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IZABELLA FERREIRA REIS - 2024
DIREITO CIVIL - PARTE GERAL - BENS
1. Considerações iniciais
De modo geral, pode-se dizer que a
coisa constitui gênero e bem a espécie -
coisa que proporciona ao homem uma
utilidade sendo suscetível de
apropriação. Assim, entende-se por
coisas tudo que não é humano e por
bens, as coisas com interesses
econômicos e/ou jurídicos.
2. Principais classificações
2.1 Quanto à tangibilidade
Essa classificação não consta no
Código civil, mas, é importante para
compreensão da matéria, assim:
a) bens corpóreos, materiais ou
tangíveis: são aqueles bens que
possuem existência corpórea,
podendo ser tocados. Exemplos:
uma casa, um carro;
b) bens incorpóreos, imateriais ou
intangíveis: são aqueles com
existência abstrata e que não
podem ser tocados pela pessoa
humana, por exemplo os direitos
de autor, a propriedade industrial,
o fundo empresarial, os bens
digitais, a hipoteca, o penhor, a
anticrese, entre outros.
Essa intangibilidade não pode ser
confundida com a materialidade do título
que serve de suporte para a
demonstração desses direitos.
Ademais, nas relações jurídicas
possam ter como objeto tanto bens
corpóreos quanto incorpóreos, há
algumas diferenças na sua disciplina
jurídica, como o fato de que somente os
primeiros podem ser objeto de contrato
de compra e venda, enquanto os bens
imateriais somente se transfere por
contrato de cessão, bem como não
podem, em teoria tradicional, ser
adquiridos por usucapião, nem ser
objeto de tradição (uma vez que esta
implica a entrega da coisa).
2.2 Quanto à mobilidade
Levando-se em conta a mobilidade
dos bens, há a seguinte classificação:
a) bens imóveis: aqueles que não
podem ser removidos ou
transportados sem a sua
deterioração ou destruição,
recebem subclassificação, a
saber:
- por natureza ou por
essência: formados pelo
solo e tudo quanto se lhe
incorpora de forma natural
(art. 79, CC);
- por acessão física
industrial ou artificial:
formados por tudo o que o
homem incorpora
permanentemente ao solo,
não podendo removê-lo
sem a sua destruição ou
deterioração (art. 81, CC);
- por acessão física
intelectual: incorporados
ao imóvel pela vontade do
proprietário;
- por disposição legal:
considerados como
imóveis, para que possam
receber melhor proteção
jurídica (art. 80, CC).
IZABELLA FERREIRA REIS - 2024
b) bens móveis: aqueles que podem
ser transportados, por força
própria ou de terceiro, sem a
deterioração, destruição e
alteração da substância ou da
destinação econômico-social,
sendo subclassificados como:
- por natureza ou essência:
podem ser transportados
sem qualquer dano, por
força própria (bem móvel
semovente) ou alheia (art.
82, CC);
- por antecipação: são os
bens que eram imóveis,
mas que foram
mobilizados por uma
atividade humana, por
exemplo: árvore removida
do solo, lenha cortada (art.
84, CC);
- por determinação legal:
surgem nas situações em
que a lei determina que o
bem é móvel, por exemplo:
direitos autorais e energias
(art. 83, CC).
2.3 Quanto à fungibilidade
Resulta essa classificação da
individualização do bem, ou seja, de
sua quantidade e da sua qualidade
especificadora. Os bens, nessa
categoria, podem ser classificados em
infungíveis ou fungíveis.
a) infungíveis: aqueles que não
podem ser substituídos por outros
da mesma espécie, quantidade e
qualidade;
b) fungíveis: podem ser substituídos
por outros da mesma espécie,
qualidade e quantidade (art. 85,
CC).
2.4 Quanto à consuntibilidade
Apesar de o Código Civil tratar, ao
mesmo tempo, das classificações quanto
à fungibilidade e consuntibilidade, essas
não se confundem, sendo certo que o
último critério leva em conta dois
parâmetros para a classificação (art. 86,
CC).
Isto é, se o consumo do bem implica
destruição imediata, a consuntibilidade
IZABELLA FERREIRA REIS - 2024
é física, ou de fato ou, ainda, fática.
Caso o bem pode ser ou não objeto de
consumo, ou seja, se pode ser alienado,
a consuntibilidade é jurídica ou de
direito.
Assim sendo, surge a seguinte
classificação:
a) consumíveis: bens móveis, cujo
uso importa na destruição
imediata da própria coisa, bem
como aqueles destinados à
alienação (consuntibilidade física
e jurídica) (art. 86; CC);
b) inconsumíveis: aqueles que
proporcionam reiteradas
utilizações, permitindo que se
retire a sua utilidade, sem
deterioração, bem como aqueles
que são inalienáveis
(inconsuantibilidade física e
jurídica).
Ademais, o Código de Defesa do
Consumidor, no seu art. 26, traz
classificação muito próxima da
relacionada com a consuntibilidade física.
Pela Lei 8.078/1990, os produtos ou bens
podem ser classificados em duráveis e
não duráveis. Em os primeiros não
desaparecem facilmente com o consumo,
ao contrário dos bens não duráveis.
2.5 Quanto à divisibilidade
No que diz respeito ao fraccionamento
ou divisão dos bens, há a seguinte
classificação:
a) divisíveis: podem se fracionar
sem alteração em sua
substância, diminuição
considerável de valor ou prejuízo
do uso a que se destinam (art. 87,
CC);
b) indivisíveis: não podem ser
partilhados, pois deixariam de
formar um todo perfeito, gerando
desvalorização, na grande maioria
das vezes. A indivisibilidade pode
decorrer da natureza do bem, de
imposição legal ou da vontade
do seu proprietário (art. 88, CC).
2.6 Quanto à individualidade
Em uma relação com si mesmos, ou
quanto à individualidade, os bens são
assim classificados:
a) singulares ou individuais:
aqueles que, embora reunidos,
possam ser considerados
independentes em relação aos
demais, por exemplo, não é
necessário que seja vendida a
boiada toda, pode-se vender
apenas um boi (art. 89, CC);
b) coletivos ou universais: que se
encontram agregados em um
todo, sendo coletivos aqueles
constituídos por várias coisas
singulares, formando um todo
individualizado. Por outro lado, os
universais podem decorrer de
uma universalidade fática ou
jurídica, vejamos:
- Universidade ou
universalidade de fato:
reunião de bens
homogêneos, pertencentes
a uma mesma pessoa, que
tenha uma só finalidade
econômica, como uma
biblioteca (art. 90, CC);
IZABELLA FERREIRA REIS - 2024
- Universidade ou
universalidade de direito:
conjunto de bens
singulares, tangíveis ou
não, a que uma ficção legal,
com o intuito de produzir
certos efeitos, dá unidade
individualizada, como a
massa falida (art. 91, CC).
2.7 Quanto à dependência em relação
a outro bem
No que diz respeito à relação com
outros bens, em dependência ou não, há
a seguinte classificação, tratada pelo
Código Civil:
a) principais ou independentes:
bens que existem de maneira
autônoma e independente, de
forma concreta ou abstrata (art.
92, CC);
b) acessórios ou dependentes:
cuja existência e finalidade
dependem de outro bem,
denominado bem principal (art. 92,
CC).
Por essa razão, quem for o
proprietário do bem principal será
também do bem acessório; a natureza
jurídica do acessório será a mesma do
principal. Assim, são bens acessórios,
previstos no ordenamento jurídico
brasileiro:
a) frutos: nascem do bem principal,
mantendo a integridade deste
último, sem diminuição da sua
substância ou quantidade (art. 95,
CC);
b) produtos: saem da coisa
principal, diminuindo a
quantidade e substância dessa
última (art. 95, CC);
c) pertenças: bens móveis
destinados a servir outro bem
principal, por vontade ou trabalho
intelectual do proprietário,
podendo ser essencial ou não. No
primeiro caso haverá um bem
imóvel por acessão intelectual.
Caso seja não essencial (art. 94,
CC), o negócio jurídico que atinge
o bem principal não atingirá a
pertença correspondente (art. 93,
CC);
d) partes integrantes: bens
acessórios que estão unidos ao
bem principal, formando com este
último um todo independente, por
exemplo: a lâmpada em relação
ao lustre;
e) benfeitorias: bens introduzidos
em um bem móvel ou imóvel,
visando a sua conservação ou
melhorias da sua utilidade, sendo
classificadas em (art. 96, CC):
- necessárias: essenciais ao
bem principal, a fim
conservar ou evitar que o
bem se deteriora;
- úteis: aumentam ou
facilitam o uso da coisa;
- voluptuárias: de mero
deleite,de mero luxo,
tornam mais agradável o
uso da coisa.
Insta salientar que as benfeitorias
devem ser oriundas da intervenção do
IZABELLA FERREIRA REIS - 2024
proprietário, possuidor ou detentor (art.
97, CC).
2.8 Em relação ao titular do domínio
Como última divisão, levando-se em
conta o titular do domínio ou o interesse,
os bens podem ser particulares ou
públicos, nos termos da classificação a
seguir, que mais interessa ao Direito
Administrativo do que ao Direito Civil:
a) particulares ou privados:
pertencem às pessoas físicas ou
jurídicas de direito privado (art. 98,
CC);
b) públicos ou do Estado:
pertencem a uma entidade de
direito público interno, como no
caso da União, Estados, Distrito
Federal, Municípios, entre outros
(art. 98, CC).
Os bens públicos podem ser assim
classificados:
a) uso geral ou comum do povo:
destinados à utilização do público
em geral, sem necessidade de
permissão especial, sem
possibilidade de alienação (art.
100), de uso gratuito ou retribuído
(art. 103), por exemplo, das
praças, jardins, ruas, estradas,
mares, rios, praias, golfos, entre
outros (art. 99);
b) uso especial: edifícios e terrenos
utilizados pelo próprio Estado para
a execução de serviço público
especial sem possibilidade de
alienação (art. 100), havendo uma
destinação especial, denominada
afetação (art. 99);
c) dominicais ou dominiais:
constituem o patrimônio
disponível e alienável (art. 101)
da pessoa jurídica de direito
público, abrangendo tanto móveis
quanto imóveis (art. 99).
IZABELLA FERREIRA REIS - 2024
3. Bem de família
Não deve confundir o bem de família
convencional ou voluntários (arts. 1.711 a
1.722 CC) com o bem de família legal
(Lei 8.009/90), haja visto que o segundo
não revogou a existência do primeiro.
3.1 Bem de família convencional ou
voluntário
O bem de família convencional ou
voluntário pode ser instituído pelos
cônjuges, pela entidade familiar ou por
terceiro, mediante escritura pública ou
testamento, não podendo ultrapassar
essa reserva um terço do patrimônio
líquido das pessoas que fazem a
instituição (art. 1.711, CC).
Com a instituição do bem de família
convencional ou voluntário, o bem se
torna inalienável e impenhorável,
permanecendo isento de execuções por
dívidas posteriores à instituição.
Entretanto, tal proteção não prevalecerá
nos casos de dívidas com as seguintes
origens (art. 1.715, CC).
a) dívidas anteriores à sua
constituição, de qualquer
natureza;
b) dívidas posteriores, relacionadas
com tributos relativos ao bem,
caso do IPTU (obrigações propter
rem ou ambulatórias);
c) despesas de condomínio (outra
típica obrigação propter rem ou
ambulatória), mesmo posteriores à
instituição.
3.2 Bem de família legal
Este previsto na Lei 8.009/90, que
traça as regras específicas quanto à
proteção do bem de família legal,
prevendo a proteção do imóvel
residencial do casal ou entidade familiar,
sendo este impenhorável, tratando-se
de uma importante norma de ordem
pública que protege tanto a família
quanto a pessoa humana.
Ademais, é justificada pela Súmula n°
205 do STJ, havendo eficácia retroativa,
atingindo assim as penhoras constituídas
antes da sua entrada em vigor.
Portanto, tem proteção automática
sem limites fixados por lei, em regra,
sendo a proteção do único imóvel em
que reside a entidade familiar.
Por fim, as exceções está prevista no
art. 3° da norma específica:
a) pelo titular do crédito decorrente
de financiamento destinado à
construção ou aquisição do
imóvel;
b) pelo credor de pensão alimentícia,
resguardados os direitos, sobre o
bem, do seu coproprietário que,
com o devedor, integre união
estável ou conjugal, observadas
as hipóteses em que ambos
responderão pela dívida;
c) para cobrança de impostos,
predial ou territorial, taxas e
contribuições devidas em relação
ao imóvel familiar, inclusive
despesas de condomínio;
d) para a execução de hipoteca
sobre o imóvel, oferecido como
IZABELLA FERREIRA REIS - 2024
garantia real pelo casal ou pela
entidade familiar;
e) no caso de o imóvel ter sido
adquirido como produto de crime
ou para a execução de sentença
penal condenatória;
f) por obrigação decorrente de fiança
concedida em contrato de locação
urbana.

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