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e-Book - Bioquímica de Lipídios revisado em 06-09-2022

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BIOQUÍMICA DE LIPÍDIOS 
 
 
 
Lipídios – definição 
 
Grupo heterogêneo de moléculas orgânicas insolúveis em 
água (hidrofóbicas) que podem ser extraídas de tecidos por 
solventes apolares. Os lipídeos são representados 
principalmente pelos triacilgliceróis, fosfolipídeos e colesterol. 
Quando sólidos em temperatura ambiente são chamados de 
GORDURA, e quando estão sob a forma líquida são 
chamados ÓLEOS. 
 
Este material de bioquímica de lipídios abordará: 
 Funções 
 Tipos e estrutura 
 Digestão e Absorção 
 Oxidação 
 Síntese 
 
Funções dos Lipídios: 
 
 Reserva de energia - protegendo contra o jejum 
prolongado 
 Isolante térmico, ou seja, contribuindo para a 
manutenção da temperatura corporal 
 Proteção de órgãos contra choques e dando 
sustentação 
 Constituintes de membranas celulares 
 Componente da bainha de mielina 
 Palatabilidade e saciedade - melhora a palatabilidade 
dos alimentos, aumentando o prazer no alimento, além 
disso, a gordura garante a diminuição do volume da 
alimentação e a saciedade 
 Absorção e transporte de vitaminas lipossolúveis 
 Síntese de hormônios 
 Sais biliares 
 Mediadores intra e extra-celulares de resposta imune 
 Participação no processo inflamatório e no estresse 
oxidativo 
 
Classificação dos Lipídios: 
 
 Ácidos graxos e seus derivados 
 Triglicerídeos 
 Ceras 
 Fosfolipídios 
 Glicolipídios 
 Isoprenóides – terpenos e esteroides 
 
Ácidos graxos - Cadeia de hidrocarbonetos com um 
grupo carboxila terminal. 
 
Os ácidos graxos são unidades fundamentais da 
maioria dos lipídeos e são ácidos orgânicos compostos de 
 
 
uma cadeia de hidrocarbonetos com um grupo carboxila 
terminal. Os ácidos graxos são classificados como 
saturados, mono e poliinsaturados, dependendo do 
número de duplas ligações na sua cadeia de carbonos. Os 
saturados não contêm dupla ligação entre os átomos de 
carbono. Os monoinsaturados contêm uma única dupla 
ligação e os poliinsaturados (linolênico, linoleico e 
araquidônico) com duas ou mais duplas ligações. Os AG 
saturados são relativamente resistentes a oxidação fora 
do corpo, enquanto os AG insaturados são lenta, mas 
espontaneamente oxidados em presença de ar, levando a 
rancificação. 
 
Os AG existem no corpo na forma livre (isto é, 
não esterificada) ou na forma de TG. Baixos níveis de AG 
livres ocorrem em todos os tecidos, mas quantidades 
substanciais podem ser encontradas no plasma 
especialmente durante o jejum. 
 
Exemplos de ácidos graxos: 
 
 
 
Em relação com comprimento da cadeia de AG eles 
podem ser classificados em: 
 
 AG Cadeia Curta  até 6 carbonos 
 AG Cadeia Média  entre 7 e 12 carbonos 
 AG Cadeia Longa  mais do que 13 carbonos 
 
As estruturas e nomes de alguns ácidos graxos estão 
ilustrados nessa tabela abaixo. 
 
Prof. Cristina Diestel 
cristinadiestel@nutmed.com.br 
 
 
 
Obs.: Na coluna da esquerda (p.ex 12:0), o primeiro 
número significa o número de carbonos do AG que 
sempre começam a ser contado do carbono terminal da 
carboxila. A designação após o sinal de dois pontos 
significa o número de duplas ligações que o ácido graxo 
possui, os da lista de cima não possuem dupla ligação, 
enquanto os da lista de baixo são os insaturados. 
 
 
Localização das duplas ligações: 
 
 
 
 
Esse pequeno triangulo demonstra onde estão as 
duplas ligações, em quais carbonos. Acho que todo mundo 
lembra da classificação os ácidos graxos em w-3, w-6 são 
poliinsaturados e os w-9 monoinsaturados. Porém, a 
classificação w vem da primeira dupla ligação a partir na 
extremidade oposta a da carboxila. 
 
 
 
O homem pode sintetizar a maioria dos ácidos 
graxos, com exceção dos AG linoleico e alfa-linolênico que 
são considerados essenciais. Para que consigamos atingir o 
mínimo de AGE ao dia é necessário de 2-4% deste na 
dieta/dia. Os AGE são precursores para a biossíntese de 
vários metabólitos. 
 
Os ácidos graxos essenciais estão destacados no 
quadro abaixo: 
 
 
 
 
 
Biossíntese endógena de ácidos graxos a partir dos ácidos graxos essenciais: 
 
 
 
Ácidos graxos cis e trans: 
 
Os ácidos graxos (AG) insaturados recebem a 
denominação de trans quando a configuração estrutural dos 
dois átomos de hidrogênio ligados aos átomos de carbono, 
onde está localizada a dupla ligação, está em lados opostos 
da cadeia carbônica. Normalmente, não é essa a 
configuração que se encontra nos sistemas biológicos de 
mamíferos, e sim a configuração estrutural cis, em que os dois 
átomos de hidrogênio ligados aos átomos de carbono, 
formando a dupla ligação, encontram-se do mesmo lado. Veja 
na figura abaixo a diferença da estrutura química entre ácidos 
graxos trans e cis. 
 
A dupla ligação trans entra naturalmente na cadeia 
alimentar resultado da fermentação bacteriana anaeróbica 
que ocorre em animais ruminantes (5% da gordura total). Os 
AG trans são, também, originados pelo processo 
de hidrogenação, onde ocorre a eliminação de duplas 
ligações da cadeia de carbono dos AG e inversão da 
disposição dos átomos de hidrogênio, modificando a estrutura 
do ácido graxo e dando assim origem aos ácidos graxos 
trans. Como as duplas ligações são estruturas rígidas, as 
moléculas que as contém podem ocorrer de duas formas cis 
e trans. Os isômeros cis encontram-se na maioria dos AG 
naturais. 
about:blank
 
 
 
 
 
 
 
Gordura Interesterificada: 
 
Gorduras interestificadas são obtidas a partir de 
mistura de óleo vegetal totalmente hidrogenado (gorduras 
saturadas) e óleos vegetais líquidos. 
 
 
Em 2007 diversos fabricantes começaram a 
substituir a gordura hidrogenada pela gordura 
interesterificada. No entanto, estudos recentes sugerem que, 
em alguns aspectos, esta pode ser mais danosa à saúde do 
que a gordura hidrogenada. A gordura interesterificada 
resulta da interesterificação dos óleos e tem como objetivo 
aumentar o ponto de fusão e por conseguinte endurecer os 
óleos. A interesterificação consiste em alterar a posição dos 
ácidos gordos nos triglicerideos e tem grande vantagem sobre 
a hidrogenação pois não leva à formação indesejável dos 
ácidos gordos trans. Por isso, hoje, as margarinas são 
produzidas a partir de óleos vegetais e de uma pequena 
quantidade de óleo/gordura interesterificada. 
 
 
Triglicerídeos (TG): 
 
São ésteres de 3 ácidos graxos com uma molécula 
de glicerol. A maioria dos AG presentes nos TG são mono ou 
poli-insaturados na posição cis. Nos humanos os TG estão 
armazenados no tecido adiposo, possuem função de reserva 
de energia e independente do tipo de AG fornecem 9 kcal/g. 
 
 
 
Fosfolipídeos: 
 
Tem semelhança estrutural com os TG substituindo um AG 
por um fosfato. (AG + ácido fosfórico + base N) 
 
O grupo fosfato é que garante que a molécula tenha afinidade 
por água – hidrofílica. Essa característica é fundamental para 
estabelecer uma interface entre o meio intracelular e o meio 
extracelular. 
 
 
 
 
 
Assim, possui uma extremidade hidrofóbica e uma hidrofílica 
tendo capacidade emulsificante 
Os foslipídeos são os principais componentes lipídicos 
estruturais de membranas  ex. fosfatidilcolina. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
about:blank
 
 
O Tipo de AG do fosfolipídio interfere na fluidez da membrana 
que deve ter a consistência de gel: 
 
 
 
 
 
 
 
Outras funções dos fosfolipídeos, componentes: 
 
 Lipoproteínas 
 Bile 
 Surfactante pulmonar 
 
 
Colesterol: 
 
- Tem estrutura diferente dos demais lipídios, mas é 
considerado como tal por não se dissolver em água 
- É composto de um núcleo esteroide em forma de anel com 
um radical hidroxila, o que faz se comportar como um álcool. 
 
 
 
Funções: 
 
 Fluidez das membranas celulares 
 Componentes da mielina 
 Precursor de hormônios sexuais, cortisol e aldosterona 
 Importante para biossíntese de hormônios esteroides, 
vitamina D e sais biliares. 
 Controla a síntese de fosfolipídios 
Fonte: carnes, aves, peixes, frutos do mar 
 
Fitosterois vegetais  Estigmasterol, campesterol, 
sitosterol 
 
Os esteróis vegetaistambém são conhecidos como fitosteróis 
e são em extrato vegetal de sementes de girassol e soja. 
 
Os fitosterois mais comuns são: sitosterol, campesterol e 
estigmasterol. Eles reduzem o colesterol LDL por reduzir a 
absorção intestinal do colesterol exógeno (dietético) e do 
colesterol endógeno (produzido pelo fígado e liberado no 
intestino junto com a bile). 
 
Para que o colesterol seja absorvido na luz intestinal, ele 
precisa se tornar solúvel através da sua interação com a bile 
e formação de micelas, caso contrário permanecerá insolúvel 
e será eliminado nas fezes. 
 
Quando os fitosterois estão presentes na dieta eles são 
introduzidos nas micelas, impedindo a entrada ou deslocando 
o colesterol destas micelas. 
 
A redução na absorção do colesterol estimula o fígado a 
aumentar a síntese de colesterol, porém esse aumento não é 
suficiente, havendo também um aumento no número de 
receptores de LDL. Consequentemente caem o CT e LDL, 
sem alterar o HDL. 
 
Lipídios da Dieta  triglicerídeos, fosfolipídeos e 
colesterol 
 
Um adulto ingere por dia  60 a 150g de lipídios e mais de 
90% disso são TG, o restante é colesterol, ésteres de 
coresterila, fosfolipídios e AG livres. Na dieta temos também: 
 
- Óleos  são líquidos a temperatura ambiente e são 
formados por grande quantidade de ácidos graxos mono e 
poliisanturados 
- Gorduras  são sólidas a temperatura ambiente e 
compostas por ácidos graxos saturados ou insaturados trans. 
 
Digestão dos Lipídios: 
 
 Boca - Lipase lingual – pouca ação 
 Estômago - lipase gástrica – inibida pelo pH ácido 
 Duodeno – sais biliares + ação das lipases pancreática e 
intestinal – onde efetivamente inicia-se a digestão de lipídios 
 
Embora a digestão dos TCL seja iniciada de forma 
insignificante no estômago com a ação da lípase gástrica, a 
parte principal da digestão de gorduras acontece no intestino 
delgado. A ação peristáltica do intestino delgado quebra os 
glóbulos maiores de gordura em partículas menores e a ação 
emulsificante da bile as mantém separadas, deixando mais 
acessível para a digestão pela lípase pancreática. Os AG 
livres e monossacarídeos produzidos na digestão formam 
complexos com os sais biliares – micelas – que vão facilitar a 
passagem dos lipídeos através do meio aquoso do lúmen 
intestinal para a borda em escova. Na célula mucosa, a 
maioria dos AG e monoglicerídeos se unem em novos 
triglicerídeos (TG) (reesterificação), enquanto uma pequena 
parte será posteriormente digerida em AG e glicerol para, 
então, formarem TG. Estes, juntamente com o colesterol e os 
fosfolipídios, são envolvidos pela membrana de beta-
lipoproteína, formando quilomícrons. Estes glóbulos são 
imediatamente recolhidos pelos vasos linfáticos lacteais 
centrais das vilosidades. 
 
 
AGw3 > AGw6 > AGM > AGS 
 
 
 
 
 
Os triglicerídeos de cadeia média são absorvidos de 
maneira direta pela veia porta para o fígado. Em relação à 
digestão e absorção dos TCM, a lipase gástrica, que atua 
muito pouco sobre os TCL, pode iniciar a quebra dos TCM, 
principalmente quando uma grande proporção da ingestão 
total de lipídeos está sob a forma de TCM. No lúmen 
intestinal, os TCM são rapidamente metabolizados e 
hidrolisados a monoglicerídeos e AG pela lípase pancreática. 
Em contraste com os monoglicerídeos de cadeia longa, parte 
dos monoglicerídeos de cadeia média sofre posterior hidrólise 
a glicerol e ácidos graxos antes da absorção 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DUODENO – CCK E 
SECRETINA 
Sais biliares 
Lipases 
Fosfolipase A2 
Colesterol esterase 
 
 
No quadro abaixo podemos observar as diferenças entre a 
digestão e absorção do TCL e do TCM. 
 
 
Lipoproteínas: 
 
Devido à natureza hidrofóbica das gorduras 
neutras, triglicerídeos e éteres de colesterol, o mecanismo 
de transporte e distribuição dos lipídeos no plasma não seria 
possível sem alguma forma de adaptação hidrofílica. Os 
lipídeos são, então, transportados por estruturas micelares 
complexas, denominadas lipoproteínas, que consistem de 
uma camada externa que contém proteína (apolipoproteína 
ou simplesmente apo), lipídeos polares (fosfolípides e 
colesterol não-esterificado) e um núcleo mais terno de 
lipídeos neutros (triglicerídeos, ésteres de colesterol e 
vitaminas lipossolúveis). 
 
 
 
As lipoproteínas plasmáticas diferem quanto à 
origem, à proporção das frações lipídica e proteica e quanto 
às propriedades físicas. 
 
 
A porção proteica das lipoproteínas, denominada 
apolipoproteína (apo), exerce várias funções fisiológicas no 
metabolismo das lipoproteínas: age como co-fatores de 
enzimas, ligantes de receptores de superfície celular, além 
de permitir a solubilização da macromolécula em meio 
aquoso. 
 
Metabolismo Lipídico: 
 
Transporte endógeno de lipídios: 
 
Os lipídios de cadeia longa absorvidos são 
transportados pelos quilomícrons, (que possuem apo B-48 
como sua principal lipoproteína) através do sistema linfático 
para a corrente sanguínea. Na circulação, interagem com a 
lipoproteína HDL e recebem colesterol, apo CII, apo CIII e 
apo E. Ao adquirir apo CII, sofrem a ação da lípase 
lipoprotéica (LPL) que está presente no endotélio capilar da 
maioria dos tecidos, que hidrolisa os TG que são enviados 
como ácidos graxos para os tecidos extra-hepáticos para 
utilização. 
 
Os quilomícrons remanescentes são, então, 
captados no fígado (a apo E que fará a interação dos 
quilomícrons com os hepatócitos, promovendo seu 
reconhecimento para captação hepática. 
 
 
 
Metabolismo exógeno de lipídios. 
 
 
 
Transporte endógeno de lipídios 
 
A VLDL é sintetizada no fígado para transporte de 
TG e colesterol endógenos (60% da partícula de VLDL é 
TG). A principal apolipoproteína da VLDL é a apo B100. No 
sangue, as VLDL incorpora, também as Apo CI, CII, CIII e 
Apo E provenientes das HDL. De modo semelhante aos 
quilomicrons, os TG/fosfolipídios da VLDL sofrem ação da 
LPL que hidrolisa os TG que são enviados como ácidos 
graxos para utilização em tecidos periféricos. Os VLDL 
(ricas em apo C e apo E) remanescentes podem ser 
captados no fígado ou transformarem-se em IDL (ricas em 
colesterol e em apo E) e, em seguida, LDL (cerca de 50%), 
que farão o transporte de colesterol para os tecidos 
periféricos. A LDL é rica em apo B-100. Após a sua 
formação, 60% da LDL é capturada pelos receptores de LDL 
no fígado, adrenais e outros tecidos. O restante é 
catabolizado através de receptores não renais (tanto o n.° 
quanto atividade destes receptores são os maiores 
determinantes do nível de colesterol sérico). Um pouco da 
LDL pode ser oxidada e captada pelas células endoteliais e 
macrófagos na parede arterial, levando aos primeiros 
estágios da aterosclerose. 
 
 
 
 
Metabolismo endógeno de lipídios. 
 
 
Transporte reverso de colesterol 
 
O colesterol livre nos tecidos extra-hepáticos é 
esterificado na circulação e transferido para a HDL. Após, o 
transporte reverso de colesterol ocorre por duas vias: 1) 
após ação da lípase hepática que hidrolisa fosfolipídeos e 
triglicerídeos, as HDL são captadas pelo fígado por meio de 
receptores específicos denominados SR-BI, que captam 
seletivamente colesterol esterificado e 2) quando por ação 
da enzima proteína de transferência de éster de colesterol 
(CETP), no 
 
plasma, a HDL transfere ester de colesterol para 
quilomícrons e VLDL em troca de TG. O remanescente 
destas lipoproteínas será também captado no fígado. A HDL 
é a lipoproteína de maior conteúdo protéico, por isso seu 
papel em dirigir o metabolismo lipídico. A apo A-I é a 
principal lipoproteína da HDL, e tem papel anti-inflamatório 
e antioxidante. A apo C e a apo E da HDL são transferidas 
para os quilomícrons e VLDL e a apo E ajuda o fígado a 
fazer o reconhecimento dos quilomícrons/VLDL 
remanescentes. 
 
Ingestão de gordura Absorção de colesterol, 
fosfolipídios e TG 
Transporte pelos 
QUILOMÍCRONS na corrente 
sangüínea 
Ação de hidrólise pela 
LPL (presente 
endotélio células 
muscularese 
adiposas) 
AG para tecidos periféricos 
AG para tecidos periféricos VLDL remanescentes 
Ação de hidrólise pela LPL 
(presente endotélio células 
musculares e adiposas) 
IDL LDL 
Transporte de colestrol para 
tecidos extra hepáticos 
VLDL sintetizadas no fígado para 
 transporte de TG e colesterol endógeno 
Captação de quilomícrons 
remanescentes 
 
 
 
 
 
 
Metabolismo do transporte reverso de colesterol. 
 
 
Efeitos da hipertrigliceridemia (TG > 170mg/dl) 
 
Quando o nível de triglicerídeos está acima do normal e existe 
a ação da CTEP (Enzima de transferência de colesterol 
esterificado) que faz a transferência de colesterol esterificado 
da VLDL para a HDL e LDL e recebe em troca TG, existe o 
transporte excessivo de TG para a HDL e LDL e, com isso, o 
LDL e o HDL fica anormalmente ricos em TG. Assim, o HDL 
rico em triglicerídeo tem aumento do clearance renal e os 
níveis de HDL baixam. No caso do LDL, esta se torna 
pequena e densa, mais aterogênica e com maior risco de 
oxidação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Reações de Síntese de Lipídios: 
 
Síntese de ácidos graxos: Uma grande proporção de ácidos 
graxos é suprida pela dieta. Além disso, o corpo pode 
sintetizar ácidos graxos, não os essenciais, porém, pode 
sintetizar muitos ácidos graxos. Essa síntese ocorre 
primordialmente no fígado e tecido adiposo, mas pode ocorrer 
em outros tecidos como, por exemplo, as glândulas mamárias 
durante a lactação. Esta produção ocorre quando a 
disponibilidade de glicose é alta, existe um estímulo para a 
síntese de secreção de insulina e a disponibilidade de acetil-
CoA está alta, normalmente oriunda de um excesso 
principalmente de carboidratos, mas também de proteína, 
lipídio e álcool dietético. 
 
 
 
Colesterol livre dos tecidos extra-
hepáticos 
Esterificação sérica pela Lecitina 
colesterol Acil transferase 
Transporte do colesterol esterificado 
para HDL 
Ação da Proteína de transferência do 
colesterol esterificado para a VLDL 
Ação de hidrólise pela LPL 
(presente endotélio células 
musculares e adiposas) 
AG para tecidos periféricos Captação do VLDL remanescentes pelo 
fígado 
1 
2 
VLDL HDL LDL CETP CETP 
HDL – baixa 
densidade 
Ação de lipases 
 Clearance 
renal  HDL 
LDL – rico em TG 
LDL – baixa 
densidade 
Ação de lipases 
LDL pequena 
e densa 
CE CE 
TG TG 
HDL – rico em TG 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 No caso de existir um excesso de ATP tanto o ciclo 
de Krebs quanto a fosforilação oxidativa são bloqueados, 
gerando um acúmulo de acetil-CoA dentro da mitocôndria. Ao 
ocorrer o acúmulo de acetil-CoA este é difundido no 
citoplasma da célula na forma de citrato que a molécula 
resultante da reação entre oxaloacetato e Acetil-CoA. Ao 
chegar no citoplasma da célula o citrato é clivado novamente 
em Acetil-CoA e oxaloacetato pela enzima ATP-citrato-liase 
para então, seguir-se a síntese de lipídios. (ver figura abaixo) 
 
 
HC PTN LIP ÁLCOOL 
 ACETIL - COA 
Acetaldeído 
AG AA Glicose 
INSULINA 
Ciclo de 
Krebs 
Síntese de 
AG 
 
 
Após a formação do acetil-CoA no citosol oriundo do citrato, 
ocorre a formação da malonil-CoA e então, do ácido graxo. A 
malonil-CoA é um mediador para a formação do ácido graxo. 
É importante lembramos que, toda vez que as vias de síntese 
de ácidos graxos estão ativadas, a oxidação de ácidos graxos 
está inibida (senão teríamos um gasto de energia fútil). 
 
 
 
Síntese de colesterol: A disponibilidade de colesterol nas 
diferentes dietas varia amplamente e mesmo na mesma 
pessoa a ingestão de colesterol pode variar substancialmente 
de um dia para outro. Assim, devem existir mecanismos 
reguladores para equilibrar a velocidade da síntese de 
colesterol dentro do corpo contra a excreção de colesterol. 
Um desequilíbrio nessa regulação pode levar a um aumento 
nos valores de colesterol circulante, o que pode levar a 
aterosclerose e doença arterial coronariana. 
O colesterol é sintetizado a partir de acetil CoA (que pode ser 
derivado de hidratos de carbono, de aminoácidos ou de 
ácidos gordos). O fígado é o principal local de síntese do 
colesterol, mas também pode ser sintetizado no intestino ou 
em glândulas que produzem hormonas esteróides (córtex 
adrenal, os testículos e os ovários, por exemplo). Todas as 
reações biossintéticas ocorrem no compartimento 
citoplasmático das células, mas algumas das enzimas 
necessárias estão ligadas às membranas do retículo 
endoplasmático. O balanço de colesterol no organismo, 
resulta de uma estreita relação entre a síntese e absorção de 
colesterol, a sua utilização como substrato biológico e a 
excreção biliar e fecal, é, em última análise, mantido e 
regulado pelo próprio colesterol. Assim, quando aumenta a 
sua excreção ou diminui a sua absorção (por exemplo, por 
menor quantidade na dieta) aumenta a síntese endógena de 
colesterol; pelo contrário, a maior chegada ou a acumulação 
de colesterol nos tecidos, leva à inibição da sua síntese. 
 O ponto principal de limitação e controle no 
metabolismo intracelular de colesterol, dá-se na fase de 
formação do mevalonato a partir de HMG-CoA e é, 
largamente influenciado pelo grau de atividade enzimática 
da HMG-CoA redutase, glicoproteína do retículo 
endoplasmático celular e local de atuação farmacológica 
das Estatinas. 
 A excreção do colesterol se dá por conversão em 
sais biliares que podem ser excretados nas fezes ou secreção 
de colesterol na bile a qual vai para o intestino para 
eliminação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
about:blank
about:blank
about:blank
about:blank
about:blank
 
 
Reações de Oxidação de Lipídios: 
 
Lipolise: Quando há pouca quantidade de glicose (p. ex. 
jejum, exercício), mobilizam-se nossas reservas compostas 
principalmente de triglicerídeos no tecido adiposo e, isso 
ocorre, com o aumento do hormônio glucagon no plasma. A 
enzima-chave que é estimulada nesse momento é a Lipase 
Hormônio Sensível. 
Para serem metabolizados, os lipídios devem ser 
primeiramente degradados aos seus constituintes básicos: 
ácidos graxos livres (AGLs) e glicerol. Há a necessidade da 
ativação da enzima lípase hormônio sensível. O AGL liberado 
será transportado pela circulação sanguínea associado à 
albumina. 
O glicerol é oxidado à diidroxiacetona fosfato. A 
diidroxiacetona fosfato faz parte na sequência da glicólise. 
Esse composto pode ser convertido em glicogênio no fígado 
e tecidos musculares ou em ácido pirúvico, o qual entra no 
Ciclo de Krebs. Já os ácidos graxos têm como “destino” a β-
oxidação, que ocorre principalmente no fígado e no músculo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Os ácidos graxos livres podem passar para dentro da célula 
por difusão simples pela membrana plasmática, porém não 
podem entrar livremente para o interior das mitocôndrias. A 
entrada dos ácidos graxos no interior das mitocôndrias requer 
primeiro a transformação dos ácidos graxos em acil-CoA. A 
membrana da mitocôndria é impermeável á acil-CoA. Para 
entrarem na mitocôndria estes reagem com um aminoácido 
"especial", a carnitina, liberando a coenzima A. A carnitina 
esterificada é transportada para dentro da mitocôndria por um 
transportador específico; a carnitina livre volta então para o 
citoplasma através do transportador. Neste processo não 
existe transporte de CoA para dentro da mitocôndria: as 
reservas citoplasmática e mitocondrial de CoA não se 
misturam. (ver figura abaixo) 
 
 
 
 
Glicerol  é transportado 
para o fígado para ser 
utilizado na 
- gliconeogênese 
- glicólise 
- síntese de TG pelo 
fígado 
Fígado 
Músculo 
 
 
Após a absorção -100% dos AGCM são captados pelo 
fígado e os restante para os tecidos periféricos. Ácidos graxos 
de cadeia média (AGCM), com menos de 12 carbonos podem 
atravessar a mitocôndria livremente (sem a dependência de 
carnitina). A oxidação de AGCM ocorre em todos os tecidos esua taxa de oxidação é maior que o AGCL mesmo na 
obesidade. 
 
Na matriz mitocondrial, o acil-CoA (majoritariamente 
palmitoil-CoA, AG saturado de cadeia par com 16 carbonos 
na estrutura) é oxidado pelo processo denominado β-
oxidação, que remove sequencialmente duas unidades de 2-
carbonos do acil-CoA na forma de acetil-CoA. Com pequenas 
modificações nas enzimas e produtos finais também é 
possível realizarmos β-oxidação em AG insaturados, de 
cadeia impar ou ramificados. Nesse ponto o metabolismo de 
lipídios fica essencialmente igual ao metabolismo da glicose. 
O acetil-CoA, independente da sua origem, reage com o 
oxalacetato, e entra no ciclo de Krebs na forma de citrato, que 
é metabolizado. Em cada conjunto completo de reações do 
ciclo de Krebs são liberados quatro co-substratosreduzidos: 
três NADH e uma FADH2. Além disso, há a síntese de uma 
molécula de trifosfato de guanosina (GTP) ou ATP. O NADH 
e o FADH2 liberam os seus elétrons na cadeia de transporte 
de elétrons onde, em última análise, ocorrerá a síntese de 
ATP e água. (ver figura abaixo) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Cetogênese: 
 
No jejum mais prolongado (~48h) os AG e, em especial, 
os corpos cetônicos (CC), sintetizados no fígado a partir do 
metabolismo de AG, passam a ser os principais substratos 
energéticos para a grande maioria dos tecidos em detrimento 
da glicose. Inclusive o SNC passa a obter parte do seu 
requerimento energético através da metabolização dos CC. 
Na ausência de glicose intra-celular, por redução de ingestão 
(jejum) ou por conta de uma diabetes com redução do 
transporte de glicose do meio plasmático para o intra-celular, 
ocorre uma indisponibilidade de ocorrência do cliclo de Krebs 
e da fosforilação oxidativa. 
 
A mitocôndria do fígado tem a capacidade de converter 
acetil-CoA proveniente da beta oxidação de ácidos graxos em 
corpos cetonicos: acetoacetato, hidroxibutirato e acetona. 
(ver figura abaixo) 
 
 
 
Com relação aos corpos cetônicos: (CC) 
 
A oxidação completa de ácidos graxos requer 3 
etapas: 
- 1 - β oxidação; 
- 2 - Ciclo de Krebs; 
- 3 - Fosforilação Oxidativa. 
Os ácidos graxos insaturados (mono e 
poli) e os de cadeia ímpar possuem 
passos adicionais de metabolismo. 
Ácido Palmítico C
16
H
32
O
2
 
 
 
 Acetona  volátil, eliminada pelos púlmões 
 Acetoacetato e 0 3-hidroxibutirato  transportados 
pelo sangue aos tecidos periféricos. Ali, eles podem 
ser convertidos novamente em acelil CoA e 
oxidadas no cicio de Krebs. 
 
Os corpos cetônicos são boas fontes energéticas para os 
tecidos periféricos porque: 
 São solúveis em meio aquoso e não precisam ser 
transportados por albumina ou lipoproteínas como 
os demais lipídios 
 São produzidos no fígado quando a quantidade de e 
acetil-CoA excede a capacidade oxidativa do fígado 
 São usado pelos tecidos extra-hepáticos (músculo 
esquelético, cardíaco, córtex renal) em quantidade 
proporcional a sua concentração no sangue 
 
Cetoacidose: 
 
 Quando a velocidade de formação dos corpos 
cetônicos é maior do que a velocidade de seu 
consumo, seus níveis começam a aumentar no 
sangue e, por fim, na urina. 
 Um aumento na concentração de corpos cetônicos 
no sangue resulta em acidemia. 
 A excreção da glicose e de corpos cetônicos na urina 
resulta em desidratação do organismo. 
 O aumento de H+ na circulação e a diminuição do 
volume plasmático podem causar acidose grave 
(cetoacidose).

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