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APOSTILA TEORIA PSICANALÍTICA 1

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INSTITUTO SUPERAH 
CURSO DE PSICANÁLISE CLÍNICA 
4-TEORIA PSICANALÍTICA I 
O conteúdo desta aula em PDF é licenciado para Claudio Rodrigues Nascimento, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando os infratores a responsabilização civil e criminal.
PSICANÁLISE 
 
Termo criado por Sigmund FREUD*, em 1896, para nomear um método particular de 
psicoterapia* (ou tratamento pela fala) proveniente do processo catártico (catarse*) de Josef 
BREUER* e pautado na exploração do inconsciente*, com a ajuda da associação livre*, por 
parte do paciente*, e da interpretação*, por parte do psicanalista. 
Por extensão, dá-se o nome de psicanálise: 
1. ao tratamento conduzido de acordo com esse método; 
2. à disciplina fundada por Freud (e somente a ela), na medida em que abrange um 
método terapêutico, uma organização clínica, uma técnica psicanalítica*, um 
sistema de pensamento e uma modalidade de transmissão do saber (análise 
didática*, supervisão*) que se apóia na transferência* e permite formar 
praticantes do inconsciente; 
3. ao movimento psicanalítico, isto é, a uma escola de pensamento que engloba 
todas as correntes do freudismo.
 
“Já havendo o método catártico renunciado à sugestão*, Freud deu um passo a mais, 
rejeitando igualmente a hipnose. Ele trata com igualdade seus enfermos, do seguinte modo: sem 
procurar influenciá-los de maneira alguma, faz com que se estendam comodamente em um divã, 
enquanto ele próprio, retirado do olhar dos pacientes, senta-se atrás deles. Não lhes pede para 
fecharem os olhos e evita tocá-los, bem como empregar qualquer outro procedimento passível de 
lembrar a hipnose. Esse tipo de sessão se passa à maneira de uma conversa entre duas pessoas 
em estado de vigília, uma das quais é poupada de qualquer esforço muscular e de qualquer 
impressão sensorial capaz de desviar sua atenção de sua própria atividade psíquica.” (Freud, S., 
em um texto coletivo) 
 
 
FREUD, segundo Stefan Zweig[1] 
 
“Não se podia imaginar um indivíduo de espírito mais intrépido. Freud ousava a cada instante 
expressar o que pensava, mesmo quando sabia que inquietava e perturbava com suas declarações 
claras e inexoráveis; nunca procurava tornar sua posição menos difícil através da menor 
concessão, mesmo de pura forma. 
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a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando os infratores a responsabilização civil e criminal.
“Estou convencido de que Freud poderia ter exposto, sem encontrar resistência por parte da 
universidade, quatro quintos de suas teorias, se estivesse disposto a vesti-las prudentemente, a 
dizer ‘erótico’ em vez de ‘sexualidade’, Eros em vez de ‘libido’ e a não ir sempre até o fundo das 
coisas, mas limitar-se a sugeri-las. Mas desde que se tratasse de seu ensino e da verdade, ficava 
intransigente; quanto mais firme era a resistência, tanto mais ele se afirmava em sua resolução. 
“Quando procuro um símbolo da coragem moral – o único heroísmo no mundo que não exige 
vítimas – vejo sempre diante de mim o belo rosto de Freud, com sua clareza viril, com seus olhos 
sombrios de olhar reto e viril.” 
 
[1] Stefan Zweig, (1881-1942), escritor austríaco, publicou em 1931 o ensaio A cura pelo espírito, uma história das 
psicoterapias desde Franz Anton Mesmer.
-------------------------------------------------
ORIGENS da PSICANÁLISE: 
 
 MESMERISMO 
 HIPNOTISMO 
 CATARSE 
 
 
Segundo Michel Foucault, em “História da Loucura” (6ª edição-reimpressão, Editora 
Perspectiva, são Paulo, 2000) , a lepra ‘desaparece’ do mundo Ocidental ao final da Idade Média, 
sendo brevemente substituída pelas doenças venéreas e finalmente pela loucura. Os loucos 
ocupariam os leprosários e outras instituições. 
 
 
MESMERISMO 
 
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a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando os infratores a responsabilização civil e criminal.
Franz Anton MESMER (1734-1815): 
Médico austríaco, amigo de Wolfgang Amadeus Mozart (1756-1791), era autenticamente 
médico da Faculdade de Viena e conhecedor da física, da filosofia e da teologia de seu tempo. 
Em 1773, popularizou a doutrina do magnetismo animal: afirmava que as doenças nervosas 
provinham de um desequilíbrio na distribuição de um “fluido universal”, que circulava no 
organismo humano e animal. 
A virtude curativa provinha, segundo ele, do próprio médico, portador de um fluido 
magnético, emanado, por exemplo, do brilho dos seus olhos. Para estabelecer o equilíbrio da 
circulação fluídica, devia-se pôr o doente em estado de sonambulismo e provocar nele estados 
convulsivos, por uma série de manipulações, chamadas passes magnéticos. 
Em 1775, Mesmer foi convidado pelo Príncipe-Eleitor da Baviera a confrontar-se com o 
padre Johann Joseph Gassner. Humilde sacerdote rural e célebre exorcista de Würtemberg, 
Gassner praticava a expulsão do mal “demoníaco” do corpo das histéricas, depois de ter 
experimentado o método no seu próprio corpo, por ocasião de um confronto com o diabo. Ora, 
na presença da corte e das autoridades, Mesmer provocou e curou convulsões em um doente, 
sem recorrer ao exorcismo. 
Mesmer declarou que Gassner era um homem honesto, mas que curava os seus doentes, sem 
saber, graças ao magnetismo: “Foi assim” – escreveu Henri F. Ellenberger* – “que Franz Anton 
Mesmer operou em 1775 a guinada decisiva do exorcismo para a psicoterapia dinâmica.” 
Atacado por todas as academias da Europa, Mesmer conquistou todavia um sucesso 
estrondoso com os seus tratamentos magnéticos. 
Em Viena, Mesmer tratou, pelo magnetismo, de Maria-Theresia Paradis, uma jovem musicista 
de 18 anos. Em um primeiro tempo, ela recobrou a visão, mas a sua cura foi contestada e ela 
voltou à cegueira. Abalado com esse fracasso, Mesmer mergulhou na depressão e depois deixou 
a Áustria, para instalar-se em Paris. 
Em Paris, a partir de 1778, e até as vésperas da Revolução Francesa, o magnetismo fez um 
enorme sucesso. Tornando-se uma espécie de mago, Mesmer formou discípulos, que fundaram a 
Sociedade da Harmonia Universal, destinada a restabelecer os vínculos entre os homens, pela 
força de um fluido. 
Graças à sua famosa “tina”, ele tratava coletivamente dos numerosos doentes que acorriam à 
sua suntuosa mansão. Em uma tina cheia d’água eram depositados pedaços de vidro, pedras e 
hastes metálicas, cujas pontas tocavam os pacientes, ligados entre si por uma corda, que permitia 
a circulação do fluido. 
Em 1784, uma comissão composta de peritos da Academia de Ciências e da Sociedade Real 
de Medicina, entre os quais Benjamin Franklin (1706-1790) e Antoine de Lavoisier (1743-1794), 
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condenou o mesmerismo e suas práticas, assim como a teoria do fluido, e declarou que os efeitos 
terapêuticos obtidos por Mesmer se deviam ao poder da imaginação humana. 
Nessa data, o marquês Armand de Puységur (1751-1825) demonstrou na sua aldeia de 
Buzancy a natureza psicológica, e não fluídica, da relação terapêutica, substituindo o tratamento 
magnético por um estado de “sono desperto” ou “sonambulismo”. 
Em 1931, quando Sigmund Freud leu a obra que Stefan Zweig acabava de dedicar a Mesmer e 
à história da “cura pelo espírito”, atribuiu o devido lugar a esse médico das Luzes na história da 
invenção da sugestão: “Penso, comovocê, que a verdadeira natureza da sua descoberta, isto é, a 
sugestão, ainda não está identificada”. Isso se faria pelos trabalhos da historiografia* erudita. 
 
 
HIPNOTISMO 
 
HIPNOSE: Termo derivado do grego hypnos (sono) e sistematizado, entre 1870 e 1878, para 
designar um estado alterado de consciência (sonambulismo ou estado hipnóide) provocado pela 
sugestão* de uma pessoa em outra. 
Hipnotismo foi um termo cunhado em 1843 pelo médico escocês James Braid (1795-1860), 
para definir o conjunto das técnicas que permitiam provocar um estado de hipnose num sujeito, 
com finalidades terapêuticas. A sugestão se dava, nesse caso, entre um médico hipnotizador e um 
paciente hipnotizado. As duas palavras, hipnose e hipnotismo, são freqüentemente utilizadas na 
mesma acepção. 
Em 1784, no exato momento em que, em Paris, a teoria do magnetismo animal de Franz 
Anton Mesmer era condenada pelos especialistas da Academia de Ciências e da Real Sociedade 
de Medicina, o marquês Armand de Puységur (1751-1825) demonstrava, em sua cidadezinha de 
Buzancy, a natureza psicológica e não “fluídica” da relação terapêutica, substituindo o 
tratamento magnético por um estado de “sono desperto” ou “sonambulismo”. 
Em especial, ele observou que Victor Race (seu “paciente”), longe de cumprir suas ordens, 
antecipava-se a elas e chegava até a impor sua vontade a seu magnetizador pelas palavras, pela 
verbalização de seus sintomas, sem experimentar nenhuma crise convulsiva. 
Foi assim que, às vésperas da Revolução de 1789, nasceu a idéia de que um mestre (um 
cientista, um médico ou um nobre) podia ser cerceado no exercício de seu poder por um sujeito* 
capaz de falar, mesmo que este lhe fosse inferior (um criado, um doente, um camponês, etc.). 
Em 1813, o abade José Custódio de Faria (1756-1819) retomou a mesma idéia, depois de 
haver participado do movimento revolucionário. Criticando todas as teorias do “fluido”, 
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inaugurou em Paris um curso público sobre o “sono lúcido” e demonstrou que era possível fazer 
os sujeitos adormecerem, concentrando a atenção deles num objeto ou num olhar. 
O sono, portanto, não dependia do hipnotizador, mas do hipnotizado. 
Em 1845, Alexandre Dumas (1802-1970) fez do abade Faria um personagem lendário em seu 
romance O conde de Montecristo. 
Antes que essa bela idéia da liberdade da fala, própria da filosofia do Iluminismo, percorresse 
seu caminho e fosse retomada por Sigmund Freud, foi preciso que se instalasse sobre as ruínas 
do magnetismo a longa aventura da hipnose. 
Progressivamente libertos do “fluido”, os magnetizadores da primeira metade do século XIX 
começaram a praticar um hipnotismo espontâneo, provocando estados sonambúlicos nos doentes 
nervosos. Esse método de exploração favorecia a revelação de segredos patogênicos nocivos, 
enterrados no inconsciente* e responsáveis pelo mau estado psíquico dos sujeitos. 
A partir de 1840, espalhou-se pela Europa e Estados Unidos uma grande onda de 
espiritismo*. Entre as mulheres que se transformavam em videntes, dotadas de personalidades 
múltiplas, e os médicos que hesitavam em acreditar numa possível relação com o além, o 
hipnotismo permitiu conferir um estatuto racional à relação terapêutica. 
James Braid, que introduziu a palavra ‘hipnotismo’, refutou definitivamente a teoria fluídica 
em prol de uma explicação de tipo fisiológico, e substituiu a técnica mesmeriana dos “passes” 
pela fixação num objeto brilhante, na qual Faria já havia pensado. 
Foi Auguste Liébeault* quem retomou os ensinamentos de Braid, seguindo-se a ele Hippolyte 
Bernheim*. Em 1884, os dois fundaram a Escola de Nancy, que se tornou a grande rival da 
Escola da Salpetrière, dominada pelo ensino de Jean Martin Charcot*. 
A querela entre essas duas escolas, que teve por pivô fundamental a questão da histeria*, 
durou uns bons dez anos. Enquanto Charcot assimilava a hipnose a um estado patológico, a uma 
crise convulsiva, e utilizava o hipnotismo para retirar a histeria da simulação e lhe conferir o 
estatuto de neurose*, Bernheim a considerava um processo normal. 
Assim, via no hipnotismo uma técnica de sugestão que permitia tratar dos pacientes. Reatando 
com o projeto de instituir uma terapia fundamentada numa pura relação psicológica, ele abriu 
caminho para a expansão das diversas psicoterapias da segunda psiquiatria dinâmica. Foi por isso 
que acusou Charcot de “fabricar” histéricas através da sugestão. 
Essa disputa, que opôs as duas escolas e mobilizou todos os especialistas europeus nas 
doenças da alma, indicou o quanto a hipnose era portadora de uma nova esperança de cura, muito 
embora a nosografia psiquiátrica do fim do século XIX se esgotasse no niilismo terapêutico, de 
tanto preconizar tratamentos inúteis – camisas-de-força, banhos, eletricidade etc. – e construir 
classificações rígidas, das quais o sofrimento do sujeito era banido. 
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a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando os infratores a responsabilização civil e criminal.
Simultaneamente marcado pelo ensino de Charcot e pelo de Bernheim, Freud logo abandonou 
a hipnose em favor da catarse*, como mostram seus Estudos sobre a histeria*. As razões desse 
abandono e desse desinteresse foram objetos de múltiplos comentários contraditórios. No 
entanto, são bastante simples. 
Se Freud não gostava da hipnose e se considerava o hipnotismo uma técnica bárbara, que só 
podia ser aplicada a um número restrito de doentes, era porque a adoção da psicanálise, como 
técnica de verbalização dos sintomas pela fala, enfim permitia ao doente falar com liberdade e 
com plena consciência, sem necessidade de se entregar a um sono artificial. 
Um século depois de Puységur, e na mais pura tradição do Iluminismo, Freud reatualizou, 
assim, a grande idéia da liberdade do homem e de seu direito à fala, destruindo de um só golpe as 
teses de Charcot e Bernheim. O primeiro só utilizava a hipnose para fins de demonstração, e o 
segundo só fornecia tratamento ao preço de enterrar o doente na sugestão. 
Afastando-se das duas escolas, Freud foi o único estudioso de sua época a inventar um 
tratamento que, libertando o enfermo dos últimos resquícios de um magnetismo transformado em 
hipnotismo e sugestão, propunha uma filosofia da liberdade, baseada no reconhecimento do 
inconsciente e de sua via real: o sonho*. 
 
 
CATARSE 
 
Catarse: Palavra grega utilizada por Aristóteles para designar o processo de purgação ou 
eliminação das paixões que se produz no espectador quando, no teatro, ele assiste à 
representação de uma tragédia. O termo foi retomado por Sigmund Freud e Josef Breuer*, que, 
nos Estudos sobre a histeria, chamam de método catártico o procedimento terapêutico pelo qual 
um sujeito consegue eliminar seus afetos patogênicos e então ab-reagi-los, revivendo os 
acontecimentos traumáticos a que eles estão ligados. 
Fazia séculos que a noção de catarse era objeto de uma discussão interminável, tanto no 
campo da estética quanto no da filosofia. Em 1857, Jacob Bernays (1824 -1881), tio de Martha 
Bernays, futura mulher de Sigmund Freud, publicou um livro de medicina sobre o assunto. 
Opondo-se a Lessing (1729 -1781), que dera ao termo uma interpretação moral, fazendo da 
catarse um “expurgo” ou uma “purificação”, Bernays sublinhou que Aristóteles, filho de médico, 
havia-se inspirado no corpus hipocrático. 
Daí a idéia de que o tratamento devia fazer surgir o elemento opressivo, para provocar um 
alívio, em vez de fazê-lo regredir através de uma transformaçãoética do sujeito. Tratava-se de 
fazer com que saísse do sujeito, através da fala, um segredo patogênico, consciente ou 
inconsciente, que o deixava em um estado de alienação. 
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Entre 1857 e 1880, foi publicado sobre essa idéia um número considerável de trabalhos em 
língua alemã, inspirados no de Bernays. Em Viena, onde grassava o niilismo terapêutico, as teses 
de Bernays foram submetidas a diversos exames críticos, e foi na esteira dessa grande onda da 
catarse que Josef Breuer e Sigmund Freud, ambos marcados pelo ensino aristotélico de Franz 
Brentano*, recorreram a essa idéia. 
Esta surgiu em sua pena pela primeira vez em 1893, juntamente com a de ab-reação*, na 
“Comunicação preliminar” que, dois anos depois, serviria de capítulo inaugural para os Estudos 
sobre a histeria: “A reação do sujeito que sofre algum prejuízo só tem um efeito realmente 
‘catártico’ quando é de fato adequada, como na vingança. Mas o ser humano encontra na 
linguagem um equivalente do ato, equivalente graças ao qual o afeto pode ser ‘ab-reagido’ mais 
ou menos da mesma maneira.” 
Como sublinhou Albert Hirschmüller em 1978, fazia muito tempo que os dois autores 
empregavam esse termo. No entanto, foi a Breuer que coube a invenção do método. Freud o 
utilizou, por sua vez, no tratamento de Emmy von N. (Fanny Moser*). 
Na França, também Pierre Janet* tinha inventado, mais ou menos na mesma época, um 
método muito próximo desse – recordação de uma lembrança e ab-reação –, ao qual dera o nome 
de dissociação verbal ou desinfecção moral. Assim, ele reivindicou uma prioridade para sua 
invenção. 
Foi por isso que, para evitar uma disputa pela prioridade entre Paris e Viena, Breuer, instigado 
por Freud, apresentou o caso Anna O. (Bertha Pappenheim*) como sendo o protótipo de um 
tratamento catártico. Os trabalhos da historiografia* acadêmica, inaugurados por Henri F. 
Ellenberger* e prosseguidos por Hirschmüller, permitiram que se restabelecesse a verdade a 
respeito desse caso princeps. 
Além dessa querela de prioridade, existe uma diferença radical entre o procedimento de Janet 
e o de Breuer. Ainda que, em ambos os casos, o médico interrogue o paciente sob hipnose para 
ganhar acesso às representações inconscientes, Janet procede por sugestão*, sem investigar o 
evento inicial que responde pelo efeito patogênico, ao passo que Breuer, ao contrário, procura o 
elemento original para ligá-lo aos afetos e provocar a ab-reação. Do ponto de vista teórico, 
portanto, são poucas as semelhanças existentes entre os dois métodos. 
Na história da psicanálise, o método catártico deriva do campo do hipnotismo. Foi ao se 
desligar progressivamente da prática da hipnose, entre 1880 e 1895, que Freud passou pela 
catarse, para inventar o método psicanalítico propriamente dito, baseado na associação livre*, ou 
seja, na fala e na linguagem. 
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PILARES TEÓRICOS: 
 
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 Inconsciente 
 Complexo de Édipo 
 Resistência 
 Recalque 
 Sexualidade 
 
 
INCONSCIENTE: 
 
Na linguagem corrente, o termo inconsciente é utilizado como adjetivo, para designar o 
conjunto dos processos mentais que não são conscientemente pensados. Pode também ser 
empregado como substantivo, com uma conotação pejorativa, para falar de um indivíduo 
irresponsável ou louco, incapaz de prestar contas de seus atos. 
Conceitualmente empregado em língua inglesa pela primeira vez em 1751 (com a significação 
de inconsciência), pelo jurista escocês Henry Home Kames (1696-1782), o termo inconsciente 
foi depois vulgarizado na Alemanha, no período romântico, e definido como um reservatório de 
imagens mentais e uma fonte de paixões cujo conteúdo escapa à consciência. 
Introduzido na língua francesa por volta de 1860 (com a significação de vida inconsciente) 
pelo escritor suíço Henri Amiel (1821-1881), foi incluído no Dictionnaire de l’Académie 
Française em 1878. 
Em psicanálise, o inconsciente é um lugar desconhecido pela consciência: uma “outra cena”. 
Na primeira tópica* elaborada por Sigmund Freud, trata-se de uma instância ou um sistema (Ics) 
constituído por conteúdos recalcados que escapam às outras instâncias, o pré-consciente* e o 
consciente* (Pcs-Cs). Na segunda tópica, deixa de ser uma instância, passando a servir para 
qualificar o isso* (Id) e, em grande parte, o eu* (Ego) e o supereu* (Superego). 
 
 
COMPLEXO de ÉDIPO: 
 
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Correlato do complexo de castração* e da existência da diferença sexual* e das gerações*, o 
complexo de Édipo é uma noção tão central em Psicanálise quanto a universalidade da interdição 
do incesto* a que está ligado. Sua invenção deve-se a Sigmund Freud, que pensou, através do 
vocábulo Öedipuskomplex, num complexo ligado ao personagem de Édipo, criado por Sófocles. 
O complexo de Édipo é a representação inconsciente pela qual se exprime o desejo* sexual ou 
amoroso da criança pelo genitor do sexo oposto e sua hostilidade para com o genitor do mesmo 
sexo. Essa representação pode inverter-se e exprimir o amor pelo genitor do mesmo sexo e ódio 
pelo sexo oposto. Chama-se Édipo à primeira representação, Édipo invertido à segunda, e Édipo 
completo à mescla das duas. 
O complexo de Édipo aparece entre os 3 e os 5 anos de idade. Seu declínio marca a entrada 
num período de latência, e sua resolução após a puberdade concretiza-se num novo tipo de 
escolha de objeto. 
Na história da psicanálise, a palavra Édipo acabou substituindo a expressão Complexo de 
Édipo. Nesse sentido, o Édipo designa, ao mesmo tempo, o complexo definido por Freud e o 
mito fundador sobre o qual repousa a doutrina psicanalítica como a elucidação das relações do 
ser humano com suas origens e sua genealogia familiar e histórica. 
Em psicanálise, a questão do Édipo pode ser abordada de duas maneiras diferentes, conforme 
nos coloquemos no ponto de vista do complexo (e portanto, da clínica) ou no ponto de vista da 
interpretação do mito. 
Segundo a tese canônica, o complexo de Édipo está ligado à fase (estádio*) fálica da 
sexualidade infantil. Aparece quando o menino (por volta dos 2 ou 3 anos) começa a sentir 
sensações voluptuosas. Apaixonado pela mãe, ele quer possuí-la, colocando-se como rival do 
pai, outrora admirado. Mas adota igualmente a posição inversa: ternura em relação ao pai e 
hostilidade para com a mãe. Há então, ao mesmo tempo que um Édipo, um “Édipo invertido”. 
E essas duas posições – positiva e negativa – perante cada genitor são complementares e 
constituem o Édipo completo, exposto por Freud em seu livo O eu e o isso* (O Ego e o Id). 
O complexo de Édipo desaparece com o complexo de castração*: o menino reconhece então 
na figura paterna o obstáculo à realização de seus desejos. Abandona o investimento* feito na 
mãe e evolui para uma identificação* com o pai, a qual lhe permite, mais tarde, uma outra 
escolha de objeto e novas identificações: ele se desliga da mãe (desaparecimento do complexo de 
Édipo) para escolher um objeto do mesmo sexo dela. 
Ao Édipo, Freud acrescenta a tese da libido* única, de essência masculina,que cria uma 
dissimetria entre as organizações edipianas feminina e masculina. Se o menino sai do Édipo 
através da angústia de castração, a menina ingressa nele pela descoberta da castração e pela 
inveja do pênis. Nela, o complexo se manifesta pelo desejo de ter um filho do pai. 
Ao contrário do menino, a menina desliga-se de um objeto do mesmo sexo (a mãe) por outro 
de sexo diferente (o pai). Não há, portanto, um paralelismo exato entre o Édipo masculino e seu 
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homólogo feminino. Não obstante, existe uma simetria, uma vez que nos dois sexos o apego à 
mãe é o elemento comum e o primeiro. 
 
 
RESISTÊNCIA: 
 
Termo empregado em psicanálise para designar o conjunto das reações de um analisando 
cujas manifestações, no contexto do tratamento, criam obstáculos ao desenrolar da análise. 
O processo da resistência participou, tanto quanto a transferência*, do nascimento da 
psicanálise. Só que esteve ainda mais diretamente associado a ele. Com efeito, Freud empregou 
essa palavra assim que esbarrou nas primeiras dificuldades na prática da hipnose e da sugestão, 
chegando até a reconhecer como “legítimas” as resistências dos pacientes confrontados com a 
“tirania da sugestão”. 
A passagem para o método psicanalítico certamente não pôs fim às resistências, mas elas 
mudaram de estatuto. Tornaram-se passíveis de interpretação* e, portanto, passíveis de ser 
superadas. 
A princípio Freud julgou ser possível transpor o obstáculo da resistência que se manifestava 
na forma do desrespeito à regra fundamental*, explicando seu conteúdo ao paciente com 
insistência e convicção. 
Num segundo tempo, ele passou a considerar a resistência como um dado clínico, sintoma do 
que está recalcado. Assim, ela passou a participar do processo de recalque* e a depender tanto da 
interpretação quanto a transferência, sob cuja forma freqüentemente se manifesta. 
No contexto de sua segunda tópica, Freud identificou cinco formas de resistência: três delas 
têm sua sede no eu* (Ego), uma no isso* (Id), e a última, no supereu* (Superego). As 
resistências ligadas ao Ego podem manifestar-se sob a forma do recalque como tal, sob a da 
resistência da transferência, ou ainda como um lucro secundário ligado à persistência da neurose, 
sendo a cura vivida como um perigo para o Ego. 
A resistência cuja sede encontra-se no Id leva à compulsão à repetição. Pode ser superada 
quando o sujeito integra uma interpretação (elaboração*). A resistência do Superego exprime-se 
em termos de culpa inconsciente e necessidade de punição. 
 
 
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RECALQUE: 
 
Na linguagem comum, a palavra recalque designa o ato de fazer recuar ou de rechaçar alguém 
ou alguma coisa. Assim é empregada com respeito a pessoas a quem se quer recusar o acesso a 
um país ou a um recinto específico. 
Para Sigmund Freud, o recalque designa o processo que visa manter no inconsciente todas as 
idéias e representações ligadas às pulsões e cuja realização, produtora de prazer, afetaria o 
equilíbrio do funcionamento psicológico do indivíduo, transformando-se em fonte de desprazer. 
Em outras palavras, todos os impulsos inconscientes que poderiam perturbar o consciente, são 
por este censurados e recalcados para o interior do inconsciente, evitando-se assim o desconforto 
que causariam ao indivíduo. 
O recalque não lida com as pulsões em si, mas com seus representantes, imagens ou idéias, os 
quais, apesar de recalcados, continuam ainda no inconsciente, sob a forma de derivados ainda 
mais prontos a retornar para o consciente, na medida em que se localizam na periferia do 
inconsciente. O recalque de um representante da pulsão nunca é definitivo, portanto. Continua 
sempre ativo, daí um grande dispêndio energético. 
O recalque constitui, para a pulsão e seus representantes, um meio termo entre a fuga 
(resposta apropriada às excitações externas) e a condenação (que seria o apanágio do Superego). 
Distinguimos três tempos constitutivos do recalque: (1) o recalque propriamente dito, ou 
recalque a posteriori; (2) o recalque originário; e (3) o retorno do recalcado nas formações do 
inconsciente. 
O retorno do recalcado, terceiro tempo do recalque, manifesta-se sob a forma de sintomas – 
sonhos*, esquecimentos e outros atos falhos* –, considerados por Freud como formações de 
compromisso. 
O recalque só se separa nitidamente do Ego pelas resistências do recalque, ao passo que, 
através do Id, pode comunicar-se com ele. 
 
 
SEXUALIDADE: 
 
A idéia de sexualidade é de tamanha importância na doutrina psicanalítica que, com justa 
razão, pôde-se afirmar que todo o edifício freudiano assentava-se sobre ela. Como conseqüência, 
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a idéia aceita de que os psicanalistas dariam uma significação sexual a qualquer ato da vida, a 
qualquer gesto, a qualquer palavra, levou os adversário de Sigmund Freud a fazerem de sua 
doutrina a expressão de um pansexualismo* (“explicar tudo através do sexo”). 
Na verdade, as coisas não são tão simples assim. 
Todos os cientistas do fim do século XIX preocupavam-se com a questão da sexualidade, na 
qual viam uma determinação fundamental da atividade humana. Assim, faziam da sexualidade 
uma evidência e do fator sexual a causa primária da gênese dos sintomas neuróticos. Daí a 
criação da sexologia* como ciência biológica e natural do comportamento sexual. 
Impregnado das mesmas interrogações que seus contemporâneos, Freud, no entanto, foi o 
único dentre eles a inventar não a prova do fenômeno sexual, mas uma nova conceituação, capaz 
de traduzir, nomear ou até construir essa prova. Por isso, ele efetuou uma verdadeira ruptura 
teórica (ou epistemológica) com a sexologia, estendendo a noção de sexualidade a uma 
disposição psíquica universal e extirpando-a de seu fundamento biológico, anatômico e genital, 
para fazer dela a própria essência da atividade humana. 
Portanto, é menos a sexualidade em si mesma que importa na doutrina freudiana do que o 
conjunto conceitual que permite representá-la: a pulsão*, a libido*, o apoio* e a bissexualidade*. 
A elaboração dessa nova constituição foi iniciada a partir de uma experiência clínica pautada 
na escuta do sujeito. 
Freud não inventou uma terminologia particular para distinguir os dois grandes campos da 
sexualidade: a determinação anatômica, por um lado, e a representação social ou subjetiva, por 
outro. Não obstante, por sua nova concepção, ele mostrou que a sexualidade tanto era uma 
representação ou uma construção mental quanto o lugar de uma diferença anatômica. 
Em conseqüência disso, sua doutrina transformou totalmente a visão que a sociedade 
ocidental tinha da sexualidade e da história da sexualidade em geral.
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INSTRUMENTOS ANALÍTICOS: 
 
 Associação Livre 
 Atos Falhos (Lapsos) 
 Sonhos 
 
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ASSOCIAÇÃO LIVRE: 
 
Ferramenta que caracteriza a REGRAFUNDAMENTAL constitutiva da situação analítica, 
segundo a qual o paciente deve esforçar-se por dizer tudo o que lhe vier à cabeça, principalmente 
aquilo que se sentir tentado a omitir, seja por que razão for. 
O método das associações livres (das idéias), ou da livre associação, permite atingir com 
maior facilidade, segundo Freud, os elementos que estão em condições de liberar os afetos, as 
lembranças e as representações. Para tanto, é preciso convidar os pacientes a se deixarem levar e 
“exigir” deles que não deixem de revelar um só pensamento ou idéia, a pretexto de o acharem 
vergonhoso ou doloroso. 
 
 
ATOS FALHOS (Lapsos): 
 
Ato pelo qual o sujeito, a despeito de si mesmo, substitui um projeto ao qual visa 
deliberadamente por uma ação ou uma conduta imprevistas. 
Tal como em relação ao lapso, Sigmund Freud foi o primeiro, a partir de A interpretação dos 
sonhos*, a atribuir uma verdadeira significação ao ato falho, mostrando que é preciso relacioná-
lo aos motivos inconscientes de quem o comete. O ato falho ou acidental torna-se equivalente a 
um sintoma, na medida em que é um compromisso entre a intenção consciente do sujeito e seu 
desejo inconsciente. 
 
 
SONHOS: 
 
Fenômeno psíquico que se produz durante o sono, o sonho é predominantemente constituído 
por imagens e representações cujo aparecimento e ordenação escapam ao controle consciente do 
sonhador. 
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Por extensão, em especial a partir do século XVIII, o termo designa também uma atividade 
consciente que consiste em imaginar situações cujo desenrolar desconhece as limitações da 
realidade sinônima de visão, devaneio, idealização ou fantasia*, em suas acepções mais 
corriqueiras. 
Sigmund Freud foi o primeiro a conceber um método de interpretação dos sonhos baseado 
não em referências estranhas ao sonhador, mas nas livres associações que este pode fazer, uma 
vez desperto, a partir do relato de seu sonho. 
A Professora Doutora Lúcia Santaella (PUC-SP), a mais importante professora de semiologia 
peirceana do país, afirma que só começou realmente a entender a semiologia quando foi 
instigada a ler, em seus anos de formação, a magistral obra de Sigmund Freud: “A interpretação 
dos sonhos” (Editora Imago, São Paulo).
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CONSIDERAÇÃO FINAL: Psicanálise e Auto-Avaliação 
 
A auto-avaliação não deve ser uma atividade esporádica, sasonal ou incidental, muito menos 
deve ser considerada por poucos critérios arbitrários. 
Deve ser um estado mental constante, não somente no ambiente de trabalho, mas em todos os 
aspectos da vida racional, desperta e atuante. 
A PSICANÁLISE é a única psicoterapia científica, e sofre a concorrência de 500 escolas de 
psicoterapia, distribuídas em quase todos os países do mundo. 
É o melhor método para o auto-conhecimento, e portanto é perseguida por todos os sistemas 
ditatoriais que combatem a liberdade individual. 
A PSICANÁLISE É A MELHOR FERRAMENTA PARA A AUTO-AVALIAÇÃO. 
Continua sendo o método mais eficaz, de longo prazo, para o tratamento de todas as afecções 
psíquicas. 
 
 
BIBLIOGRAFIA: 
 
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a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando os infratores a responsabilização civil e criminal.
ROUDINESCO, E. e PLON, M. DICIONÁRIO DE PSICANÁLISE, 1ª edição, Jorge Zahar 
Editor, Rio de Janeiro, 1998. 
 
A Integral da Obra Psicológica de Freud, Editora Imago, São Paulo. 
 
LAPLANCHE, J. VOCABULÁRIO DA PSICANÁLISE Laplanche e Pontalis, 4ª edição, 
Editora Martins Fontes, São Paulo, 2001.
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Sigmund Freud
Introdução
Sigmund Freud, foi um médico austríaco conhecido por ser o fundador da psicanálise - um 
método de investigação da mente humana, um conjunto de teorias sobre o funcionamento 
da vida mental. O método psicanalítico de Freud, enfatizava a importância do inconsciente 
para a compreensão de comportamentos anormais e a importância da primeira infância 
(sexualidade infantil), na formação da personalidade. Esses elementos novos, e 
controversos, introduzidos por Freud na psicologia, causaram e causam ainda hoje, críticas 
e rejeições por parte de psicólogos e psiquiatras que advogam uma abordagem da "ciência 
pura" (cientistas de laboratório). Todavia, os que defendem a importância da psicologia 
prática (aplicada ao comportamento), apoiam as idéias de Freud. De qualquer modo, a 
influência da psicanálise se faz sentir, hoje, nas obras de muitos escritores, nas ciências 
humanas, no próprio estilo de vida e nos costumes do século XX, inclusive na liberdade 
com que se discute os problemas sexuais. E, ainda, ao tornar possível uma compreensão 
maior da infância, a psicanálise permitiu que pais e professores buscassem práticas mais 
adequadas na educação das crianças, melhorando a interação entre elas e os adultos que 
lhes são significativos.Vamos, então, percorrer, neste texto, o caminho de Freud para a 
realização da Psicanálise: um caminho intimamente ligado com sua própria vida. Freud é 
chamado "Pai da Psicanálise". 
A Biografia de Sigmund Freud (1856 - 1939)
Sigismund Schlomo Freud, nasceu em 6 de maio de 1856, na pequena vila Morávia de 
Freiberg. Primeiro de oito filhos do segundo casamento de Jacob Kallamon Freud (41 
anos), com Amália (21 anos). Seus pais eram judeus e Freud ingressou no pacto judaico - 
foi circuncidado - em 13 de maio de 1856. Sigismund abreviará seu nome para Sigmund em 
1877. Sua família o chamará pelo diminutivo Sigi. Os dois filhos do primeiro casamento de 
Jacob, Emanuel e Philipp, eram seus vizinhos. Freud lembrará de John, seu sobrinho, filho 
de Emanuel, como o "companheiro de suas estrepolias" e bem como das brincadeiras 
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cruéis que faziam com Pauline, irmã de John. A educação de Sigmund é dada com ajuda de 
uma ama, cujo nome é Nannie e a quem Sigmund realmente adora. Ela ensina-lhe hábitos 
higiênicos, empregando termos grosseiros, alternando com ele estímulos erógenos e maus 
tratos. Sigismund sabe-se, é a criança querida de sua mãe. Em 1859, os Freud partem para 
Leipzig. Na viagem de trem, á noite, Sigismund se assusta com os bicos de gás iluminados 
que lhe evocam as "alma que queimam no inferno", das quais lhe falava Nannie. Deste 
incidente então, provém sua fobia por viagens de trem. No ano seguinte mudam-se para um 
bairro pobre de Viena tradicionalmente habitado por judeus, com os dois filhos, Sigismund 
e Anna – um filho, Julius, morrera em Freiberg, em 1858, aos sete meses. Sigismund tem 
sentimentos de culpa pela morte deseja desse "rival". Entre 1860 e 1866, Freud foi 
"presenteado" com o nascimento de quatro irmãs - Rose, Marie, Adolfine e Pauline- e com 
o nascimento de seu irmão caçula Alexander. 
O início da vida em Viena - onde Freud se instala e fica- é um período negro para 
Sigismund pois tem que enfrentar a pobreza, o nascimento dos irmãos, as mudanças 
freqüentes de residências, e a perda de sua vida livre e feliz no campo. Seu pai não era uma 
pessoa que facilitasse as coisas. Ele era um pequeno comerciante de lãs sem recursos 
suficientes para enfrentar o mundo industrializado à sua volta. Era, no entanto, amável, 
generoso e convicto dos dotes excepcionais do filho Sigismund. Essa expectativa em torno 
de Freud desenvolveria sua autoconfiança, mas por ser consideradoum privilegiado eram-
lhe exigidas responsabilidades, "À sua inteligência, foi dada uma tarefa da qual nunca 
recuou, até que, 40 anos mais tarde, encontrou a solução de uma forma, que tornou seu 
nome imortal". (Kupfer 1989, 17). Os sentimentos de Freud em relação a seu pai, no 
entanto, eram intrincados. Duas passagens se fazem importantes: A primeira, por volta de 
1864, quando Sigismund urina voluntariamente no quarto dos pais e diante deles. Ao 
repreendê-lo, seu pai diz: "Não se fará nada deste menino". Esta maldição freqüentará por 
muito tempo os sonhos de Freud, estimulando assim sua ambição. A segunda é quando, 
durante um passeio seu pai lhe conta que, quando rapaz, dando uma volta pelas ruas de 
Freiberg, um cristão lhe havia arrancando o gorro da cabeça, atirou no estrume e gritou: 
"Judeu, fora da calçada" e ele saíra da calçada e apanhara o gorro. Contou isso para 
mostrar ao filho que a vida havia melhorado para os judeus na Áustria. Sigismund, porém, 
decepcionou-se com o pai, pois deste esperava atitudes heróicas e o considerava um 
"homem grande e forte". Freud recebe as primeiras lições de sua mãe, e depois de seu pai. 
Cabe dizer aqui que sua mãe foi provavelmente entre todas as mulheres com que Freud 
conviveu, a mais importante; A influência que exerceu sobre sua vida interior foi sólida e 
decisiva. Ela exercia mesmo um poder sobre Freud. "Durante toda a sua vida de analista, 
ele reconheceu a importância crucial da mãe para o desenvolvimento da criança" (Gay 1997, 
458), porém afirma, sempre, que para ele, a mulher era um continente inexplorado – 
Mulher, O Continente Negro (Gay 1997, 454). Aos 9 anos (1865), ingressa no liceu 
municipal, onde recebe um ensino, cujos os fundamentos eram as Humanidades (latim, 
grego, literatura alemã, línguas, matemática e ciências naturais). 
Forma-se em 1873 e depois ingressa na Universidade de Viena, no curso de medicina. É 
partidário da "Filosofia da natureza" embora atraído pelas teorias de Darwin. Em 1872, 
apaixona-se pela primeira vez por Gisela Fluss. A família de Freud vivia na penúria, 
ajudada por seus avós maternos, mas para dar ao jovem Sigismund uma educação 
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completa os pais não pouparam sacrifícios. Apesar de habitarem um pequeno 
apartamento, comparado ao tamanho da família, para Freud foi destinado um pequeno 
cômodo para seu uso exclusivo. As únicas despesas extraordinárias da família, são 
reservadas aos estudos de Sigismund e suas necessidades, ou vontades sempre prevaleciam. 
A educação foi ferramenta fundamental para Fruem, pois representava a possibilidade de 
ascensão social, a possibilidade de fazer parte do círculo de vienenses cultos e realizar sua 
ambição: acrescentar algo novo ao conhecimento humano. Em 1876, Freud começa suas 
primeiras pesquisas no Instituto de Anatomia comparada do Professor Karl Klaus. Daí 
decide-se tornar um cientista natural, desistindo assim da Faculdade de Direito. Neste 
mesmo ano, ingressa como aluno pesquisador no Instituto de Filosofia do Professor Ernst 
Brücke. Por sua influência, Freud abandona a "filosofia da natureza" e passa a dedicar-se 
a um materialismo cientifico e positivista, que visa a reduzir o ser vivo a mecanismos físico-
psiquicos. Brücke, primeiro mestre de Freud, juntamente com Jacob, convence Freud a 
abandonar a carreira de pesquisa pura. Saindo então do laboratório, e já formado em 
medicina (1881) Freud ingressa no Hospital Geral de Viena. 
Trabalha de início em várias especialidades, mas a relação com Meynert, especialista em 
anatomia do cérebro, destaca-se. A princípio são relações amistosas, porém quando Freud, 
mais tarde expõe suas idéias sobre as causas da histeria, contrárias as idéias vigentes na 
Neuropatologia da época, são interrompidas. Meynert foi seu segundo mestre, mas por 
desavenças teóricas Freud o abandona. Em 1884 Freud destrói todas as suas anotações dos 
últimos quatorze anos, além de cartas, manuscritos e notas científicas. Entre as cartas, 
foram poupadas apenas as familiares. Esse gesto seria repetido por ele em 1938, quando se 
preparava para deixar Viena e seguir para a Inglaterra, porém todo material seria 
resgatado por Ana Freud, do cesto de lixo. "Freud tinha pouca fé no empreendimento 
bibliográfico" (Gay, 1997, 13) Por esta época, Freud faz pesquisas sobre a cocaína que por 
ele é considerada um remédio contra a depressão. Até hoje paira uma dúvida: "Freud era 
viciado em cocaína e elaborou suas teorias psicanalíticas sob influência desta droga, ou seu 
emprego da cocaína foi moderado e, ao final, inócuo?"(GAY, 1997, 1S). Por questões 
práticas - maiores possibilidades de ganhos - Freud escolhe dedicar-se aos estudos das 
doenças nervosas, ou seja, à Neuropatologia. Em 1885, Freud foi à Paris, interessado em 
conhecer os trabalhos de Charcot, um nome que "resplandecia ao longe, dentro da 
Neuropatologia". Isso faz com que entre em cena, o terceiro de seus mestres. Charcot 
desenvolvia pesquisa sobre hesteria .Freud por esta época, seguiu os cursos "fascinantes" e 
as autópsias, que o prepararam para adotar a teria da sedação sexual das crianças pelos 
adultos. 
Entretanto os trabalhos franceses de medicina legal se limitavam às conseqüências físicas 
das sevícias sexuais: Freud inovará, interessando-se pelas conseqüências psicológicas sobre 
o desenvolvimento da criança e do adolescente e sobre o estabelecimento da neurose adulta. 
Entusiasma-se com a concepção de histeria de Charcot e com o tratamento hipnótico do 
qual se torna defensor. Freud se converteu em um advogado de Charcot, continuou a 
difundir suas idéias mas em sua autobiografia, 40 anos mais tarde, Freud comenta a 
respeito da obra do mestre francês: "nem tudo o que nos ensinou se mantém de pé..." 
(Kupfer, 1989, 25). Mais uma vez pode se notar o movimento freudiano de abandono de 
mestres. Em março de 1886, Freud abre seu consultório, tendo como clientela principal, os 
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neuróticos e usa como tratamento a hipnose. No mesmo ano casa-se com Martha Bernays, 
de quem estava noivo há quatro anos. Nesse período estava em curso uma amizade, que 
viria a ser significativa na vida de Freud. Nos anos em que trabalhou no laboratório de 
Brücke, Freud conheceu Joseph Breuer, fisiologista e médico de sucesso, a quem passou a 
admirar e que tornou-se seu amigo. Durante anos, compartilharam todo interesse 
científico, o que seria muito importante para Freud. Porém, o desenvolvimento da 
Psicanálise viria separar Freud de seu quarto mestre, também por desavenças teóricas. 
Freud e Breuer escreveram juntos uma obra chamada "Estudos sobre a histeria". No 
entanto discordavam num ponto: para Freud, a origem, e a causa da histeria eram de 
natureza sexual e com isso Breuer não concordava. Aos poucos foram se distanciando até 
não ser mais possível manter a amizade. Em 1887, Freud trava conhecimento com Wilhelm 
Fliess jovem médico com o qual manterá uma correspondência quase diária por anos. 
Fliess era um otorrinolaringologista de Berlim, interessado em descobrir a relação entre 
certas doenças e a sexualidade. Freud ao desenvolver da teoria da Psicanálise viria a ter 
mais inimigos e menos amigos do que gostaria. Fliess passou a ser o amigo de que Freud 
precisava, pois ele era ouvinte, confidente, incentivador, companheiro e não se chocava com 
nada. Talvez o "isolamento de ambos, como médicos subversivos, apenas aumentou a 
afinidade entre eles" (Gay, 1997, 68). Fliess demonstrava uma sólida compreensão das 
teorias de Freud e dava-lhe apoio e idéias, inclusive acerca da teoria da sexualidadeinfantil. De início, as cartas continham idéias e reflexões científicas. Mais tarde, porém, 
passou a escrever cartas pessoais onde tentava refletir sobre coisas de sua vida à luz das 
idéias que ele vinha construindo sobre o psiquismo, as quais discutia freqüentemente com 
Fliess. Dentre elas: a histeria, as obsessões e fobias, neuroses, o fenômeno da transfer6encia, 
a teoria da sexualidade. Freud, por essa época, andava "atormentado" com sua "Psicologia 
para neurologistas".
Em agosto de 1895, escreve a Fliess dizendo ter conseguido entender a defesa patológica e, 
com isso, muitos processos psicológicos.(GAY 1997, 90) No ano seguinte, morre seu pai 
Jacob. Sigmund é profundamente afetado. Nesse ano fala pela primeira vez de noções do 
aparelho psíquico, de pré consciente, zonas erógenas e possui quase definitivamente a 
psicologia do sonho. Em 1897, abandona a teoria da sedução e fornece o conceito de 
"libido". Começa sua auto- análise sistemática, buscando suas recordações de infância. 
Anuncia a descoberta do complexo de Édipo. Em 1898 fala pela primeira vez da existência 
de uma sexualidade infantil autônoma, e troca a técnica da concentração pela das 
associações livres. Em 1899 decide publicar sua auto- análise e, portanto, seu livro sobre os 
sonhos. Em 1900 trabalha uma teoria da sexualidade e da libido. Analisa seus lapsos, 
esquecimentos, atos falhos, escolha de números e pseudônimos. Neste ano, publica o livro 
que lançaria publicamente a Psicanálise- A Interpretação dos Sonhos- (auto análise). Um 
dos benefícios de sua auto - análise foi desvendar a necessidade que tinha de um "mestre". 
E foi pela interpretação de um sonho que Freud pode superar de modo definitivo a falta de 
um mestre. "Não preciso de professores. Cabe ao meu verdadeiro pai me ajudar. Na 
verdade, não quero ninguém acima de mim. Salvo aquele que me fez" (Kupfer 1989, 28). O 
ultimo encontro de Freud com Fliess foi em 1900. Os dois brigaram violentamente. Fliess 
acusa Freud de Ter-lhe "roubado" a idéia da bissexualidade psíquica fundamental de 
todos os seres humanos. Continuaram a se corresponder, mas cada vez menos. "Fliess 
havia desempenhado um papel de destaque na pré- história da Psicanálise, mas quando a 
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história da Psicanálise se desenvolveu, após 1900, sua participação foi ínfima" (Gay 1997, 
108). Freud em 1901, torna-se professor e organizador de uma instituição voltada à 
divulgação da Psicanálise e à formação de analistas. Em 1908 esta instituição se 
transformará na Sociedade Psicanalítica de Viena. 
A partir do surgimento da Psicanálise, a vida de Freud passou sem maiores desvios. Em 
1902, Freud agrupou em torno de si alguns discípulos, como: O Rank, A Adler, W. Stekel e 
C.G.Jung. Porém à medida que a instituição analítica se expandia e se organizava, 
rupturas e cisões aconteciam entre Freud e seus discípulos. Ele se separou de Adler (1911) e 
O.Rank em (1924). Em 6 de maio de 1906, Freud completou 50 anos. A idéia da velhice 
parecia oprimi-lo, mas o ritmo de seu trabalho desmentia essa preocupação. Em 1909, foi 
convidado a fazer uma série de conferências nos EUA, sobre a Psicanálise. Em 1910 fundou 
a Associação Psicanalítica Internacional. A partir de 1920 aconteceu uma reviravolta 
importante na teoria freudiana, com a introdução da pulsão de morte e do novo modelo de 
aparelho psíquico: o ego, o id e o superego. Também a partir desse ano, Freud dedicou-se 
aos grandes problemas da civilização dentro de uma perspectiva psicanalítica. O primeiro 
sinal de câncer no maxilar surgiu em 1923, e o obrigou a uma sofrida operação à qual se 
seguiram outras 32 intervenções. Nesta mesma época morre um de seus netos preferidos. A 
esses episódios acrescenta-se a guerra . Mesmo acometido da doença, continua a receber 
pacientes até quase perto de sua morte. Destes alguns se tornaram psicanalistas e 
contribuíram para a expansão da Psicanálise. De fato, os últimos anos de vida de Freud não 
foram fáceis, tendo transcorrido esses anos sob o nazismo e os antecedente da II Guerra 
Mundial. A perseguição imposta aos judeus de Viena não o poupou, embora o seu nome 
brilhasse como nenhum outro e sua fama já tivesse corrido mundo. Po isso, em 1938, ele se 
vê obrigado a deixar Viena e mudar-se para Londres. Extraordinário criador de idéias, 
investigador incansável, sempre tolerante com as fragilidades do ser humano em que 
reconhecia um permanente desamparo fundamental, brilhante defensor da prioridade das 
emoções para explicar o comportamento humano, jamais se deixava desviar-se do caminho 
da busca das verdades; não as verdades estabelecidas, fixas e definitivas, mas aquelas que 
levavam a um eterno buscar, a uma investigação permanente e desafiadora, a um infinito 
vir a ser. 
Somente sua morte interrompeu esta fulgurante e trabalhosa trajetória. Somente a morte 
fez cessar aquilo que se tornou a marca desta trajetória, inclusive em referência ao objetivo 
nuclear do trabalho clínico psicanalítico: o movimento psíquico. Em maio de 1939, alguns 
meses antes da sua morte, Freud escreveu uma carta ao amigo Charles Berg, na qual 
admitia que "a Psicanálise talvez nunca chegasse a se tornar popular, que um homem do 
povo não poderia compreendê-la nem ao menos aceitá-la" (Kupfer, 1989). Enganou-se. 
Neste mesmo ano de 1939, em 23 de Setembro, Freud morre, em Londres, aos 83 anos. 
A Psicanálise 
Etimologia: Psychoanalyse, vocábulo forjado por Sigmund Freud, do radical psycho-, já 
documentado em inúmeras palavras em grego clássico na forma psykho- (psykhogonia, 
'origem da alma', psykhopompós, 'aquele que conduz a alma', psykhoedes, 'da natureza da 
alma etc.). Do gr. Psykhé, 'sopro de vida, alento, alma, vida, ser vivo, alma humana, 
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entendimento, conhecimento, sentimento, desejo, e de análise, ver'. Psicanálise passou a ser 
então, a análise da mente. O termo psicanálise é usado para se referir a uma teoria, a um 
método de investigação e a uma prática profissional. Enquanto teoria, caracteriza-se por 
um conjunto de conhecimentos sistematizados sobre o funcionamento da vida psíquica. A 
Psicanálise, enquanto método de investigação, caracteriza-se pelo método interpretativo, 
que busca o significado oculto daquilo que é manifesto através de ações e palavras ou 
através das produções imaginárias, como os sonhos, os delírios, as associações livres. A 
prática profissional, refere-se à forma de tratamento psicológico. (a analise) que visa a cura 
ou o autoconhecimento. Compreender a Psicanálise significa percorrer novamente o trajeto 
pessoal de Freud, desde a origem dessa ciência e durante grande parte de seu 
desenvolvimento.
Grande parte da produção do método psicanalítico foi baseado em experiências pessoais de 
Freud. Para melhor compreendermos a Psicanálise, é preciso também, repetir, a nível 
pessoal, a primeira experiência de Freud e descobrir as regiões obscuras da vida psíquica, 
vencendo resistências interiores, pois, se a psicanálise foi realizada por Freud, "não é uma 
aquisição definitiva da humanidade, mas tem que ser realizada de novo por cada paciente e 
por cada psicanalista". 
A gestação da Psicanálise 
As teorias cientificas surgem influenciadas pelas condições de vida social, nos seus aspectos 
econômicos, políticos, culturais, etc. São produtos históricos criados por homens concretos, 
que vivem o seu tempo e contribuem ou alteram radicalmente o desenvolvimento da 
Ciência. Sigmund Freud foi um médico que alterou radicalmente o modo de pensar a vida 
psíquica. Freud ousou colocar os "processos misteriosos"do psiquismo, sua regiões 
obscuras, isto é, as fantasias os sonhos, os esquecimentos, a interioridade do homem, como 
problemas científicos. A investigação sistemática desses problemas levou Freud à criação 
da Psicanálise. Freud após terminar o curso de medicina em 1881 especializou-se, em Paris, 
em Neurologia (parte da medicina que estuda doenças do sistema nervoso); clinicava nesta 
área. Tornou-se aluno do Dr.Charcot, que acreditava que as doenças mentais eram 
originadas de certos fatos passados na infância, e para a cura dos pacientes ele usava a 
hipnose (estado de sono profundo, no qual o paciente age por sugestão externa). Charcot 
teria influência decisiva sobre Freud. De volta à Viena Freud se associa com Josef Breuer, 
médico e cientista, que também foi importante para a continuidade das investigações. 
Freud e Breuer hipnotizavam seus pacientes de modo que contassem fatos de sua infância. 
Esse relato provocava dois efeitos: fornecia dados que auxiliavam os médicos no 
diagnóstico da doença e na libertavam o paciente de suas angústias, agitações e ansiedades. 
Os doutores chamaram essa libertação de Catarse. Notaram, porém, que essa cura era 
transitória. Logo apareciam outros sintomas de perturbação. Freud e Breuer trabalharam 
juntos em alguns casos sem empregar a hipnose. Após terem captado totalmente a 
confiança do paciente, levavam no a relatar seu passado em estado normal. Dentre muitas 
observações, pode-se notar o fenômeno da transferência afetiva, ou seja, quase sempre o 
paciente transferia ao médico suas emoções, ora afeiçoando-se a ele, ora aborrecendo-se 
com ele. Durante algum tempo, os dois colegas trabalharam juntos mas logo suas idéias 
começaram a divergir muito e foi preciso que se separassem. Freud foi modificando a 
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a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando os infratores a responsabilização civil e criminal.
técnica de Breuer; abandonou a hipnose, porque nem todos os pacientes se prestavam a ser 
hipnotizados, desenvolveu a técnica da concentração, na qual a rememoração sistemática 
era feita por meio da conversação normal, e por fim abandonou as perguntas para se 
confiar por completo à fala desordenada do paciente. E com isto foi nascendo o Método 
Psicanalítico, que é composto por três técnicas: associação livre, análise dos sonhos, análise 
dos atos falhos.
O Método Psicanalítico
Técnica da Associação livre 
Nos primeiros contatos com o paciente, Freud procurava ganhar confiança. Depois de 
algum tempo, este era submetido à associação livre, que consistia em fazer com que o 
paciente ficasse em uma situação de completo repouso. Geralmente, o doente deitava-se em 
um divã, que ficava em uma sala silenciosa, na penumbra, tendo o médico por de trás de 
sua cabeceira, portanto, sem encará-lo. Freud pedia ao paciente que fosse relatando em voz 
alta todos os fatos de sua vida dos quais podia se lembrar, sem ter que seguir uma ordem 
lógica ou cronológica. Esta técnica chamou-se de associação, pois Freud pedia aos seus 
pacientes que mencionassem os fatos conforme lhes ocorressem, conforme fossem se 
associando uns aos outros em suas mentes. Chama-se associação livre porque o psicanalista 
não sugere o assunto a ser abordado, deixa o paciente falar à vontade, livremente. Freud, 
ao submeter os pacientes a esta técnica, notou que estes faziam pausas no decorrer de seus 
relatos. A essas pausas, em que o doente parecia ter dificuldade de se lembrar dos fatos, 
Freud chamou de resistência e explicou resultarem do desejo do paciente de ocultar algo ao 
psicanalista ou a si mesmo. O estudo das resistências foi importante para a descoberta da 
causa de sintomas que afligiam o paciente, ou seja, para fazer um melhor diagnóstico de 
sua doença mental. Após submeter-se a técnica da associação livre, o doente podia sentir-se 
aliviado ou, ao contrário, passar por fortes crises emocionais ao reviver fatos passados de 
sua vida. O emprego da associação livre, portanto, oferece dois resultado: faz a catarse de 
alguns sintomas e auxilia o psicanalista a descobrir as causas da perturbação mental 
(diagnóstico). 
Técnica de análise dos sonhos 
Freud achou de grande importância a análise do sonho, pois poderia melhor compreender 
a mente de uma pessoa. Sendo assim pedia sempre a seus pacientes que lhe relatassem seus 
sonhos. Certos aspectos da mente das pessoas ficavam mais conhecidos pela interpretação 
que Freud fazia de seus sonhos. Em 1900, foi publicado o mais famoso dos livros de Freud: 
A Interpretação dos Sonhos. Deve-se a esta obra a introdução do método da associação, que 
tornou possível o estudo interpretativo do sonho, definido por Freud como a estrada real 
para o inconsciente. "O sonho é a realização de um desejo", Essa é a fórmula fundamental 
de Freud. Essa é a função do sonho.
Propriedades do sonho: 
a) A facilidade com que ele é esquecido, tão logo ocorre o retorno à vigília.
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b) O predomínio das imagens e, em particular das imagens visuais sobre os elementos de 
natureza conceitual, caracterizando-se, assim, o sonho como expressão do processo 
regressivo. 
c) Seu conteúdo significativo redigido em nível metafórico e impondo trabalho de 
interpretação.
d) Nele mobilizam-se experiências inacessíveis à evocação quando em estado de vigília. 
Níveis do sonho: Freud distinguiu, no sonho, o conteúdo manifesto e o conteúdo latente, isto 
é, as idéias oníricas encobertas. O conteúdo manifesto é o sonho tal como relatado. O 
conteúdo latente é o seu sentido oculto, sentido que justifica o processamento da análise 
interpretativa. 
Mecanismos do sonho: Freud distinguiu cinco mecanismos mobilizados na construção do 
sonho. São eles: a condensação, a dramatização, o simbolismo, o deslocamento e a 
elaboração secundária. Por condensação se entende o processo segundo o qual o conteúdo 
latente se expressa sinteticamente no conteúdo manifesto. Por deslocamento se entende o 
processo pelo qual a carga afetiva se destaca do seu objeto anormal para fixar-se num 
objeto acessório. A dramatização consiste no processo através do qual os conteúdos 
conceituais são substituídos por imagens visuais. A simbolização se distingue da 
dramatização por dois caracteres fundamentais. Em primeiro lugar, enquanto a 
dramatização parte do abstrato para o concreto, do conceito para a imagem, a 
simbolização parte do concreto para o concreto, da imagem para outra imagem. E por fim, 
a elaboração secundária se revela como o processo, pelo qual, à medida que se aproxima a 
vigília, se introduz nas produções oníricas uma lógica mais ou menos artificial, que visa a 
preparar o reajuste do indivíduo às condições da realidade. 
Técnica da análise dos atos falhos: Freud e outro psicólogos denominam de atos falhos os 
esquecimentos, os lapsos de linguagem, enfim, certos atos que praticamos sem que 
tivéssemos a intenção de praticá-los. Estes atos são atribuídos simplesmente ao acaso, mas 
neles percebe-se um significado, negando-lhes a condição de acidentais. Foi proposto por 
Freud a classificação dos atos falhos em três grupos: (a) atos sintomático; (b) atos 
perturbados; (c) atos inibidos. Por ato sintomático entende o ato que se cumpre sem 
recalque. O ato perturbado caracteriza-se como aquele que só se cumpriu parcialmente, em 
face de um recalque incompleto. Finalmente, o ato inibido é o que resulta de uma situação 
de conflito, na qual ocorre recalcamento total ou completo. 
Dentro da perspectiva psicanalítica que sustenta a continuidade entre o normal e o 
patológico, afirma-se que os atos sintomáticos são freqüentes no homem normal. Os atos 
perturbados resultam de uma intersecção de forças.Estes atos podem ser de visão, de 
audição e de gesto. Cabe ressaltar os erros de memória. Já o ato inibido tanto se manifesta 
no domínio cognitivo (esquecimento) como no domínio motor (paralisia). Sobre o 
esquecimento, a originalidade de Freud consistiu em propor a tese do esquecimento ativo, 
isto é, de um esquecimento estratégico, envolvendo material dotado de alto poder de erosão. 
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Ab-reação, Insight, Repetição 
O progresso através da terapia psicanalítica é habitualmente atribuído a três experiências 
principais: ab - reação, insight das dificuldades e as constantes repetições de seus conflitos e 
de suas reações a eles. Um paciente tem ab - reação quando exprime livremente uma 
emoção reprimida ou torna a viver uma experiência emocional intensa, como se fosse uma 
espécie de limpeza emocional – uma catarse. Um paciente tem insight quando entende 
quais são as raízes do conflito. Às vezes, chega ao insight ao conseguir lembrar-se de uma 
experiência reprimida, mas é errada a idéia de que a cura psicanalítica resulta geralmente 
da recordação repentina, de um único episódio dramático Insight e a ab - reação devem 
atuar simultaneamente: o paciente precisa compreender seus sentimentos e sentir o que 
compreende. A reorientação nunca é apenas intelectual. Pela repetição o paciente fica 
suficientemente forte para enfrentar sem deformação a ameaça de toda situação original de 
conflito e a reagir a ela, sem uma excessiva angústia. O resultado final que se exige de uma 
boa psicanálise é uma modificação profunda da personalidade, que permita ao paciente 
enfrentar os seus problemas com um fundamento realista, sem lançar mãos dos sintomas 
que o fizeram iniciar o tratamento e que lhe permita uma vida mais agradável e mais rica. 
Em vez de depender do comportamento defensivo, o paciente passa a depender do 
comportamento adaptativo. 
A Doutrina Psicanalítica 
Durante o período de doze anos Freud foi o único que usou, para tratamento de distúrbio 
nervosos, este método especial de que é autor. Tal método exige muito tato, penetração de 
julgamento, calma e paciência. Trabalhando com dedicação e persistência, cuidando de 
seus doentes e observando pessoas sãs, Freud tornou-se um grande conhecedor da mente 
humana, sobre a qual reuniu uma vasta documentação. Julgou-se, pois, capacitado para 
publicar uma doutrina psicológica completamente nova, explicando o funcionamento da 
mente humana e o desenvolvimento da personalidade. Atualmente, a palavra Psicanálise é 
mais empregada neste sentido- como a doutrina freudiana que explica o funcionamento da 
mente humana. A doutrina psicanalítica deriva todos os processos mentais (exceto os que 
dependem da recepção de estímulos externos) de um jogo de forças psíquicas instintivas 
representadas por imagens ou idéias e suas respectivas cargas emocionais, além de 
enfatizar os aspectos psicossexuais. A princípio sua doutrina foi mal recebida, e suas obras 
passaram despercebidas. Porém, aos poucos o número de pessoas interessadas em suas 
descobertas foi aumentando até ser fundada a Associação Psicanalítica Internacional, 
chefiada por Jung. Sua doutrina difundiu-se por todo o mundo, mesmo antes de seu 
falecimento em 1939, em Londres onde Freud se refugiara quando perseguido pelos 
nazistas, por ser judeu. Atualmente notamos que a Psicanálise influência vários campos da 
atividade humana, principalmente a Psiquiatria (ramo da medicina que trata das doenças 
mentais). É grande também o número de psicanalistas dedicados a aplicação da Psicanálise 
á educação da infância. É comum imaginarmos a Psicanálise acontecendo num consultório 
com um paciente deitado num divã, até porque esta tem sido tradicionalmente, a sua 
prática. Porém, coexistindo com isto, é possível observar o esforço de estudiosos no sentido 
de ampliar o raio de contribuição da psicanálise aos fenômenos de grupos, às práticas 
institucionais e à compreensão de fenômenos sociais, como a violência e a delinqüência, por 
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exemplo. Portanto, além das contribuições para a revisão de práticas profissionais, 
buscando, por exemplo, um atendimento ao doente mental que supere o isolamento dos 
manicômios, a maior contribuição da Psicanálise é indicar que o mais importante na 
sociedade não é a representação que ela faz de si, ou suas manifestações mais elevadas, mas 
aquilo que está além dessas aparências. Isto é, a angústia difusa, o aumento do racismo, a 
vitimização das crianças, o terrorismo. Em sua, a Psicanálise nos faz ver aquilo que mais 
nos incomoda: a possibilidade constante de dissociação dos vínculos sociais. Muitos adeptos 
da teoria psicanalítica, deram continuidade aos seus trabalhos sem modificar os 
ensinamentos de Freud. Estes são chamados de psicanalistas ortodoxos como: Ana Freud, 
Ernest Jones, Karl Abraham etc. A maioria, porém, mantém-se fiel em alguns pontos, 
alterando outros. Estes são chamados revisionistas ou neofreudianos como: Erich Fromm, 
Harry S.Sullvan, Karen Horney, etc. 
A Libido 
Observando seus pacientes, Freud pode constatar que a causa da doença mental neles 
apresentada era sempre provinda de um problema sexual. Observou, também, as 
personalidades normais, podendo assim concluir que "o comportamento humano é 
orientado pelo impulso sexual". A esse impulso Freud dá o nome de libido (palavra 
feminina que significa prazer). A libido constitui uma força de grande alcance na 
personalidade humana; é um impulso fundamental ou fonte de energia. 
A estrutura do aparelho psíquico 
1º Teoria sobre a estrutura do aparelho psíquico
Em 1900, no livro A interpretação dos sonhos, Freud apresenta a primeira concepção sobre 
a estrutura e funcionamento da personalidade. Essa teoria refere-se à existência de três 
sistemas ou instâncias psíquicas: inconsciente, pré - consciente e consciente. 
Inconsciente: Para entender a teoria de Freud, é importante aceitar a existência dos 
fenômenos mentais inconscientes. São fenômenos que se realizam em nossas mentes sem 
que o saibamos. Eles nos passam despercebidos, nós os ignoramos. Já se afirmava, antes de 
Freud, a existência da vida mental inconsciente. Ele, porém, teve o mérito de: fornecer 
meios, para conhecer a vida mental inconsciente; as técnicas psicanalíticas (a associação 
livre, a análise dos sonhos e a análise dos atos falhos) afirmar que os atos inconscientes têm 
grande influência na direção de nosso comportamento na orientação de nossas ações. Por 
exemplo, podemos ignorar a existência em nós de emoções, tendências e impulsos, os quais, 
na realidade, estão influenciando fortemente as nossas vidas.
Pré-consciente ou subconsciente: Há fenômenos que não estão se passando agora em nossa 
mente, mas que são do nosso conhecimento. Sabemos da existência dos mesmos, podemos 
chamá-los à nossa mente quando quisermos ou necessitarmos. Podemos reviver, em certos 
momentos, muitos fatos que se passaram conosco, nos quais não estamos continuamente 
pensando; evocamos lembranças, emoções, etc. Estes fatos, tanto os que estão agora se 
processando em nossa mente como aqueles que poderíamos evocar neste momento. 
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(consciente e pré consciente), são fatos de nosso domínio e conhecimento. Temos 
consciência de sua realização. 
Consciente: Há fenômenos mentais que se estão processando e deles temos conhecimentoimediato. Por exemplo: Tomamos conhecimento dos pensamentos, das percepções, das 
emoções que estão se processando agora em nossa mente. 
2º Teoria sobre a estrutura do aparelho psíquico
Entre 1920 e 1923, Freud remodela a teoria do aparelho psíquico e introduz os conceitos de 
id, ego e superego para referir-se aos três sistemas da personalidade. É importante 
considerar que estes sistemas não existem enquanto uma estrutura em si, mas são sempre 
habitados pelo conjunto de experiência pessoais e particulares de cada um, que se constitui 
como sujeito em sua relação com o outro e em determinadas circunstâncias sociais.
Id: Há na nossa personalidade, uma parte irracional ou animal. Essa parte biológica, 
hereditária, irracional, que existe em todas as pessoas procura sempre satisfazer nossa 
libido, os nossos impulsos sexuais. Freud chamou-a de Id. Esse impulsos do Id, na sua 
maioria, são inconscientes, passam despercebidos, são por nós ignorados. 
Superego: Desde que nascemos, vivemos em um grupo social do qual vamos recebendo 
influências constantes. Desse grupo vamos absorvendo, aos poucos, idéias morais, 
religiosas, regras de conduta, etc.; que vão constituir uma força em nossa personalidade. E 
essa força adquirida lentamente por influência de nossa vida em sociedade, é que Freud 
chama de Superego. O Id e o Superego são forças opostas, em constante conflito. O 
Superego, quase é contrário à satisfação da natureza animal, enquanto o Id procura 
satisfazê-la. Essa luta entre Id e Superego, não é percebida por nós, na maioria das vezes.
Ego: É quem procura manter o equilíbrio entre as forças opostas, Id e Superego, é a nossa 
razão, a nossa inteligência, à qual Freud chama de Ego. O Ego tenta resolver o constante 
conflito entre Id e o Superego. Numa pessoa normal, o conflito é resolvido com êxito. 
Quando o nosso Ego consegue o equilíbrio entre as duas forças, nossa saúde mental é 
considerada normal. Mas, no momento em que o Ego não consegue mais manter essa 
harmonia, aparecem os distúrbios mentais. 
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PERSONALIDADE E EDUCAÇÃO.htm" Content-Transfer-Encoding: 8bit Content-
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Desenvolvimento da Personalidade
Freud explica nosso desenvolvimento emocional, dizendo que o ser humano passa por 
diferentes períodos desde que nasce, até alcançar a adolescência. Em cada um desses 
períodos, a libido toma uma direção característica. As fases da libido, ou as mudanças de 
uma fase para outra, ocorre tão gradativamente que uma fase se confunde com a seguinte e 
as duas se superpõem. 
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Período narcisista - no início da vida, a criança dirige sua libido para seu próprio corpo. 
Ela ama a si mesma. Suas reações emocionais, dependem principalmente de seu bem-estar 
ou de seu mal-estar físico. É egocêntrica. Esta fase é chamada auto-erótica: nela, a criança 
busca prazer em seu próprio corpo, chupa o dedo, suga os próprios lábios, etc.. Este 
período recebe o nome de narcisista devido à lenda grega de um jovem muito formoso 
-Narciso- que se apaixona pela própria imagem refletida nas águas. 
Período edipiano - nesta fase, a criança dirige a sua libido para o progenitor do sexo oposto, 
manifestando hostilidade para o progenitor do mesmo sexo. Ainda, a criança se identifica 
com o genitor do mesmo sexo. A menina, portanto, ama seu pai e hostiliza a sua mãe. Da 
mesma forma, o menino ama sua mãe e manifesta hostilidade para com o pai. Os 
psicanalistas explicam os fatos do período edipiano da seguinte maneira: o menino, por 
exemplo, ama a mãe e, percebendo que ela tem uma afeição especial pelo pai, vai procurar 
tornar-se igual a ele para merecer também o amor da mãe. É neste período que cada qual 
adota o papel sexual para toda a vida. Seguidores de Freud afirmam que essa preferência 
baseada no sexo, que existe dentro do lar, não se dá somente em relação a criança para com 
os progenitores, mas também destes para com a criança do sexo oposto. Este período é 
chamado edipiano por causa da lenda grega em que Édipo, jovem príncipe, assassina seu 
pai para casar-se com a mãe. 
Período de latência sexual - Depois das dificuldades da fase edipiana, a criança passa para 
um período mais calmo. Esse período corresponde aos anos da escola primária, em que a 
criança se ocupará em adquirir habilidades, valores e papéis culturalmente aceitos. Ele é 
denominado de latência, porque os impulsos são impedidos de se manifestar. Neste período, 
a energia dos impulsos é desviada de seu uso sexual e dirigida para outras finalidades, 
processo esse chamado de sublimação. A sublimação tem importante papel no 
desenvolvimento do homem civilizado e nas realizações culturais. 
Período da puberdade - Há autores que intercalam, entre o período de latência e a 
adolescência, a fase da puberdade. Essa fase, de duração aproximada de dois anos, se inicia 
mais cedo para as meninas que para os meninos. É a época das grandes modificações físicas 
e, principalmente, de grande desenvolvimento dos órgãos sexuais. Nesta fase, o jovem inicia 
sua libertação emocional dos progenitores. A principal característica da puberdade, 
também chamada homossexual, é a ligação afetiva que se estabelece entre jovens do mesmo 
sexo e de idade aproximada. É a idade em que as meninas têm sua "amiga predileta" e os 
meninos tem seu "companheiro inseparável", com os quais trocam confidências.
Adolescência - nesta fase, a libido do jovem se dirige a um adolescente do sexo oposto. Essa 
ligação emocional heterossexual, fora da família, vais exigir a emancipação do adolescente 
de seus pais. A separação emocional ocasiona, pelo menos por algum tempo, rejeição, 
ressentimentos e hostilidades contra os pais e outras autoridades. Esta é uma fase difícil 
não só para o adolescente mas, também, para os pais que querem retardar essa libertação. 
Há casos em que o desenvolvimento emocional não se processa normalmente, não 
apresenta essa seqüência de fases devido a fatores biológicos ou condições ambientais. 
Casos de anormalidade na evolução emocional: a fixação e a regressão
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Fixação- Freud chama de fixação a parada que uma pessoa pode apresentar em uma 
determinada fase. Estaciona-se o desenvolvimento emocional, embora continuem a se 
processar o desenvolvimento físico e intelectual. Vejamos o caso de uma menina de três 
anos, cuja a mãe morre e o pai a entrega a avó. O ambiente emocional em que esta criança 
vivia, se transtorna por completo. Ela perde a afeição materna, e de certo modo perde 
também o afeto do pai, pois este é quem iria lhe auxiliar a passar do período narcisista (em 
que se encontra), ao período edipiano. Seu desenvolvimento físico e intelectual parece se 
processar normalmente, mas seu comportamento emocional continua igual ao de uma 
criança de menos de três anos. Sua libido continua ligada ao seu próprio corpo, em vez de 
dirigir-se a seu pai, que dela se distancia cada vez mais. Permanece egocêntrica, 
preocupada com seu bem estar ou mal-estar físico, e com seus objetos pessoais, 
visivelmente indiferente com o bem estar das pessoas com quem vive e de quem espera 
receber cuidados. Torna-se narcisista, egoísta e isolada. Tem dificuldades em manter 
amizades e em conservar um namorado.
Regressão - Outra anormalidade que se pode verificar no desenvolvimento da 
personalidade, é depois de se ter atingido certa fase, regressar a fase anterior. Vejamos o 
exemplo de uma criança que tem seu desenvolvimento normal

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