Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
ESTÉTICA E COSMÉTICA ESTÉTICA EM PRÉ E PÓS OPERATÓRIO PROCESSO CICATRICIAL Profa. Denise Pirillo Nicida PARTICIPAÇÃO DO ESTETICISTA NO PÓS-OPERATÓRIO • Deve conhecer as etapas do processo cicatricial, a fim de escolher os procedimentos seguros em cada etapa PROCESSO DE CICATRIZAÇÃO Cicatrização é o restabelecimento do tecido lesado, resultando em uma cicatriz. CICATRIZAÇÃO Regeneração das células mortas através do processo da proliferação das sobreviventes Formação de tecido de granulação Reconstrução do tecido CICATRIZES QUEM PARTICIPA? Matriz extracelular Complexo de macromoléculas subjacentes às células epiteliais e ao redor do tecido conjuntivo, composta por: Colágeno Membranas basais Fibras elásticas Glicoproteínas estruturais Proteoglicanas QUEM PARTICIPA? Matriz extracelular As propriedades da cicatriz dependem da deposição de uma matriz extracelular adequada QUEM PARTICIPA? Fibroblastos Células que tem papel central no processo de regeneração tecidual Sintetizam a maioria dos elementos do tecido conjuntivo: Colágeno Elastina Glicosaminoglicanas QUEM PARTICIPA? Colágeno Tipo III: 1º colágeno depositado na cicatrização da ferida (tecido de granulação) Tipo I: no tecido cicatricial QUEM PARTICIPA? Elastina Permite que a pele assuma várias formas sem perder a integridade QUEM PARTICIPA? Neutrófilos Removem corpos estranhos, bactérias e restos celulares Ao se degradarem dão o aspecto purulento nas feridas QUEM PARTICIPA? Monócitos Transformam-se em macrófagos, que: Fagocitam bactérias Fagocitam restos celulares Controlam a formação do tecido de granulação Influenciam a angiogênese Auxiliam na proliferação e migração dos fibroblastos Removem os neutrófilos REPARAÇÃO TECIDUAL DA PELE Cicatrização: fenômeno dinâmico complexo, que envolve reações fisiológicas e bioquímicas Processo de reparação de um ferimento Ocorre principalmente no tecido conjuntivo e a cicatriz consiste na substituição do tecido lesado, por tecido conjuntivo neoformado, conhecido como cicatricial REPARAÇÃO TECIDUAL Coagulação – Inflamação – Proliferação (reparação) – Contração da ferida – Remodelamento(maturação) Não ocorrem separadas e sim se sobrepondo e se completando REPARAÇÃO TECIDUAL COAGULAÇÃO Ocorre imediatamente após a lesão (fase inflamatória aguda) A coagulação diminui a perda de sangue e libera produtos biológicos que convertem fibroblastos e células endoteliais em reparos teciduais A rede de fibrinas forma um “tampão” de plaquetas (coágulo) FASE INFLAMATÓRIA É uma reação defensiva local, restrita à área sujeita a agressão (física, química ou biológica) A intensidade e a duração da reação é determinada tanto pela gravidade da lesão quanto pela capacidade reacional do organismo lesado Dura de 3 a 6 dias FASE INFLAMATÓRIA Função da inflamação: destruir, diluir ou imobilizar o agente agressor, e com o tempo deflagrar uma série de acontecimentos que curam e reconstituem o tecido lesado FASE INFLAMATÓRIA A ativação da cascata de coagulação leva à liberação da bradicinina, provocando vasodilatação aumentando a permeabilidade local e consequentemente o aporte de células de defesa, oxigênio e nutrientes. FASE INFLAMATÓRIA Esse processo promove a regeneração tecidual e o retorno da função fisiológica ou formação de tecido cicatricial Essas respostas visam manter a homeostase corporal FASE INFLAMATÓRIA - CÉLULAS Macrófagos = liberam quantidade de substâncias que vão atrair outras células inflamatórias e iniciar a formação do tecido de granulação (início da próxima fase) FASE INFLAMATÓRIA - CÉLULAS Leucócitos (neutrófilos e monócitos) = fagocitar e digerir microrganismos invasores, restos de tecidos e células mortas FASE INFLAMATÓRIA Principais características da fase inflamatória são a exsudação de líquidos e de proteínas plasmáticas (edema), e a emigração de leucócitos Exsudato = barreira contra infecções FASE INFLAMATÓRIA Sinais clínicos: calor, rubor, tumefação e dor, seguidos de perda da função FASE INFLAMATÓRIA Primeiras 72h (3 dias), mas pode se prolongar até 6 dias; Após o ferimento, ocorre um sangramento que traz plaquetas, hemácias e fibrina; Seguido de uma vasoconstrição rápida para auxiliar os mecanismos de coagulação para obter a hemostasia; Importante para limitar a lesão tecidual e proteger o leito da ferida de contaminação; Em seguida reação inflamatória aguda e hemostasia; Ocorre uma vasodilatação, edema e migração celular (neutrófilos e monócitos produzindo limpeza da ferida, eliminando restos necróticos e desvitalizados); Ocasionando calor, rubor e edema local. FASE PROLIFERATIVA ➢ Formação do tecido de granulação, responsável pelo “fechamento” da lesão ➢ Inicia por volta do 3º dia após a lesão e dura de 2 a 3 semanas FASE PROLIFERATIVA ➢ Reepitelização ➢ Fibroplasia ➢ Angiogênese FASE PROLIFERATIVA Os fibroblastos quando estimulados pelas substâncias liberadas por plaquetas e macrófagos: Proliferam Migram Depositam matriz extracelular Causam retração (contração) da ferida FASE PROLIFERATIVA A matriz extracelular sintetizada pelos fibroblastos serve como substrato para a migração de macrófagos, células angiogênicas e outros fibroblastos FASE PROLIFERATIVA A maior parte dos fibroblastos do tecido de granulação sofrem modificações Essas células são responsáveis pela retração do tecido e pela síntese de matriz extracelular FASE PROLIFERATIVA Fonte: NALIN, A.L. Cicatrização. In : BORGES, F. dos S. e SCORZA, F.A. Terapêutica em estética: conceitos e técnicas. São Paulo: Phorte, 2016. Fase Proliferativa Começa mais ou menos no 3º dia e vai até o 20º dia; Fibroblastos influenciados pelas citocinas (derivadas dos macrófagos) migram da borda para o interior da ferida; Ocorrendo fibroplasia, síntese de colágeno (proteína importante para matriz extracelular); Ao mesmo tempo ocorre proliferação de células endoteliais fazendo a angiogênese (formação de novos vasos sg); E também infiltração densa de macrófagos fazendo o tecido de granulação; FASE DE REMODELAÇÃO Ocorre a maturação e a reorganização do colágeno, que adquire maior força tensil e empalidece Ocorre a involução de capilares neoformados e a pigmentação A cicatriz assume a coloração semelhante à pele adjacente FASE DE REMODELAÇÃO O resultado final do tecido de granulação é uma cicatriz composta de fibroblastos inativos, colágeno denso, fragmentos de tecido elástico, matriz extracelular e poucos vasos FASE DE REMODELAÇÃO – FORÇA TENSIL Indicador da quantidade de tração que o tecido cicatricial consegue suportar. Terceira semana, uma ferida cutânea atinge 30% da força tênsil da pele normal. Sexta semana , o ganho é bem menos pronunciado, atingindo, no máximo, 80% da força da pele integra. FASE DE REMODELAÇÃO – FORÇA TENSIL Fase Remodelação Em torno do 21º dia e vai até 1 ano e meio; A densidade celular e a vascularização da ferida diminuem; O alinhamento das fibras colágenas é reorganizado; Com objetivo de aumentar a resistência do tecido e diminuir a espessura da cicatriz; Durante esse período a cicatriz vai progressivamente alterando sua tonalidade passando do vermelho escuro ao rosa claro. TIPOS DE CICATRIZAÇÃO – SEGUNDO TIPO E QUANTIDADE DE TECIDO 1ª intenção 2ª intenção 3ª intenção CICATRIZAÇÃO POR 1ª INTENÇÃO União primária Ocorre por aproximação das bordas da ferida Perda mínima de tecido e ausência de infecção Caracteriza-se por rápida reepitelização e mínima formação de tecido de granulação, apresentando o melhor resultado estético CICATRIZAÇÃO POR 1ª INTENÇÃO Ocorre nas feridas limpas, fechadas por aproximaçãodas bordas, seja por sutura com fios, clipes ou micropore, ou ainda pela utilização de enxertos ou retalhos cutâneos. É a cicatrização das cirurgias plásticas. CICATRIZAÇÃO POR 2ª INTENÇÃO Granulação e contração da ferida Ocorre perda excessiva de tecido e/ou presença de infecção As bordas se afastam Cicatrização da periferia para o centro Cicatrizes mais evidentes CICATRIZAÇÃO POR 3ª INTENÇÃO (ANORMAL) As setas vermelhas representam as bactérias. A ferida é preenchida com tecido de granulação, que produz pus até as bactérias serem eliminadas. Depois disso o tecido de granulação contrai e produz uma cicatriz. CICATRIZAÇÃO INADEQUADA Incapacidade de promoção de reação inflamatória adequada Incapacidade de produção de novas células Componentes da cicatriz em quantidade ou qualidade inadequada FATORES QUE INFLUENCIAM A CICATRIZAÇÃO Fatores sistêmicos: (relacionados ao indivíduo) Idade Estado nutricional Diabetes Uso de medicamentos (principalmente corticoides) Tabagismo FATORES QUE INFLUENCIAM A CICATRIZAÇÃO Fatores locais: (relacionados diretamente à ferida) Características da ferida (tipo, localização, dimensão) Tensão na ferida Infecção local Edema Cuidados adotados DISTÚRBIOS CICATRICIAIS (CICATRIZES INESTÉTICAS) Cicatriz atrófica Cicatriz hipertrófica Queloides Cicatrizes hipercrômicas Cicatrizes hipocrômicas CICATRIZ ATRÓFICA O tecido lesado não é inteiramente substituído por tecido cicatricial. CICATRIZ ATRÓFICA Lesão mais profunda que o relevo da pele ao seu redor. Fonte: NALIN, A.L. Cicatrização. In : BORGES, F. dos S. e SCORZA, F.A. Terapêutica em estética: conceitos e técnicas. São Paulo: Phorte, 2016. CICATRIZ ATRÓFICA CICATRIZ HIPERTRÓFICA Caracteriza-se por estender-se acima do nível da pele, permanecendo, porém, sempre restrita à área do ferimento. A hipertrofia é mais frequente em regiões de feridas submetidas a forças de tração elevadas. CICATRIZ HIPERTRÓFICA Lesão elevada, que não ultrapassa os limites da ferida inicial. Resposta exacerbada do tecido conjuntivo cutâneo, que se orienta em espiral sobre a superfície cutânea. Fonte: NALIN, A.L. Cicatrização. In : BORGES, F. dos S. e SCORZA, F.A. Terapêutica em estética: conceitos e técnicas. São Paulo: Phorte, 2016. CICATRIZ HIPERTRÓFICA QUELÓIDE Lesão elevada que ultrapassa os limites da ferida original, ou seja, invade a pele normal adjacente. Fonte: NALIN, A.L. Cicatrização. In : BORGES, F. dos S. e SCORZA, F.A. Terapêutica em estética: conceitos e técnicas. São Paulo: Phorte, 2016. QUELÓIDE Lesão proliferativa, formada por tecido de cicatrização fibroso que se estende além dos limites do ferimento original. Fonte:www.queloide.com.br/cicatrizhipertrofica.htm QUELÓIDE QUELÓIDE Existem fatores predisponentes para a sua formação: • hereditariedade (mais comum em negros e asiáticos) • retardo cicatricial (infecções) • tensão excessiva na ferida (seroma, edema, mobilização) • área corporal (tórax, ombros, orelhas) Não regride espontaneamente. Cicatriz hipertrófica • cicatriz elevada • coloração rósea • limitada as bordas da ferida • apresenta prurido • eventualmente dor • regride com o tempo • pode regredir com a compressão e/ou massagens Quelóide • cicatriz elevada • coloração violácea • invade os limites da cicatriz • apresenta prurido • geralmente dor e ardor • não regride espontaneamente • não cede a compressão e massagens CICATRIZ HIPERCRÔMICA Produção exacerbada de melanina pelo melanócito, devido à exposição da pele aos raios UV ou pela resposta inflamatória intensa. CICATRIZ HIPOCRÔMICA Ineficiência ou morte de melanócitos pela lesão ESTÉTICA E CICATRIZAÇÃO Drenagem linfática manual Compressão Massagem clássica Micro correntes Fototerapia Ultra som ESTÉTICA E CICATRIZAÇÃO A fase da cicatrização orienta as condutas. Importante tornar a cicatriz menos visível, dentro do possível. BIBLIOGRAFIA GUIMARÃES, G.de C. G. Pele: aspectos funcionais e anatômicos e a importância do conhecimento da cicatrização no manejo das feridas. In: LYON, Sandra e SILVA, Rozana Castorina da. Dermatologia estética: medicina e cirurgia estética. Rio de Janeiro: Med Book, 2015. NALIN, A.L. Cicatrização. In : BORGES, F. dos S. e SCORZA, F.A. Terapêutica em estética: conceitos e técnicas. São Paulo: Phorte, 2016. Slide 1: Estética e Cosmética Estética em Pré e Pós Operatório Processo Cicatricial Slide 2: PARTICIPAÇÃO DO ESTETICISTA NO PÓS-OPERATÓRIO Slide 3: PROCESSO DE CICATRIZAÇÃO Slide 4: CICATRIZAÇÃO Slide 5: CICATRIZES Slide 6: Quem participa? Slide 7: Quem participa? Slide 8: Quem participa? Slide 9: Quem participa? Slide 10: Quem participa? Slide 11: Quem participa? Slide 12: Quem participa? Slide 13: REPARAÇÃO TECIDUAL DA PELE Slide 14: REPARAÇÃO TECIDUAL Slide 15: REPARAÇÃO TECIDUAL Slide 16 Slide 17: COAGULAÇÃO Slide 18: FASE INFLAMATÓRIA Slide 19: FASE INFLAMATÓRIA Slide 20: FASE INFLAMATÓRIA Slide 21: FASE INFLAMATÓRIA Slide 22: FASE INFLAMATÓRIA - CÉLULAS Slide 23: FASE INFLAMATÓRIA - CÉLULAS Slide 24: FASE INFLAMATÓRIA Slide 25: FASE INFLAMATÓRIA Slide 26 Slide 27 Slide 28: FASE PROLIFERATIVA Slide 29: FASE PROLIFERATIVA Slide 30: FASE PROLIFERATIVA Slide 31: FASE PROLIFERATIVA Slide 32: FASE PROLIFERATIVA Slide 33: FASE PROLIFERATIVA Slide 34 Slide 35 Slide 36: FASE DE REMODELAÇÃO Slide 37: FASE DE REMODELAÇÃO Slide 38: FASE DE REMODELAÇÃO – FORÇA TENSIL Slide 39: FASE DE REMODELAÇÃO – FORÇA TENSIL Slide 40 Slide 41: TIPOS DE CICATRIZAÇÃO – SEGUNDO TIPO E QUANTIDADE DE TECIDO Slide 42: Cicatrização por 1ª intenção Slide 43: Cicatrização por 1ª intenção Slide 44: Cicatrização por 2ª intenção Slide 45: Cicatrização por 3ª intenção (anormal) Slide 46 Slide 47: CICATRIZAÇÃO INADEQUADA Slide 48: FATORES QUE INFLUENCIAM A CICATRIZAÇÃO Slide 49: FATORES QUE INFLUENCIAM A CICATRIZAÇÃO Slide 50: DISTÚRBIOS CICATRICIAIS (CICATRIZES INESTÉTICAS) Slide 51: Cicatriz Atrófica Slide 52: Cicatriz Atrófica Slide 53: Cicatriz Atrófica Slide 54: Cicatriz Hipertrófica Slide 55: Cicatriz Hipertrófica Slide 56: Cicatriz Hipertrófica Slide 57: Quelóide Slide 58: Quelóide Slide 59: Quelóide Slide 60: Quelóide Slide 61: Slide 62: Cicatriz Hipercrômica Slide 63: Cicatriz Hipocrômica Slide 64: ESTÉTICA E CICATRIZAÇÃO Slide 65: ESTÉTICA E CICATRIZAÇÃO Slide 66: Bibliografia
Compartilhar