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APG – SOI V Emilly Lorena Queiroz Amaral – Medicina/5º Período 1 @emilly.lorenaa APG 2 – As dores do mundo 1) COMPREENDER OS FATORES DE RISCO, COMO DIFERENCIAR E DIAGNOSTICAR AS DORES ARTICULARES INFLAMATÓRIAS DE MECÂNICAS Um dos sintomas mais comuns na consulta do reumatologista é a dor articular, seja inflamatória ou mecânica. A poliartralgia é descrita como a dor em + de 4 articulações, e, apesar de a maioria das pessoas com esse sintomas ter doenças benignas e autolimitadas, as artrites e as doenças musculoesqueléticas crônicas são as maiores causas de absenteísmo e disfunção no Brasil. As poliartrites e as poliartralgias são comumente encontradas na prática clínica, e suas causas incluem desde várias doenças autolimitadas até outras com risco de vida potencial. A maioria dos indivíduos com queixas musculoesqueléticas podem ser diagnosticados por meio de uma anamnese completa e exames físicos e musculoesqueléticos abrangentes. A consulta inicial deve determinar se a queixa musculoesquelética sinaliza ou não um sinal de alerta (artrite séptica, gota ou fratura). A avaliação deve prosseguir para averiguar se a queixa é: De origem articular ou não articular; Os distúrbios articulares podem ser caracterizados por dor profunda ou difusa, dor ou amplitude de movimento limitada durante as mobilizações ativa e passiva, bem como aumento de volume (causado por proliferação sinovial, derrame ou hipertrofia óssea), crepitação, instabilidade, “bloqueio” ou deformidade. Em contrapartida, os distúrbios não articulares tendem a produzir dor na amplitude de movimento ativa, porém não na passiva (ou assistida). Além disso, os distúrbios não articulares raramente demonstram aumento de volume, crepitação, instabilidade ou deformidade da própria articulação. De natureza inflamatória ou não inflamatória; De duração aguda ou crônica; De distribuição localizada (monoarticular) ou generalizada (poliarticular). As causas mais prevalentes de queixas musculoesqueléticas são traumatismo, fraturas, síndromes de uso excessivo e a fibromialgia. Outros distúrbios devem ser considerados, caso esses anteriores forem excluídos, com base na idade na idade do paciente. Dessa forma, aqueles <60 anos comumente são acometidos por distúrbios de uso/tensão, gota (apenas homens), AR, espondiloartrite e, raramente, artrite infecciosa. Os >60 anos de idade são acometidos frequentemente por degeneração ou reparo ineficaz (OA), artrite induzida por cristais (gota e pseudogota), polimialgia reumática, fratura osteoporótica e, raramente, artrite séptica. DOENÇAS ARTICULARES INFLAMATÓRIAS As dores articulares inflamatórias requerem avaliação de sua intensidade, bem como pesquisa de sinais flogísticos (dor, calor e rubor), alterações de coloração, período de aparecimento da dor, presença de alteração funcional e de rigidez matinal e relação com esforço ou repouso. Nas doenças inflamatórias, costumam ocorrer artralgias mais intensas, de predomínio matutino ou após repouso prolongado, com significativa restrição de movimento na 1ª hora, acompanhadas de aumento de volume e de temperatura, que DIMINUEM, mas não desaparecem, com o repouso, comprometendo habitualmente mais de uma articulação. Ou seja: Os distúrbios inflamatórios podem ser identificados por qualquer um dos 4 sinais cardinais da inflamação: eritema, calor, dor ou tumefação, pelos sintomas sistêmicos: fadiga, febre, erupção cutânea, perda de peso ou pela evidência laboratorial de inflamação VHS ou PCR elevadas, trombocitose, anemia da doença crônica ou hipoalbuminemia. A duração da rigidez pode ser prolongada (horas) nos distúrbios inflamatórios (AR ou polimialgia reumática) e melhora com a atividade. Em contrapartida a rigidez intermitente (também conhecida como fenômeno de gel) é típica das condições não inflamatórias (como osteoartrite = OA), tem duração mais curta (< 60 minutos) e é exacerbada pela atividade. As etiologias incluem: POLIARTRITES: Artrites infecciosas: bacterianas (doença de Lyme, endocardite infecciosa), virais e outras; Artrites pós-infecciosas: artrite reativa e febre reumática; APG – SOI V Emilly Lorena Queiroz Amaral – Medicina/5º Período 2 @emilly.lorenaa Espondiloartrites: espondilite anquilosante, artrite psoriásica e artrite enteropática; Artrite reumatoide (AR); Artrite induzida por cristal; Artrite idiopática juvenil; Doenças reumáticas sistêmicas: lúpus eritematoso sistêmico, vasculite, esclerose sistêmica, polimiosite e dermatomiosite, doença de Still do adulto, doença de Behçet, policondrite recidivante, síndromes autoinflamatórias e doença mista do tecido conjuntivo; Miscelânea: sarcoidose, reumatismo palindrômico, febre familiar do mediterrâneo, malignidades e hiperlipoproteinemias. ARTRITES VIRAIS: Hepatite B e C; Vírus Epstein-Barr; Parvovírus; Chikungunya; Dengue. Fibromialgia; Reumatismo de partes moles (bursites e tendinites); Hipotireoidismo; Dor neuropática; Poliartralgia associadas à depressão. O padrão de envolvimento articular pode ser SUGESTIVO de uma doença, como, por exemplo, uma poliartrite simétrica e aditiva, de pequenas e médias articulações, conceituada como síndrome reumatoide, acontece com frequência na AR, no lúpus eritematoso sistêmicos (LES), na artrite reativa e na artrite psoriásica. Nas artrites reativas, a distribuição é aleatória e assimétrica, com preferência pelo acometimento de grandes articulações dos membros inferiores, levando a grande incapacidade funcional. A artrite psoriásica, por sua vez, pode se manifestar de cinco maneiras: Forma poliarticular (simétrica e aditiva, semelhante a AR); Oligoarticular (grandes articulações); Axial; Interfalângica distal (mais típica, embora represente apenas 2% dos casos); Forma mutilante. Nas espondiloartrites, cujo envolvimento é predominantemente axial, em geral, apresentam concomitante acometimento de sacroilíacas, o qual deve ser sempre pesquisado nesse contexto. O envolvimento do esqueleto axial é comum nas osteoartroses (principalmente lombar e cervical). Já uma monoartrite de repetição, muito dolorosa, sobretudo nos MMII, em homens e que evolui para oligoartrite (3 ou - articulações) e poliartrite (+4) é sugestivo de artropatia microcristalina (gota). Em casos de pacientes idosos que apresentam dor inflamatória nas cinturas escapular e pélvica, rigidez matutina e VHS elevada, deve-se avaliar a possibilidade de polimialgia reumática. É necessário sempre também indagar acerca de sintomas constitucionais, como febre, perda de peso e mal-estar, além de sintomas associados como fadiga, rash, adenopatia, alopecia, úlceras nasais e orais, dor pleurítica, fenômeno de Raynaud, xeroftalmia e xerostomia. A febre sugere algumas etiologias, como: artrite infecciosa, pós infecciosa, doença sistêmica (doença de Still, vasculite, LES) e artrite por depósitos de cristal (gota ou doença por deposição de cristal de pirofosfato). DOENÇAS ARTICULARES MECÂNICAS Os distúrbios não inflamatórios podem estar relacionados com traumatismo (laceração do manguito rotador), uso repetitivo (bursite, tendinite), degeneração ou reparo ineficaz (AO), neoplasia (sinovite vilonodular pigmentada) ou amplificação da dor (fibromialgia). Costumam ser caracterizados por dor sem tumefação sinovial ou calor, ausência de manifestações inflamatórias ou sistêmicas, manifestação diurna, fenômeno de gel APG – SOI V Emilly Lorena Queiroz Amaral – Medicina/5º Período 3 @emilly.lorenaa intermitente em vez de rigidez matinal prolongadae exames laboratoriais normais (para a idade) ou negativos. DIAGNÓSTICO Os achados da anamnese podem revelar indícios importantes que permitem chegar ao diagnóstico. Os aspectos relacionados com o perfil do paciente, a cronologia da queixa, a extensão do envolvimento articular e os fatores precipitantes podem proporcionar importantes informações. De acordo com a faixa etária, certos diagnósticos são mais frequentes: O LES e a artrite reativa são mais frequentes em jovens; A fibromialgia e a AR são mais comuns na meia-idade; A OA e a polimialgia reumática são mais prevalentes entre os idosos. De acordo com o sexo: A gota, a espondiloartrite e a espondilite anquilosante são mais comuns nos homens; A AR, a fibromialgia, a osteoporose e o lúpus são mais frequentes nas mulheres. De acordo com a raça: A polimialgia reumática, a arterite de células gigantes e a granulomatose com poliangeíte (GPA, anteriormente denominada granulomatose de Wegener) afetam comumente os indivíduos brancos; A sarcoidose e o LES acometem mais comumente os negros. De acordo com a cronologia: O início de distúrbios como artrite séptica ou gota costuma ser brusco; A OA, a AR e a fibromialgia podem evoluir de maneira diferente e serem classificadas como crônicas (OA), intermitentes (artrite induzida por cristais ou de Lyme), migratórias (febre reumática, artrite gonocócica ou viral) ou aditivas (AR, artrite psoriásica); Na intermitente, os sintomas inflamatórios se apresentam por um período breve (agudo, <6 semanas) e têm resolução completa antes de se reapresentarem. A migratória é caracterizada pelo início rápido, oligoarticular, com resolução de 24-36 horas e ressurgimento em outra articulação (geralmente assimétrica). Agudas <6 semanas (costumam ser infecciosas, induzidas por cristais ou reativas) e crônicas (artrites não inflamatórias ou imunológicas = OA, AR e nos distúrbios não articulares = fibromialgia) >6 semanas. De acordo com a extensão ou distribuição: Monoarticulares: uma única articulação acometida; Oligoarticulares ou pauciarticulares: 2-3 articulações; Poliarticulares: 4 ou + articulações. Os distúrbios não articulares podem ser classificados como focais ou generalizados. De acordo com os eventos desencadeantes: Traumatismo: osteonecrose, laceração do menisco; Administração de fármacos; Infecção antecedente ou intercorrente (febre reumática, artrite reativa, hepatite); Doenças que podem ter contribuído para as queixas do paciente (certas comorbidades): DM = síndrome do túnel do carpo; Insuficiência renal = gota; Depressão ou insônia = fibromialgia; Mieloma = dor lombar; Câncer = miosite; Osteoporose = fratura; Uso de glicocorticoides = osteonecrose, artrite séptica; Uso de diuréticos ou quimioterapia = gota. O exame físico tem como meta averiguar as estruturas envolvidas, a natureza da patologia subjacente, as consequências funcionais do processo e a presença de manifestações sistêmicas ou extra-articulares. No exame físico é essencial examinar todas as articulações e estruturas periarticulares à procura de dor, edema, calor, rubor, deformidades, assimetrias, crepitações e restrições de movimento. E deve ser realizado na seguinte ordem: INSPEÇÃO (geral e segmentar); PALPAÇÃO; MOVIMENTAÇÃO: requer testes de movimentos ativos (feitos pelo paciente), passivos (realizados pelo examinador) e de contra resistência (feito pelo paciente contra a oposição imposta pelo examinador). A redução ativa de movimentos, mas mantendo-se a mobilização passiva, sugere acometimento de partes moles, como bursites, tendinites e lesão muscular. Se ambas as movimentações estiverem comprometidas, considera-se que o paciente apresenta acometimento articular. APG – SOI V Emilly Lorena Queiroz Amaral – Medicina/5º Período 4 @emilly.lorenaa É importante estabelecer a presença ou a ausência de sinovite por meio do exame físico: presença de edema de partes moles, calor sobre a articulação, perda de mobilidade e palpação de líquido intra-articular. Quando uma causa mecânica ou extra-articular é identificada, testes de laboratório são em geral desnecessários. Entretanto, na suspeita de doença sistêmica, alguns testes podem ser utilizados: Provas de atividade inflamatória: embora inespecíficas, auxiliam na diferenciação entre condições inflamatórias e não inflamatórias. As mais empregadas são a VHS e a PCR. Esses testes não diagnosticam e há chance de estarem alterados em uma série de doenças (malignidades, infecções). Além disso, a VHS pode se alterar nas afecções da série vermelha, insuficiência renal, diabetes e aumentam com a idade. Autoanticorpos: devem ser pesquisados quando há suspeita clínica. Fator antinúcleo (FAN): tem alta sensibilidade, mas baixa especificidade para LES, além de ser encontrado em outras doenças (reumáticas ou não) bem como em indivíduos saudáveis. Quanto mais alto o título do FAN, maior a possibilidade do diagnóstico de doença autoimune. Fator reumatoide (FR): deve ser solicitado diante da hipótese diagnóstica de AR. Porém, até 1/3 dos pacientes com AR mantêm-se soronegativos ao longo da evolução da doença. O FR pode ainda ser encontrado em outras doenças inflamatórias ou infecciosas: LES, endocardite infecciosa, vasculites, hepatites virais, sífilis, entre outros. Anticorpos contra peptídio cíclico citrulinado (anti- CCP): são mais específicos que o FR para o diagnóstico de AR e frequentemente encontrados nesses indivíduos. Predizem doença erosiva. Sorologias virais e bacterianas: pesquisa de vírus como parvovírus, hepatites B e C, pesquisa de estreptococos do grupo A e Borrelia burgdorferi. Ácido úrico sérico: em geral está elevado na gota. No entanto, a hiperuricemia assintomática é condição frequente na população geral, de modo que o achado isolado de hiperuricemia tem pouco valor. Em pacientes em crise, mesmo no acometimento poliarticular, comumente os níveis de ácido úrico estão normais ou até baixos A análise do líquido sinovial é especialmente importante no diagnóstico de artrite séptica e por depósito de cristal. Além disso, possibilita a classificação entre artrite inflamatória e não inflamatória, bem como a identificação de hemartrose. Recomenda-se a análise do líquido sinovial a pacientes já com doença reumática estabelecida, que apresentem febre e nova atividade articular, bem como para pacientes que ainda têm diagnóstico incerto após propedêuticas clínica e laboratorial iniciais. Os exames de imagem não são recomendados rotineiramente. Têm maior utilidade quando há suspeita específica, como na investigação de AR, em que as radiografias mostram achados como erosões, ou de OA, em que se procura por osteofitose e redução do espaço articular. A US é útil quando há duvida clínica de sinovite. A biopsia articular deve ser realizada especialmente quando houver suspeita de tuberculose, infecções fúngicas ou sarcoidose. ABORDAGEM ÀS QUEIXAS REUMÁTICAS REGIONAIS Muitos casos com queixas musculoesqueléticas focais são causados por distúrbios comumente encontrados que exibem um padrão previsível de início, evolução e localização. Eles com frequência podem ser diagnosticados imediatamente com base em informação de anamnese focada e manobras ou testes selecionados. DOR NA MÃO A dor na mão focal ou unilateral pode resultar de traumatismo, uso excessivo, infecção ou artrite reativa induzida por cristais. Em contrapartida, as queixas em ambas as mãos geralmente sugerem etiologia degenerativa (OA), sistêmica ou inflamatória/imune (AR). A distribuição ou o padrão do comprometimento articular são altamente sugestivos de determinados distúrbios. DOR NO OMBRO Durante a avaliação dos distúrbios do ombro, o médico deve assinalar com extremo cuidado qualquer história de traumatismo, fibromialgia, infecção, doenças inflamatórias, riscos ocupacionais ou doença cervical prévia. APG – SOI V Emilly Lorena Queiroz Amaral – Medicina/5º Período 5 @emilly.lorenaa Além disso, o paciente deve ser interrogado acerca das atividades ou movimentos que induzem a dor no ombro. A artrite é sugerida pela ocorrência de dor com o movimento em todos os planos, a dor induzida por um movimento ativo específico sugere um processo periarticular (não articular). A dor no ombro pode se originar nas articulações glenoumeral ou acromioclavicular, na bursa subacromial (subdeltóidea), nos tecidos moles periarticulares (fibromialgia, laceração/tendinite do manguito rotador) ou na coluna cervical. DOR NO JOELHO A dor no joelho pode resultar de processos intrarticulares (OA, AR) ou periarticulares (bursite anserina, distensão do ligamento colateral) ou pode ser referida de uma patologia do quadril. Uma anamnese minuciosa pode delinear a cronologia da queixa relacionada com o joelho e se existem condições predisponentes, traumatismos ou medicações que possam ser responsáveis pela queixa A observação da marcha do paciente também é importante. O joelho deve ser cuidadosamente examinado nas posições ereta (com sustentação do peso) e em decúbito dorsal quanto à presença de tumefação, eritema, desalinhamento, traumatismo visível, desgaste muscular e discrepância no comprimento das pernas. O mal alinhamento mais comum no joelho é o genuvaro (pernas arqueadas) ou genuvalgo (joelhos virados para dentro) em consequência da perda assimétrica de cartilagem medial ou lateralmente. DOR NO QUADRIL O quadril é mais facilmente avaliado observando-se a marcha do paciente e determinando-se a amplitude do movimento. A grande maioria dos pacientes que relatam “dor no quadril” localiza a dor unilateralmente na musculatura glútea posterior. Essa dor tende a irradiar-se para baixo ou ao longo da superfície posterolateral da coxa e pode ou não estar associada a queixas de lombalgia. Essa manifestação resulta com frequência de artrite degenerativa da coluna espinal lombossacral ou dos discos e adota comumente distribuição dermatomal com o acometimento das raízes nervosas entre L4 e S1. TRATAMENTO O distúrbio subjacente é tratado sempre que possível. Doenças inflamatórias sistêmicas podem precisar de imunossupressão ou de antibióticos determinados de acordo com o diagnóstico. A inflamação das articulações geralmente é tratada de forma sintomática com AINEs. Metabolismo do Ácido Araquidônico: O ácido araquidônico está constituindo a membrana celular, entre os fosfolipídios de membrana, dessa forma, há uma enzima de membrana (fosfolipase A2) que vai separar o ácido araquidônico da membrana plasmática da célula. Isso é importante para a ação fisiológica do ácido araquidônico, uma vez que vai ser metabolizado e vai agir localmente dentro de uma determinada célula. O ácido araquidônico depois de ser extraído da membrana, ele pode sofrer ação de duas enzimas: ciclo-oxigenase (COX1 e 2) (vai transformar o ácido araquidônico em prostaglandinas ou tromboxanos, que são substâncias importantes na inflamação e proteção dos rins e TGI) ou lipo-oxigenase (vai transformar o ácido araquidônico nos leucotrienos, importante nos processos inflamatórios). A COX-1 está presente nas células em condições fisiológicas, principalmente nos vasos sanguíneos, plaquetas, estômago e rins. A COX-2 pode ser induzida na presença de citocinas (interleucina-1, interleucina-2 e do fator de necrose tumoral), ésteres do forbol, fatores de crescimento e endotoxinas, sendo expressa caracteristicamente por células envolvidas no processo inflamatório (macrófagos, monócitos e sinoviócitos). A COX-1 será responsável por catalisar as reações que formam as prostaglandinas (PGD2, PGE2), prostaciclinas (PGI2) e tromboxanos (TxA2), enquanto a COX-2 pelas prostaciclinas (PGI2) e prostaglandinas (PGE2). APG – SOI V Emilly Lorena Queiroz Amaral – Medicina/5º Período 6 @emilly.lorenaa O sistema imune conta com uma série de mecanismos para evitar o aparecimento de doenças. Dentre esses processos, está inserida a inflamação, desencadeada pela COX-2, que promove vasodilatação e aumento da permeabilidade tecidual através dos eicosanoides (regulação parácrina). AINEs: Os inibidores de COX (dipirona, ibuprofeno) inibem tanto COX-1 como a COX-2 e, como COX-1 tem efeitos fisiológicos, esses fármacos podem causar desconfortos com uso contínuo. Com a inibição da COX-1, por exemplo, se reduz a proteção gástrica (não inibição das células parietais e redução da estimulação das glândulas mucosas). Ao contrário disso, os coxibes (celecoxibe) tem efeito inibitório seletivo, atua sobre COX-2 e, por isso, apresenta menos efeitos adversos, o que leva a maior adesão ao tratamento e menores danos (em especial gastrointestinais e hemodinâmicos). A presença de dor sem inflamação geralmente é tratada de forma mais segura com acetaminofen (paracetamol). Às vezes, a imobilização da articulação com tala ou tipoia pode aliviar a dor. A termoterapia pode ser analgésica nas doenças articulares inflamatórias. Como a poliartrite crônica pode resultar em inatividade e atrofia muscular secundária, a atividade física continuada deve ser incentivada. REFERÊNCIAS JAMESON, J L.; FAUCI, Antônio S.; KASPER, Dennis L.; e outros Medicina interna de Harrison - 2 volumes (20ª ed). Porto Alegre: Grupo A, 2019. RIBEIRO, Priscila Dias C. Amerepam - Manual de Reumatologia. 2ª ed. Rio de Janeiro: Grupo GEN, 2020. GUSSO, Gustavo; LOPES, José M C.; DIAS, Lêda C. Tratado de medicina de família e comunidade - 2 volumes: princípios, formação e prática. 2ª ed. Porto Alegre: Grupo A, 2019.
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