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1 COMPETÊNCIAS, HABILIDADES E ATITUDES 2 NOSSA HISTÓRIA A nossa história inicia com a realização do sonho de um grupo de empresários, em atender à crescente demanda de alunos para cursos de Graduação e Pós-Gradua- ção. Com isso foi criado a nossa instituição, como entidade oferecendo serviços educa- cionais em nível superior. A instituição tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de conheci- mento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a participação no desen- volvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação contínua. Além de pro- mover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos que constituem patrimônio da humanidade e comunicar o saber através do ensino, de publicação ou ou- tras normas de comunicação. A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma confiá- vel e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica, excelência no atendimento e valor do serviço oferecido. 3 Sumário NOSSA HISTÓRIA ................................................................................................ 2 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 4 O QUE SÃO COMPETÊNCIAS? ........................................................................... 5 GESTÃO POR COMPETÊNCIAS ......................................................................... 6 CONHECIMENTOS, HABILIDADES E ATITUDES ............................................... 8 O CONTEXTO ATUAL E AS COMPETÊNCIAS .................................................. 10 IDENTIFICAÇÃO DE COMPETÊNCIAS x ESTRATÉGIAS DA ORGANIZAÇÃO 16 CHA OU CHA + C? .............................................................................................. 20 OBSERVAÇÃO DE COMPORTAMENTOS ......................................................... 22 QUESTÕES COMPORTAMENTAIS E LIDERANÇA........................................... 24 MAS AFINAL, POR QUE AS COMPETÊNCIAS SÃO TÃO IMPORTANTES PARA UMA EMPRESA? ........................................................................................................... 26 REFERÊNCIAS ................................................................................................... 27 4 INTRODUÇÃO O setor empresarial vem passando por profundas mudanças organizacionais, prin- cipalmente em decorrência da elevação da competitividade e da internacionalização das empresas. Castells (1999) coloca que um dos principais motivos das mudanças organi- zacionais é a incerteza causada pela velocidade das mudanças tecnológicas e econômi- cas, levando a um aumento da flexibilidade do gerenciamento empresarial como um todo. Ulrich (1998) ressalta que a realidade competitiva demanda uma maior capacidade de organização interna, capaz de adicionar valor a investidores, clientes e funcionários. O mesmo autor salienta que se a capacidade de organização tornou-se fonte de compe- titividade, e se os profissionais de Recursos Humanos (RH) devem lutar para esta maior organização, se faz necessário que este profissional encontre novas propostas e meto- lodogias de trabalho mais efetivas. Uma alternativa para melhorar a capacidade de orga- nização nas empresas é a capacidade de organização das suas próprias competências. Dentro deste parâmetro, o setor de RH exerce um papel fundamental nas organi- zações, classificado por Fleury e Fleury (2000) em três aspectos principais: o primeiro aspecto está relacionado ao real envolvimento das pessoas nas estratégias empresariais, necessitando que o setor de RH tenha grande poder de decisão e de formação de suas políticas de gestão. O segundo refere-se ao sistema de remuneração, que deve estar atrelado às pessoas e não somente no cargo e sua estrutura hierárquica tradicional. E, por fim, os autores colocam que a necessidade da formação de competências considere a formação educacional do indivíduo e a participação deste em treinamentos direciona- dos. Para Boog et al. (2002), o treinamento é uma ferramenta que proporciona o aper- feiçoamento ou a inclusão de Conhecimentos, Habilidades e Atitudes, sendo que este conjunto de características combinado pode trazer grande vantagem competitiva para as empresas. Um tipo de organização que tem deparado com uma forte necessidade de melho- rar a sua capacidade de organização interna são as Instituições de Ensino Superior (IES), que vem enfrentando um cenário muito mais dinâmico, como conseqüência direta da ex- pansão do ensino superior no Brasil, mais precisamente a partir da última década. Neste 5 novo ambiente, os coordenadores de curso estão sendo exigidos não mais somente em relação aos conhecimentos técnicos de sua área, mas também da sua capacidade de lidar de maneira flexível com as contingências de mercado. Este material se propõe a identificar o Conhecimento, Habilidade e Atitude (CHA) do coordenador de curso administração de uma Instituição de Ensino Superior. Espera- se, como resultado do trabalho, comprovar que a utilização do CHA permita uma melhor visualização do perfil de competência de uma organização. O QUE SÃO COMPETÊNCIAS? Competências, na área da administração, referem-se a um conjunto de conheci- mentos, habilidades e atitudes (CHA) que caracterizam as aptidões de uma pessoa para cumprir determinadas tarefas. Para entender melhor, vamos ver como outros teóricos conceituam competências: Competências são operações mentais que articulam e mobilizam os conhecimentos. — Neize Deluiz Competência é a capacidade de uma pessoa de gerar resultados dentro dos obje- tivos organizacionais. — José Antonio Monteiro Hipólito e Cassiano Machado Silva Conjunto de conhecimentos, habilidades, atitudes que afetam a maior parte do trabalho de uma pessoa, e que se relacionam com o desempenho no trabalho; a compe- tência pode ser mensurada, quando comparada com padrões estabelecidos e desenvol- vidos por meio de treinamento. — Maria Tereza Leme Fleury e Afonso Fleury Portanto, podemos ver que competência é uma palavra que pode ter significados diferentes dentro do mundo corporativo, porém, todos concordam que tratam-se de ca- pacidades que os colaboradores devem ter para auxiliar a empresa a desenvolver um di- ferencial competitivo. Na prática, nem todos os colaboradores chegam à empresa com as competências necessárias para desenvolver seus trabalhos, mas é papel da organização criar cenários para que o colaborador possa aprimorar seus conhecimentos, habilidades e atitudes. 6 GESTÃO POR COMPETÊNCIAS Dutra, Hipólito & Silva (1998) conceituam a competência como sendo a aptidão da pessoa em provocar resultados dentro do escopo organizacional. A gestão de competências é uma forma avançada de administrar pessoas, sendo que sua sustentação está nos conhecimentos requeridos pela empresa para que seus objetivos sejam alcançados e na maneira como esses conhecimentos são disseminados entre os profissionais. Entre os principais objetivos da adoção de uma gestão por com- petências para Boog et al. (2002), destaca-se: • Entender, organizar e disseminar os conhecimentos ligados aos negócios e as estratégias da empresa; • Ser o instrumento de comunicação de mensagens de atitude, conhecimentos e habilidades esperadas de cada empregado; • Formar uma base de dados sustentável e confiável para as avaliações de de- sempenho; • Servir como valiosa fonte de informação para as necessidades de treinamento, planos de sucessão, carreira, seleção e remuneração; • Comprometimento de líder na gestão efetiva e no desenvolvimento dasua equipe; • Transparência nas relações internas. Zarifiam (2001) define competência como a aptidão que um indivíduo tem em ser proativo, de ir além do que está previsto. O autor ainda relaciona a competência com o conhecimento prático de experiências antecedentes. Para Ruano (2003) a gestão de competências está diretamente ligada à área es- tratégica da empresa, se constituindo em um recurso importante para a gestão de pes- soas e a organização, tendo como consequência uma atuação voltada para resultado e fornecendo suporte para o cumprimento dos objetivos e metas organizacionais. Segundo Dutra (2001), a gestão de pessoas tem como função o estímulo e o en- volvimento dos funcionários. Para tanto, a gestão de competência pode ser considerada um instrumento poderoso na efetividade deste processo. 7 Para Marras (2000), entre os diversos fatores que fazem com que uma empresa invista em seu funcionário, estão: • Quociente de inteligência; • Nível de inteligência emocional; • Qualidade educacional; • Identificação com a cultura organizacional; • Nível motivacional; • Habilidade negocial, técnica e/ou decisória; • Espírito de liderança; • Maturidade; • Background sólido; • Trajetória estável. É importante ressaltar que os fatores descritos por Marras (2000) envolvem com- petências relacionadas com o comportamento do profissional. Rabaglio (2001) expõe que as competências também podem ser categorizadas em: • Básicas: são relacionadas à cultura organizacional e demonstradas nos Cur- rículos de todos os profissionais da empresa. • Diferenciadoras: são os comportamentos de maior frequência nos profissio- nais excelentes e que se distinguem dos profissionais proficientes. • Estratégicas: são as competências percebidas como essenciais para viabilizar a visão estratégica da organização. Já para Resende (2001), as competências podem ser categorizadas da seguinte forma: • Técnicas: Domínio apenas de determinadas especialidades; • Intelectuais: Aplicações de aptidões mentais; • Cognitivas: Misto de capacidade intelectual com domínio de conhecimento; • Relacionais: Envolvem atividades práticas de relações e interações; • Sociais e políticas: Relações e participações na sociedade; • Didático-Pedagógicas: Voltadas a educação e ensino; 8 • Metodológicas: Técnicas e meios de organização de atividades e trabalhos; • Lideranças: Habilidades pessoais e conhecimentos de técnicas de influenciar e conduzir pessoas; • Organizacionais: Competências de organização e gestão empresarial. Todas elas são levadas em consideração na avaliação de desempenho dentre da re- alidade e cultura da organização. CONHECIMENTOS, HABILIDADES E ATITUDES Os diferentes processos de trabalho são influenciados pelas mudanças e transfor- mações que ocorrem na sociedade, exigindo um novo perfil dos mais diversos profissio- nais. Atualmente, um profissional deve buscar constantemente o aprendizado, a qualifi- cação e a capacitação; deve ser capaz de evoluir e enfrentar as rápidas mudanças. É necessário também que tenha habilidade para aprender e trabalhar com desafios cada vez maiores. Estas condições são fundamentais para que o profissional possa entrar, manter-se, desenvolver-se e ter sucesso no mercado de trabalho tão concorrido, afirma Rodrigues (2014). Algumas novas exigências deste momento estão relacionadas a necessidade de conhecimento atualizado, adequado e produtivo, que pode ser definido como “saber”, a necessidade de habilidade para relacionar-se, obter resultados e realizar atividades em geral, que pode ser definida como “saber fazer” e, por fim, não menos importante, a ne- cessidade de ter atitude proativa, coerente e ética que pode ser definida como “querer fazer”. Estes três aspectos formam o que pode ser denominado de CHA (conhecimentos, habilidades e atitudes) (RODRIGUES, 2014). Assim sendo, o profissional precisa atentar para diversos aspectos que poderão contribuir para seu desenvolvimento pessoal e principalmente profissional, dentre eles o CHA, destacado no Quadro 1 visto pelos autores da seguinte forma: 9 a) Conhecimento é “o saber que a pessoa acumulou ao longo de sua vida”, se- gundo Durand (1998). b) Habilidade “é a capacidade de aplicar e fazer uso produtivo do conhecimento”, afirma Gagné et al. (1988). c) Atitude é a “predisposição do indivíduo em relação à adoção de um curso de ação. Domínio relacionado a sentimentos, crenças e valores”, conforme Bloom et al. (1973). Essas variáveis, conhecimento, habilidade e atitude (CHA), são responsáveis pela composição das competências necessárias aos profissionais: Como pode ser visto na Figura, Durand (2000) construiu um conceito de compe- tência baseado em três dimensões: conhecimentos (saber o que fazer), habilidades (sa- ber como fazer), atitudes (querer fazer). Essas dimensões são interdependentes pois, para a adoção de um padrão de comportamento no ambiente de trabalho, exige-se da pessoa a utilização não apenas de conhecimentos, mas também de habilidades e atitu- des adequadas à situação. Cabe destacar que a competência compreende não apenas as habilidades, mas também crenças e comportamentos próprios da pessoa. Assim sendo, o fato de uma pessoa possuir habilidades não significa que elas sejam necessa- riamente aplicadas a uma determinada organização em que atue. 10 O conceito de competência também pode ser aplicado à equipe de trabalho e à organização como um todo. Durand (2000) esclarece que crenças e valores compartilha- dos pela equipe de trabalho influenciam muito o comportamento e o desempenho de seus componentes. Ruas (2005) e Bitencourt (2005) afirmam que a competência é fundamentada em um conjunto de capacidades, ou o exercício de capacidades. Estas, como o conheci- mento, as habilidades e atitudes, muitas vezes podem ter sido desenvolvidas em situa- ções anteriores, na formação, treinamentos ou na prática de trabalho. O desenvolvimento dessas capacidades pode ser posteriormente mobilizado em situações não previsíveis. A ação que combina e mobiliza essas capacidades, e que tem sua efetividade diretamente relacionada ao resultado desejado, pode ser entendida como competência. Ainda para Ruas (2005) é uma ação, na qual, se mobilizam os CHA pessoais e (ou) profissionais para a execução de uma tarefa. Rabaglio (2005, p.3) afirma que podemos definir competências como “um conjunto de conhecimentos, habilidades e atitudes específicas que permitem ao indivíduo desem- penhar, com eficácia, determinadas tarefas em qualquer situação de forma peculiar”. Portanto, cada profissional deve cuidar do seu CHA (conhecimentos, habilidades e atitudes) por meio de ações que contribuam para a aquisição de novos conhecimentos, desenvolvimento de habilidades e estímulo a atitudes, o que poderá contribuir para o desenvolvimento de competências fundamentais na realização das atividades inerentes ao seu papel na sociedade contemporânea. O CONTEXTO ATUAL E AS COMPETENCIAS Atualmente, a relação de emprego já não é mais vista como era outrora. Em um passado recente, um indivíduo era contratado para trabalhar em uma empresa e isto era 11 visto como algo para toda vida. Assim, um indivíduo empregado tinha orgulho de traba- lhar vários anos em uma determinada empresa, pois era motivo de “status” até mesmo na sociedade em geral. Não era raro ouvirmos pessoas afirmando que o indivíduo era excelente profissional, pois trabalhava ou trabalhou vários anos na empresa tal. Dessa forma, o tempo era o indicador de competência profissional. Porém, os tem- pos mudaram, exigindo novos posicionamentos das organizações, conforme Rodrigues (2014). Principalmente, nos países de capitalismo mais avançado, nos últimos anos ocor- reram profundas transformações no mundo do trabalho, surgindo novos elementoscomo a tecnologia da informação, a automação, a robótica, a microeletrônica que invadiram as organizações. Como consequência desses novos elementos, os processos e as estrutu- ras produtivas também sofreram modificações, o que afetou praticamente todos os pro- fissionais e exigindo outros conhecimentos, habilidades e atitudes. Dentre os requisitos exigidos, aparece a competência que, para Araújo (2000, p.98), é vista “resposta às demandas do mundo do trabalho por um tipo de formação mais adequado às transformações no sistema produtivo referenciada no conceito de flexibili- dade”. Diante desse cenário, cabe ao ser humano preparar-se continuamente para en- frentar com criatividade, flexibilidade, pro atividade e competência toda gama de adver- sidades que é imposta pelas organizações desta sociedade em que vivemos. Para Rodrigues (2014), com o advento da globalização e com ela o aumento da competitividade que afeta os países, sociedades e pessoas em geral, exigem-se padrões elevados de qualificação e desempenho em diversos setores e situações de vida. Para responder a essas novas condições de sobrevivência, faz-se necessário desenvolver e aumentar as competências individuais e grupais. À medida que o mundo torna-se mais interligado e os negócios mais complexos, o trabalho e os indivíduos precisam buscar mais aprendizagem e desenvolvimento de competências pessoais e profissionais. A competência profissional é uma combinação de conhecimentos, de saber-fazer, de experiências e comportamentos que se exercem em um contexto preciso. Ela é cons- tatada quando de sua utilização em situação profissional, a partir da qual é passível de validação. Compete então à empresa identificá-la, validá-la e fazê-la evoluir (ZARIFIAN, 2001, p. 37). 12 Na década de 1970, o conceito de competências passa a ser discutido como um conjunto de capacidades humanas, a tríade Conhecimentos, Habilidades e Atitudes (CHA), sendo que o seu desenvolvimento está relacionado a questões como a inteligên- cia e personalidade, com a atenção voltada para o indivíduo (FLEURY; FLEURY, 2001). Desse modo, o sujeito é considerado um ator. A capacidade de um indivíduo de mobilizar o todo ou parte de seus recursos cog- nitivos e afetivos para enfrentar uma família de situações complexas, o que exige a con- ceituação precisa desses recursos, das relações que devem ser estabelecidas entre eles e da natureza do saber mobilizar, para Perreneoud (apud KILIMNIK et al., 2004, p. 245). A competência é sempre do indivíduo e não da qualificação do emprego em si. Ela só se manifesta na atividade prática do indivíduo e é nessa atividade prática que se pode avaliar as competências utilizadas, afirma Zarifian (2001). Em relação às competências organizacionais, o autor distingue diversas formas de sua manifestação, a saber: a) Competências sobre processos de trabalho propriamente ditos. b) Competências técnicas, ou seja, os conhecimentos específicos sobre o traba- lho que está sendo realizado. c) Competências sobre os fluxos de trabalho da organização. d) Competências de serviço. d) Competências sociais, relacionadas ao comportamento dos indivíduos. Ainda para Zarifian (2001), para essas competências, são identificados três domí- nios: autonomia, responsabilidade e comunicação. Fleury e Fleury (2001), afirmam que competência é saber adquirir, usar, mobilizar, integrar, desenvolver e transferir conheci- mentos, recursos, habilidades e experiências que agreguem valor à organização e valor social ao indivíduo, buscando a maximização de resultados. “A formação de competên- cias exige uma pequena “revolução cultural” para passar de uma lógica de ensino para uma lógica de treinamento (coaching), baseada em um postulado relativamente simples: constroem-se competências exercitando-se em situações complexas” (PERRENOUD, 2000, p. 54). Competência é o conjunto de conhecimentos, habilidades, atitudes que afetam a maior parte do trabalho de uma pessoa, e que se relacionam com o desempenho no 13 trabalho; a competência pode ser mensurada, quando comparada com padrões estabe- lecidos e desenvolvida por meio de treinamento (PARRY, 1996, apud FLEURY e FLEURY, 2001, p.19). Dutra (2004) destaca que o conceito de competência é pensado como um conjunto de conhecimentos, habilidades e atitudes que justificam um alto desempenho, na medida em que há também um pressuposto de que os melhores desempenhos estão fundamen- tados na inteligência e na personalidade das pessoas; nesta abordagem considera-se a competência, portanto, como um estoque de recursos que o indivíduo detém (DUTRA, 2004). Já para Perrenoud (2000, p. 15), “competência é a capacidade de mobilizar diver- sos recursos cognitivos para enfrentar um tipo de situação”. Autores como Gramigna (2002), enfatizam que o desenvolvimento de competência pode ser comparado ao pro- cesso de crescimento de uma árvore, onde a raiz representa as atitudes que corresponde ao conjunto de valores, crenças e princípios formado ao longo da vida e que determinam nossas atitudes. O tronco corresponde ao conhecimento como sendo o conjunto de in- formações que a pessoa armazena e lança mão quando precisa. Quanto maior este conhecimento, mais a competência se fortalece e permite que o profissional em frente, com flexibilidade e sabedoria, os diversos desafios, a copa (fru- tos, flores e flores), corresponde às habilidades, ou seja, é saber agir com talento, com capacidade e técnica, obtendo resultados positivos, afirma Gramigna (2002). As competências pessoais, fundamentais e, de maior significado na vida interior, social e profissional das pessoas conforme Resende (2000), são: a) Competência da informação – é estar bem informado ou deter informações, registrando-as, assimilando-as, elaborando- as e utilizando-as adequada- mente. b) Competência do conhecimento - é o produto de experiência, de aprendiza- gem, de busca de informações e de elaborações mentais desenvolvidos e ad- quiridos através de cursos e outras atividades educacionais formais e infor- mais. 14 c) Competências técnico-operacionais - são aplicações de conhecimentos es- pecíficos relacionados a determinadas atividades profissionais. d) Competência intelectual - é a capacidade de combinar raciocínios, associar ideias e conhecimentos para encontrar soluções e resolver problemas pessoais ou profissionais. e) Competência emocional - a ação ou a influência da inteligência, ou da razão, sobre a emoção determina a competência emocional, isto é, as formas como as emoções serão explicitadas ou não. É o uso inteligente das emoções (WEI- SINGER, 2001). f) Competência espiritual - é a capacidade de sobrepor-se às forças contrarias à espiritualidade e controlá-las. g) Competências físicas – é saber respeitar seu corpo e seu físico, mudar de hábitos prejudiciais à saúde para uma vida mais saudável. h) Competências de vida – é a associação simbiótica das competências emoci- onais, espirituais e físicas. De acordo com Weisinger (2001, p. 14) “a inteligência emocional é o uso inteligente das emoções, isto é, fazer intencionalmente que suas emoções trabalhem em seu favor, usando-a como uma ajuda para ditar seu comportamento e seu raciocínio de maneira a aperfeiçoar seus resultados”. Em relação à competência emocional, o autor afirma que existem quatro componentes da inteligência emocional sendo assim definidos: a) A capacidade de perceber, avaliar, e expressar corretamente a emoção. b) A capacidade de gerar ou ter acesso a sentimentos, quando eles puderem fa- cilitar a compreensão de si ou de outros. c) A capacidade de compreender as emoções e o conhecimento derivados delas. d) A capacidade de controlar as próprias emoções para promover o crescimento emocional e intelectual (Weisinger, 2001, p. 15). Dentre as diversas fontes pesquisadas para elaboração desseartigo foram encon- tradas sete competências desejáveis para os indivíduos atuarem no ambiente de traba- lho, a saber: 15 1) Aprender a aprender - os indivíduos devem contribuir construtivamente atra- vés da busca de melhoria de produtos, serviços e processos. Para isso, preci- sam ter condições de utilizar um conjunto de técnicas, de analisar situações, questionar, procurar conhecer o que não compreendem e pensar criativamente para gerar opções. 2) Comunicação e colaboração - as equipes constituem o fundamento das or- ganizações flexíveis, e a eficiência das pessoas está cada vez mais vinculada com sua habilidade interpessoal de comunicação e colaboração. 3) Raciocínio criativo e solução de problemas – atualmente é esperado dos indivíduos, que atuam no nível operacional, que eles descubram a melhor forma para agilizar seu trabalho. É necessário também que o indivíduo seja criativo, desenvolva habilidades para análise das diferentes situações, para re- solução de problemas, deixe claro que não sabe e sugira melhorias. 4) Conhecimento tecnológico – a utilização do computador, não apenas para tarefas relacionadas com o trabalho, mas para contatos com profissionais em todo o mundo, compartilhando melhorias e recomendando melhorias nos pro- cessos de trabalho. 5) Conhecimento global dos negócios – os indivíduos deverão aprender novas habilidades técnicas e comerciais relacionadas ao ambiente competitivo global. Neste ambiente global e volátil, a necessidade da visão holística é fundamental. 6) Liderança - a identificação e o desenvolvimento de pessoas excepcionais ou chaves para a organização que possam contribuir para agregar valores e dar saltos qualitativos. 7) Autogerenciamento da carreira - as organizações estão transferindo para as pessoas o autodesenvolvimento e o autogerenciamento para que elas possam assumir o controle de suas carreiras e a gerenciar seu próprio desenvolvimento pessoal (MEISTER, 1999). Torna-se imprescindível que os profissionais desenvolvam pelo menos 04 compe- tências básicas, que são: técnica, humana, política e comportamental. 16 IDENTIFICAÇÃO DE COMPETÊNCIAS x ESTRATÉGIAS DA ORGA- NIZAÇÃO Como se podem perceber as competências surgem de acordo com a necessidade do modelo que a sociedade vive em cada época distinta. A emergência em dar respostas rápidas às demandas de súbitas e grandes transformações impôs que medidas educati- vas surgissem para produzir eficácia na preparação das pessoas para o convívio nessa nova sociedade. No início do século XXI, um novo direcionamento em gestão surge para compatibilizar a estratégica organizacional com o sistema de gestão de pessoas por com- petências, levantando importantes questões a serem avaliadas quando da identificação das competências individuais (DUTRA, 2002). Se a principal proposta da gestão por competências é aproximar os objetivos or- ganizacionais dos objetivos individuais, então deverá levar em conta a inclusão e o de- senvolvimento de novos talentos, através das competências individuais de cada colabo- rador (RESENDE 2002). Nesse ínterim, os ambientes corporativos são marcados por uma contínua evolu- ção tecnológica e pelos efeitos da globalização. Com isso surge a necessidade da mu- dança organizacional para preparar o processo de adaptação. Por outro lado, a falta de previsibilidade evidencia as fraquezas dos modelos de administração estratégica. (VAS- CONCELOS E CYRINO, 2000). A participação dos funcionários passa a ser reconhecida como essencial para qualquer organização implementar a sua estratégia e criar vantagem competitiva, nesse novo modelo de gestão de pessoas, a partir dos anos 90 (ALBUQUERQUE E OLIVEIRA, 2001). Com vistas a gerar uma performance acima da média, é necessário que a empresa seja capaz de gerar valor ao cliente e não apenas possuir recursos distintos (HAMEL1, 1994 apud LEITE e PORSSE 2005). Dessa forma, a noção de competência organizacional começa a aparecer na lite- ratura internacional voltada ao tema estratégia, como um saber fazer distintivo e como fonte de vantagem competitiva (GRIMAND, 2011). Para tratar de competências organi- zacionais, antes, é necessário fazer uma breve revisão de conceitos como Estratégia 17 Organizacional, Vantagem Competitiva e Estratégia Competitiva, que justificam sua utili- zação na proposta de estratégia das empresas. Em função de a natureza humana insistir numa definição para cada conceito (MINTZBERG, 2006), a literatura mostra não haver uma definição aceita por todos sobre o tema estratégia. Quinn (2006) define estratégia como um padrão ou plano que integra as principais metas e políticas da organização e a sequência de ações em um todo coeso. O autor também se refere à estratégia como um elemento alocador de recursos, baseado nas competências e deficiências da organização. O conceito de estratégia também é abor- dado como um plano, padrão, pretexto, perspectiva e posição. A estratégia como plano é um curso de ação conscientemente pretendido; como padrão é a consistência de um comportamento no decorrer do tempo; como pretexto é uma manobra; como perspectiva é a maneira central de se realizar algo; e como posição é um meio de localização no ambiente (MINTZBERG, 2006; MINTZBERG, AHLSTRAND e LAMPEL, 2000). Vantagem Competitiva, basicamente, é o desempenho acima da média de uma empresa no longo prazo, que ocorre em função da estratégia adotada pela empresa (PORTER, 1990). A evolução do tema estratégia organizacional não está somente asso- ciada à vantagem competitiva, mas ainda à mudança organizacional (VASCONCELOS e CYRINO, 2000). Para Grant (2002), a estratégia competitiva é definida pela resposta à questão: como a empresa compete? Isto é, como a empresa planeja obter vantagem competitiva sobre seus concorrentes no mercado em que atua? Nesse sentido, a vantagem compe- titiva ocorre num mercado específico, é quando se consegue superar os rivais em termos de valores e preferência dos consumidores. Diferente da vantagem competitiva, que é voltada ao ambiente competitivo externo da empresa, a mudança organizacional focaliza os processos internos de adaptação, conhecimento, aprendizagem e inovação (VAS- CONCELOS e CYRINO, 2000). O conhecimento deve ser tratado como um recurso organizacional, articulado ou mobilizado, dentro dos processos de aprendizagem organizacional. O valor estratégico 18 de tal recurso pode ser avaliado através da formação e desenvolvimento de competên- cias, tendo em vista que essas mantêm relação direta com os processos organizacionais e estes, por seu lado, são responsáveis pela realização da estratégia da empresa (Sel- len2 2000, apud ZANGISKI, LIMA e COSTA, 2009). Hamel e Prahald3 (1994, apud TERRA, 1999) passaram a investigar a competição no nível das corporações, a partir do conceito de competências essenciais. Estas com- petências integram um conjunto de habilidades e tecnologias, que permite à empresa oferecer maior valor percebido aos clientes, diferenciar-se dos concorrentes, e expandir sua atuação para outros mercados. Segundo esses autores, a maior parte dos esforços das empresas situa-se no nível dos produtos ou fatias de mercado, mas deveria se deslocar para o nível das competên- cias, pois somente estas é que irão garantir seus mercados futuros. A partir dessas in- vestigações, discussões e experiências começa a ser difundido o conceito "core compe- tence" ou competência essencial, que é o aspecto fundamental para a competitividade e sobrevivência das organizações. Para se definir as competências essenciais da organização é necessário buscar as definições do Planejamento Estratégico. Assim, o processo de gestão de competên- cias é um processo diretamente relacionado à estratégia da empresa e é desta maneira que alcança grande importância porque possibilita o foco nasações. De acordo com Paschini (2006), a definição das competências organizacionais de- verá ter como ponto de partida o alinhamento estratégico da empresa (missão, visão, cultura, valores, objetivos, estratégia e políticas), e a gestão desse modelo precisa envol- ver os diversos níveis da organização, desde o corporativo até o individual, conforme ilustrado na figura. 19 As competências mudam com o passar do tempo e focalizam as necessidades do negócio igualmente mutáveis. Por isso existe a necessidade de mapear e identificar con- tinuamente as competências necessárias ao sucesso da organização. Cada organização deverá escolher o seu próprio enfoque de competências, a partir dos modelos existentes, que vão sendo adaptados e melhorados, conforme as peculiaridades da empresa, e tam- bém da sua experiência. No Brasil, como em outros países, não existe um conceito único de competência, assim como não existe uma solução padrão ou mais correta. Existem soluções contin- gentes que os gestores encontram para resolver problemas nas organizações (CRO- ZIER4, 1977 apud CAPANO e STEFFEN, 2012). Neste módulo, conhecer o que é competência e sua dimensão histórica, nos dife- rentes contextos das relações de trabalho, auxiliará compreender os diversos conceitos 20 e significados que lhe foram atribuídos. Assim, se espera contribuir na apropriação e dis- seminação das competências da Prefeitura, propiciando melhorias na gestão e nos ser- viços à sociedade (KIENBAUM, 2012). O modelo adotado prevê que uma competência possa ser mensurada quando comparada com padrões estabelecidos, e ser desenvolvida através das trilhas de apren- dizagem, dentre as quais uma das ferramentas é a atividade de treinamento. Outras fer- ramentas adotadas são livros, filmes, revistas, atividades on the job e coaching. CHA OU CHA + C? A conduta de um profissional sempre teve pontos de apoio diferentes com o passar dos tempos. Na época anterior à Revolução Industrial primava-se principalmente pelo conhecimento e pelas habilidades, pois como a economia era dominada principalmente pelo artesanato, as pessoas desenvolviam determinadas habilidades e tornavam aquilo a sua profissão, ganhando a vida com isso. Em outras palavras, o conhecimento – tam- bém chamado de ofício – era transmitido de pai para filho, para que com o tempo a pes- soa lançasse mão deste conhecimento para produzir algo que lhe desse sustento. Com a Revolução Industrial o perfil da economia mudou e as grandes corporações começaram a se proliferar. Com o surgimento das empresas industriais o número de empreendedores aumentava consideravelmente. O empreendedorismo sempre deman- dou atitude, iniciativa, ou seja, O conceito do artesanato começou a perder força diante das empresas industriais que passaram a fazer em escala aquilo que outrora era feito manualmente, pelos artesãos. Era comum ver artesãos se tornando mão-de-obra para as indústrias da época. Vontade de fazer algo sem esperar que alguém mande. E assim o trinômio conhecimento-habilidade-atitude perdura até hoje como condi- ção importante para qualquer profissional, em qualquer área. É o que ficou conhecido como CHA. Este diagrama ficou famoso por condensar as características desejadas por um profissional competente. Embora esse perfil pareça completo, ou melhor, pareça tornar qualquer profissio- nal completo, o mercado de trabalho atualmente tem feito muitas queixas. É comum ouvir que faltam profissionais no mercado. Faltam pessoas que preencham o perfil desejado, que atendam ao ideograma do CHA. E é interessante discutir isto porque cada vez mais 21 se observam pessoas tendo acesso aos ensinos Técnico e Superior. Muitas saem forma- das, com o conhecimento embora esse conhecimento muitas vezes seja questionável mas saem sem as habilidades e, principalmente sem atitudes. Falta o saber, o saber fazer e o querer fazer, ca- racterísticas descritas no livro “metacompetência”, de eu- gênio mussak. Mas há aqueles que são dotados destas condições. Há os profissionais que são dotados de conhecimentos, habilidades e atitudes, mas isso não os torna profissionais competentes. Esta é outra observação que também tem se tornado comum no mercado de trabalho. Então esta situação me levou a pensar que há uma característica que poderia ser adicionada ao ideagrama CHA. Esta característica é o comportamento. Poderia também ser chamado de inteligência emocional, conforme o livro homô- nimo de Daniel Goleman. Mas penso no comportamento como a postura profissional que a pessoa assume em termos de relacionamento interpessoal, liderança, ética e educa- ção. Tem a ver com querer se desenvolver continuamente e contribuir com o crescimento das pessoas a seu redor. Há várias pessoas que preenchem os requisitos do CHA, mas às vezes estas pes- soas não percebem que esta condição lhes coloca numa posição de destaque em algu- mas empresas. Servem como referência. Mas muitas vezes este profissional não entende que esta condição lhe confere uma obrigação importante, que é a obrigação de um ver- dadeiro líder e profissional competente: além de eu saber, saber fazer e querer fazer, eu tenho que contribuir para o desenvolvimento das demais pessoas para que elas também atinjam estas características. Ou seja, tenho que saber ser saber ser um líder, saber ser humilde, saber ser um profissional que influencie positivamente seus colegas. No contexto atual do mercado de trabalho, em que cada vez mais se espera das pessoas, mas ao mesmo tempo parece que as pessoas têm menos para entregar, em que cada vez mais temos que “ensinar profissionais já formados” e, principalmente, em que os profissionais mais experientes têm que cada vez mais ser vir como exemplo para os mais jovens, vejo que a conduta de um profissional competente ultrapassa o contexto do CHA e deve agregar outro item importante: o comportamento. Pior do que a falta de 22 profissionais no mercado será a falta de profissionalismo, que poderá aumentar se os profissionais competentes de hoje não adotarem um comportamento que vise à formação das pessoas pautada na ética e no bom relacionamento interpessoal. OBSERVAÇÃO DE COMPORTAMENTOS A competência profissional não pode ser observada diretamente, ela é inferida através da observação da performance. O padrão de competência estabelece vários cri- térios que, em conjunto, definem o desempenho esperado. É importante que na avaliação se assegure que as evidências obtidas estejam associadas a todos critérios e, portanto, atestem o desempenho competente do avaliado (VARGAS, et al., 2002). Rojas (1999), leva em conta que toda avaliação se refere a contextos profissionais e às complexas interações que neles vêm à tona; e, assim, por mais claros e definidos que estejam os critérios de desempenho, sempre será necessário um juízo de valor do avaliador. As metodologias mais utilizadas para avaliar o saber fazer (habilidades) e o querer fazer (atitudes) são as técnicas de observação direta e de análise dos processos e dos resultados do trabalho. A observação direta permite identificar os interesses e as destrezas do avaliado no desempenho de suas funções, suas atitudes nas relações de trabalho, e outros fatores relacionados ao seu comportamento. A análise dos processos consiste na observação direta de como o servidor desempenhou suas funções e como realiza o seu trabalho (PIRES et al., 2005). A análise dos resultados do trabalho é uma técnica muito utilizada para medir as habilidades técnicas e os conhecimentos específicos da ocupação. Con- siste em fazer uma observação rigorosa dos resultados alcançados com o trabalho do avaliado (VARGAS et al., 2002). Estes dois últimos autores destacam que a técnica da observação direta é o re- curso que mais facilita a avaliação das habilidades e atitudes. Durante o desenvolvimento datarefa, esta técnica possibilita em tempo real: Avaliar a agilidade do avaliado; Identificar e localizar erros e esquecimentos; Analisar a habilidade manual e o ritmo de trabalho; 23 Inventariar as noções teóricas e memorizadas; Habituar o avaliado a controlar seu trabalho e se mostrar exigente sobre a qualidade do produto; Fazer com que o avaliado pense o seu trabalho; Dar ao avaliado meios para que conheça os seus progressos; Desenvolver a ética profissional do avaliado. Os instrumentos mais utilizados para a observação das habilidades (saber fazer) e atitudes (querer fazer) são as fichas individuais e as listas de verificação (checklist). O checklist é uma ficha contendo uma relação dos comportamentos a serem ob- servados, com um espaço reservado para observações, ou notação que indica a pre- sença ou ausência dos comportamentos enumerados. Devem ser individuais, uma para cada avaliado, e devem ser práticas e de fácil utilização. O checklist é uma ferramenta que auxilia o avaliador a focar sua atenção em ha- bilidades específicas, aumentando a acurácia na identificação de falhas. Além de servir como ferramenta de avaliação, também serve como instrumento de aprendizagem, ofe- recendo elementos objetivos para dar feedback aos avaliados, como por exemplo, auxi- liá-los no reforço dos seus pontos fortes e na correção de suas deficiências (AMARAL, 2007). Cada competência contém um título, que representa a sua ideia central, e um elenco dos comportamentos observáveis, fazendo uso de linguagem compatível com as atividades do serviço público municipal. Os comportamentos observáveis ou lista de evi- dências - abrangem um conjunto de "entregas", que serão objeto de observação. O Plano de Desenvolvimento Individual - PDI é uma ferramenta para avaliação do nível de desenvolvimento individual das competências elegíveis pela organização. Visa propiciar condições para uma reflexão sobre sua vida profissional e pessoal. Esse instru- mento deverá ser amplo e flexível para facilitar uma autocrítica sobre pontos fortes, pon- tos fracos e possibilidades de melhoria. 24 A partir de um Perfil de Competências bem estruturado, é possível avaliar se os nossos conhecimentos, habilidades, interesses e expectativas pessoais estão adequa- dos à função que estamos exercendo. Do contrário é fundamental que se disponha de alternativas de desenvolvimento para suprir tais lacunas. A organização necessita gerir as competências individuais e organizacionais a fim de otimizar a gestão de seus recursos. Para se atingir determinado objetivo estratégico é necessário que a instituição entregue determinadas competências. Assim, o seu pessoal precisa entregar essas competências no ambiente que opera. Por exemplo, se a institui- ção busca ser líder ou referência junto à sua comunidade local ou sociedade, em suas equipes de trabalho precisará estimular e cultivar o espírito da liderança (Dutra, 2002). Outra ferramenta essencial na gestão por competências é o feedback entre os servidores acerca dos seus desempenhos. Fornecer feedback ao servidor é um elemento importante tanto para o desenvolvi- mento do indivíduo quanto da organização. A prática do feedback remete as pessoas à reflexão e à autocrítica. Amplia o olhar para os processos de trabalho sobre o que, por- quê, como e para quem entregamos o produto do nosso trabalho. Fornece a base para o autodesenvolvimento; auxilia as pessoas na correção dos erros; reforça comportamentos desejáveis e mostra como se pode melhorar; promove equipes assertivas, que buscam entender e melhorar a própria realidade. O acompanhamento do desempenho individual dos servidores da Prefeitura tem por objetivo promover, simultaneamente, o desenvolvimento individual e organizacional. No contexto das competências, a utilização das ferramentas PDI e feedback são de grande auxílio na avaliação de desempenho dos servidores. Elas contribuem na me- lhoria do desempenho das atividades rotineiras, permitindo o diálogo entre subordinados e superiores para uma visível melhoria individual e institucional. QUESTÕES COMPORTAMENTAIS E LIDERANÇA Peter Drucker, um dos maiores autores da área da Administração, afirmou que a liderança do século XXI irá lidar (ou melhor, já está lidando) com quatro desafios princi- pais: 25 Por experiência própria, posso afirmar que estes são, sem dúvida, grandes desa- fios para os líderes de hoje em dia. Aliás, posso até dizer que principalmente as questões ligadas à delegação e comunicação têm sido os maiores desafios gerenciais encontrados nas empresas e quando essas questões se manifestam de uma forma muito intensa, acabamos g erando falta de alinhamento das equipes e conflitos organizacionais (que é outro dos grandes desafios gerenciais). 26 MAS AFINAL, POR QUE AS COMPETÊNCIAS SÃO TÃO IMPOR- TANTES PARA UMA EMPRESA? Além de auxiliar a empresa a contar com colaboradores capacitados e que contri- buam positivamente com a empresa, há uma outra série de fatores que fazem as com- petências serem tão importantes para uma organização. Plano de carreira Observar as competências de cada colaborador permite que a empresa o desen- volva para cargos mais elevados e assim ele constrói plano de carreira dentro da organi- zação. Isso contribui para diminuir a rotatividade de colaboradores, já que eles vão se sentir mais motivados a se desenvolverem dentro da organização. Recrutamento As competências podem ser critérios para um processo de recrutamento. Observar os conhecimentos, habilidades e atitudes de uma pessoa contribui para que a empresa encontre o profissional ideal para ocupar seu quadro de trabalho. Gestão do conhecimento As competências também são importantes para desenvolver a gestão do conheci- mento, ferramenta essencial para manter o nível de conhecimento, habilidades e atitudes dos colaboradores. A gestão do conhecimento é a prática de estimular o aprendizado colaborativo entre todos os profissionais da empresa para que um ajude o outro a se desenvolver. https://www.twygoead.com/site/blog/o-que-e-gestao-do-conhecimento-e-qual-a-sua-importancia-para-a-universidade-corporativa/ 27 REFERÊNCIAS BARCELLOS, Denise Regina dos Santos. Apropriação e Disseminação das com- petências da PMPA / Denise Regina dos Santos Barcellos -- Porto Alegre: Escola de Gestão Pública/ Secretaria Municipal de Administração: PMPA, 2013. Acessado em 30 de junho de 2021. Disponível em:<http://lproweb.procempa.com.br/ pmpa/pre- fpoa/sma/usu_doc/apostila_ad_competencias.pdf>. FERNANDES, Kátia Regina. O Que São Competências? Revista virtual Twygo. Data de publicação: 11/09/2018 | Data de atualização: 15/02/2021. Acessado em 30 de junho de 2021. Disponível em:<https://www.twygoead.com/site/blog/o-que-sao-compe- tencias/>. PAULA, Jefferson Olegário de. PRUDENCIANO, Rafael. REZENDE, Marcelo La- cerda. URBANAVICIUS JÚNIOR, Valdas. Identificação do Conhecimento, Habilidade e Atitude (CHA) dos coordenadores de curso de uma Instituição de Ensino Superior. Uni- versidade Federal de Itajubá – UNIFEI. Acessado em 30 de junho de 2021. Disponível em:<https://www.aedb.br/seget/arquivos/artigos07/1314_200600030.pdf>. RODRIGUES, Jorge. SANTAELLA, Liliane. Reflexões sobre conhecimentos, habi- lidades e atitudes necessárias ao corretor de imóveis. Gestão Estratégica e Organizaci- onal. XI congresso nacional de excelência em gestão. 13 e 14 de agosto de 2015. Aces- sado em 30 de junho de 2021. Disponível em:<https://www.inovarse.org/sites/de fault/fi- les/T_15_386.pdf>. ____________. CHA OU CHA + C? Revista eletrônica Ponte ao futuro. Acessado em 30 de junho de 2021. Disponível em:<http://ponteaofuturo.com.br/ebooks/cha+c-co- nhecimento-habilidade-atitude-comportamento-ebook.pdf>. http://lproweb.procempa.com.br/https://www.inovarse.org/sites/de
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