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Universidade Nove de Julho Maria Lívia Introdução: • Isquemia crônica das extremidades devido a doenças obstrutivas nas artérias periféricas - principalmente MMII; Parte distal mais afetada. 1. Etiologia: • Aterosclerose - formação de placa; • Vasculite - espessamento da parede arterial por agressão a camada íntima (endurece); • Outras:displasia fibromuscular, doença cística adventícia, compressão extrínseca. 2. Fatores de Risco: • Sexo masculino; • Idade avançada; • DM, HAS, tabagismo; • Síndrome metabólica. 3. Quadro Clínico: • Claudicação Intermitente - dor ao caminhar na panturrilha; Melhora em repouso; Piora do sintoma com o tempo, frio e uso de cigarro - vasconstrição; Risco cardiovascular aumentado; Redução da qualidade de vida • Isquemia Crítica - doença avançada (grave); Dor em repouso; Cianose; Lesão trófica - úlcera, gangrena (distal -> proximal); Exame físico: 1. Inspeção: • Alterações da pele: Diminuição de fâneros; Atrofia da pele e músculos; Onicodistrofia, palidez; Cianose, hipotermia. 2. Prova de Buerger: • Levantar a perna 45º por 1 minuto - piora da palidez e/ou cianose; Pode referir dor. Diagnóstico: 1. Índice Tornozelo-Braquial: • PAS artéria tibial / PAS artéria braquial; Doença arterial obstrutiva preriférica Doenca Arterial Lesão Trófica Menor - restrita aos dedos; Lesão Trófica Maior - acomete pés, tornozelo e pernas. Obstrutiva Periferica Universidade Nove de Julho Maria Lívia • Aumentado: ≥ 1,3; • Normal: 1,0 - 1,29; • Limítrofe: 0,9 - 0,99; • Alterado: < 0,9; Leve: 0,71 - 0,9; Moderado: 0,4 - 0,7; Grave: < 0,4/ 2. Exames Complementares: • USG color Doppler arterial - padrão ouro; Modo B - calcificação, placas ateromas, espessamento íntimas; Modo Color - hemodinâmica, colaterais, sentido do fluxo, turbilionamento; Modo Espectral - aumento súbito da velocidade do fluxo (estenose) ou ausência da velocidade (oclusão). • Angiotomografia - com constraste; • Angioressonância magnética; • Arteriografia (angiografia arterial) - usado em casos que precisa de intervenção; Limitações - constraste iodado (alergia e nefrotóxico), radiação, invasividade. Classificação: 1. Classificação de Rutherford: • Determina o grau de severidade da doença; • Classificação para Isquemia - varia de 0 a 6; 0 - assintomático 1 - claudicação leve; 2 - claudicação moderada; 3 - claudicação grave; 4 - dor em repouso; 5 - lesão trófica menor; 6 - lesão trófica maior. 1. Classificação de Fontaine: • Determina o grau de severidade da doença; • Classificação para Isquemia - varia de I a IV; Estágio I - assintomático; Estágio IIa - claudicação intermitente limitante; Estágio IIb - claudicação intermitente incapacitante; Estágio III - dor em repouso; Estágio IV - tróficas. Tratamento: 1. Controle dos Fatores de Risco: • HAS, DM; • Obesidade, dislipidemia; • Tabagismo; 2. Tratamento Clínico Inicial: • Antiagregante plaquetário - diminuição de trombos; • Vasodilatadores periféricos; • Programa de deambulação - para melhorar circulação colateral do paciente; Problema - aderência do paciente (dor) 3. Tratamento Cirúrgico: • Indicações: Claudicação Intermitente - por falha no tratamento clínico; Universidade Nove de Julho Maria Lívia Claudicação incapacitante - paciente não consegue mais deambular; Isquemia crítica (Rutherford 4, 5 e 6) - dor em repouso e lesão trófica. • Revascularização Aberta - lesões longas e complexas; Risco operatório/cardiológico “aceitável”; Adequada área doadora (“in flow”) - parte da artéria proximal que seja possível fazer anastomose; Adequada área receptora (“out flow”) - onde se coloca enxerto; Adequado conduto - autólogo/sintético (veias safena, prótese dácron ou téflon); Técnicas -> derivação aorto-bifemoral, fêmoro-poplítea. • Terapia Endovascular - lesões curtas; Balão de angioplastia; “Stent farmacológico” - libera substâncias na placa que impedem o crescimento; Angioplastia transluminal percutânea; Oclusão arterial aguda: • Qualquer diminuição repentina na perfusão de um membro causando uma ameaça potencial da viabilidade do mesmo; • Aumento nos últimos anos; • Falha no diagnóstico / retardo no tratamento -> lesões irreversiveis / perda de membros -> óbito. 1. Etiologia: • Embolia, trombose; • Traumatismo vascular; • Compressão extrínseca, espasmo arterial; • Hipercoagulopatia, arteriopatias. 2. Fisiopatologia: • Isquemia -> queda da produção de energia -> redução da função de limpeza celular -> acúmulo de ácido (acidose metabólica) -> morte celular (necrose); Músculo cardíaco e tecido neurológico tem facilidade em sofrer isquemia. • Alteração em nível celular: Fuga de potássio - hiperpotassemia; Edema; Elevação da concentração de cálcio; Ativação de enzimas proteolíticas. • Alteração em nível da parede do vaso: Espasmo da artéria oclusiva e colaterais; Bloqueio da vasa-vasorum. • Retenção fragmento embólico - obliteração da luz arterial; • Trombose secundária - estase e lesão do endotélio proximal e distal; • Oclusão Lenta e Progressiva: Colaterais tentam manter o fluxo levando a manifestações menos exuberantes. Universidade Nove de Julho Maria Lívia • Oclusão Súbita: Sem colaterais ocorre ausência de fluxo com manifestações agressivas; Nessecidade de intervenção precoce. 3. Embolia X Trombose: • Embolia - progressão na corrente sanguínea; Trombos, vegetações valvares; Células tumorais, gordura; Ar ambiente, corpos estranhos; Principal causa - fibrilação atrial. • Trombose - obstrução iniciado localmente, causada por um acidente em uma placa de ateroma (erosão da placa); Evolução da DAOP com isquemia crítica; Claudicação prévia. 4. Quadro Clínico: • Dor aguda, intensa - inicia na região mais distal a oclusão, progredindo para as regiões proximais com o aumento do tempo; • Membro pendente, hipoestesia/parestesia; • Palidez (TEC > 2s) e cianose; • Ausência de pulsos: Pacientes c/ embolia tendem a apresentar pulsos reduzidos abaixo da oclusão e pulsos cheios acima da oclusão. Além disso, os pulsos no membro contralateral costumam estar normais, sugerindo que não há DAOP; Já nos casos de obstrução aguda por etiologia trombótica, tanto pulsos acima da obstrução quanto pulsos do membro oposto podem estar diminuídos, devido à presença de doença crônica associada. • Resfriamento - gradiente térmico. 5. Classificação de Rutherford: • Baseada no grau de gravidade da isquemia; • Rutherford I - Quadro Viável: Os pacientes, habitualmente, cursam com dor, mas sem alterações na sensibilidade e na motricidade O Doppler arterial e venoso não evidencia nenhum achado importante Nesses casos, é provável que haja uma obstrução <50% do lúmem do vaso, sem risco imediato de inviabilidade da parte acometida; A princípio, o tratamento deve ser clínico, sem necessidade de nenhuma conduta de emergência; Posteriormente, esse paciente pode ser submetido a uma revascularização eletiva. • Rutherford II - Quadro Ameaçador: Pacientes apresentam dor ao repouso e alteração moderada de motricidade -> acometimento dos nervos periféricos; Na embolia o trombo vem de longe e pode se alojar em MMII, na trombose uma placa local sofre uma erosão (evolução da DAOP). Arteriografia - exame para diferenciar. Trombose Embolia Mais idoso Mais jovem Evolução incidiosa Evolução rápida Dor moderada Dor intensa Ausência de pulsos contraletarias Pulsos contra laterais usualmente presentes Claudicação prévia Fonte emboligenica 6 P’s - pain (dor), pallor (palidez), pulselles (ausência de pulso), paresthesia (parestesia) / paralisys (paralisia), poiquilothermia(hipotermia), prostation (prostração). Universidade Nove de Julho Maria Lívia O Doppler arterial aponta uma ausência de pulso; Extremidade apresenta risco importante de inviabilidade - a revascularização de emergência está indicada. • Rutherford III - Quadro Irreversível: Alterações gravíssimas, como anestesia e paralisia associadas a obstrução; Há alterações nos achados do Doppler arterial e venoso, indicando inviabilidade do membro; Devido à presença de necrose tecidual, o tratamento indicado é a amputação. 6. Diagnóstico: • História clínica - embolia ou trombose; • Arteriografia - padrão ouro para DAOP; Invasivo - não usado como rotina. • USG Doppler - não invasivo; Permite a identificação precisa do local da obstrução e avaliação da gravidade. 7. Tratamento: • Anticoagulação -> heparina IV para impedir a propagação do trombo • Trombólise -> agentes trombolíticos podem ser administrados localmente, através de uma injeção intra-arterial, ou de forma sistêmica, por meio de cateteres; Mais utilizados - alteplase e reteplase; Geralmente, é feita uma administração em bolus de 4 a 10 mg, seguida da infusão contínua de 1 mg/h, que pode ser mantida por alguns dias. • Paciente que apresentarem contraindicação à trombólise ou evidências de ameaça imediata do membro -> submetidos a revascularização de emergência; Tromboembolectomia aberta com cateter de Fogarty; Tromboembolectomia com arteriotomia; Bypass - fluxo restaurado por meio de uma derivação. 8. Complicações: • Síndrome Compartimental - aumento na pressão dentro de compartimento corporal; Reduz a perfusão capilar até abaixo do nível necessário para viabilidade tecidual, levando à oclusão da microcirculação; A isquemia resultante pode levar a um déficit neuromuscular permanente se houver demora no diagnóstico e na realização de fasciotomia descompressiva Evolução do quadro leva à rabdomiolise (destruição do músculo estriado). Se não tratada, a rabdomiólise pode levar à sepse e até à morte. Quanto mais proximal for a obstrução, maior será a quantidade de tecido submetido a isquemia, e, portanto, mais graves serão as complicações.
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