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Slides - Nutrição Comportamental

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INTRODUÇÃO À 
ABORDAGEM 
COMPORTAMENTAL EM 
NUTRIÇÃO 
Prof. Simone Maia Martins 
Email: simonemaia.nutri@gmail.com 
 1 
2 
“Alimentação é mais do que a ingestão de nutrientes. Alimentação diz 
respeito à ingestão de nutrientes, mas também aos alimentos que contêm 
e fornecem nutrientes, a como alimentos são combinados entre si e 
preparados, a características do modo de comer e às dimensões culturais e 
sociais das práticas alimentares. Todos esses aspectos influenciam a saúde 
e o bem estar”. 
 
“Guia Alimentar para a População Brasileira” 
Ministério da Saúde 
Abordagem nesta aula: 
1. Conceitos e Fundamentos da 
Nutrição Comportamental 
2. Teoria e aplicabilidade das 
técnicas 
 
 
3 
Nutrição Comportamental 
 
• Abordagem científica na Nutrição que considera os fatores 
fisiológicos, emocionais e sociais do indivíduo na mudanças 
de seu padrão alimentar. 
 
 
 
4 
“Nutrição com ciência e 
consciência” 
(Sophie Deram) 
Aplicabilidade da Abordagem 
Comportamental 
Modificação do tratamento meramente prescritivo 
no atendimento, considerando que: 
 
 Grande parte da clientela de consultório é suscetível a 
dietas de restrição e seguem prescrições 
desequilibradas sem embasamento científico, ou sem 
estratégia definida. 
 
5 
Aplicabilidade da Abordagem Comportamental 
Evitar o foco apenas no controle de peso, e sim no 
equilíbrio alimentar, a fim de driblar os efeitos 
danosos à saúde mental e nutricional, tais como: 
 Terrorismo Nutricional – demonização de alimentos, 
grupos alimentares e refeições. 
 “Nutricionismo” – pseudo-ciência que estabelece 
práticas e padrões dietéticos, baseados em estudos 
inconsistentes ou “achismos”, doutrinação da 
alimentação com foco apenas no nutriente 
 
6 
Aplicabilidade da Abordagem Comportamental 
 Padrões estéticos inalcançáveis, sem levar em conta o 
histórico do paciente. 
 Inabilidade técnica em Nutrição de profissionais 
(médicos, coaches desabilitados, treinadores) que 
acompanham/orientam este público, bem como 
estabelecimento de padrões rígidos e ameaçadores sobre 
sua composição corporal. 
 Inibição de atitudes coercitivas sobre sua composição 
corporal, bem como informações conflitantes e 
dicotômicas acerca da alimentação. 
 
7 
romper 
Dicotomias 
Alimentares 
 
 
como pode agregar benefícios aos nossos clientes? 
Planeta Fitness 
Vida Real 
Aplicabilidade da Abordagem Comportamental 
10 
Fortalecer nosso papel como Nutricionista 
 Facilitador do processo de Educação Nutricional 
 Agente da mudança de hábitos 
 Romper dicotomias alimentares 
COMPORTAMENTO ALIMENTAR – CONCEITO 
 Conjunto de ações e condutas alimentares regidas por 
um conjunto de cognições (pensamentos) e afetos. 
 
11 
Relacionados aos alimentos – sabor, aparência, qualidade e higiene, valor 
nutricional, cheiro, textura, origem, preço e familiaridade . Comida associada a 
sentimentos ambivalentes de prazer e culpa. 
 
Relacionados ao ambiente: 
• Fatores Físicos – limpeza, conforto, localização, distrações do ambiente, 
iluminação 
• Fatores Socioculturais – família, pares, mídia, cultura local 
 
Relacionados ao comedor: 
• Fatores biológicos – fisiológicos, patológicos, genéticos, idade, sexo, estado 
nutricional 
• Fatores socioeconômicos – renda familiar, escolaridade, preço 
• Fatores Antropológicos e psicológicos – crenças, emoções, expectativas, 
experiências positivas ou negativas 
• Impacto da subjetividade no comportamento alimentar 
 
12 
FATORES DE INFLUÊNCIA EM ESCOLHA E 
CONSUMO ALIMENTAR 
13 
FATORES DE INFLUÊNCIA EM ESCOLHA E 
CONSUMO ALIMENTAR 
Impacto da subjetividade no comportamento alimentar 
 
 
Emoções, sentimentos e pensamentos conscientes e 
inconscientes, opiniões e valores. 
 
 
MENTALIDADE DA DIETA 
 
14 
MENTALIDADE DA DIETA 
 Maneira restrita e disfuncional de lidar com a alimentação que 
impacta o comportamento alimentar. 
 Produzida socialmente, internalizada e regula as relações do 
homem com a alimentação e com seu corpo. 
 Comer com regulações externas e não com os sinais internos 
de prazer, sabor, fome, saciedade e escolhas livres dos 
alimentos seguindo estes sinais 
 
15 
MENTALIDADE DA DIETA 
“Moral dietética” – culpa, prazer, punição, proibição. Religião “saúde” 
 
Informações produzidas por intermediários como ciência, meios de 
comunicação, propaganda, moda, indústria, família que criam uma nova 
moralidade e leva à perda de autonomia do homem em relação a sua 
alimentação. Tentam enquadrar as pessoas num “manual da boa 
alimentação”. 
 
Premissas Fundamentais Nutrição 
Comportamental 
• “Como” se come é tão ou mais importante “do que” se come. 
• Validação do prazer em comer e o equilíbrio nutricional. 
• Comunicação positiva, responsável e inclusiva ao paciente/cliente na 
promoção do comportamento alimentar saudável. 
• Abordagem ampla: biológica, emocional, social e cultural. 
• Alimentação como um “meio para um fim”. 
• Ser inclusiva, podendo ser aplicada por qualquer profissional de Nutrição de 
qualquer área de atuação. 
• Priorizar o ser humano e não apenas o funcionamento de seu corpo, a 
comida, e não apenas o nutriente. 
 
 
16 
17 
 
 
 Quadro 1 - Definições básicas dos aspectos alimentares e nutricionais 
Conceito Definição 
Alimentação Criação histórico-cultural, ligada às relações humanas mediadas 
pela comida 
Nutrição Ciência com foco no estudo dos nutrientes 
Alimento Funções destinadas à formação, ao desenvolvimento e à 
manutenção do organismo 
Comida Funções nutricionais, mas também culturais e simbólicas 
Fome Necessidade fisiológica de comer sem relação com um alimento 
específico 
Fome hedônica ou apetite Desejo de comer um alimento ou grupo alimentar em particular 
para satisfação e prazer 
Saciedade Sensação de plenitude gástrica, sem sensação de fome e com 
sensação de bem estar 
Práticas Alimentares Forma como os indivíduos se alimentam em diferentes esferas 
Motivação alimentar Causa que impulsiona nossa ação de escolher comer ou não 
determinado alimento/comida 
18 
 
 
 Quadro 1 - Definições básicas dos aspectos alimentares e nutricionais 
Conceito Definição 
Escolha alimentar Ato dinâmico que determina o consumo alimentar 
Consumo alimentar Ingestão de alimentos 
Consumo nutricional Ingestão de energia e nutrientes 
Padrão alimentar Análises estatísticas ou matemáticas dos alimentos como eles são 
verdadeiramente consumidos 
Estrutura alimentar Tipos, horários e regularidade das refeições 
Atitude alimentar Crenças, pensamentos, sentimentos, comportamentos e 
relacionamento com os alimentos 
Comportamento Alimentar Ações em relação ao ato de se alimentar, como, quando e de que 
forma comemos 
Hábito alimentar Comportamentos aprendidos e repetidos de forma automática 
Dieta Padrão de alimentação ou modificações do padrão normal para 
necessidades específicas 
19 
FUNDAMENTOS TEÓRICOS UTILIZADOS NA 
NUTRIÇÃO COMPORTAMENTAL 
• Terapia Cognitivo-Comportamental – mudanças de pensamentos e crenças 
disfuncionais 
• Terapia Social-Cognitiva – aprendizado a partir de modelos com auto reforço ou 
autorregulação e auto eficácia. 
• Mindful eating – prática consciente do ato de comer, “atenção plena” 
• Programação Neurolinguística (PNL) – reprogramação de pensamentos e crenças 
limitantes 
• Técnicas de Coaching – ferramentas práticas para a mudança de hábitos 
• Comer Intuitivo – estimulado para combater o comer disfuncional (pensar em 
calorias, comer por hábito ou gula...). Rejeitar a mentalidade da “dieta” como 
restrição 
20 
HABILIDADES DE COMUNICAÇÃO USADAS 
NA NUTRIÇÃO COMPORTAMENTAL 
 A Educação Nutricional e a prescrição dietética isoladamente são 
insuficientes para mudar hábitos e padrões alimentares. Informação apenas não 
muda comportamento. É preciso reforçar sistematicamente cada passo que leva à 
mudança de comportamento. 
Importante observar imagens associadas à dieta e restrição comimagens da 
Nutrição que promove saúde: fita métrica, balança, maça ou frutas apenas como 
alimentos, listas de alimentos proibidos e permitidos, imagens “você é o que você 
come”. 
21 
HABILIDADES DE COMUNICAÇÃO USADAS 
NA NUTRIÇÃO COMPORTAMENTAL 
 Durante a consulta: 
• Refletir/resumir a fala do paciente 
• Direcionar, perguntar, escutar e informar/orientar 
• Comunicação não verbal – sorriso, tom de voz, gestos, posturas. Até 
mesmo a posição retirando a mesa e sentar-se ao lado do paciente. 
• Sair do papel puramente prescritivo - Conhecimento e comportamento têm 
longa distância entre si. 
• Empatia - contato visual, demonstração de confiança além do conhecimento 
técnico, disponibilidade para ouvir com atenção. Comunicação não violenta 
• Perguntas abertas – possibilita o paciente de contar sobre suas 
experiências e percepções sobre comer e sobre os alimentos (Quadro 2) 
22 
HABILIDADES DE COMUNICAÇÃO USADAS NA 
NUTRIÇÃO COMPORTAMENTAL 
 
• Manter o foco durante a consulta – ao ouvir sobre emoções e memórias, há 
tendência a desvirtuar o foco da consulta. 
• Usar linguagem adequada e compreensível – em atendimentos com crianças, 
perceber seu nível de linguagem para melhor comunicabilidade. 
• Tornar específico e executável – Ex.: “coma alimentos frescos, in natura e 
orgânicos” x “o que acha de deixar potes de vegetais lavados e frutas picadas para 
facilitar o consumo das saladas de seu cardápio. Se forem orgânicos, melhor 
• Usar comunicação positiva ao invés da restritiva – Ex.: Substitua doces por frutas 
x Coma os brigadeiros da festinha com calma, um por vez , e coma as frutas ao 
longo do seu dia 
23 
HABILIDADES DE COMUNICAÇÃO USADAS NA 
NUTRIÇÃO COMPORTAMENTAL 
 • Ser flexível e oferecer opções 
• Citar exemplos 
• Ser realista – Ex.:recomendar alimentos de alto custo para 
pessoas com restrição orçamentária. 
• Tornar o processo divertido. –utilizar ferramentas lúdicas 
que fixem o conhecimento 
• Confrontar percepções equivocadas - lidar com a 
resistência 
• Mostre recompensa – Ex.: Aproveite a hora do almoço 
para dar uma caminhada e melhorar seu nível de energia 
durante a tarde e evitar o sono habitual. 
24 
HABILIDADES DE COMUNICAÇÃO USADAS 
NA NUTRIÇÃO COMPORTAMENTAL 
Quadro 2 – Exemplos de perguntas abertas usando “como” e “o que” 
Perguntas Tradicionais Perguntas abertas 
Por que você não come frutas? O que você não gosta nas frutas? 
Como foi para você tentar comer 
frutas? 
O que acontece quando você coloca 
uma fruta na boca? 
Quais suas primeiras lembranças com 
as frutas? 
Por que você come exageradamente? O que essa quantidade que você come 
representa para você? 
O que você acha da quantidade que 
come? 
Como você se sente após o consumo? 
25 
TEORIAS E APLICABILIDADE DE TÉCNICAS 
2.1 - Entrevista Motivacional 
• Técnica de aconselhamento em saúde 
para trazer à tona as motivações do 
paciente em querer mudar. 
• Vários estudos comprovam melhor 
adesão às orientações nutricionais 
 
Motivações para ir à consulta nutricional: 
- Intrínsecas (prazer, interesse, 
curiosidade, valor cultural, satisfação) 
- Extrínsecas (imposta pela 
família/medico, recompensa, culpa, 
recomendações externas) > resistência 
> taxa de abandono 
 
 
26 
TEORIAS E APLICABILIDADE DE TÉCNICAS 
Estágios de Mudança 
 
• Pré- contemplação – “Não está 
pronto” apresenta resistências 
• Contemplação – Pensa a respeito, 
tem motivos para mudar e não 
mudar 
• Decisão – pretende fazer 
mudanças 
• Ação – tem alterações positivas de 
comportamento 
• Manutenção – mantém e sustenta 
as mudanças 
27 
TEORIAS E APLICABILIDADE DE TÉCNICAS 
2.2 - Teoria Cognitivo-Comportamental e Nutrição 
• Propõe uma formulação contínua do paciente 
• Colaboração e participação ativa 
• Orientada em metas e focada em problemas a serem resolvidos 
 
28 
TEORIAS E APLICABILIDADE DE TÉCNICAS 
2.3 – Comer Intuitivo, Subjetivo e Competências Alimentares 
 
Princípios 
• Rejeitar a mentalidade da dieta 
• Honrar a fome 
• Sentir saciedade 
• Descobrir o fator satisfação 
• Fazer as pazes com a comida 
• Desafiar o policial alimentar 
• Respeitar o próprio corpo 
• Honrar a saúde (Nutrição Gentil) 
 
 
DIÁRIO DA FOME 
Horário Escala de Fome (0 a 
10) 
Qualidade da Fome Alimento/Refeição 
consumida 
Observações 
Prazerosa Desprazerosa Neutra 
Adaptado de Tribole & Resch. The Intuitive Eating Workbook, 2017, Nutrição Comportamental – 2ª edição Editora Manole e “Comer Intuitivo” do Instituto de Nutrição Comportamental. Material elaborado por Simone Maia 
Estufado ou empanturrado Estômago muito cheio, sensação de incômodo, vontade de andar ou ficar deitado, sentado é desconfortável 
Cheio Estômago cheio, sensação de azia ou vontade de evacuar 
Satisfeito Nem cheio nem com fome, confortável 
Fome leve ou “fominha” Passou-se um tempo desde a última refeição, fome que seria atendida por pequenas porções de frutas ou castanhas ou um doce pequeno. Sem 
comida por perto, consegue aguentar sem alterar a rotina alimentar 
Fome Começa a se distrair e pensar um pouco em comida, a barriga pode começar a dar sinais (ronco, barulho), olhar no relógio para saber o quanto falta 
para a próxima refeição 
Faminto Passou da hora de comer, a barriga ronca e dói, a cabeça fica um pouco aérea, ligeira tontura, perda de atenção, irritabilidade e/ou mau humor 
Escala de Fome 
HISTÓRICO DE DIETAS 
Idade Motivo para a 
dieta 
Tipo de Dieta/ 
Tratamento 
Duração da Dieta/Tratamento Houve perda de 
peso? De 
quantos quilos? 
Se perdeu, quanto 
tempo manteve? 
Reganhou mais 
que perdeu? 
Observações 
sobre tratamento 
Adaptado de Tribole & Resch. The Intuitive Eating Workbook, 2017 e “Comer Intuitivo” do Instituto de Nutrição Comportamental. Material elaborado por Simone Maia 
FAZENDO AS PAZES COM A COMIDA 
Objetivos do Exercício 
• Auxiliar o paciente a comer determinado alimento ou refeição banido de sua rotina por algum motivo: medo de perder o controle e exagerar o consumo, medo de engordar. 
• Técnica aplicável preferencialmente em pacientes que referem “não conseguir parar” ao comer determinado alimento (em geral, os detonadores costumam ser doces, biscoitos e/ou 
pães) 
 
Como orientar? 
1ª etapa 
• Explique o procedimento na sessão/consulta anterior. 
• A 1ª vez deve ser realizada no próprio consultório com o alimento de preferência do paciente, que pode ser fornecido pelo nutricionista ou levado pelo paciente de sua marca ou preparo 
favorito. 
• Nesta 1a experiência, utilize os exercícios de “Mindful Eating” também em anexo: “Escaneamento Corporal”, “Meditação do chocolate”ou “Meditação da uva-passa” (que o nutricionista 
deve adaptar para o alimento a ser testado). 
2ª etapa 
• Roteirize a experiência com o paciente para que ele possa fazer fora do consultório (quadro abaixo) 
• No retorno após a experiência, refletir com o paciente suas sensações, propor continuidade ou adaptações 
 
 Escolha um momento que não costuma ter muita fome, ou se for uma refeição, que todas as refeições anteriores tenham sido cumpridas para que sua escala de fome não esteja acima de 5 pontos (ver no 
exercício do diário da fome). 
 
Escolha o alimento (marca, sabor – Ex.: Chocolate Kit Kat ou forma de preparo específica - Ex.: Bolo de chocolate feito pela mãe ou o strogonoff feito pelo restaurante que costuma frequentar) 
 
Decidir onde comer (o exercício pode ser feito em casa ou em um ambiente em que se sinta confortável) 
 
Verificar alguma condição ou suporte que pode ajudá-lo a sentir-se seguro (Ex.: estar em um dia de folga, num dia habitual de trabalho, na presença de alguém de sua confiança ou sozinho). 
 
 
Anotar os sentimentos antes, durante e depois do exercício (Ex.: ansioso, culpado, amedrontado, feliz, relaxado, liberto) 
 
 
 
Adaptações ou considerações sobre o exercício 
 
 
 
Adaptado de Tribole & Resch. The Intuitive Eating Workbook, 2017 e “Comer Intuitivo” do Institutode Nutrição Comportamental. Material elaborado por Simone Maia 
32 
TEORIAS E APLICABILIDADE DE TÉCNICAS 
2.4 – Técnicas de Coaching 
Coaching é uma palavra em inglês que indica uma atividade de formação 
pessoal em que um instrutor (coach) ajuda o seu cliente (coachee) a evoluir em 
alguma área da sua vida.Esse treinador tem o objetivo de encorajar e motivar o seu 
cliente a atingir um objetivo, ensinando novas técnicas que facilitem seu 
aprendizado. 
Entender o PROPÓSITO (Por quê), definir o OBJETIVO (O que) e encontrar o melhor 
MÉTODO (Como) para atingir o que busca, desenvolvendo o autoconhecimento e 
as competências necessárias durante este processo. 
33 
TEORIAS E APLICABILIDADE DE TÉCNICAS 
2.4 – Técnicas de Coaching 
 A duração do processo é em geral de 3 a 4 meses, 
dependendo do caso e da resposta de cada indivíduo, podem 
atingir resultados significativos por meio de sessões de uma hora 
(que podem chegar a até 2 horas) e podem ser presenciais ou 
não, dependendo da disponibilidade do cliente e a técnica 
utilizada pelo coach. Há co-responsabilidade no processo 
de coaching, enquanto o resultado é de responsabilidade do 
cliente. 
Vem fortemente utilizado como substitutos ao tratamento 
nutricional, ao invés de ser usado como ferramenta para o 
mesmo. 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Responsabilidade
PROBLEMA CENTRAL NA ALIMENTAÇÃO E ESTILO DE VIDA 
O que você 
ganha com isso 
 
 
 
 
 
O que você deixa 
de ganhar com 
isso 
 
 
 
 
O que pode ser feito para minimizar os contratempos? 
 
 
O que pode ser feito para manter sua motivação? 
 
 
COMPORTAMENTO/SITUAÇÃO ATUAL de incômodo 
 
 
 
 
Quais os benefícios de ficar 
como está? 
 
 
 
 
 
Quais suas preocupações em 
ficar como está? 
 
 
 
 
 
Quais suas preocupações 
sobre mudar seus maus 
hábitos? 
 
 
 
 
 
Quais os benefícios de manter 
seus hábitos atuais? 
 
 
 
 
 
Escore de resistência Escore de motivação 
Pontuação de 0 a 10 
10 – muito importante MANTER o hábito 
0 – não é importante MANTER o hábito 
Pontuação de 0 a 10 
10 – muito importante MUDAR o hábito 
0 – não é importante MUDAR o hábito 
36 
TEORIAS E APLICABILIDADE DE TÉCNICAS 
2.5 – Comer com Atenção Plena (Mindful Eating) 
 
O Mindful Eating, ou comer com atenção plena, é uma ferramenta na mudança do 
comportamento alimentar baseada na prática meditativa do Mindfulness, um estado de 
consciência e percepção atenta ao que estamos fazendo e sentindo. 
 Ao conectar corpo, mente e emoções ao momento presente, sem julgamento e 
com compaixão, nossas percepções de equilíbrio, autoconfiança e força podem ser 
alteradas, nos tornando menos reféns dos nossos hábitos. Através dessa prática, o 
indivíduo é colocado como observador não crítico de seus comportamentos e emoções, 
sendo capaz de não se fundir a hábitos e atitudes nocivos. Altamente aplicável em crianças 
e adolescentes que se distraem facilmente no momento de refeições. 
37 
TEORIAS E APLICABILIDADE DE TÉCNICAS 
2.5 – Comer com Atenção Plena (Mindful Eating) 
 Práticas como a varredura corporal e exercícios de respiração-corpo-pensamentos são bastante 
utilizadas, mas algumas práticas diárias já podem introduzir a prática do Mindful Eating na rotina do 
paciente: 
 
1 – Reduza a velocidade da mastigação – Mesmo que o tempo para fazer a refeição seja pouco, deve 
ser feito com ATENÇÃO e vagarosamente. 
2 – Sente-se à mesa – Comer enquanto anda, dirige ou de pé e qualquer uma de nossas multitarefas 
paralelas do dia não nos conecta à refeição e percepção de saciedade. 
3 -Desperte a curiosidade e conexões - Ao olhar para o alimento, tente fazer todo o caminho que ele 
percorreu (desde sua plantação ao preparo) para chegar ao seu prato. 
4 – Coma apenas – Tarefa das mais difíceis - perceber tudo que o alimento oferece: cor, textura, 
proporção e sabor.. 
5 – Observe suas sensações – Perceba emoções e sentimentos que surgem ao longo da refeição. 
6 – Coma o suficiente – Qual seu grau de saciedade? Pense sempre numa escala de zero a dez seu 
grau. Pare ao percebê-la, mesmo que ainda haja comida no prato. 
7 – Elimine a Culpa - Pemita-se aproveitar cada garfada e pedaço. A culpa aumenta o comer sem 
atenção. 
8 – Treine – Exercitar a atenção plena com regularidade vai torna-la um habito 
9 – Agradeça – A quem preparou, plantou, transportou. Agradeça sua oportunidade em poder escolher 
e fazer aquela refeição. A gratidão desenvolvida nos reconecta: corpo, cérebro e emoções 
 
 
VARREDURA/ESCANEAMENTO CORPORAL 
Roteiro da prática de mindfulness: escaneamento corporal (corpo, mente e coração) 
 
Comer com atenção plena envolve tomar consciência dos sinais físicos, pensamentos e emoções enquanto se come. Esta prática pode 
ser feita logo antes de uma refeição, ou mesmo quando se está na dúvida se o desejo de comer vem da fome física ou de outras 
necessidades. 
 
Pausa: se possível, feche seus olhos por alguns momentos. Respire profundamente algumas vezes. Perceba o que você sente ao pensar 
na ideia de comer alguma coisa agora. Talvez você se sinta animado, agitado, ou mesmo tranquilo. Apenas perceba, sem julgamento. 
 
Corpo: perceba seu corpo de cima a baixo, desde a cabeça até a ponta dos dedos dos pés. Você consegue notar alguma sensação 
física, quer seja positiva ou desconfortável? Coloque ambas as mãos no seu abdômen e pergunte-se “eu estou com fome?”. Se a 
resposta for sim, como seu corpo sabe disso? Você consegue sentir o estômago “roncar”, ou alguma sensação de vazio nessa região do 
corpo? Talvez você nem sequer esteja sentindo seu estômago. Há alguma outra sensação física? Mal-estar, fraqueza? Apenas perceba 
seu corpo, não há certo ou errado. 
 
Mente: sem julgamento, perceba o que está pensando, quais pensamentos estão passando pela sua mente neste momento. Muitas 
vezes, nossos pensamentos nos dão pistas sobre estarmos ou não com fome. Se você estiver na dúvida se está ou não com fome, 
provavelmente você não está. 
 
Coração: quais emoções estão presentes neste momento? Que sentimentos você consegue perceber? Ao identificar estas emoções, 
perceba se elas estão influenciando seu desejo ou não de comer 
Adaptado de Adaptado de: Eat what you love, love what you eat with diabetes. Michelle May & Megrette Fletcher. 2nd edition, 2017 E “Mindful Eating” do Instituto de Nutrição Comportamental. 
MEDITAÇÃO DO CHOCOLATE 
Escolha o chocolate de sua preferência, sem julgamentos 
 
 Sente-se num lugar confortável e silencioso, onde possa permanecer sentado por alguns minutos; 
 
Desembrulhe o chocolate. Observe a sua forma, a cor, o brilho; 
 
 Toque-o com a ponta dos dedos e perceba sua consistência; 
 
 Coloque o chocolate sobre a palma da mão. Sinta o peso que ele tem. Recite a si mesmo os adjetivos que lhe aparecem na mente para defini-lo; 
 
 Aproxime o chocolate do nariz e inspire profundamente, por duas ou três vezes. Siga o aroma conforme ele percorre o seu nariz. Expire profundamente por alguns 
momentos; 
 
 Leve o chocolate para perto dos lábios. Passe-o pela boca, pelos lábios. Que sensação ele provoca em você? Perceba que o seu corpo se prepara para comê-lo. Sua boca 
começa a salivar. Esteja presente nessa sensação; 
 
 Coloque o chocolate sobre a língua. Sinta a reação do seu corpo. Leve o chocolate até o céu da boca; 
 
 Que pensamentos aparecem na sua mente? Com quais palavras você descreve esse chocolate? Suave? Sensual? Saboroso? 
 
 Que emoções vêm à tona? Algumas delas são negativas? Algumas são positivas? Culpa? Prazer? 
 
Não tente reprimir as sensações. Esteja presente nelas sem julgá-las.; 
 
 Foque toda a sua atenção na textura e no sabor do chocolate. Escute o som da mastigação; 
 
 Sinta o chocolate derretendo e indo em direção à garganta. Imagine-o no estômago; 
 
 Nesse momento, esse alimento está irremediável e irreversivelmente incorporado a você. 
MEDITAÇÃO DA UVA PASSA 
Adaptado de Adaptado de: Eat whatyou love, love what you eat with diabetes. Michelle May & Megrette Fletcher. 2nd edition, 2017 E “Mindful Eating” do Instituto de Nutrição Comportamental. 
• Pegue alguma cerca de 3 uvas passa (que podem ser trocadas por castanhas ou outras frutas desidratadas pequenas). 
• Coloque apenas uma em sua mão e observe-a com detalhe. Concentre-se e no amplo leque de cores e tonalidades, de como a luz 
incide em suas dobras, em sua textura rugosa. Suas formas irregulares aos nossos olhos. A ideia é captar tudo o que possa ser 
visto. 
• Depois, é preciso fechar os olhos e tocar a uva passa. Fazer com que ela dance entre os dedos para sentir sua textura e o nosso 
tato, de como sua pele se mescla com a nossa. 
• Depois sentimos o aroma dela. 
• Ainda com os olhos fechados, colocamos a passa na boca. Não a mordemos, mas a acariciamos com os dentes primeiro, para 
depois notar que cai em nossa língua, acomodando-a. Agora a exploramos com a língua, da mesma maneira que fizemos com os 
dedos. Lentamente. Sem pressa. Desfrutando de tudo o que um alimento pequeno e ordinário como uva passa pode nos oferecer. 
• Só depois de toda essa avaliação pelos sentidos de visão, textura e aroma, a mordemos. 
• Ficamos conscientes de uma explosão magnífica produzida em nossos sentidos. Percebemos seu sabor, como se funde e 
confunde com o nosso, com a saliva, com o gosto. Tratamos de encher toda a boca com essa mescla, chegando a todos os cantos. 
• Apenas então engolimos a uva passa e notamos como cai pela garganta, como abandona a boca e se integra em nosso interior. 
• Uma vez finalizado o exercício, esperaremos alguns segundos para abrir os olhos e comemorar que desfrutamos de uma uva 
passa, talvez pela primeira vez na vida, em vez de engoli-la. 
• Exploramos todas as possibilidades que tinha para nos oferecer. 
 
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TEORIAS E APLICABILIDADE DE TÉCNICAS 
2.6 – Aconselhamento Nutricional 
• Gradual 
• Não necessariamente em uma ordem exata – depende da demanda/incômodo 
observada na entrevista/anamnese 
• Treinar a solução de problemas: Levantar alternativas 
• Reversão de hábitos: treinar novo padrão de resposta para eliminar hábito 
disfuncional, identificando episódios, buscando parceiros que lembrem o paciente da 
mudança de hábito Ex.: Trocar o doce depois do almoço por um café. 
• Redefinir termos: Reduzir culpa e Julgamento, aumentando a consciência. Trocar 
expressões como “dia do lixo” por exceção controlada, “Jacar” por saída da rotina, 
“gordice” por comida gostosa 
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TEORIAS E APLICABILIDADE DE TÉCNICAS 
2.6 – Aconselhamento Nutricional 
Abordagem com compaixão e empatia 
Como o paciente/cliente chega à consulta? 
Sensação frequente de fracasso, injustiça, baixa auto estima, vergonha, culpa 
e cansaço frente às dietas 
 
 
 
 
 
 
 
 
Evitar rotular/julgar o paciente 
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Bibliografia Recomendada 
 
 
Nutrição Comportamental 2ª edição – Marle Alvarenga, Manoela Figueiredo , Fernanda Timmerman e 
Cynthia Antonaccio – Editora Manole 
 
Em defesa da Comida – Um Manifesto – Michael Pollan – Editora Intrínseca 
 
Cozinhar – uma história natural da transformação - Michael Pollan – Editora Intrínseca 
 
O dilema do onívoro - Michael Pollan – Editora Intrínseca 
 
Mindful Eating – Comer com atenção plena - Cynthia Antonaccio e Manoela 
 Figueiredo - Editora Abril 
 
Guia Alimentar para a População Brasileira” - Ministério da Saúde 
O peso das Dietas – Sophie Deram 
 
O Poder do Hábito – Charles Dihigg 
 
Atenção Plena – Mindfulness – Mark Williams e Danny Penman 
 
Por que fazemos o que fazemos – Mario Sergio Cortella 
 
Pequenas Atitudes Grandes Mudanças – Caroline Arnold 
 
A Arte da Imperfeição – Brené Brown

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