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Urgência e emergência BRADIARRITMIAS ➡ Introdução: - Bradiarritmia ou bradicardia é definida como FC < 50bpm ou FC < 60bpm em pacientes assintomá>cos. - Pacientes com queixas cardiológicas (dispneia, dor torácica, tontura, síncope) ou com alteração de FC devem realizar ECG imediatamente. - Quando falamos de taquiarrimitas ou bradiarritmias, devemos contar separadamente a frequência do átrio e do ventrículo. - Para calcular a FC, divide-se 1500 pela quan>dade de quadradinhos entre duas ondas igual. - A bradicardia pode ser secundária a alguma doença base como hipoxemia, hipertensão intracraniana, etc, e nesse caso, devemos tratar primeiro o distúrbio de base. - Os principais sintomas da bradicardia são: Tontura, síncope, palpitação, dispneia, intolerância ao esforço, e insuficiência cardíaca. - Alguns pacientes, principalmente atletas, podem não apresentar sintomas (vagotonia). - O melhor tratamento paras a maioria das bradicardias é o marca-passo cardíaco ar>ficial. Antes de sua introdução, usamos bastante Atropina, e Adrenalina. ➡ Ritmo sinusial (ECG normal): - Onda P antes de QRS, posi>va nas derivações DI, DII e AVF, e nega>va em AVR. - Ritmo regular (intervalos entre as ondas regulares). - Frequência entre 60 e 100 bpm. ➡ Bradicardia sinusal: - Onda P antes de QRS, posi>va nas derivações DI, DII e AVF, e nega>va em AVR. - Ritmo normal. - A única diferença é a frequência cardíaca baixa (< 50 bpm). - Tratamento: • Paciente assintomá>co: Re>rar a causa base e acompanhar (sem intervenções). • Paciente sintomá>co: Re>rar a causa base, observar durante o esforço `sico, e se necessário, colocar marca-passo defini>vo (doença do nó sinusial). • ECG com ritmo sinusal. • FR: 1500/18 = Cerca de 80bpm. • Intervalo RR regular • Intervalo PR: 4 quadradinhos (4 x 40 = 160 milissegundos). • QRS: 2 quadradinhos (80 milissegundos). • Presença de onda P de tamanho normal antes de QRS. • Intervalo PR normal. • QRS estreito. • Ba>mento cardíaco normal, porém de baixa frequência (33bpm). Urgência e emergência ➡ Bloqueio atrioventricular de 1º grau: - Ondas P (não bloqueadas) antes de QRS. - Ritmo normal. - A única diferença é o aumento do intervalo PR (>200ms ou > 5 quadradinhos ou > 0,20s). - Tratamento: • Paciente assintomá>co: Re>rar a causa base e acompanhar (sem intervenções). • Paciente sintomá>co: Re>rar a causa base, observar durante o esforço `sico, e se necessário, colocar marca-passo defini>vo. • Evitar Betabloqueador e amiodarona. ➡ Bloqueio atrioventricular de 2º grau: - Mobtz Hpo I ou Wenckebach: - Ondas P normais intercaladas com ondas P bloqueadas (onda P sem QRS). - Intervalo PR com aumento grada>vo de tamanho (>220ms) até chegar à onda P bloqueada (avisa que vai ocorrer bloqueio). - Tratamento: • Paciente assintomá>co: Re>rar a causa base e acompanhar (sem intervenções) com Holter de 24h para verificar se está ocorrendo somente isso ou se o paciente não tem algum bloqueio mais grave. • Paciente sintomá>co: Re>rar a causa base e colocar marca-passo defini>vo. Se não for possível colocar o marca-passo de imediato, podemos dar atropina, dopamina ou adrenalina. - Mobtz Hpo II: - Ondas P normais intercaladas com ondas P bloqueadas (onda P sem QRS). - Intervalo PR constantemente aumentado (>200ms) até chegar à onda P bloqueada (não avisa que vai ocorrer bloqueio). - Tratamento: O marca-passo defini>vo está indicado em todos os pacientes independente da instabilidade hemodinâmica do paciente. - Bloqueio atrioventricular de 2º grau do Hpo 2:1: - 2 ondas P para 1 QRS. - Tratamento com marca-passo defini>vo. - Bloqueio atrioventricular de 2º grau avançado: - 3 ou mais ondas P bloqueadas para 1 QRS. - Tratamento com marca-passo defini>vo. No ECG ao lado, observamos as formas de bloqueio atrioventricular de segundo grau. No primeiro traçado do ECG, o intervalo PR gradualmente aumenta até a onda P ser bloqueada. No ba>mento pré-bloqueio o intervalo PR é maior (360ms) do que no ba>mento após o bloqueio (240ms), o que define BAV Mobitz I ou Wenckebach. No segundo ECG, o intervalo PR é constante, o intervalo PP é constante e uma onda P aleatoriamente é bloqueada, o que define BAV Mobitz II. No terceiro ECG, uma onda P é bloqueada para cada onda P que conduz (BAV 2:1), não é possível definir se é Mobitz I ou II.. Urgência e emergência ➡ Bloqueio atrioventricular de 3º grau ou total (BAVT): - O nó AV bloqueia completamente o esnmulo. - Independência de átrios e ventrículos, ou seja, independência entre ondas P e QRS. - Intervalos man>dos entre as ondas P-P e ondas R-R (ritmo regular), porém sem relação entre eles. - Frequência ventricular geralmente mais baixa (< 40) que a frequência atrial. - Algumas ondas P bloqueadas, algumas ondas P mascaradas por ondas T ou QRS - Sinal patognomônico de BAVT. - É o mais grave. - Tratamento: O marca-passo defini>vo está indicado em todos os pacientes independente da instabilidade hemodinâmica do paciente. Se não for possível colocar o marca-passo defini>vo de imediato, podemos dar atropina 1mg, dopamina, ou adrenalina, MPTC ou MPTV. ➡ Resumindo o tratamento das bradicardias: - Na bradicardia sinusial, BAV de 1º grau e BAV de 2º grau >po I, dependendo da clínica (estabilidade hemodinâmica), não é necessário colocar o marca-passo defini>vo, apenas acompanhar com Holter 24h e inves>gar a causa. Se houver instabilidade, devemos colocar marca-passo defini>vo. - Todos os casos de BAV de 2º grau >po II e BAVT devem ser internados, monitorados, avaliados por um cardiologista e tratados com marca-passo defini>vo, independente dos sintomas. - A instabilidade hemodinâmica é definida como rebaixamento do nível de consciência, angina, hipotensão, síncope ou sinais de choque. Caso algum desses sinais estejam presentes, devemos providenciar marca-passo transcutâneo e administrar Atropina 1mg EV em bolus (ou adrenalina ou dopamina), e assim que possível, instalar o marca-passo defini>vo. - A abordagem inicial da bradicardia instável deve incluir estabilização do paciente, com suporte de via aérea e ven>lação, oxigênio suplementar se necessário, monitorização e avaliação de sinais vitais (PA, FC, saturação periférica de O2), estabelecimento de acesso venoso central, e assim que possível, a realização do ECG em 12 derivações. - Obs: Atropina 1mg até 3X em intervalo de 5 minutos. - Obs: A desvantagem do marca passo transcutâneo ou transverso é que causa dor, por isso devemos analgesiar e ver a amperagem necessária para gera o ba>mento cardíaco. Além disso, esse marca-passo provisório vai “se acostumando” e vai necessitando cada vez mais de maiores amperagens. Serve até colocar o marcapasso defini>vo. - Obs: Paciente com FC muito baixa e QRS largo tem muita chance de não responder a medicação (atropina) - bloqueios baixos - marca-passo. - Obs: Sempre inves>gar a causa base da arritmia.
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