável que morra tentando fecundar sem obter sucesso. As outras deformidades estão ligadas à parte da cabeça do espermatozoide. A presença de duas cabeças faz com que não consiga seguir em uma direção certa e não encontre o óvulo. Sendo que a cabeça sem o formato anatômico correto faz com que esse homem seja estéril.
Vale salientar que alguns homens apresentam uma quantidade mínima de espermatozoides com algumas diferenças na estrutura e não são classificados estéreis, isto é, o indivíduo tem que apresentar a quantidade mínima de gametas saudáveis, em torno de 40 milhões\mL. Caso ele ejacule 50 milhões e 100 mil desses tenham alguma divergência na anatomia, não determina a infertilidade desse indivíduo.
Outro aspecto importante é a motilidade, que determina a capacidade do espermatozoide de se movimentar na direção e velocidade correta até o óvulo. Ressalta-se que esse tipo de estudo, o qual determina a condição de motilidade dessa célula, é feito em laboratório, simulando as condições do útero; contudo, dentro do sistema reprodutor feminino, o espermatozoide terá que lutar com o espesso muco cervical, passar pelo útero e pelas trompas até, finalmente, chegar no gameta feminino.
A Figura 8 apresenta três lâminas que comparam as características estudadas, exemplificando o normal (representado na parte azul), e o anormal (ilustrado na área vermelha). Na primeira bolinha, à esquerda, se analisa a quantidade de espermatozoide de uma amostra, que, na metade vermelha, apresenta muito menos células. Na do meio exemplifica a morfologia, isto é, o formato do espermatozoide, que, como já mencionado, caso apresente diferenças anatômicas significativas é evidência de incapacidade para fecundação do óvulo. 
Por fim, na bolinha à direita falamos na motilidade normal e anormal, que engloba alguns aspectos, como a direção e velocidade. Nesse caso, temos um exemplo de um espermatozoide que está nadando em sentido contrário do que é o normal, de modo que não está indo sentido em direção às trompas, acarretando na impossibilidade de fertilização. 
Para classificar a motilidade do espermatozoide, a Organização Mundial da Saúde (OMS) adotou alguns critérios para poder avaliar o quão incapaz está o gameta masculino
Para realizar esse estudo de motilidade e comparar os resultados com a Tabela 2, é importante criar uma situação muito próxima do que o espermatozoide encontrará no útero. O sêmen tem aspecto coagulado e grudento para que se possa fixar no colo do útero, sendo que contém enzimas responsáveis por digerir algumas proteínas que conferem esse aspecto coagulado, fazendo com que se torne mais líquido. Esse processo é chamado de liquefação, que acontece cerca de uma hora depois da ejaculação e permite que os espermatozoides tenham mais mobilidade e nadem até as trompas.
Assim, o estudo da motilidade é feito com o sêmen liquefeito, onde se pega um pouco dessa amostra e coloca em cima de uma lâmina e a observa em microscópio. Avalia-se a direção e a velocidade desses espermatozoides em 20 campos, considerando que, após uma hora, metade dessas células não apresentam boa motilidade devido ao ambiente pouco propício. A observação deve ser classificada de acordo com os critérios da Tabela 2, onde se compara a velocidade de locomoção e a direção que o espermatozoide está nadando.
CONTAGEM E PESQUISA DE ESPERMATOZOIDES URINÁRIOS PÓS-COITO
No exame de urina tanto de homens como de mulheres que tiveram relação sexual recente pode haver presença de espermatozoides. A urina é ácida e tóxica para essas células, o que faz com que raras vezes se observe algum movimento em lâminas de exames citológicos urinários. Contudo, algumas patologias podem ser diagnosticadas, assim como no caso de ejaculação retrógrada, em que há má-formação dos canais do sistema reprodutor masculino, fazendo com que o sêmen passe pela bexiga durante a ejaculação.
A Figura 9 apresenta uma lâmina com uma amostra de urina pós -coito, onde é possível identificar perfeitamente a presença de alguns espermatozoides em perfeito estado anatômico. Uma quantidade mínima pode ser encontrada sem diagnosticar problemas devido à anatomia masculina e à uretra ser um canal em comum entre o sistema reprodutor masculino e o sistema excretor urinário.
 CULTURA SERIADA DE MEARES E STAMEY
O exame de urina pode ser utilizado para realizar outros testes necessários para descobrir doenças como as patologias prostáticas.
Nesse caso é possível solicitar um exame no qual se usa uma técnica descrita por Meares e Stamey, também conhecido como cultura de secreção prostática.
A coleta do material para realização desse exame deve seguir alguns passos: primeiro, o pênis e a glande devem ser higienizados completamente, eliminando totalmente o esmegma prepucial, caso haja; em seguida, a mão é desinfetada duas vezes com álcool 70°. Esse tipo de exame, em vista que se está buscando a presença de bactérias, o foco é a higiene, então não há necessidade de abstinência sexual.
CURIOSIDADE
A glande, conhecida como cabeça do pênis, tem pequenas glândulas que ficam embaixo, próximo ao corpo do pênis, e quando o órgão não está ereto, essa região fica coberta pelo prepúcio (pele). Essas glândulas secretam substâncias que protegem e lubrificam, no entanto, se acumulam na região do pescoço peniano e devem ser lavadas frequentemente, movimentando-as de modo a puxar a pele do prepúcio e lavando a região. Quando não há boa limpeza, essa secreção se acumula (denominada de esmegma), e pode acarretar em patologias para si ou para a pessoa com quem for ter relações sexuais.
Depois da higiene completa, é coletada a urina de primeiro jato; em seguida, em outro frasco, o jato médio. Também é necessário coletar o sêmen depois de uma massagem feita diretamente na próstata, o que é a parte do exame mais dolorida. E, por último, é coletada mais uma amostra de urina. Logo, depois de todas as coletas realizadas, as amostras são encaminhadas para o laboratório para a realização dos testes.
O objetivo é buscar a presença de bactéria presente na próstata por meio de cultivo desse material em placas de Petri com o meio de cultura adequado, que pode ser ágar sangue, Thayer Martin ou ágar chocolate Haemophilus. Essa placa deve ficar em temperatura e ambiente adequados para o crescimento bacteriano, sendo que o aparecimento de colônias indica a cultura positiva, ou seja, há presença de bactérias na próstata, diagnosticando prostatite aguda ou crônica.
Fisiopatologias
Como qualquer outra parte do corpo humano é preciso cuidar muito bem do sistema reprodutor masculino.
Problemas devem ser diagnosticados o mais rápido possível para que não haja comprometimento na função de fertilidade do indivíduo. Assim, exames de rotina sempresão bem-vindos, uma vez que os sintomas podem aparecer quando a patologia já está em estágio avançado.
Nesse subtópico, vamos falar de duas patologias: a epididimite, a qual pode acometer adultos jovens em idade fértil e dificultar a atividade sexual desse indivíduo; e uma síndrome genética rara ligada ao sexo, chamada de síndrome de Klinefelter, que torna o portador estéril.
EPIDIDIMITE
A epididimite é caracterizada pela inflamação do epidídimo, podendo acometer um conjunto dos testículos, sendo denominada de orquiepididimite. Em geral, o problema aparece em apenasum dos lados, onde apresenta edema e dor na bolsa escrotal.
Como podemos observar na Figura 10, no lado direito da imagem está presente a epididimite, onde a região fica mais inchada, vermelha, quente e dolorida, caracterizando uma inflamação clássica. As causas mais comuns são a presença de bactérias, como a Neisseria gonorrhoear, a mesma que causa a gonorreia, ou algum trauma, uma batida forte ou um acidente de moto, por exemplo. Para diagnosticá-la é muito importante que a clínica médica converse com o paciente e observe o local, além de solicitação de exames complementares. Os mais comuns são exame de urina e a ultrassonografia com Doppler, em que, nesse caso, é possível observar o fluxo sanguíneo de artérias e veias locais.
O tratamento, em geral, é feito com antibióticos para matar as bactérias, analgésicos para amenizar a dor e, em casos mais avançados, é possível utilizar suporte escrotal para evitar que a bolsa escrotal fique em movimento e sofra atrito com a roupa ou o próprio corpo. Essa patologia é reversível e tem tratamento, normalmente não deixam sequelas e, uma vez tratada, o homem pode voltar a ter a vida sexual ativa.
SÍNDROME DE KLINEFELTER
A síndrome de Klinefelter é uma patologia genética ligada ao sexo, acometendo diretamente os cromossomos sexuais.
Os indivíduos portadores são do gênero masculino que, por alguma divergência, recebem um cromossomo X a mais. Como podemos observar na Figura 11, a ilustração do cariótipo de um indivíduo portador dessa síndrome apresenta um cromossomo X a mais do par sexual, classificando-o com 47, XXY.
Em geral, os pais passam a observar os primeiros sinais na época da puberdade onde o corpo começa a apresentar a mudança de aparência pela ação dos hormônios. Contudo, nos portadores da síndrome de Klinefelter costumam ter características distintas, o que acende a luz de alerta dos progenitores. Esses meninos não desenvolvem os testículos, os mantendo em um tamanho bem reduzido, o que resulta em falta de testosterona e infertilidade.
A aparência do corpo começa a apresentar características fenotípicas específicas. Normalmente, são homens altos, porém com braços e pernas longas, podendo aparentar uma certa desproporcionalidade. Logo, os testículos estão atrofiados e inférteis, com pouco pelo pubiano. Os quadris ficam mais largos, o que seria uma característica mais feminina que masculina, além do desenvolvimento das glândulas mamárias, chamada de ginecomastia. Outra aparência marcante é a ausência de barba e pelos no rosto, o que chama a atenção, pois costuma ser uma mudança muito esperada pelos indivíduos do sexo masculino.
A melhor forma de diagnóstico se dá por análise cromossômica do indivíduo, que, caso haja alguma suspeita, pode ser feita ainda dentro do útero por meio da retirada de um pouco do líquido amniótico pelo procedimento de amniocentese. Sendo que, após o nascimento, um exame de sangue também permite essa análise de cariótipo. No entanto, a maioria dos portadores só percebem que podem ter essa síndrome após um exame que detecte sua infertilidade. Assim, resolvem buscar a causa dos sintomas e, dentre todos os exames realizados, é feita uma análise de cromossomos na qual aparece a presença de um ou mais cromossomos X excedentes.
Além das características físicas, esses homens podem ter problemas neurológicos, o que atrasa o desenvolvimento mental deles. Nesses casos, pode haver dificuldade de compreensão e de fala, o que deve ser tratado com fonoaudiólogas desde os primeiros anos de vida. Já na puberdade é necessário fazer a hormonioterapia, em que são administradas doses de testosterona pelo resto da vida, visando melhorar a densidade óssea e evitando fraturas, além de estimular a aparência masculina.
Com o tratamento adequado, há possibilidade desses indivíduos voltarem a ser estéreis, produzindo espermatozoides em quantidade e qualidade suficiente para poderem fecundar o ovário. Contudo, vale salientar que, por ser uma patologia genética, existe a possibilidade de os descendentes apresentarem a mesma patologia, uma vez que no processo de espermatogênese, um dos espermatozoides ficará com um cromossomo a mais. Uma das soluções seria a fertilização in vitro, com o estudo cromossômico dos espermatozoides antes da fecundação a fim de evitar a disseminação da síndrome.
SINTETIZANDO
Nesta unidade, falamos do fluido biológico expelido pelo sistema reprodutor masculino com o intuito de gerar um novo ser, o sêmen. Primeiramente, abordamos a anatomia desse sistema reprodutor, abrangendo desde sua parte externa até a interna, de forma que tornou possível compreender como é formada a célula que participa da fecundação, o espermatozoide, bem como qual o caminho que segue até a sua liberação.
Essas células vão se formar no túbulo seminífero e se juntará a líquidos prostáticos e da vesícula seminal para formar o sêmen, uma vez que os espermatozoides necessitam desses líquidos que são os que o nutrem e permitem que não morram quando entram em contato com o sistema reprodutor feminino. Devido à acidez na área uterina, as chances de morte dos espermatozoides são grandes assim que são lançados; contudo, o pH do sêmen é básico e ajuda a neutralizar esse ácido, garantindo a sobrevida dos espermatozoides durante um tempo.
Conhecemos, também, a espermatogênese, que é o processo de fabricação dos gametas (n) por meio de uma célula somática (2n), que ocorre dentro dos testículos. Nos homens, esse processo é constante e pode correr muitas vezes ao mês, pois com a ejaculação e liberação dos espermatozoides, a produção começa logo em seguida. Porém, caso não sejam eliminados, podem ficar armazenados no epidídimo por cerca de 44 dias.
Para que seja avaliada a saúde e a qualidade dos espermatozoides é realizado um exame chamado espermograma, onde o homem ejacula em um frasco e essa amostra é enviada para ser analisada em laboratório. São observados os aspectos quantitativos e qualitativos, que envolvem o aspecto, a quantidade de células, o formato anatômico do espermatozoide, a morfologia e a motilidade, a fim de garantir que possam chegar até o óvulo e realizar a fecundação.
A próstata é uma parte muito importante do sistema reprodutor masculino e deve ser cuidada. Um exame que pode ser realizado em casos de suspeita de prostatite é a cultura seriada de Meares e Stayme, na qual se coleta urina e sêmen após massagem prostática a fim de detectar a presença de bactérias nesse órgão. Outras patologias podem estar envolvidas nesse sistema. A epididimite é uma inflamação no epidídimo causada por bactérias ou traumas, e pode ser facilmente tratada com medicamentos.
Por último, tratamos da síndrome de Klinefelter, ligada ao sexo, em que o portador tem um cromossomo sexual a mais em seu cariótipo, acarretando no aparecimento de alguns problemas. Assim, o fenótipo do indivíduo é misturado entre as características femininas e masculinas, além de conferir esterilidade ao portador.

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