Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
FR EN TE Ú N IC A 163 A autora desenvolve, no fragmento lido, um raciocínio lógico a partir do comportamento peculiar da pequena Neuma. Em qual das alternativas a seguir há um pressuposto adequado àquele raciocínio? A Neuma não era mercenária, pois fazia chantagem emocional com os adultos em troca de guloseimas por culpa deles próprios, que a haviam mimado demais. b Neuma não era mercenária, mas sim esperava apenas que os adultos fossem coerentes: se lhe ofereciam sempre gulo- seimas, teria o direito de reclamar quando essa regra fosse quebrada. c Como Neuma era uma criança egocêntrica e voluntariosa, reclamava o seu “pagamento” em bolachas tal como uma autoridade que exige o pagamento de impostos. D A anomalia consistiria não no fato de alguns adultos se esquecerem de oferecer guloseimas a Neuma, mas sim no fato de alguns, por má vontade, deliberadamente se recusarem a dar-lhe esse mimo. E Neuma entendia que seu afeto para com os adultos tinha um “valor de troca”, por isso cobrava deles as guloseimas como forma de pagamento. 19 Fuvest Crianças perguntam... Einstein responde! O professor da 5a série de uma escola americana descobriu que seus alunos ficavam chocados ao aprender que os seres humanos são classificados no reino animal. Então sugeriu que escrevessem para grandes cientistas e intelectuais e pedissem a opinião deles sobre isto. Albert Einstein respondeu: “Queridas crianças. Nós não devemos perguntar ‘O que é um animal?’, mas, ‘Que coisa chamamos de animal?’. Bem, chamamos de animal quando essa coisa tem certas características: alimenta-se, descende de pais semelhantes a ela, cresce, movimenta-se sozinha e morre quando seu tempo se esgotou. É por isso que cha- mamos a minhoca, a galinha, o cachorro e o macaco de animais. E nós, humanos? Pensem nisto da maneira que eu mencionei anteriormente e então decidam por vocês mesmas se é uma coisa natural nós nos considerarmos animais”. Ciência Hoje – Crianças. a) Em sua resposta às crianças, Albert Einstein propõe a substituição da pergunta “O que é um animal?” por “Que coisa chamamos de animal?”. Explique por que essa substituição já revela uma atitude científica. b) Fazendo as adaptações necessárias e conservando o seu sentido original, reconstrua o último período do texto (“... Pensem nisto da maneira que eu... animais.”), começando com “[...] Decidam por vocês mesmas... animais”. 20 Unicamp O texto abaixo é extraído de artigo jornalístico no qual se comparam duas notícias que chamaram a atenção da imprensa brasileira no mês de outubro de 2007: de um lado, o caso entre o senador Renan Calheiros e a jornalis- ta Mônica Veloso; de outro, o artigo em que o apresentador de TV Luciano Huck expressa sua indignação contra o roubo de seu relógio Rolex. Aparentemente, o que aproxima todos esses personagens é a disputa por um objeto de desejo. No caso dos assaltantes de Huck, por estar no pulso de um “bacana”, mais que um relógio, o objeto em questão aparece como um equivalente geral que pode dar acesso a outros objetos [...]. Presente de sua mulher, a igualmente famosa apresentadora global Angé- lica, um relógio desse calibre é sinal de prestígio, indicando um lugar social que, no Brasil, costuma “abrir portas” raras vezes franqueadas à maior parte da população. [...] Mais afinado com as tradições patriarcais de seu Estado natal, Renan aparece nos noticiários, bem de acordo com a chamada “preferência nacional” dos anúncios de cerveja. Daí que não seja possível, em ambos os episódios, associar os casos em questão àquele “obscuro objeto de desejo” que dá título a um dos mais instigantes filmes de Luís Buñuel. Tratava-se, para o cineasta, de mostrar como um desejo singular, único, podia engendrar um objeto de grande opacidade. Em direção oposta, tanto na parceria Calheiros/Veloso, quanto no confronto Huck/assaltantes, há uma espécie de exibição ostensiva dos objetos em jogo, como que marcando a coincidência de desejos que perderam sua singularidade para cair na vala comum das banalidades. Eliane Robert Moraes. Folha de S.Paulo, edição de 14 out. 2007. (Adapt.). Grifos nossos. a) Um dos usos de aspas é o de destacar elementos no texto. Explique a finalidade desse destaque nas se- guintes expressões presentes no texto: “bacana”, “abrir portas” e “preferência nacional”. b) No caso de “obscuro objeto de desejo”, as aspas marcam o título de um filme de Buñuel. Explique como a refe- rência a esse título estabelece uma oposição fundamental para a argumentação do texto. 21 Unicamp O trecho abaixo (texto 1), extraído de um artigo publicado no caderno Vida& do Estado de São Paulo, de 18 de agosto de 2006, aborda uma questão polêmica relacionada à ética médica. Esse artigo inclui dois excertos: um do Código de Ética Médica (texto 2) e uma Resolução do Conselho Federal de Medicina (texto 3). PV_2021_LU_ITX_FU_CAP6_LA.INDD / 15-09-2020 (12:20) / VIVIAN.SANTOS / PROVA FINAL PV_2021_LU_ITX_FU_CAP6_LA.INDD / 15-09-2020 (12:20) / VIVIAN.SANTOS / PROVA FINAL INTERPRETAÇÃO DE TEXTO Capítulo 6 Texto, ideologia e argumentação 164 Texto 1 [...] médicos de todo o país distribuem aos pacientes cupons que dão descontos na compra de produtos farmacêuticos. Os cupons são feitos pelos próprios laboratórios. A empresa X, por exemplo, distribui cupons que dão 80% de desconto na compra de uma loção cicatrizante. A empresa Y criou um cartão de fidelidade que garante descontos de até 50% na compra de medicamentos para doenças crônicas, como diabete e asma. Os dois laboratórios firmaram convênios com diversas farmácias no Brasil. [...] O cupom da empresa X, por exemplo, não tem valor sem o carimbo, a assinatura e o registro do médico no Conselho de Medicina. No caso da empresa Y, o cartão definitivo só é dado depois que o médico fornece ao cliente um provisório. [...] Texto 2 O que dizem as normas. Código de Ética Médica: O artigo 98 afirma que é vedado ao médico “exercer a profissão com interação ou dependência de farmácia, laboratório ou qualquer organização destinada à fabricação, manipulação ou comercialização de produtos de prescrição médica de qualquer natureza [...]. Texto 3 Resolução 1595 do Conselho Federal de Medicina: Considerando que “o trabalho do médico não pode ser explorado por terceiros com objetivo de lucro”, o CFM proíbe “a vinculação da prescrição médica ao recebimento de vantagens materiais oferecidas por agentes econômicos interessados na [...] comercialização de produtos farmacêuticos ou equipa- mentos de uso na área médica. a) As posições expressas nos Textos 2 e 3 são semelhantes? Responda sim ou não e justifique. b) A situação descrita no Texto 1 fere as normas apresentadas nos Textos 2 e 3? Responda sim ou não e justifique. PV_2021_LU_ITX_FU_CAP6_LA.INDD / 15-09-2020 (12:20) / VIVIAN.SANTOS / PROVA FINAL 7 CAPÍTULO Nível da expressão – relações entre linguagens O texto de Augusto de Campos emprega duas linguagens: a verbal e a visual. A relação entre elas é de complementariedade. O azul do poema aponta para o espaço e as palavras para o que há dentro dele, se levarmos em conta o título, o pó do cosmos. O poema permite várias leituras, na diagonal, na vertical, na horizontal, de cima para baixo, de baixo para cima; as palavras estão diagramadas no texto de uma forma que mimetizem planetas girando em torno de algo, no caso, duas palavras: “um” e “luz”. A luz pode ser a do Sol, a do conheci- mento, a luz divina; o poema é aberto. A obra de Augusto de Campos faz uma reflexão sobre o estar no mundo: o pó do cosmos é o próprio homem, visto que ele está presente no espaço de muitas maneiras e por muitos motivos. E essa multiplicidade é mimetizada nas inúmeras possibilidades expressivas do signo em seu labor poético. FRENTE ÚNICA Pó d o C os m os (1 98 1) © A ug us to C am po s PV_2021_LU_ITX_FU_CAP7_LA.INDD / 15-09-2020 (12:58) / VIVIAN.SANTOS / PROVA FINAL 7 Nível da expressão – relações entre linguagens
Compartilhar