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1 DOENÇAS HEPÁTICAS Profª Fernanda Osso FÍGADO 2 Principais Funções do Fígado SUBSTÂNCIA FUNÇÃO HEPÁTICA Carboidratos armazena glicose na forma de glicogênio (glicogênese) disponibiliza glicose dos estoques de glicogênio (glicogenólise) quando é necessário (p. ex. em hipoglicemia) sintetiza glicose a partir de precursores não glicídicos (ácido lático, AA, glicerol): gliconeogenese Proteínas conversão de AA em substratos energéticos síntese de AA não essenciais síntese de fatores de coagulação (fibrinogênio e protrombina) síntese de proteínas séricas (albumina, globulinas, transferrina, ceruloplasmina e lipoproteínas, etc.) Principais Funções do Fígado SUBSTÂNCIA FUNÇÃO HEPÁTICA Lipídios faz beta oxidação de ácidos graxos sintetiza corpos cetônicos que servirão de substrato energético no jejum sintetiza e hidrolisa triglicerídeos, fosfolipídeos e colesterol Vitaminas armazena todas as vitaminas lipossolúveis (A, D, E, K) armazena vitamina B12 sintetiza as proteínas transportadoras de Vit A. converte caroteno em Vit A ativa o folato ativa a vit D Minerais armazena zinco, ferro, cobre e magnésio sintetiza as proteínas carreadoras de ferro, zinco e cobre Amônia • Transforma amônia em uréiaexcretada pelos rins 3 Principais Funções do Fígado SUBSTÂNCIA FUNÇÃO HEPÁTICA Hormônios esteróides • São inativados e excretados (aldosterona, glicocorticóides, estrógeno, progesterona e testosterona) Álcool e drogas • Detoxificação destas substâncias pelo sistema enzimático que possui (Cit P450) Bactérias e detritos no sangue • São removidos do sangue pela ação fagocítica das células de Kupffer, presentes nos sinusóides hepáticos (ação de filtro). AVALIAÇÃO LABORATORIAL DA FUNÇÃO HEPÁTICA Enzimas hepáticas: elevação dos níveis séricos de aspartato aminotransferase (AST/TGO), uma enzima mitocondrial e alanina aminotransferase (ALT/TGP), uma enzima citoplasmática, denota dano ao hepatócito. Dica clínica: Relação TGO/TGP > 1 = sugere doença hepática alcoólica Relação TGO/TGP < 1 = sugere doença hepática não-alcoólica Albumina sérica: como é produzida apenas pelo fígado, no caso de doença hepática pode ser um marcador de função do fígado, denotando dano hepático frente a uma síntese reduzida. 4 AVALIAÇÃO LABORATORIAL DA FUNÇÃO HEPÁTICA Níveis séricos de bilirrubina: quando aumentados, podem indicar produção excessiva ou captação hepática prejudicada. Fosfatase alcalina: níveis aumentados sugerem colestase, mas também podem aumentar com distúrbios ósseos, gravidez e alguns tipos de câncer, já que não é uma enzima produzida apenas pelo fígado. Gama GT (GGT): Sua elevação possui boa correlação com colestase e consumo alcoólico. Dica clínica: Na esteatose hepática pode ocorrer elevação da GGT, que costuma normalizar após melhora do quadro. Quando já existe cirrose, ela não normaliza! Dica clínica: Elevação desproporcional de ALT e AST em relação à FA geralmente indica lesão hepatocelular, ao passo que elevação desproporcional de FA em relação às mesmas indica lesão colestáticas FÍGADO DOENÇAS DO FÍGADO Cirrose DHGNA / EHNA 5 Cirrose Hepática Cirrose Hepática destruição dos hepatócitos substituição do tecido hepático funcional por fibrose perda funcional alteração estrutural do fígado 6 Etiologias da Cirrose Metabólicas: decorrentes de erros congênitos como, galactosemia, tirosinemia, doença de Wilson, hemocromatose, deficiência de alfa 1 antitripsina e esteato hepatite não alcoólica (EHNA ou NASH) Virais: ocasionada pelos vírus B (associado ou não ao D ou delta) e C da hepatite Alcoólica: ocorre após ingestão média de 80g (homens) e 60g (mulheres) de alcool/dia por um período de 5 a 10 anos. Induzida por fármacos: metrotrexato, isoniazida, oxifenisatina e alfa- metildopa Auto imune: afeta caracteristicamente mulheres jovens ou pós menopausa e é conseqüente à evolução da hepatite ou colangite auto imune Biliares: cirroses biliares primária e secundária Criptogenica: de etiologia indeterminada (10 a 15% dos casos) Álcool 10g – 250 ml 10g – 80 ml 10g – 20 ml http://1.bp.blogspot.com/_LOW4OnK2-RU/SJzD1LEuHGI/AAAAAAAAADE/U0s7mQQkhKw/s400/copo+de+cerveja.jpg 7 Os pacientes são classificados em compensados ou descompensados Cirrose compensada Pobre em sinais e sintomas. Suspeita da doença por alterações ao exame físico. Cirrose descompensada Presença de complicações da cirrose – ascite, encefalopatia e HDA, e sinais característicos como fraqueza, hálito hepático, icterícia e circulação colateral. Manifestações clínicas Causas da desnutrição no hepatopata Ingestão oral inadequada é o principal contribuinte para desnutrição e é acarretada por um conjunto de fatores: - anorexia - disgeusia: deficiência de zinco - Saciedade precoce (ascite) - dietas muito restritas e não saborosas Esteatorréia é comum de ocorrer na cirrose, especialmente se houver lesão ou obstrução do ducto biliar. - drogas utilizadas no tratamento que podem causar má absorção (lactulose, sequestrantes de sais biliares) 8 Paracentese perda protéica Ingestão alcoólica muito freqüente e é uma importante causa de desnutrição devido a fatores como: - substituição do alimento pelo álcool - o álcool possui efeito negativo sobre a digestão e absorção de macro e micronutrientes. - promove aceleração da peristalse e redução da lactase da borda em escova, causando diarréia e esteatorréia. Causas da desnutrição no hepatopata sangramento digestivo (melena) pode ocorrer pela ruptura de varizes esofagianas e gástricas e é necessário que o paciente fique em dieta zero, de forma que se isto ocorrer com freqüência pode levar a desnutrição alterações neurológicas: dependendo da gravidade, podem impossibilitar uma ingestão por via oral segura. Causas da desnutrição no hepatopata Doença alcoólica = mais desnutrição! 9 Como triar a desnutrição? The Free Hospital –Nutritional prioritizing tool (RFH-NPT score) Ferramenta de triagem de desnutrição desenvolvida e validada especificamente para hepatopata. Considerada a melhor opção atual de triagem! 10 E como avalio o Estado nutricional desse paciente? 11 Avaliação Nutricional do Hepatopata NÃO há um “padrão ouro” antropometria bioquímica dados clínicos + + Avaliação Nutricional do Hepatopata História clínica: deve-se considerar o início, duração e etiologia da doença hepática, bem como a presença de comorbidades (nefropatia, DM, cardiopatia) exame físico: observar edema, ascite e sinais de deficiências nutricionais: dermatites por carência de zinco ou de AGE pelagra por deficiência de niacina queilose ou queilite por deficiência de complexo B 12 Avaliação Nutricional do Hepatopata Avaliação subjetiva global: Embora sofra críticas por parte de alguns autores, devido à possibilidade de super ou subestimação da desnutrição, tem sido usada com sucesso na prática clínica ao comparar sequencialmente os resultados. Avaliação Nutricional do Hepatopata indicadores bioquímicos: - - proteínas séricas (albumina; pré-albumina; transferrina; proteína ligadora do retinol) níveis baixos podem refletir a disfunção hepática e não necessariamente desnutrição. - índice creatinina/altura: Só não pode em Dç renal Não pode em renal e hepática 13 Avaliação Nutricional do Hepatopata Antropometria Nos casos de edema ou ascite, deve-se dar preferência a PCT, PC biciptal, subescapular e CMB pois sofre menorinterferência na retenção hídrica. Não se recomenda uso de IMC nestes casos deve-se avaliar circunferência abdominal e peso periodicamente para acompanhar a progressão ou remissão da ascite, mas não para relacioná-los com estado nutricional. Avaliação Nutricional do Hepatopata impedância bioelétrica (BIA): Múltiplos erros de interpretação em caso de ascite e edema=>método ruim nesses casos Pode ser usada para Identificação do risco prognóstico => ângulo de fase Ascite/ edema => acompanhamento da retenção hídrica. 14 Nutrindo o cirrótico Terapia Nutricional No Cirrótico Medidas gerais introdução de 5 – 6 refeições/dia evitar longos períodos de jejum alimentos de fácil digestibilidade e alta densidade calórica 3 a 4 hs de jejum para um pcte cirrótico Child C pode equivaler a 3 dias em uma pessoa saudável 15 Terapia Nutricional No Cirrótico Energia os percentuais devem ser distribuídos normalmente entre os macronutrientes Os pacientes hepatopatas tendem a ser hipermetabólicos e desnutridos Desnutridos = 30 a 35 kcal/kg/dia. Sem Ascite: Usar peso atual Com Ascite: Usar peso adequado (teórico) ou seco. (ESPEN 2019) Terapia Nutricional No Cirrótico CHO Podem compor de 50 a 60% do VET Preferencialmente carboidratos complexos, mas os simples podem ser usados desde que a glicemia esteja controlada (a maioria dos cirróticos apresenta resistência à insulina) Proteínas Não se recomenda mais restrição protéica para profilaxia de encefalopatia. A maioria dos pacientes tolera bem dieta HIPERproteica. Cirrose compensada s/ desnutrição = 1,2g/kg/dia Desnutrido e ou sarcopênico = 1,5g/kg/dia Plauth M et al., ESPEN guideline on clinical nutrition in liver disease, Clinical Nutrition, 2019 16 Terapia Nutricional No Cirrótico Vitaminas a suplementação é necessária em todos com doença terminal lipossolúveis A deficiência de vitaminas lipossolúveis foram encontradas em todos os tipos de insuf. Hepática, em especial as colestáticas. Sendo assim, para casos prolongados de colestase fazer esquema de reposição: vit A ....................................2.500 UI/dia vit D3.................................. 2.000 UI/dia vit E ...................................400 UI/dia Suplementação de vitamina A + zinco (Zn elementar até 40mg) pode melhorar ganho de peso por melhorar paladar. Terapia Nutricional No Cirrótico Minerais/eletrólito Ferro – pode estar diminuído (hemorragia digestiva) ou aumentado (hemocromatose) cobre e manganês: nas hepatopatias colestáticas (CBP e CEP), já que são excretados principalmente na bile. Zinco e magnésio: principalmente pelo alcoolismo e em parte pela terapia diurética freqüentemente utilizada para redução de ascite e edema até 40mg de Zn elementar para pacientes com zinco plasmático reduzido. melhora a evolução clínica da cirrose, da encefalopatia hepática e sinais neurológicos da desnutrição. 17 Terapia Nutricional No Cirrótico Minerais/eletrólito Cálcio: pode estar pela esteatorréia, pode ser necessária suplementação. Sódio: restrição é necessária apenas se houver retenção hídrica Terapia Nutricional nas complicações da cirrose 18 FÍGADO – Cirrose Hepática Ascite - eleva o GEB em 10% por ser um compartimento metabolicamente ativo Terapia Nutricional a restrição hídrica só deve ser implementada em casos avançados de ascite restrição de sódio a 2g/dia (80 mEq). Não devem ser feitas restrições exageradas pois levam a menor ingestão e comprometimento nutricional FÍGADO – Cirrose Hepática Encefalopatia Hepática 1. Amônia: Como o fígado está doente, a transformação de amônia em uréia não ocorre, levando a um acúmulo de amônia na corrente sanguínea que irá causar toxicidade ao SNC. 2. Teoria do neurotransmissor: AACR AACA 19 FÍGADO – Cirrose Hepática FÍGADO – Cirrose Hepática Terapia Nutricional na encefalopatia Energia: 25 – 40 kcal/kg/dia Carboidratos: 60 – 70% VET Lipídios: 25 – 30% VET Proteínas Restrição desnecessária de proteína pode piorar a perda protéica Cirrose hepática e encefalopatia são beneficiados com dietas NORMO ou HIPER proteicas modificadas (aumento de proteínas lácteas e proteínas vegetais). 20 Por que não a dieta hipoproteica? Carvalho L, Parise ER. Evaluation of nutritional status of nonhospitalized patients with liver cirrhosis. Arq Gastroenterol. 2006;43(4):269-74. 95% dos Child C eram desnutridos 84% dos Child B eram desnutridos 46% dos Child A eram desnutridos ascite refratária peritonite bacteriana Hemorragia digestiva Sarcopenia x hiperamonemia Exerce papel compensatório no metabolismo da amônia Glutamina sintase 21 E os AACR? Indicada para pacientes com encefalopatia grave ou persistente, quando pode-se usar o cálculo: 0,25g AACR/Kg + completar ptn/Kg Plauth M et al., ESPEN guideline on clinical nutrition in liver disease, Clinical Nutrition, 2019 Alimentos contra-indicados e permitidos para dieta rica em AACR R$ 60,00 22 Recomendação Proteica Cirrose compensada s/ desnutrição = 1,2g/kg/dia Desnutrido e ou sarcopênico = 1,5g/kg/dia Plauth M et al., ESPEN guideline on clinical nutrition in liver disease, Clinical Nutrition, 2019 Exemplo de uso de AACR Paciente cirrótico Child B, desnutrido, encefalopatia III refratária. Peso seco = 50kg Oferta proteica = 1,5g/kg => 75g PTN total Recomendação AACR = 0,25g/kg peso => 12g Oferta proteica = 12g de AACR + 63g PTN completa 23 FÍGADO – Cirrose Hepática Terapia Nutricional na encefalopatia Probióticos São Indicados no tratamento da EH. podem melhorar alguns sintomas de disfunção GI e reduzir conteúdo de amônia no sangue portal. Fibras: atingir 30g! Ajudam na função intestinal, evitando constipação com consequente aumento da formação e absorção de amônia intestinal. DOENÇA HEPÁTICA GORDUROSA NÃO ALCOOLICA – DHGNA 24 DOENÇA HEPÁTICA GORDUROSA NÃO ALCOOLICA (DHGNA) O início de tudo: Resistência à insulina Baixo consumo vits A,C,E DHGNA HEPATOLOGY, Vol. 67, No. 1, 2018 25 Incidência por gênero Fattahi MR, et al. The prevalence of metabolic syndrome in non-alcoholic fatty liver disease; a population-based study. Middle East J Dig Dis 2016 Frith J, et al. Nonalcoholic fatty liver disease in older people. Gerontology 2009 Masuoka HC, et al.. Nonalcoholic fatty liver disease: an emerging threat to obese and diabetic individuals. Ann N Y Acad Sci 2013 DHGNA EHNA ou NASH 2 a 3% de eutróficos 20% obesos e 50% obesos mórbidos Evolução para cirrose < 4% Evolução para cirrose de aprox 20% em 5 anos! Manisfestação hepática da sd metabólica! 26 Patogenia -anormalidades ultraestruturais -peroxidação de suas membranas plasmáticas -redução da respiração celular e capacidade de gerar ATP, resistência à insulina troca do substrato preferencial da glicose para beta-oxidação dos ácidos graxos > influxo de ácidos graxos livres com menor B-oxidação Estímulo fibroblastos Fibrose EHNA = depleção de glutationa, vitaminas E e C. Disfunção mitocondrial > radical livre => estresse oxidativo 27 E como estamos de obesos? Homens •49 a 67% mulheres •44 a 58% > 18 anos com IMC > 25kg/m2 VIGITEL 2018/2019, Ministério da Saúde 28 Prática insuficiente de atividade física* Homens • 29 a 38% mulheres • 45 a 56% *atividades físicas no tempo livre + deslocamento para o trabalho/escola + atividade ocupacional < 150 min/sem de atividades moderadas ou pelo menos75 min/sem de atividades vigorosas VIGITEL 2018/2019, Ministério da Saúde Como é feito o diagnóstico? 29 Aspectos Diagnósticos Na anamnese: investigar ingestão calórica, consumo de gordura saturada, colesterol, gordura monoinsaturada, consumo de fibras e vits antioxidantes (especialmente E e C). Além disso, é imperativo comprovação de ausência ou consumo não significativo de álcool inferior a 140g de etanol/sem para H e 70g/sem para M, incluindo investigação com familiares. (Consenso da SBH) Inferior a 290g etanol/sem para H e 196g/sem para M (Guia AASLD 2018) No exame físico: Apesar de ser possível o exame físico não apresentar alterações, a presença de desconforto em quadrante superior direito e hepatomegalia podem estar presentes. Ultrassom: representa o método mais prático e simples para esse diagnóstico, especialmente quando a esteatose excede 30%. Para esteatoses menos intensas (5 a 30%) a ressonância magnética é um método mais sensível. Aspectos Diagnósticos Alterações laboratoriais: moderada elevação das aminotransferases hepáticas, sendo a razão AST/ALT usualmente inferior a 1,0. pode ocorrer elevação da ferritina em alguns pacientes raramente são evidenciadas alterações em albumina e bilirrubina 30 Como o médico trata? Tratamento farmacológico deve geralmente ser limitado àqueles pacientes com comprovação por biópsia de EHNA e fibrose. CHALASANI ET AL. HEPATOLOGY, 2018 – Guia AASLD 31 Tratamento médico Pioglitazonas – melhora parâmetros histológicos hepáticos em pacientes com ou sem DM. Metformina – embora muito usada na prática é desaconselhado o uso pelo guia AASL,2018 AUDC = ácido biliar com efeito imunomodulador, efeito antiapoptótico e efeito de redução da citocinas pró-inflamatórias em combinação com a vit E – Embora usado na prática clínica, foi desaconselhado pelo Guia da AASLD (2018) por falta de evidência de benefício. Vastatinas => antiinflamatória e reduz evento CV (principal causa de morte nesses pactes) !! Não há um tratamento conclusivamente eficaz contra a EHNA!! esteatose simples não está relacionada com mais DCV, doença hepática ou mortalidade em comparação com a população em geral; aumento de fibrose (em pacientes EHNA) está ligada a um aumento progressivo na mortalidade total em cerca de 70% comparada à indivíduos sem fibrose, devido à aumento na mortalidade por DCV. EHNA estão relacionadas ao aumento da rigidez arterial, um fator de risco cardiovascular independente, que aumenta ainda mais o risco de DCV. EHNA => inflamação no fígado => eleva citocinas => lesão renal => risco CV 32 Como o nutricionista trata? modificação de estilo de vida (MEV) prática de atividade física + háb. alimentares adequados. Tratamento Nutricional 33 investigou o efeito da combinação de Exercício (EX) e restrição calórica (RC) na esteatose hepática e seus mecanismos subjacentes, em ratos com indução de obesidade por dieta hiperlipídica. Em comparação com EX ou RC sozinho: a combinação de EX e CR resultou em maior alívio das complicações metabólicas associadas a DHGNA. Os benefícios do tratamento combinado foram associados a maiores concentrações de adiponectina e seus receptores hepáticos C57BL/6 Perfil dos pacientes com DHGNA AUMENTO REDUÇÃO Ingestão calórico-proteica Consumo de fibras Gordura saturada Consumo de vits antioxidantes principalmente vit E colesterol Gorduras poliinsaturadas Perfil alimentar dos pacientes com DHGNA/EHNA Tratamento Nutricional 34 Avaliação Nutricional parametros bioquímicos antropométricos (circunferencia da cintura, IMC, % gordura) dados do consumo alimentar (recordatório de 24h e registro de 3 dias) BIA Tratamento Nutricional Necessidades de energia e nutrientes Energia - dieta hipocalórica com 25kcal/kg/dia + 6h/semana de atividade física aeróbia ou 30min/dia Objetivo: perda de 10% do peso inicial em 6 meses Perda rápida de peso => aumento do afluxo de AGL para o fígado => piora a inflamação hepática Tratamento Nutricional 35 Tratamento Nutricional Carboidratos - 55 – 60% VET - substituir grãos refinados por cereais integrais, frutas e vegetais - estimular consumo de 3 a 5 porções de frutas e vegetais ao dia Lipídios - dietas hiperlipidicas levam a resistência insulínica - redução das gorduras saturadas e aumento das insaturadas poderá elevar a sensibilidade à insulina além delas reduzirem a inflamação e esteatose. Tratamento Nutricional Proteínas Normoproteica, priorizando-se PTN de alto valor biológico Antioxidantes - estudos mostram que o baixo consumo de vit antioxidantes (A, C e principalmente E) contribui para gênese da DHGNA, portanto deve- se estimular o consumo de fontes alimentares. - estimular consumo de fontes de Zinco e selênio por serem potentes antioxidantes , reduzindo assim a incidência de hepatite. 36 Vitamina E inibe a expressão gênica de TGF-B1(controla proliferação celular!) atenuando a estimulação de células estreladas, protegendo o fígado da fibrose. Em estudos randomizados, duplo cego, reduziu a atividade inflamatória e em 30% dos casos houve regressão de esteato-hepatite. Dose: 800 UI/dia (400UI......2x/dia) Guia AASLD, 2018 Vitamina E ATENÇÃO Dose de 800UI já é eficaz e a recomendada pelo guia AASLD (2018) mas estudos de uso em longo prazo mostraram aumento de mortalidade usando ela. Assim, não se deve usar a longo prazo, apenas até corrigir a esteatose. Em grandes doses (> 1200UI) pode causar sintomas no TGI (diarréia, constipação, nausea) e dor de cabeça que costumam melhorar após a primeira semana. estratégia para intolerantes: Usar dose mais baixa (400UI) e associar com outros antioxidantes (Astaxantina - 4mg [não ultrapassar pelo risco de hipersecreção de histamina] ou licopeno 10mg) Guia AASLD, 2018 37 Vitamina D3 Baixos níveis séricos de 25 (OH) D3 concentrações têm sido relatados entre adultos e crianças com EHNA (Arteh J, et al. Prevalence of vitamin d deficiency in chronic liver disease. Dig Dis Sci, 2010) não há até o momento ensaios clínicos randomizados, placebo controlados de longo prazo =>prematuro recomendar a vitamina D3 para o tratamento específico da DHGNA e EHNA. Na prática clínica deve haver preocupação com a dosagem sérica dessa vitamina para correção em caso de deficiência. Dose: 400 a 2000 UI/dia W-3 aumenta a sensibilidade à insulina. Dose: 1000mg 3x/dia (total 3000mg) LIQUID SUPER ÔMEGA-3 150ml | 30 Doses no fishy taste 720mg EPA/dose SUPER ÔMEGA-3 CÁPSULAS 90 capsulas no fishy taste 660mg EPA/dose de 2 cáps 38 OMEGAFOR PLUS CÁPSULAS 60 OU 120 capsulas no fishy taste 660mg EPA/dose de 2 cáps SAMe Benéfica na redução da EHNA por reduzir a atividade do TNF-a. A deficiência de SAMe promove favorecimento do acúmulo de gordura no fígado. Dose: 400 a 1200mg/dia 39 Probióticos: Disbiose produz etanol e acetaldeído Produção de endotoxinas Translocação das bactérias e endotoxinas => estímulo cels Kupffer => aumenta IL-6 e TNF-a => fibrose DHGNA está associada a: aumento de permeabilidade intestinal por ruptura das tight junctions Aumento de SIBO 40 Published: 4 November 2019 reduziram as transaminases hepáticas; Reduziram TNF-a e IL-6; Reduziram resistência à insulina (HOMA – IR); Reduziram esteatose comparado à placebo Probióticos: Considerações: Probióticos usados são muito variados, mas todos os trabalhos com resultados usaram multicepa. Parece que a presença de Bifidobacteria Longum é benéfica por reduzir fibrose além dos marcadores inflamatórios. Não há padronização de dose, sendo elas bastante variadas entre os estudos. O tempo de tratamento é variado mas em geral, 12 semanas é o mínimo. 41 Bifidobacteria Longum Obrigada!