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FACULDADE FAIPE CURSO DE ODONTOLOGIA Cuiabá-MT 2022 Prof. Dr. Diego Romário Anamnese e princípios de cirurgia Aula em PDF Avaliação pré-operatória Importância do pré-operatório • Queixa principal; • História da queixa principal; • Outras queixas; • História patológica pregressa; • Alergias; • Medicamentos; • História cirúrgica;Identificar problemas clínicos e proporcionar o algoritmo terapêutico perioperatório mais eficaz para minimizar a morbidade. Sinais e sintomas Classificação ASA • Paciente relata uma condição isolada → classificação ASA pode ser adaptada a clínica odontológica; • Histórico de doenças múltiplas → avaliar o peso e o significado de cada uma para classificar o paciente; • Impossibilidade de determinar a significância clínica das anormalidades → troca de informações com médico; • Decisão final → Cirurgião-Dentista! American Society of Anesthesiologists ASA I • Saudável e sem nenhuma anormalidade; • Pouca ou nenhuma ansiedade; • Tolera bem o tratamento sem complicações; • Excluídos → pacientes muito jovens ou muito idosos. ASA II • Portador de doença sistêmica moderada. • Menor tolerância que ASA I → maior grau de ansiedade ou medo de tratamento; • Pode exigir modificações no tratamento; • Apesar da necessidade de adaptações → risco mínimo. ASA II - Exemplos Paciente extremamente ansioso, com historia de episodios de mal-estar ou desmaio na clinica odontologica. Paciente com > 65 anos. Obesidade moderada. Primeiros dois trimestres da gestacao. Hipertensao arterial controlada com medicacao. Diabetico tipo II, controlado com dieta e/ou medicamentos. Portador de disturbios convulsivos, controlados com medicacao. Asmatico, que ocasionalmente usa broncodilatador em aerossol. Tabagista, sem doenca pulmonar obstrutiva cronica (DPOC). Angina estavel, assintomatica, exceto em extremas condicoes de estresse. Paciente com historia de infarto do miocardio, ocorrido ha mais de 6 meses, sem apresentar sintomas. ASA III • Paciente portador de doença sistêmica severa → limita suas atividades; • Limitações no plano de tratamento; • Troca de informações com o médico → imprescindível; • Maior risco durante o tratamento → tratamento eletivo não está contra indicado; ASA III - Exemplos Obesidade mórbida. Ultimo trimestre da gestacao. Diabético tipo I (que faz uso de insulina), com a doença controlada. Hipertensão arterial na faixa de 160-194 a 95-99 mmHg. Historia de episódios frequentes de angina do peito, apresentando sintomas apos exercícios leves. Insuficiência cardíaca congestiva, com inchaço dos tornozelos. Doença pulmonar obstrutiva crônica (enfisema ou bronquite crônica). Episódios frequentes de convulsão ou crise asmática. Paciente sob quimioterapia. Hemofilia. Historia de infarto do miocárdio, ocorrido há mais de 6 meses, mas ainda com sintomas (p. ex., dor no peito ou falta de ar). ASA IV • Doença sistêmica grave → constante risco de morte; • Procedimentos dentais eletivos → postergados → até ASA III; • Urgências odontológicas → tratadas de maneira mais convservadora; • Pulpectomia e exodontia → ambiente hospitalar. ASA III - Exemplos Pacientes com dor no peito ou falta de ar, enquanto sentados, sem atividade. Incapazes de andar ou subir escadas. Pacientes que acordam durante a noite com dor no peito ou falta de ar. Pacientes com angina que estao piorando, mesmo com a medicacao. Historia de infarto do miocardio ou de acidente vascular encefalico, no periodo dos ultimos 6 meses, com pressao arterial > 200/100 mmHg. Pacientes que necessitam da administracao suplementar de oxigenio, de forma continua. ASA V • Fase terminal → quase sempre hospitalizado; • Expectativa de vida 24 h; • Procedimentos eletivos → contraindicados; • Tratamento de urgência → paliativo (dor); ASA III - Exemplos Pacientes com doença renal, hepática ou infecciosa em estagio final. Pacientes com câncer terminal. ASA VI • Paciente com morte cerebral declarada → doação dos órgãos; • Não há indicação para tratamento odontológico de qualquer espécie. Anamnese dirigida • Consulta inicial → relato de doença sistêmica → anamnese direcionada ao problema. Exame físico • Pesquisa de sinais da doença → às vezes com auxílio de exames de imagens e outros; • Aliado à história dos sintomas → elementos necessários para hipótese diagnóstica; • Uso dos sentidos para detectar os sinais; • Inspeção, palpação, percussão, auscultação e olfação; • Inspeção local e geral; Sinais vitais e interpretação • A avaliação dos sinais vitais faz parte do exame físico, • Pulso carotídeo ou radial; • Frequência respiratória; • Pressão arterial sanguínea; • Temperatura; • Valorização da relação de confiança com o profissional. Sinais vitais – frequência cardíaca (FC) Sinais vitais – frequência respiratória (FR) Sinais vitais – pressão arterial (PA) Introdução • Tecidos humanos → propriedades geneticamente determinadas; • Resposta à lesão → previsível; • Previsibilidade → princípios de cirurgia → pesquisa básica e clínica; • Aperfeiçoamento de técnicas → cicatrização. Desenvolvendo um diagnóstico cirúrgico • Maior parte das decisões da cirurgia → antes da anestesia; • Sinais, sintomas e informações relevantes; • Entrevista, exames de imagem, laboratoriais e exames físicos; • Anamnese → sem pressa e de forma atenciosa. Necessidades básicas para cirurgia • Requerimentos principais → visibilidade adequada e assessoramento; • Visibilidade → esquecida quando algo inesperado ocorre; • Visibilidade: • Acesso adequado; • Luz adequada; • Campo cirúrgico livre de excesso de sangue e outros fluídos; • Acesso adequado → não somente abertura da boca → exposição cirúrgica. Necessidades básicas para cirurgia • Retração dos tecidos → proporciona maior parte do acesso necessário; • Retração adequada → protege os tecidos; • Acesso melhorado → retalhos cirúrgicos; • Luz contínua → mais de uma (se possível). Necessidades básicas para cirurgia • Aspirador cirúrgico de alto desempenho; • Assistente treinado → ajuda inestimável durante cirurgia; • Assistente familiarizado → antecipar a necessidade do CD; • Realização de boa cirurgia → difícil → sem assistente ou com um ruim. Técnica asséptica •A técnica asséptica inclui minimizar a contaminação do corte através de microrganismos patogênicos. Incisões • Muitos procedimentos orais e maxilofaciais precisam de incisões; • Lâmina afiada de tamanho apropriado; • Trocar bisturi → incisão dificultosa; • Osso e tecidos ligamentares embotam a lâmina. Incisões • Golpe → firme e contínuo; • Golpes repetidos e experimentais → dano adicional → cicatrização e visibilidade; • Golpes longos e contínuos; • Golpes curtos e intermitentes → não! Incisões • Cuidado → evitar cortar estruturas vitais; • Microanatomia única → evitar corte de grandes vasos; • Incisão profunda suficiente para definir próxima camada → evita corte de grandes vasos e nervos; • Foco na lâmina → evitar acidentes. Incisões • Incisões que serão reaproximadas → corte perpendicular (90º) → facilidade na sutura → previne necrose; • Incisões na cavidade oral → devidamente aplicadas; • Incisão em gengiva inserida e sobre osso saudável → desejável; • Incisões próximas ao dente a ser extraído → no sulco gengival. Planejamento do retalho • Objetivo → acesso cirúrgico ou afastamento de tecidos; • Princípios básicos devem ser seguidos (4); • Prevenção de complicações da cirurgia de retalho: • Necrose; • Deiscência; • Dilaceração. Prevenção da necrose no retalho • Cume do retalho → nunca maior que a base → salvo artéria principal na base; • Retalhos → lados paralelos ou convergentes para o cume; • Comprimento do retalho → não mais que duas vezes o tamanho da base; • Preferencialmente → largura da base > comprimento do retalho. Prevenção e deiscência do retalho • Deiscência → prevenida pela aproximação das bordas do retalho → não colocando retalho sob pressão; •Sem força significativa para unir tecidos durante a sutura; • Deiscência expõe osso subjacente e outros tecidos → dor perda óssea e aumento da cicatriz. Prevenção da Dilaceração do Retalho • Complicação comum do CD inexperiente; • Realizar procedimento → retalho que não oferece acesso adequado; • Incisão longa cicatriza tão rápido quanto uma curta; • Preferível retalho no começo da cirurgia grande suficiente → a readaptação ou dilaceração. Prevenção da Dilaceração do Retalho • Retalhos de envelope → criados por incisões que produzem retalho de uma face; • Exemplo → incisão feita ao redor do colo de vários dentes → exposição óssea sem incisões verticais; • Envelope → se não oferecer acesso suficiente → incisão relaxante → prevenir dilaceração; Prevenção da Dilaceração do Retalho • Incisões verticais → espaço de um dente inteiro anterior à área de qualquer remoção óssea; • Incisão → papila interdental; • Necessidade por mais de uma incisão de liberação é incomum em cirurgia oral de rotina. Manipulação de tecido • Resultado cirúrgico aceitável ou excelente? → depende da manipulação; • Puxar ou esmagar excessivamente; • Temperaturas extremas; • Dissecção; • Uso de produtos químicos. Manipulação de tecido • Cuidado sempre que tocar o tecido; • Uso de fórceps → não comprimir com força → delicadamente; • Preferir usar instrumentais dentados para segurar o tecido; • Tecidos não devem ser retraídos agressivamente para ganhar maior acesso cirúrgico; • Osso cortado → uma quantidade abundante de irrigação deve ser usada para diminuir a quantidade de dano ósseo devido ao calor da fricção; • Tecido mole → protegido do calor da fricção ou trauma direto do equipamento de perfuração. Manipulação de tecido • Não permitir que os tecidos sejam desidratados; • Cortes abertos → umedecidos com frequência caso o CD não esteja trabalhando neles; • Somente substâncias fisiológicas devem entrar em contato com os tecidos; • Exemplo → material usado para depositar tecido em formalina não devem retornar à boca; • Manipulação adequada → cicatrização rápida → gratidão e fidelização. Hemostasia • Prevenção da perda excessiva de sangue → preservar a capacidade de armazenar oxigênio do paciente; • Diminuição da visibilidade criada por sangramento incontrolável; • Mesmo uma sucção de alto volume não pode manter um campo cirúrgico completamente seco; • Formação de hematomas → sangramento, pressão nos cortes, tensão nas bordas e agem como meio de cultura. Meios de promover hemostasia • Quatro meios; • 1º → mecanismos hemostáticos naturais; • Esponja de tecido para promover pressão em um vaso; • Ambos métodos → estagnação dos vasos → coagulação; • Batidinhas de leve para remover o sangue extravasado → não esfregar. Meios de promover hemostasia • 2º → uso de calor para fundir a ponta dos vasos; • Coagulação térmica → calor por corrente elétrica → bisturi elétrico; • Paciente aterrado → ponta do caltério e qualquer instrumento de metal que o cautério tocar → apenas local do sangramento (queimaduras); • Remoção de sangue ou qualquer fluído acumulado em torno do vaso. Meios de promover hemostasia • 3º → ligadura; • Vaso de tamanho considerável → casa ponta segurada por um hemostato; • Amarrias de sutura não reabsorvível ao redor do vaso; • Dissecação de vaso → duas pinças uma de cada lado antes do corte → sutura. Meios de promover hemostasia • 4ª → substância de vasoconstrição no corte; • Epinefrina → vasoconstritor mais efetivamente quando colocada no local em que deseja a vasoconstrição por pelo menos 7 minutos antes da cirurgia começar; • Pró-coagulantes → trombina e colágeno. Manejo do espaço morto • Qualquer área desprovida de tecido após o fechamento do corte; • Criado → remover tecido na profundidade do corte ou quando não se reaproximam todos os planos teciduais durante o fechamento; • Espaço morto → preenche com sangue → hematoma com potencial de infecção; • Pode ser eliminado de 4 formas. Manejo do espaço morto (1) Suturar os planos teciduais juntos para minimizar o vácuo pós-operatório; (2) Colocar um curativo compressivo sobre o corte reparado; (3) Colocar uma vedação no vácuo até que o sangramento pare e então remover a vedação; (4) O uso de drenagem, por eles mesmos, ou com adição de curativos compressivos (drenos de sucção). Descontaminação • Bactérias contaminam cortes em ambientes externos e bucais; • Prevenção → diminuir número de bactérias; • Irrigar abundantemente durante a cirurgia e fechamento; • Soluções antibacterianas podem ser usadas; • Soro fisiológico → pressão. Debridamento • Remoção cuidadosa de tecido severamente isquêmico e necrosado; • Remoção de material externo do tecido → impede corte de cicatrizar; • Usado em casos de cortes traumáticos; • Usado em danos severos por patologias. Controle de edema • Edema → resultado da lesão tecidual; • Acúmulo de fluido no espaço intersticial devido à transudação de vasos danificados e obstrução linfática pela fibrina; • > lesão e > tecido conjuntivo solto na lesão > edema; • Gengiva / Lábios; • Cirurgia menos traumática possível; • Pós-operatório → cabeça elevada acima do resto do corpo; • Corticosteróide → terapia preemptiva.
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