Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE CENTRO DE SAÚDE E TECNOLOGIA RURAL CAMPUS DE PATOS UNIDADE ACADÊMICA DE MEDICINA VETERINÁRIA DISCIPLINA: PRODUÇÃO DE RUMINANTES Discentes: Maria Eduarda Paiva, Sabrina Santana, Thaís Morais e Wênia Santos 1ª Avaliação Patos-PB, outubro de 2022 A cauda/rabo é uma característica importante para diferenciar caprino de ovino. A cauda do caprino é mais curta e direcionada pra cima, enquanto que a cauda do ovino e bovino é mais comprida e direcionada pra baixo. Um dos sinais clínicos da cabra no cio é a cauda em constante movimento. A probabilidade de ocorrer metrite é maior nos ovinos e bovinos devido a conformação da sua cauda. Animais de rabo largo apresenta maior problema de acasalamento e parição. Algumas raças ovinas apresentam rabo largo como forma de armazenamento de gordura, importante em épocas de estiagem. A carcaça é quando retira a pele, vísceras, amputa a cabeça, as extremidades dos membros e a cauda. Para essa carcaça se tornar carne, ela precisa ficar 24 horas em uma câmara de refrigeração, onde irão ocorrer reações químicas no músculo. Então, a carcaça é constituída por ossos, músculos e gordura. O músculo é o mais importante, enquanto os ossos são menos importantes. Quanto maior a idade do animal, maior será a facilidade em armazenar gordura. Por isso, em lugares onde a população prefere carne mais gorda, abatem os animais quando estão mais velhos e em lugares em que preferem carnemais magra abatem animais mais jovens. Dentro da carcaça, existem os cortes de primeira, segunda e terceira. Essa classificação é feita baseada nos constituintes do corte (se tem mais músculo do que osso, o grau de maciez da carne) e na habilidade do corte na preparação de pratos diferentes em termos visuais. Corte de primeira é a região de lombo e perna; corte de segunda é a região de costelas e paleta; corte de terceira é a região de pescoço e serrote. Glândulas cornuais ficam na base central do chifre em caprinos machos. Apresentam feromônios. A vaca e a cabra a cada 21 dias apresentam cio. A ovelha a cada 17/18 dias apresenta cio. As vacas são as únicas que apresentam poliestro contínuo, ou seja, não apresenta anestro estacional, que ocorre em função da baixa luminosidade. Já as cabras e as ovelhas são poliéstricas estacionais, ou seja, elas estacionam em uma determinada época do ano. Isso se dá pelo hormônio melatonina, produzido na glândula pineal. Ela se torna ativa quando tem baixa luminosidade. Ou seja, a presença da glândula cornual é mais importante na época de baixa luminosidade, que seria no outono e inverno. Uma forma de fazer isso artificialmente seria estimular a glândula pineal colocando os animais em um ambiente de muita luminosidade e drasticamente retirar toda luminosidade, deixando no escuro. Isso iria estimular o animal a demonstrar cio, pois ocorre o pico de produção de melatonina, que vai desencadear a liberação de GNRH pelo hipotálamo, vai até a adenohipófise para liberar LH e FSH para a produção de estrógeno. É interessante sempre colocar o macho em direção ao poente para que o odor dessa glândula não venha alterar o sabor do leite durante a ordenha, e também da carne e produtos derivados do leite. Caprino e bovino apresentam pelo, ovino apresenta lã, embora na nossa região os ovinos apresentem pelo e não lã, devido às questões de temperatura. Entre o pelo fica o ar que funciona com isolante térmico. Por isso na nossa região o pelo ele é curto para que haja uma maior troca de temperatura. O objetivo do animal de corte é produzir carne e para isso tem que produzir muitas crias para serem abatidas posteriormente. Isso acontecerá se a fêmea passar pelo período gestacional, ou seja, quanto mais parto perto um do outro, mais crias produzidas e consequentemente mais carcaça e carne. O período de lactação ideal nas cabras e nas vacas é de 10 meses, ou seja, 305 dias. Se o intervalo de parto é de 12 meses e 10 meses são referidos a lactação, o período seco será de 2 meses. Os sintomas do cio são mais evidentes na vaca e na cabra. O hormônio que mantém a gestação é a progesterona, que é produzida no corpo lúteo e na placenta. Animais classificados em corpo lúteo dependentes,significa que quasetoda a gestação é mantida pela progesterona produzida no corpo lúteo. Animais classificados em corpo lúteo independente, significa que quase toda a gestação é mantida pela progesterona produzida na placenta. Cabras e vacas são corpo lúteo dependentes. Já a ovelha é corpo lúteo independente. A gestação na cabra leva em média 150 dias de duração, onde até 132 dias essa gestação é mantida pela progesterona produzida no corpo lúteo. A gestação na vaca leva em média 280 dias de duração, onde até 200 dias essa gestação é mantida pela progesterona produzida no corpo lúteo. Já a ovelha, que apresenta duração de gestação de 150 dias, a partir de 50 dias de gestação necessita da progesterona produzida na placenta. A ovelha acaba tendo mais problemas de parto porque o seu feto apresenta um tamanho maior que é incompatível com a passagem pela pelve. Também há uma maior ocorrência de cetose gestacional nessa espécie devido um balanço energético negativo e obesidade. Vai ocorrer a mobilização de gordura, que vai produzir AGVs e consequentemente corpos cetônicos. O objetivo da mobilização de gordura é para produzir glicose através do glicerol. A cada uma molécula de glicose produzida vão se formar 3 ácidos graxos. Acetilcoenzima A entra no ciclo de Krebs e vai gerar glicose. Como o animal não tem os precursores necessários para o oxaloacetato que seria o propionato, não vai conseguir completar o ciclo de Krebs para formar o succinato. Quando há mobilização de gordura, vai ter formação de ácidos graxos cetônicos e ácidos graxos glicogênios. Para ter a formação de corpos cetônicos vai ocorrer a reoxidação e não vai completar o ciclo de Krebs. Com isso a acetilcoenzima A vai ser desviada para a produção de corpos cetônicos e não vai entrar no ciclo de Krebs. Então para ter formação de corpos cetônicos tem que ter ácidos graxos não esterificados que vêm da gordura e por isso o animal precisa estar gordo pra ter cetose. Na cabra e na vaca ocorre no início da lactação a chamada cetose lactacional. Na vaca o Balanço energético negativo ocorre no pré parto e no pós-parto sendo mais grave no pós parto devido ter uma maior demanda para a produção de leite. O balanço energético negativo ocorre no final do parto devido ser nesse período onde ocorre o maior crescimento do feto e por ele crescer muito, ele toma o espaço do rúmen. Isso faz com que o volume de ingesta diminua. O estrógeno também faz com que haja uma diminuição no apetite dessa fêmea, fazendo com que ela se alimente menos e isso causa um balanço energético negativo. No pós- parto o balanço energético vai estar negativo porque a fêmea ainda está com o seu útero distendido e ele está comprimindo o rúmen fazendo com que a quantidade de ingesta que o órgão consegue comportar ainda esteja diminuída. Mas ao passo que o útero vai involuindo, o rúmen volta a sua posição normal podendo comportar uma grande quantidade de ingesta novamente. Quanto a duração do ciclo estral a cabra se assemelha mais com a vaca do que com a ovelha. A cabra e a vaca apresentam sintomas de cio muito mais evidentes do que a ovelha. - Diferenças produtivas, zootécnicas ou econômicas A mais importante delas é a produção de alimentos (carne, leite e seus sub produtos). A carcaça ainda não é a carne, ela é a transição entre o animal vivo e a carne. Para essa estrutura se transformar em carne ela deve passar pelo processo de refrigeração (coloca em uma câmara fria por 24h a 4ºC) fazendo com que sofra uma transformação fisiológica e, principalmente, bioquímica e essa estrutura passa a gerar a carne. Normalmente dividimos essacarcaça em duas (lado direito e lado esquerdo), depois vamos proceder com os cortes comerciais. Uma coisa importante sobre a carcaça seria a sua composição tecidual, é composto por basicamente três tecidos: A base óssea (esqueleto, que dá sustentação a musculatura), músculo e gordura. O tecido mais importante dentre esses para a geração de carne é o músculo, em sequência vem a gordura e por último o osso. Essa distribuição da carcaça varia em cada espécie de ruminante. Existem três tipos de gorduras em uma carcaça: A gordura subcutânea ou de acabamento, gordura intermuscular e intramuscular, e a gordura intracavitária (cavidade torácica e pélvica). Em termos de composição tecidual, o porte do ovino vai ser maior do que o do caprino. A soma dos três tecidos deve dar 100%. Então, na medida em que aumentamos um, diminuímos o outro componente tecidual. O caprino tem mais músculo, então ele acaba tendo menos gordura. Já o ovino vai ter mais gordura e acaba por ter menos músculo. O grande problema é que aparentemente quanto mais músculo tiver a carcaça, melhor e quanto menos ossos também seria melhor, o grande problema está em determinarmos a quantidade ideal de gordura na carcaça, uma vez que esse alimento (gordura) varia muito de mercado para mercado. Tem mercados de países que preferem carnes mais gordas, já há outros países preferem carnes menos gorda e que tenha mais músculo. Normalmente o rendimento da carcaça deve ser 50% do peso vivo do animal, então se o animal pesar 50kg, sua carcaça deve ser de 25kg. Isso vai variar de raça pra raça e de animal para animal. Então, rendimento de carcaça é quanto do animal vivo vai ser de carcaça. A gordura subcutânea seria a gordura de revestimento, logo abaixo da pele. Essa gordura tem muita importância tanto para a carcaça quanto para a carne, pois quanto mais gordura, maior o rendimento de carcaça após a refrigeração. Por ter esse acabamento de gordura, ela vai perder menos peso. A função dessa gordura na refrigeração é fazer com que a carne não fique escura, não sofra queima pelo frio. Caso não tenha a gordura, a carne em um período de 24h na refrigeração de 4ºC vai ficar marrom escura, isso é algo ruim para o mercado, já que na compra da carne a primeira coisa que é observada é a sua coloração. Em termos de cor é de se esperar que entre um caprino e um ovino, a carcaça mais clara seja a da carne ovina, em funçãoda sua maior gordura subcutânea, evitando o escurecimento da carne. A gordura intermuscular ou intramuscular é mais difícil de determinar. Ela possui uma função principalmente na carne e não na carcaça, que é promover a maciez da carne. Quanto mais gordura na carne, mais saborosa ele fica. Grande parte do sabor e o odor da carne vem dos ácidos graxos, que por sua vez se encontram na gordura. Por último, a gordura intracavitária, que é aquele dentro das cavidades corporais, seja abdominal, seja torácica, seja pélvica. É aquela gordura que fica em torno dos órgãos internos. Gordura subcutânea = Ovinos possuem mais do que caprinos. Os ovinos possuem em maior quantidade por conta da espécie, é uma questão bioclimatológica, pois a maioria das raças ovinas são originárias de ambientes com clima bem mais frio. Já os caprinos são o riginados de regiões de clima mais quente. Em função dessa relação que as composições de gordura são diferenciadas. A gordura vai impedir que o animal resfrie, pois em um clima frio o calor do animal será perdido para o meio ambiente e a gordura vai ser um meio para ev itar essa perda. Já se o animal encontra-se em um ambiente quente, é necessário uma menor quantidade de gordura para permitir que ele perca calor e resfrie. (Os ruminantes são animais homeotérmicos, ou seja, independente da temperatura ambiente, eles tendem a manter a sua temperatura constante). Gordura intramuscular = Ligeiramente equilibrado entre ovinos e caprinos. Gordura Intracavitária = Caprinos possuem muito mais do que ovinos. Também está relacionada com fatores bioclimatológicos, ela tem a função de reserva energética para os animais. Vai servir para épocas de escassez alimentar, sendo uma reserva energética de forma que quando houver a escassez de alimento, para não morrer começam a mobilizar essa gordura corporal para ser utilizada como fonte de energia. Países de clima temperado com grandes latitudes (seja norte, seja sul), ou seja, países frios, existem estações do ano bem definidas. Na medida que se aproxima do equador não existem essas estações bem definidas, o inverno é chuvoso e o período de verão é seco e quente. Então, essa gordura intracavitária é muito mais importante para animais de clima tropical, pois seis meses do ano vai seco. Se é seco não há produção de plantas forrageiras, não haverá produção de forragem e, consequentemente, não há alimento para os animais. Contudo, não é uma gordura desejada para a carcaça. A carcaça que possui mais carne vendável vai depender daquela relação de o mercado gostar ou não de gordura. Então, se tivermos um mercado que não gosta de gordura, então quem tem mais carne vendável seria o caprino. Já se o mercado gosta de gordura, quem tem mais carne vendável é o ovino. Quanto ao odor, os caprinos são aqueles que terão um mal odor caso haja um mal manejo, visto que possuem a glândula de shu... Então, esse odor caprino é muito prejudicial ao cheiro da carne e do leite. - Quanto ao leite: O leite é composto por duas partes: uma parte é águe e outra parte é matéria seca (matéria seca é desidratar e tirar a água). Quanto mais matéria seca, mais nutrientes. Dentro do leite vamos ter açúcar, proteínas, vitaminas, minerais e gordura. Quando tiramos a água, o que sobra é a matéria seca que é composto de todas esses nutrientes. O leite é bom quando tem muita matéria seca. A soma matéria seca com a água deve dar 100%. Um dos componentes mais importantes do leite é a gordura, pois é usada para produção de manteiga, etc. Enquanto a proteína vai dar origem a maioria dos queijos. É de se esperar que quem tem mais água no leite seja aquela vaca que produz 50L do que aquela que produz 10L, pois de todos os nutrientes o que é mais fácil de entrar na composição do leite é a água. Por isso que na medida que se aumenta a produção de leite de um animal, normalmente aumenta o leite mais fraco no sentido de que haverá mais água do que matéria seca. Das três espécies (bovino, caprino e ovino) quem exerce a melhor produção de leite é a vaca, em segundo o caprino e em terceiro a ovelha. Em termos absolutos a vaca produz mais leite do que a cabra, mas em questões somente de eficiência a cabra possui um leite melhor. Quem produz a menor quantidade de leite é a ovelha, contudo é o de maior eficiência pois é o que possui maior quantidade de gordura no leite. Isso vai variar de espécie para espécie e de raça para raça. A gordura do leite de caprino é em média de 3,8%, o ovino é de 7,62% e bovino 3,67%. Perfil lipídico é a composição dos lipídeos e de ácidos graxos. Há uma variação grande que chama atenção para os caprinos, o odor do leite caprino não é só devido a questão da glândula (quando se contamina o leite). Quando se obtém um leite caprino que não é contaminado pela glândula e mesmo assim ele terá um odor e sabor característico em função do ácido caprórico, ácido caprínico e caprico. Isso é que é responsável pelo sabor característico do leite caprino. O leite é melhor quando possui uma alta digestibilidade da gordura, pois quanto mais for digestível aquele alimento, mais aproveitado o nutrientes. Então, se uma gordura é mais digerível, consequentemente esse leite vai ser melhor e quem determina a digestibilidade é o tamanho dos blocos de gordura que compõem esse leite. Não há muita diferença do tamanho do bloco de gordura entre a cabra e a vaca, bem como a ovelha. Quanto menor o bloco de gordura, mais digerível é. Uma grande diferença que há entre o três leites seria a enzima chamadaAglutinina. Essa enzima faz a união dos blocos de gordura e quando tem uma densidade menor ela solidifica formando aquela nata de gordura sobre o leite. Isso acontece com o leite bovino, mas não acontece com o leite caprino. Dessa forma, quem necessitará de mais lipase para a sua digestão é o leite bovino, pois os blocos de gordura do caprino estão já totalmente separados enquanto o dos bovinos estão juntos devido a presença da Aglutinina. Dentro dessa membrana de cada bloco de gordura existe o que chamamos de radicais livres, que normalmente provocam estresse oxidativo. Quando fazemos a homogeneização do leite, vai provocar o rompimento de toda a membrana de gordura e a liberação do radicais livre, provocando o estresse oxidativo para quem está consumindo, no ser humano. Dentro da glândula mamária do animal, esses radicais servem de proteção contra mastites, mamites e microrganismos, e ao mesmo tempo dá proteção a cria quando ela consome o leite, sendo proteção contra microrganismos intestinais. Ou seja, o leite caprino possui a grande vantagem de não necessitar passar pelo processo de homogeneização para quebrar os blocos de gordura e ficar em fase única. O leite cru frio de vaca após repouso apresenta duas "fases" distintas, uma de creme/nata na parte superior e outra de leite desnatado na parte inferior. Diferentemente com o leite de cabra isso não ocorre: tem fase única. As duas fases consistem em um processo de separação natural que é causada por uma proteína chamada de aglutinina. Para acabar com as duas fases, a indústria de laticínios utiliza um processo chamado de homogeneização artificial. Todavia, tal processo resulta na lise da parede celular do glóbulo de gordura que libera um superóxido (radical livre), conhecida como xantina oxidase (XO). Esses radicais livres (Superóxido) causam uma série de problemas no corpo, como mutações no DNA que muitas vezes levam ao câncer! Isso não ocorre com o leite caprino. O leite possui dois tipos de proteína, que é a Caseína (está em grande proporção) e a proteína do soro (é composta por moduladores, que modulam a resposta imune de quem os consome – alfa e beta lactoalbumina, albumina seca, lactoferrina, imunoglobulina, etc.). Proteínas totais seriam a soma dessas duas proteínas. A quantidade de proteínas que o leite ovino possui é muito maior, em decorrência do que foi dito anteriormente, quanto menos produtivo, melhor vai ser o leite, pois a sua composição de matéria seca é maior. A proteína é que dará origem aos queijos. Quando colocamos o leite para qualhar o que fica é a caseína e o soro, o soro é descartado e a caseína é utilizada pra produção do queijo de qualho e vários outros tipos de queijos. A proteína é o nutriente de maior interesse econômico na produção de queijos, e demais derivados lácteos, pois a condição de melhor rendimento queijeiro do leite está intimamente relacionada com o teor proteico original. O leite de ovelha é mais ricos em proteínas do que os demais ruminantes, daí seu maior rendimento leiteiro: Na prática enquanto gastam-se 10 litros de leite para elaborar um quilo de queijo produzido com leite de vaca, gastam-se 5 litros na produção de 1 quilo de queijo com leite de ovelha, ou seja, o rendimento queijeiro de um queijo elaborado com leite de ovelha é de até 25% contra 10% de um queijo proveniente de leite de vaca. Ex.: Roquefort, Pecorino Romano, Pecorino Toscano, Feta, etc. * alfa-lactoalbumina, beta-lactoglobulina, albumina do soro sanguíneo, imunoglobulinas, lactoferrina e peptídeos de baixo peso molecular são perdidas em sua grande totalidade no soro, durante o processo de fabricação de queijos normais, mas é a base de outros queijos (ex.Ricota). - Aminoácidos essenciais: É aquele aminoácido que o organismo humano não consegue sintetizar e deve adquirir a partir da alimentação. O leite caprino possui mais AA essenciais do que o leite ovino. Em questões de eficiência de produção de leite em primeiro lugar vem a cabra, a vaca e por último a ovelha. A cabra é mais eficiente na produção de leite do que uma vaca por conta da quantidade de gordura intracavitária, que é uma gordura mais lipomobilizável. E em termos de irrigação e drenagem, ela é muito mais rica em capilar sanguíneos intracavitário. Isso aumenta a produção de leite, por no início da lactação (onde há um balanço energético negativo) boa parte do leite é produzida com energia vinda da gordura intracavitária, pois a mobilização energética é mais rápida, isso ocorre mais rapidamente nas cabras). A lactose é um dissacarídeo composto por glicose e galactose, porém não pode ser absorvida como tal, necessitando ser hidrolisada por ação da lactase intestinal. A in tolerância à lactose, é uma desordem gastrointestinal benigna, causada pela deficiência da enzima lactase (hipolactasia) necessária à digestão da lactose. Ocorre principalmente com adolescentes e adultos. Alguns povos são mais susceptíveis, a prevalência entre asiáticos, índios americanos, esquimós e negros, é de 70 a 90%. . Este é um problema para toda a vida, com exceção de quando ocorre como uma consequência secundária a uma doença gastrointestinal aguda. A presença de lactose no intestino sem ser digerida, é a causa do aparecimento de vários sintomas, entre estes a formação de gases, diarreia, náuseas e cólicas abdominais (FAO, 1987). Segundo Bahna (1996) as alergias causadas pelo consumo de proteína do leite de vaca e pelo consumo de lactose são muitas vezes mal diagnosticadas, pois os sintomas podem ser semelhantes. Porém, no caso da proteína do leite de vaca há uma reação de hipersensibilidade, podendo levar a morte, tendo prevalência de 3 a 5%, e ocorre principalmente em crianças jovens. Sendo o tratamento básico a eliminação completa do leite. Normalmente é temporária O teor de lactose é baixo no leite de cabra em relação ao leite de outras espécies animais (aproximadamente 1% a 13% menos que o leite de vaca e até 41% menos que o leite humano), o que está diretamente relacionado ao fato desse leite apresentar menos problemas associada à intolerância. Todavia, Indivíduos intolerantes a lactose presente no leite de vaca, também serão intolerantes ao leite de cabra. - Diferença Morfológica e anatômica: Em termos de características morfológicas e anatômicas dos ruminantes, o mais importante é a conformação corporal do animal. Então, veremos que um ruminante bom de leite possui uma conformação triangular, a cabeça é fina e o posterior é largo, para comportar o úbere. Já quando temos um animal de corte, a carne é produzida desde o pescoço até o posterior, há um equilíbrio corporal com forma cilíndrica. A cabra possui uma maior capacidade de ingestão de alimento durante o início de lactação quando comparada com a vaca. Quanto menor o número de crias, melhor vai ser o crescimento dessas crias. Já quanto maior o número de crias, mais alta a taxa de mortalidade, pois nem todos os animais vão ter acesso a mesma quantidade de leite. A eficiência da produção do leite é medida pela grama de matéria seca que cada quilograma de glândula mamária produz. Outra característica que torna a cabra melhor do que a vaca e a ovelha é maior produção de leite estocada em cisternas e alvéolos. Os três principais macronutrientes das plantas são o Nitrogênio, o Fósforo e o Potássio. Os caprinos e os ovinos são superiores aos bovinos em consumo desses macronutrientes. - Diferenças sanitárias: Pneumonias são mais comum de ocorrerem nos caprinos. Endoparasitoses são mais fáceis de ocorrer em caprinos também. Existem três portes de plantas: Herbácea, arbustiva e arbórea. Os animais que consomem as que possuem ramas serão os ramoneadores (caprinos) e os pastejadores comem capim (bovino e ovino). O problema da verme está relacionado com as gramíneas. Caprinos não gostam de pastejar em lugares úmidos. Cetose lactacional é mais recorrente em bovinos e toxemia da gestação é maisrecorrente em ovinos. Para que o animal tenha cetose devem ocorrer duas coisas: Balanço energético negativo e excesso de gordura depositada. A maior presença de gordura intracavitária predispõe a uma maior cetose, já que é uma gordura mais facilmente lipomobilizada graças a sua maior irrigação capilar. Ovelhas possuem mais gordura intracavitária e o seu balanço energético é mais intenso na gestação do que na lactação, já que sua produção de leite é bem menor. No final da gestação o problema é o peso e o tamanho fetal em relação ao peso da mãe, independentemente do número de crias, normalmente o peso do feto de ovelhas é maior em relação ao peso da mãe do que o da vaca e o da cabra. Ou seja, normalmente o peso fetal da ovelha é 8% o peso da mãe. Enquanto que cabras e vacas só chegam a 6%, no máximo. Logo, a exigência de energia da mãe para o feto vai ser maior, consequentemente a ocorrência de um balanço energético negativo no final da gestação vai ser maior na ovelha. Intoxicações são muito mais comuns em ovinos e as exigências nutricionais de caprinos e ovinos são basicamente as mesmas, não só de energia como de minerais e vitaminas. Contudo, existem metaloproteínas, que algumas são de transporte e outras são enzimas, e as que vão importar para nós são aquelas que transportam metais. Tem uma específica que transporta mais Cobre, e é provado cientificamente que os ovinos possuem deficiência nos enterócitos dessa proteína, e é ela quem faz a seleção de absorver ou não o cobre. Quando ela não está presente, não há quem impeça a entrada do cobre, sendo absorvido. Então, o que acontece é que passa do enterócito que vai ser absorvido para o sistema porta hepático, vai para o fígado e chegando lá vai ocorrer o seu acumulo nos lisossomos (principalmente), ribossomos e até nas mitocôndrias. Quando está em um alto excesso, o lisossomo se rompe e vai romper o hepatócito, cai na corrente sanguínea e vai começar a ocorrer hemólise e o animal morre por intoxicação pelo cobre. - Diferenças etológicas ou comportamentais: O caprino é muito mais ativo comparado aos ovinos e bovinos. Caminhando o bovino é o menos ativo. Postura bípede para comer é uma característica comportamental dos animais ramoneadores, para conseguir alcançar ramos mais altos e se alimentar. - Diferenças Ecológicas: Enquanto os ovinos preferem climas mais frios, temperados, os caprinos e bovinos preferem o clima tropical úmido. PONTOS FAVORÁVEIS E DESFAVORÁVEIS DA CRIAÇÃO DE CAPRINOS E OVINOS COM RELAÇÃO AOS BOVINOS Um ponto favorável dos pequenos com relação aos grandes é a adaptabilidade. A cabra possui uma maior capacidade de se adaptar a mudanças climáticas. Algumas raças de caprinos e ovinos são altamente adaptadas a climas com elevada pluviosidade (mais de 1500 mm), temperatura e luz diária relativamente constantes e alta umidade, amplamente distribuídas no sul da Índia, Malásia, Indonésia, sul da China e Fiji. Já o ganho corporal pode ser um ponto favorável, como pode ser um ponto desfavorável. Favorável seria o manejo, a facilidade do manejo. Animais pequenos são mais fáceis de manejar do que os grandes. A mãe de obra também é mais facilitada. Quanto a área, devemos levar em considerações as instalações e a pastagem. Os caprinos por serem de um porte menor vão necessitar de uma instalação menor. Mas quando passamos para a pastagem, os que vão demandar uma maior pastagem são os caprinos, pois eles necessitam de muita energia e tem baixa capacidade de ingestão quando comparado com os ovinos e bovinos. Ou seja, para que ele atenda a essa demanda energética, ele precisa selecionar uma dieta de alto valor energético. Caminha muito em busca daquilo que gosta de comer e que vai atender as suas necessidades energéticas. Carne e leite por animal, a vantagem é que o animal de corte pequeno para chegar a alcançar o ponto de abate é mais rápido do que o bovino. Além disso, o custo a se ter com o abate é consideravelmente menor, sendo vantagem para a agricultura familiar. A precocidade de um animal com relação a reprodução e a produção nos gera mais cedo um retorno econômico de alguma forma. Há uma diferença entre a maturidade sexual e a maturidade reprodutiva. O animal pode atingir a maturidade sexual e não estar pronto no que diz respeito a maturidade reprodutiva. O que caracteriza a maturidade sexual de um ruminante é a capacidade de produzir a célula sexual. O principal fator que diferencia a maturidade sexual da reprodutiva é o peso, o tamanho corporal desse animal. Em seguida vem a maturidade produtiva, que é quando o animal começa a produzir leite e carne. A maturidade produtiva da fêmea é a maturidade reprodutiva somado ao período gestacional. Os caprinos e ovinos são mais precoces do que os bovinos. O fator mais importante e determinante para se dizer que o animal está pronto para o acasalamento é pelo peso e condição corporal. Logo, o desenvolvimento do animal é mais importante do que a idade dele. Não se pode estabelecer a maturidade sexual e reprodutiva pela idade, mas sim pelo seu peso associada a condição corporal. O animal é tido como maduro reprodutivamente quando ele atinge 70% do peso vivo do adulto/ fêmea do seu rebanho e da sua raça. Pois, a partir daí as chances de problemas são reduzidas, já que não vai atrapalhar o seu crescimento. A maturidade sexual da cabra é mais precoce do que a da ovelha. Essa maturidade é atingida com 6-8 meses em média. Contudo, não se pode estabelecer idade como parâmetro para reprodução, pois alguns animais ciclam de forma muito tardia e outro muito precocemente. A superalimentação em novilhas é prejudicial, pois torna esse animal altamente precoce. Ele vai entrar em cio mais cedo, vai se acasalar mais cedo, gestaciona mais cedo e pari mais cedo. Vai haver uma consequência direta na via fetal dura, ou seja, o animal cresceu, mas a sua ossatura não acompanhou o crescimento. Então junta o animal obeso, a gordura e a via fetal dura muito estreita. PONTOS FAVORÁVEIS PROLIFICIDADE: É necessário se fazer diferenciação do que seria o índice de prolificidade ao parto e o índice de prolificidade anual. O Índice de prolificidade ao parto (IPP)= número de crias nascidas/número fêmeas paridas. Diz respeito a quantidade de crias nascidas por parto, seja ela nascida viva ou morta. Um exemplo seria em que nasceram 120 crias e pariram 100 matrizes, então o índice de prolificidade seria de 1,2 crias por parto que é a média, levando-se sempre em consideração de que não tem como a fêmea parir 1,5 crias, por isso é a média. (Ex.: IPP = 120 crias / 100 f. paridas = 1,2 crias/parto). Já a taxa de prolificidade ao parto, ao invés de índice de prolificidade ao parto, teria que ser em percentual, e nesse caso teria que ser multiplicada por 100. Então o índice de prolificidade 1,2, quando se torna taxa de prolificidade ao parto se torna 120%. (Ex: Taxa de prolificidade ao parto (TPP)= (número de crias nascidas / número fêmeas paridas) x 100 Taxa de prolificidade ao parto (TPP)= IPP x 100 Ex.: TPP = (120 crias / 100 f. paridas) x 100 = 120% TPP= IPP x 100 => 1,0 x 100 = 120% Já o índice de prolificidade anual seria a quantidade de crias por ano, ou seja, índice de prolificidade ao parto, dividido pelo intervalo de parto. Quanto menor esse intervalo de parto, maior será esse índice de prolificidade anual. Índice de prolificidade anual (IPA)= IPP / IEP (anos). Se uma fêmea A produz duas crias por parto, toda vida serão duas crias por parto, e uma outra fêmea B produz três crias por parto, logicamente que a fêmea que terá um maior índice de prolificidade será a que produz três crias por parto. Mas obrigatoriamente essa fêmea B que produz três crias por parto, terá uma prolificidade anual maior? Não. Pois possa ser que essa fêmea A que produz duas crias por parto poderá ter mais partos por ano. Suponhamos que essa fêmea A tenha um IEP (intervalo departo) de 6 meses (difícil de acontecer), que daria meio ano (0.5) então essa fêmea teria: 2 crias por parto divido por 0,5= 4 crias por ano. Obs.: IEP em anos= número de meses do IEP / 12 meses (1 ano) Ex.: IEP= 6 meses => 6m/12m = 0,5 anos IEP= 8 meses => 8m/12m = 0,67 anos IEP= 10 meses => 10m/12m = 0,83 anos Ex.: fêmea A= IP é de 2 crias/parto fêmea B= IP é de 3 crias/parto (maior IPP) fêmea A= IEP: 6 meses (0,5 ano) fêmea B= IEP: 12 meses (1,0 ano) fêmea A= IEP é de 6 meses => IPA= 2 crias por parto / 0,5 ano => 4 crias/ano fêmea B= IP é de 3 crias/parto => IPA= 3 crias por parto / 1,0 ano => 3 crias/ano. A melhor prolificidade é a anual, em comparação com a prolificidade de parto. O índice de prolificidade anual é mais importante para rebanhos de corte, do que para rebanhos de leite. O objetivo final de um animal de corte é ter um maior número de cria possível consequentemente, maior será o número de carcaças. Já em rebanhos de leite, o que é mais importante é o seu período de lactação. Entre as espécies, as ovelhas são as mais proliferas. A raça caprina M’ atou é a cabra mais prolifera do mundo chegando a ter 6 crias por parto. Número e % (entre parênteses) de crias por parto (Prolificidade ao parto) de cabras M’atou na China (Moaeen-ud-Din et. al. 2008, Trop Anim Health Prod. 40:17–23) Quando se fala de fêmeas de espécie ovina, elas são bem mais proliferas do que as da espécie caprina. De todas elas, a mais prolifera é a da raça chamada Romanov, na qual, 74% dessas tiverem 3 crias ou mais. As três ultimas raças ovinas (Romanov, D’man e a Finnish Landrace) são mais proliferasdo que as da raça caprina M’atou. Existem algumas vantagens e desvantagens em relação as fêmeas da espécie bovinasobre a gestação gemelar. 1. 90% dos partos duplos são heterozigotos e 10% homozigotos (Echternkamp and Gregory, 2002). *Não se tem como fazer controle de seleção. Quando se seleciona, por exemplo, uma vaca que teve 2 crias no parto, a chance de uma filha dessa vaca também ter 2 crias éapenas de 10%. 2. Taxas de partos duplos de bovinos de corte tipicamente é menor que 5% (Rutledge, 1975;Morris and Day, 1986). 3. Taxas de partos duplos nas raças de cortes britanicas é de 0.5%, nas raças de corte da europa continental é de 1 a 2% e em algumas raças leiteiras chega a 4% (Echternkamp and Gregory, 2002) – *demonstrando que não é uma coisa muito comum de ocorrer. 4. A taxa de partos duplos tem herdabilidade muito baixa, cerca de 0,10 (Van Vleck and Gregory, 1996; Gregory et al., 1997; Karlsen et al., 2000). 5. O período de gestação em partos duplos é de 5-7 dias mais curto do que em partos simples (Turman et al., 1971; Bellows et al., 1974; Anderson et al., 1982, Echternkamp and Gregory, 1999a). 6. Perdas durante a gestação é maior em fetos duplos do que em simples, 10 % vs. 3-4 %, respectivamente (Smeaton, 2009). 7. Partos duplos diminui as distorcias decorrentes ao tamanho fetal, mas aumenta aquelas demal posicionamento fetal (Kirkpatrick, 2002). 8. As distorcias diminui a sobrevivência perinatal, principalmente de gêmeos (Gregory et al., 1996; Echternkamp and Gregory, 2002). 9. A taxa de mortalidade ao parto é 20% em gêmeos e 3.4 % em simples (Smeaton, 2009). 10. O intervalo parto-concepção é maior em partos duplos do que em partos simples (Turman et al., 1971; Cady and Van Vleck, 1978, Guerra-Martinez et al., 1990; Kirkpatrick, 2002), cerca de 12 dias mais longo (Echternkamp and Gregory (1999b). *os hormônios da lactação têm um feedback negativo para os hormônios da reprodução. Como consequência o intervalo de parto em gestação de gêmeos será maior. 11. A taxa de prenhes de vacas amamentando gêmeos é mais baixa que amamentandosimples, 72 % vs. 82 %, respectivamente (Smeaton, 2009). 12. Apesar dos partos duplos reduzirem a sobrevivência das crias, eles resultam em um aumento de 48,1% na taxa de desmama e, por conseguinte, em maior peso (335,7 vs 226,6 kg) a desmama (Echternkamp e Gregory, 2002). 13. Os bezerros gêmeos foram cerca de 20% mais leves ao nascer e cerca de 10% mais leve na desmame e no momento do abate, apesar de eles serem 3 semanas mais velhos que bezerros singles, devido: menor GMD tanto antes (1,08 vs 1,01 kg / d) como após o desmame (1,44 vs 1,39 kg / d), em comparação com os simples (Gregory et al.1996). DIVERSIDADE DE PRODUÇÃO Basicamente só existem três tipos de diversidade de produção dos bovinos, ou eles são de leite, de corte ou misto. Já os pequenos ruminantes possuem uma diversidade de produção maior. Além de exercerem a função de produzir leite, corte e serem misto, os pequenos ruminantes também produzem lã a exemplo dos ovinos, existem caprinos que são criados apenas para produção de pele, de pelo, de fibra, e também existem algumas raças de caprinos que são pets. No entanto, as duas funções dos ruminantes que são mais importantes, é a de produção de alimentos que são o leite e a carne. Existem os animais do tipo corte e do tipo leite que diz respeito a sua aptidão, e isso se correlaciona principalmente com sua conformação anatômica. Os animais de leite, normalmente tem uma conformação que tem tendência a ser triangular, onde o ápice do triangulo seria a cabeça. Essa conformação é importante, pois o lugar de preferência econômica nesses animais seria o úbere, e consequentemente a região que deve ser mais desenvolvida é essa posterior. Já os do tipo de corte, há um equilíbrio entre suas regiões corporais em que se avalia o terço médio anterior, terço médio, e terço médio posterior. No entanto, a tendência daqui a uns anos é que se favoreça a conformação também triangular desses animais de corte, isso por que as carnes nobres desses animais estão na região posterior, então quanto mais desenvolvida essa região, maior será a quantidade de cortes nobres. Pela visão do plano superior e posterior, a conformação é a mesma. Triangular para os animais do tipo leite, e para os do tipo corte é equilibrado. Exemplos de animais de leite X animais de corte: Esse de corte (imagem a direita) é o da raça BBB (Bovino Azul da Bélgica) é considerada uma das raças piores raças do mundo de produção de carne. Essa raça é um resultado de mutações gênicas onde começaram a selecionar e reproduzir. Animais dessa raça possuem musculatura dupla, não a quantidade de músculos, mas os músculos possuem o dobro de peso de um animal comum. Hoje essa mutação gênica também existe em ovinos (raça Texel também da Bélgica). Em relação ao acabamento da carcaça desse animal, a gordura ela é subcutânea e isso acaba favorecendo a ser uma carne escura por conta da queima pelo frio e que não possui maciez. Mas pensando em rendimento de carcaça (passa de 70%), essa raça seria excelente. Com essa musculatura bastante desenvolvida, esses animais passaram a ter muitos problemas ósseos como problemas de fratura e parição. Os fetos são grandes e como a ossatura desses animais não devolveu, acaba causando esses problemas de parição na via fetal dura. Todas as raças tem suas vantagens e desvantagens. Não existe um animal misto que produza o que um de leite ou de carne irá produzir individualmente. Um animal de corte terá a maioria de seus nutrientes voltados para o desenvolvimento muscular, enquanto o contrário ocorre com animais de leite, e isso ocorre através da homeorrese. Não tem como existir um animal com excelente produção de leite, que seja também excelente para produção de carne. A melhor raça caprina de corte é a raça boer e dorper e ovinos é a texel. Em Termos de maiores produtores de carne, primeiro vem os bovinos, depois os ovinos e por último os caprinos. Já nos animais de leite, o que é visto são as protuberâncias ósseas, e a linha dorso lombaré totalmente retilínea. Além de sua garupa também retilínea que possibilita um maior espaço de inserção do úbere. Pele e Couro: Quando se fala em pele, o pelo se mantém. Mas quando se tira o couro, existe um tratamento que se retira todo o pelo. O couro e pele mais valorizada mundialmente é o daraça Skin Sokoto e leather conhecido como Marocco. A pele de ovino mais conhecida é a Astracan. A fibra de cobertura corporal quanto mais fina for, mais valorizada ela é. A fibra de animais como o dos Alpacas, Vicuña, Merino, Cashmere, etc. Então quanto menor o diâmetro da fibra, melhor será essa fibra. TIPOS DE PELO: TIPOS DE LÃ: ANIMAIS DE COMPANHIA: APROVEITAMENTO ALIMENTAR: Substâncias amargas: Os caprinos preferem árvores e arbustos, e consomem normalmente dicotiledóneas. E os ovinos e bovinos consomem normalmente gramíneas. Essas dicotiledóneas possuem um alto valor de tanino que tem um sabor amargo que tem como objetivo a tentativa de evitar os herbívoros e consequentemente sua extinção. O caprino consegue consumir esse tipo de planta e ele não sente esse sabor amargo por conta de suas papilas circunvaladas que possuem menos botões gustativos. Consequentemente, a sensação alimentar dos caprinos é muito mais olfativa do que gustativa. Nos ovinos é intermediária, tem a sensação gustativa e olfativa, já nos bovinosé gustativa. Todas essas são plantas nativas da caatinga e todas essas são produtoras de tanino. Se observa que na maioria para os caprinos tem alta e média paçatabilidade. Pastoreio combinado: Em uma caatinga nativa em que se tem os três tipos de plantas que são as gramíneas, arbustivas e arbóreas e herbáceos, em um piquete, o ideal é que se faça a combinação de caprinos e ovinos ou caprinos e bovinos por conta que ovinos e bovinos haverá competição peloalimento e com isso haverá menor desempenho. Economia D’água: Em relação ao consumo de água, os caprinos e ovinos demandam uma menor quantidade de água. Eles aproveitam mais a água, na composição de fezes, por exemplo, há uma menor quantidade de água. Então se eles excretam menos água, menor será a necessidade de consumode água. Quanto mais gordura tiver esse animal, menor será a quantidade de água. PONTOS DESFAVORÁVEIS 1. Tamanho corporal (predação (animais menores são mais predados), produção- custo/animal, contenção (um problema a contenção de caprinos)) 2. Estacionalidade reprodutiva (caprinos e ovinos possuem problemas de estacionalidade reprodutiva, no entanto, no Nordeste essa estacionalidade reprodutiva não é a por conta da luminosidade, mas sim por questões de nutrição que dificulta em épocas de seca); 3. Índices de aborto; 4. Susceptibilidade a endoparasitoses; 5. Custos de contenção; 6. Demanda e odor de produtos (leite e carne); Diferentemente das vacas, cabras e ovelhas apresentarão cio na época do ano que tiver menor luminosidade – quanto mais nos distanciamos do Equador, seja para o Norte ou para o Sul, mais haverá efeito da sazonalidade sob o cio dos animais. As cabras/ovelhas são “tímidas”, apresentando cio nas estações de menor luminosidade: outono e inverno, sendo mais predominante no outono. O hormônio responsável pela oscilação de cio é a Melatonina, ou hormônio do sono, que é produzida pela glândula pineal. A melatonina estimula a produção de FSH/LH, fazendo com que o animal entre em cio. Durante o verão/primavera, a luminosidade elevada inibirá a produção de altas doses de melatonina, fazendo com que o animais entrem em anestro fotoperiódico. As raças nativas do Nordeste não apresentam cio estacional, já que a produção de melatonina é constante. Entretanto, a deficiência alimentar, principalmente nos períodos de seca, causará um déficit energético nos animais, fazendo com que apresentem anestro nutricional. Raças naturais de regiões temperadas não deixarão de apresentar cio sazonal caso estejam em clima equatorial; o mesmo ocorre com raças nativas do Nordeste: caso sejam levadas para regiões com alteração de luminosidade, continuarão apresentando cio durante todo o ano, já que é uma característica genética. A estacionalidade reprodutiva permite um controle maior por parte do produtor, que poderá alterar o manejo dos animais com o decorrer do ano de forma programada. Entretanto, a ausência de estacionalidade reprodutiva faz com que o produtor tenha maior maleabilidade de escolha, podendo alterar a época de reprodução. Um dos maiores problemas na reprodução de caprinos/ovinos em países temperados é a sincronização de cio, com gasto de hormônios (principalmente melatonina) e alterações no manejo, como prender os animais em um galpão com alta luminosidade e logo após submetê-los à escuridão completa. No Nordeste, a maleabilidade do cio permite certas escolhas econômicas, por exemplo: durante o inverno, a alta disponibilidade de alimentos permite uma alta produção de leite, que, quando inserido no mercado, tem uma baixa de preço. O oposto ocorre na seca: com a baixa disponibilidade de alimentos, a produção de leite cai e o preço de mercado aumenta. O produtor pode optar por regular o cio dos animais de forma que eles venham à parir na época de seca, obtendo maior lucro na venda do leite (sempre levando em consideração o manejo adequado). Em relação à estação de monta: em cabras e vacas, 42 dias, o que corresponde a dois ciclos estrais; em ovelhas, 36 dias. Quando se instala a estação de monta em um rebanho, o processo precisa ser gradual: durante o primeiro ano, 6 meses; no segundo ano, 3 meses, e somente no terceiro ano é que teremos a estação de monta no período de dois ciclos estrais. Cabras e ovelhas, principalmente cabras, possuem um índice de aborto maior do que as vacas. Cabras/vacas são corpo lúteo dependentes, enquanto ovelhas são corpo lúteo independentes. A dependência de corpo lúteo na gestação das cabras corresponde a 132 dias de 150, enquanto a vaca é dependente por um período de 200 dias, numa gestação que dura 280/290 dias. A ovelha é dependente por 55 dias, numa gestação de 152 dias. A seletividade alimentar é muito mais presente em caprinos do que em ovinos/bovinos. A seletividade alimentar é decorrente do diálogo entre seu genótipo e o ambiente em que esse está inserido. Normalmente existem dois tipos de pastagem: a natural e a artificial. As pastagens naturais são compostas por plantas nativas diversificadas, enquanto as artificias são focadas principalmente no monocultivo. Quanto mais plano for o relevo, mais fácil será a implementação de uma pastagem artificial. Em termos de nutrição, a quantidade de forragem produzida em uma pastagem artificial é muito superior, mas a qualidade pode variar, dependendo da idade do capim (quanto mais velho, pior) e da quantidade de animais inseridos no terreno, sendo necessário, por vezes, a rotatividade do rebanho. Pastagensnaturaispossuem ótima qualidade alimentar em época de chuva, apesar de sempre produzirem menos que uma pastagem artificial. O monocultivo de leguminosas em associação com gramíneas disponibiliza um balanço energético/proteico benéfico para os animais. A monocotiledônea (capim) e a dicotiledônea (leguminosas) promovem, respectivamente, energia e proteína. O problema do consórcio entre as duas é a diferença na resistência: leguminosas são sensíveis ao pisoteamento dos animais. Atualmente, a produção se dá de forma separada, com uma área separada para o cultivo de leguminosas: o “banco de proteína”. Quanto maior for o extrato lenhoso, ou seja, árvores e arbustos, menor será o extrato herbáceo. As árvores e arbustos dificultam a passagem daluz, atrapalhando o crescimento do pasto. Bovinos e ovinos são pastejadores, enquanto caprinos são ramoneadores. A caatinga nativa pode ser alterada para melhorar a produção – em seu estado nativo, a caatinga produz 7% de forragem; quando rebaixamos o extrato lenhoso, a massa forrageira sobe para 50%, e, quando raleamos o extrato lenhoso, sobe para 70%. A caatinga enriquecida (aumento na produção de forrageiras) é mais importante para ovinos/bovinos, visto sua preferência alimentar. Na caatinga nativa, o ideal é que se crie bovino/caprino ou ovino/caprino, para que se tenha uma melhor distribuição de consumo do extrato lenhoso e do extrato herbáceo. Em um ambiente diversificado, os animais consumirão os alimentos de acordo com sua seletividade. Caprinos, por exemplo, selecionam as folhas jovens/verdes dos arbustos, levando em consideração sua composição química e sua alta digestibilidade – a parede celular possui baixa digestibilidade, enquanto o conteúdo celular possui alta digestibilidade. O caule de uma árvore possui muita parede celular, enquanto as sementes possuem pouca parede celular. Levando isso em consideração, os caprinos seguem a seguinte ordem de consumo: frutos, folhas jovens, galhos jovens e galhos velhos. O bovino, por sua vez, possui baixíssima seletividade alimentar, enquanto o ovino possui seletividade intermediária. Estação de alimentação: ato no qual o animal escolhe a planta de sua preferência. Dentro da estação de alimentação existem três tipos de plantas: as de escolha do animal, as intermediárias e as que ele só come caso forçado. Se há disponibilidade de escolha, haverá seleção. Pressão de pastejo: quanto maior a quantidade de animais em uma determinada área, maior será o consumo e maior será a pressão de pastejo. É preciso encontrar um equilíbrio: se houver um número elevado de animais em uma área, a pastagem esgotará; se houver um número inferior, haverá subconsumo, fazendo com que a pastagem restante envelheça e se torne pouco nutritiva. Quanto mais próximo de um ponto de água, maior será a pressão de pastejo. Para que isso seja evitado, é preciso que sejam construídos bebedouros por toda a extensão do piquete, para que o consumo seja uniformizado. Suplementação com concentrado: à medida que o animal consome mais concentrado, menor será a sua ingestão de volumoso. A suplementação deve ser energética, no inverno; na seca, a suplementação deve ser proteica e energética. Hierarquização das necessidades fisiológicas: a primeira coisa que um animal irá procurar quando introduzido em um novo ambiente será a água (balanço hídrico). Em seguida, ele procura um lugar agradável com sombra (balanço térmico), e só depois procurará comida (balanço energético). Logo após, o animal procurará um local seguro contra predadores, descansando. A ação de seletividade dos caprinos é sempre de cabeça alta, enquanto os bovinos selecionam de cabeça baixa. Quanto mais rente ao solo for o centro de gravidade do animal, mais equilíbrio esse animal terá. A almofada do caprino é muito mais central e esponjosa, criando um atrito nas superfícies no momento de escalada; em relação às pinças, quanto mais espaçadas forem, maior será o controle da escalada. Em relação à cavidade oral: a caprina é a menor, a ovina é intermediária e a bovina é a maior. Em caprinos, a língua apenas seleciona parcialmente, enquanto em bovinos ocorre uma participação mais ativa na coleta de alimentos. Animais que consomem mais alimento volumoso precisam de uma maior produção de saliva – animais que consomem muito conteúdo celular precisam da saliva principalmente por sua função de tamponamento. Caprinos possuem menor sensibilidade ao sabor amargo, em decorrência ao seu consumo de plantas com tanino. Animais que consomem uma alta quantidade de parede celular precisam de um rúmen maior, tanto para comportar o volume do alimento quanto para suportar o período de digestão, que será maior. Quanto maior o rúmen, maior a amplitude das refeições – como o caprino come pouco e de forma seletiva, sua digestão é rápida. Essa característica influencia diretamente no confinamento desses animais: caprinos precisam de várias refeições durante o dia, enquanto bovinos podem receber porções mais espaçadas. Bovinos precisam de um omaso mais desenvolvido/eficiente, para impedir que partículas não digeridas passem para o abomaso. Por não terem um omaso tão funcional, aquelas partículas que escapam precisam ser digeridas no ceco, ou seja, proporcionalmente, eles possuem um ceco maior. A função básica da saliva é a proteção e manutenção da integridade da parte superior do trato digestivo, através das seguintes funções: limpeza, lubrificação, tamponamento, manutenção dos dentes e da integridade da mucosa, atividade antibacteriana e antiviral, bem como o gosto e digestão. A saliva contém uma diversidade de tipos de proteína, entre as quais aquelas com elevada capacidade de ligação com fenóis, a exemplo dos taninos (Proteínas Salivares Ligadoras de Taninos-PSLT). Dentre todas as PSLT, as mais estudadas são as Proteínas Ricas em Prolinas-PRP, que por sua vez apresentam 3 tipos principais: PRP ácidas: função de controlar os níveis de Ca; PRP glicosiladas: função de lubrificação do bolo alimentar; PRP básicas: função de se ligar aos polifenóis, entre eles os taninos, formando complexos PRP-Taninos indigeríveis no rúmen; causando: Redução da sensibilidade ao sabor amargo e adstringência causadapelos taninos > aumentando o consumo de plantas taníferas pelos herbívoros (caprinos); reduz a digestibilidade da proteína dietética > aumentando a PB by pass (não é degradada no rúmen. Exemplo: amido). Quando se trata de digerir um alimento de baixa qualidade nutritiva, o ruminante apresenta melhor digestão. Quando se trata de digerir um alimento de alta qualidade nutritiva, o monogástrico apresenta melhor digestão. Quando monogástrico consome glicose ela vai ser absorvida no intestino. Quando o ruminante consome glicose ela chega no rúmen e vai ser transformada em ácido graxo volátil – propionato. Após ser transformado em propionato vai para o fígado onde vai ocorrer a gliconeogênese e vai ser transformado novamente em glicose. Por causa dessa transformação vai haver perda de carbono e consequentemente vai haver perda de eficiência alimentar. Por isso a importância da proteína by-pass (proteína ingerida que passa para o intestino delgado sem ser degradada no rúmen) para que não haja essa perda. Os caprinos consomem mais leguminosos que apresentam taninos devido à sua capacidade de neutralizar o sabor amargo causado pelos taninos, diferentemente dos ovinos e os bovinos que não conseguem fazer essa neutralização do tanino. O tanino apresenta um efe ito considerável no controle de verminoses. O concentrado apresenta mais conteúdo celular do que o volumoso enquanto que o volumoso apresenta mais parede celular do queconteúdo celular. Toda semente é rica em conteúdo celular e apresenta pouca parede celular. Os selecionadores intermediários consomem mais concentrado do que aqueles que consomem naturalmente concentrados e consome mais volumoso do que aqueles que naturalmente consomem volumosos. O caprino é o animal que consome mais concentrado, o bovino é o que consome mais volumoso e o ovino é o intermediário entre os dois. Quanto menor é o porte do animal, maior vai ser o metabolismo energético dele. O caprino apresenta um comportamento oportunista, ou seja, ele se alimenta do que tiver disponível ao seu redor. O equino é mais pastejador, seguido pelo ovino, depois pelo caprino. Tempo de retenção é o período em que o alimento fica no aparelho digestório do animal até quando ele é liberado nas fezes e o tempo de passagem é a velocidade com que esse alimento percorre toda aparelho digestório até ser eliminado. A nível de rúmen e retículo, o bovino é o animal que temo tempo de retenção da ingesta maior pelo tamanho do seu órgão e pela quantidade de alimento que ele ingere. A nível de ceco, o caprino é um animal que tem um tempo de retenção maior devido ao tamanho do seu ceco ser maior do que nos bovinos e nos ovinos.
Compartilhar