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A Psicologia e suas interfaces com os sistemas jurídico e judiciário

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A Psicologia e suas interfaces com os sistemas jurídico e judiciário.
Direito como um conjunto de normas da vida social, também desenvolvemos a noção de que justiça, dentre outros significados, tem o sentido de uma norma cumprida, observada e respeitada, Mafra (2005).
Direito, para este autor (Cavalieri Filho, 2002) é um conjunto de princípios e regras destinado a realizá-la.
Justiça envolve valores inerentes ao ser humano, tais como a liberdade, igualdade, fraternidade, o que vem sendo chamado de Direito natural desde a Antiguidade. O Direito, em contrapartida, é uma invenção humana, um fenômeno histórico e cultural, considerado uma técnica de pacificação social e de realização de justiça. 
A Justiça é um sistema aberto de valores, em constante modificação.
Mas o que o psicólogo tem a ver com esta questão?
Os princípios fundamentais do Código de Ética dos Psicólogos afirmam que o psicólogo baseará o seu trabalho no respeito e na promoção da liberdade, da dignidade, da igualdade e da integridade do ser humano, apoiado nos valores que embasam a Declaração Universal dos Direitos Humanos.
Além disso, trabalhará visando a promover a saúde e a qualidade de vida das pessoas e das coletividades e contribuirá para a eliminação de quaisquer formas de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão.
Justiça Restaurativa
Como princípios importantes da Justiça Restaurativa, temos a voluntariedade, em que não há obrigação de participar, todos são convidados e devem sentir-se livres para aceitar o convite ou recusá-lo sem que isso cause prejuízo a nenhuma das partes.
Pelos princípios da justiça restaurativa, busca-se alcançar a responsabilização do autor do ato infracional, sem deixar de oferecer-lhe o apoio de que necessita. Paralelamente, é oferecido à vítima atendimento e acolhimento de sua dor, bem como a oportunidade de ressignificação e restituição de dano, mesmo que simbolicamente.
Conflitos
No conflito, costumamos tratar os outros como inimigos ou adversários.
Cada uma das partes envolvidas no conflito busca encontrar argumentos para reforçar suas posições e, desta forma, enfraquecer e destruir os argumentos da outra parte. É por causa deste estado emocional gerado pela disputa, que as pessoas não conseguem perceber que, mesmo nesta situação, têm interesses comuns.
O conflito não deve ser considerado negativo. É quando compreendemos que o conflito é inevitável que vamos ser capazes de desenvolver soluções autocompositivas. Quando não encaramos o conflito com responsabilidade, a nossa tendência é convertê-lo em confronto ou disputa. 
Muitas pessoas pensam que o conflito deve ser suprimido ou eliminado da vida social porque, para elas, a paz social seria o resultado da ausência de conflito. 
Negociação. Chamamos de negociação quando pessoas com problemas e/ou processos entre elas lidam diretamente para a transformação e restauração de relações, buscando a solução para as suas disputas ou trocas de interesses.
A negociação está baseada em princípios, sendo o mais importante a cooperação, buscando um acordo com ganhos mútuos. 
A mediação é um meio de solução de conflitos em que duas ou mais pessoas, com a colaboração de um terceiro, que é o mediador, expõem o problema. O mediador as escuta, questiona e vai trabalhando com elas a comunicação, de forma construtiva, para chegar, eventualmente, a um acordo. Esse profissional deve ser capacitado, imparcial, independente e escolhido ou aceito pelas partes. 
Os mediandos, na mediação, não são tratados nem devem se comportar como adversários, mas como coautores da solução daquele conflito, auxiliados pelo mediador.
Outra situação que envolve um terceiro, na tentativa de ajudar a solucionar o conflito, é a conciliação. De acordo com o Tribunal de Justiça do Estado do Paraná, “a conciliação é um meio alternativo de resolução de conflitos em que as partes confiam a uma terceira pessoa (neutra), o conciliador, a função de aproximá-las e orientá-las na construção de um acordo”. 
O conciliador é uma pessoa da sociedade que atua, de forma voluntária e após treinamento específico, como facilitador do acordo entre os envolvidos, criando um contexto propício ao entendimento mútuo, à aproximação de interesses e à harmonização das relações.
Uma comunicação construtiva habilita as pessoas a negociações mais eficazes e à gestão de conflitos de forma mais positiva. Na sociedade atual, esse tipo de comunicação torna-se fundamental. Segundo Vasconcelos (2008), uma comunicação construtiva contempla dez preceitos, que, para este autor, significam elementos de uma linguagem para uma cultura de paz e de direitos humanos. Veremos a seguir:
1. Conotação positiva - A comunicação construtiva tem início com o acolhimento do outro por meio de uma linguagem estimulante e apreciativa sobre aquilo que a pessoa está relatando. Respeitar e acolher aquilo que o outro está comunicando é reconhecer o outro enquanto ser humano, independente de seus valores, direitos e obrigações. 
2. Escuta ativa - A escuta ativa é uma escuta atenta daquilo que está sendo falado e sentido pelo outro. Por isso, deve ser levada em conta, também, a expressão corporal. Mas escutar ativamente não é apenas ouvir, é identificar-se com o outro, sem julgamentos e aceitar as suas contradições. As pessoas que se sentem escutadas também estarão dispostas a escutar.
3. Perguntas sem julgamento - As perguntas apropriadas acompanham o processo de escutar e reconhecer as pessoas. É por meio da pergunta que a pessoa continua narrando o que aconteceu e pode chegar a interpretar a forma como está se comportando. As perguntas ajudam a esclarecer, contextualizar as situações e capacitar a pessoa a pensar sobre o que está ocorrendo.
4. Reciprocidade discursiva - Deve ser estabelecido em uma relação, o direito de todos a falar. O equilíbrio no direito de expressão corresponde a um equilíbrio de poder na relação.
. Mensagem como opinião pessoal - É importante, na comunicação, quando falamos sobre alguém, usemos a primeira pessoa. Desta forma, estamos evitando que se fale pelo outro. Uma expressão como: “Você não devia ter dito isso” se transforma em “Eu penso que isto poderia ter sido dito de outra forma”.
6. Assertividade - Ser assertivo não é ser agressivo. Ser assertivo é ter clareza e segurança nas suas respostas e posições.
7. Priorizar a relação - É sempre importante separar o problema pessoal do problema material. Quando houver um problema pessoal e material, o principal é restaurar a relação pessoal.
8. Reconhecimento da diferença - Quando se consegue sair de sua posição, com seus valores e sua forma de pensar, e se imaginar no lugar do outro (situação empática, já tratada anteriormente), a pessoa compreende as razões, as necessidades e os valores do outro.
9. Não reação - A não reação quer dizer reformulação de uma acusação injusta. A reformulação é uma prática transformadora de uma interação agressiva, em que é rompido o ciclo ofensa-reação. A reformulação pode ser feita por meio de uma pergunta. Ao perguntar, estamos dando oportunidade ao outro de reformular.
10. Não ameaça - Ameaçar o outro é levar o outro a provar que é mais forte e reduzir a relação a um jogo de ganha-perde. A ameaça, em geral, conduz à violência.

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