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Apostila elaborada pela professora: Fernanda Neves @fernandanevesnutri Pós-Graduação em Nutrição Clínica, Metabolismo, Prática e Terapia Nutricional “Nutrição na Ansiedade e Depressão” Prof. Msc. Fernanda Neves Pinto Introdução e base Nutricional na saúde mental Cérebro Órgão muito ativo, com grande demanda metabólica Requer boa “irrigação” e muitos “nutrientes” Ávido por “oxigênio”: consome 20% do oxigênio do corpo Peso: 2% do peso corporal É rico em: minerais como FERRO e COBRE Ácidos graxos poliinsaturados Muito susceptível ao aumento do estresse oxidativo Homeostase energética e saúde cerebral Gómez-Pinilla. Nat Rev Neurosci. 2008 July ; 9(7): 568–578. Barreira Hematoencefálica É uma barreira funcional Dificulta a passagem de certas substâncias e íons do sangue para o tecido nervoso, cerebral IMPORTÂNCIA: limita a entrada de patógenos e toxinas Sua “disfunção” é um componente comum a várias doenças neurológicas. Causa principal dessa disfunção: citocinas inflamatórias (inflamação vinda do SNP) Fatores que predispõem a disfunção da Barreira Hematoencefálica Todos aqueles capazes em aumentar a resposta inflamatória: Alimentação inadequada Disbiose intestinal Permeabilidade intestinal alterada Presença de infecções (parasitas) Células do SCN Classificação e Tipos de Neurônios 1. No de dentritos: unipolar, bipolar ou multipolar 2. Conexões realizadas: sensorial primário, neurônio motor ou interneurônio. 3. Tipo de neurotransmissor produzido: • Colinérgico • Serotoninérgico • Glutamatérgico • GABAérgico Neurogênese Mecanismo pelo qual o cérebro consegue originar novos neurônios. Antigamente acreditava-se que o cérebro não tinha a capacidade de produzir novos neurônios ao longo da vida. Hoje já temos claras evidências científicas de que é possível. Ocorre no “hipocampo” e na “zona subventricular” (próxima ao ventrículo lateral). Fatores que modulam a neurogênese: Extrínseco: atividade física Intrínsecos: hormônios (Cortisol ↓ neurogênese e Estradiol ↑ neurogênese) Locais da Neurogênese Astrócitos Funções importantes: 1. Suporte para crescimento e desenvolvimento dos neurônios. 2. Via de migração para os neurônios. 3. Responsáveis pela NUTRIÇÃO dos neurônios. 4. Controla o ambiente químico do espaço extracelular dos neurônios. Apostila elaborada pela professora: Fernanda Neves @fernandanevesnutri 2 5. Controla níveis de glutamato e GABA. 6. Antioxidante (possui enzimas da família da glutationa, SOD e catalase). 7. Modulam e controlam as sinapses. Micróglia Células pequenas e alongadas que originam- se dos macrófagos durante o desenvolvimento do tubo neural. Representam o sistema mononuclear fagocitário do SNC. Possui capacidade de fagocitar e apresentar antígenos. Ativada mediante evento patológico no SNC e inflamatório. Produz: citocinas, quimiocinas e mediadores inflamatórios EROs e espécies reativas de nitrogênio (ERN). Podem auxiliar na remoção de células danificadas e sinapses disfuncionais. Sinapse Plasticidade Sináptica Individualidade bioquímica e saúde mental Maior preditor do desequilíbrio mental Fatores determinantes dos distúrbios mentais NUTRIENTES: precursores dos neurotransmissores “ O tratamento com NUTRIENTES para ajustar os níveis de “metil” pode trazer grandes benefícios a esses pacientes, normalizando a atividade sináptica desses neurotransmissores”. A individualidade bioquímica define as necessidades nutricionais individuais... Apostila elaborada pela professora: Fernanda Neves @fernandanevesnutri 3 “Cada ser humano tem uma BIOQUÍMICA, cujo resultado são necessidades nutricionais bastante diferentes”. Benefícios do tratamento bioquímico nutricional Química do cérebro Neurotransmissores Serotonina 5-hidroxitriptamina (5-HT) Neurotransmissor monoaminérgico Efeitos fisiológicos: Consumo alimentar Termorregulação Ciclo sono e vigília Essência do “Tratamento bioquímico nutricional” Identificar cautelosamente Sobrecargas X Deficiências Específicas dos nutrientes Oferecer tratamento para normalizar os níveis Sanguíneos e Cerebrais “natural” – ausência dos graves efeitos colaterais associados à medicações psiquiátricas Corrigir desequilíbrios químicos Normalizar a concentração dos nutrientes necessários para a síntese dos neurotransmissores Regulação epigenética da atividade dos neurotransmissores através do tratamento com nutrientes selecionados / específicos. Reduzir o estresse oxidativo pelos RL e a neuroinflamação Apostila elaborada pela professora: Fernanda Neves @fernandanevesnutri 4 Memória Regulação do humor Transporte e Metabolismo do Triptofano Catabolismo do triptofano pela IDO durante inflamação Apostila elaborada pela professora: Fernanda Neves @fernandanevesnutri 5 Efeito neurotóxico e neuroprotetor dos metabólitos do triptofano Apostila elaborada pela professora: Fernanda Neves @fernandanevesnutri 6 Dopamina Neurotransmissor “monoaminérgico”, como as demais catecolaminas (adrenalina / noradrenalina). Importância: sistema de “recompensa”. Disfunções nas vias “dopaminérgicas”, causam: Anedonia Melancolia Alterações cognitivas Glutamato Principal neurotransmissor excitatório do SNC Produzido: córtex cerebral Funções: Plasticidade sináptica Aprendizado Memória Atua em Receptores: Ionotrópicos: NMDA, AMPA Metabotrópicos: mGLU Seu excesso: MORTE neuronal Ácido gama-aminobutírico (GABA) Glicina Neurotransmissor inibitório Participa no processamento de informações motoras e sensoriais. Algumas regiões cerebrais: liberarada junto com GABA. Modula neurotransmissão “excitatória”: ↑ ação do receptor NMDA (agonista) ↑ neurotransmissão excitatória glutamatérgica Eixo intestino-cérebro Apostila elaborada pela professora: Fernanda Neves @fernandanevesnutri 7 Principais vias envolvidas na sinalização da microbioma – intestino - cérebro. • Existem vias diretas e indiretas através das quais a microbiota intestinal pode modular o eixo cérebro – intestino. • Vias principais: – Endócrino (cortisol) – Imune (citocinas) – Sistema neural (vago e nervoso entérico). Comunicação bidirectional entre a microbiota e o cérebro Eixo cérebro-intestino e Metabolismo serotonérgico • Existe uma rede de comunicação bidirecional entre o cérebro e o intestino. • O sistema 5-HT desempenha um papel essencial nas funções e ações que ocorrem nesses dois órgãos principais. As reações de conversão do Triptofano em serotonina (5-HT) ocorrem no SNC e no sistema nervoso entérico. Alterações no sistema 5-HT são evidentes em distúrbios do eixo intestinal do cérebro que se apresentam com comunicação disfuncional entre o cérebro e o intestino e sintomas relacionados. Apostila elaborada pela professora: Fernanda Neves @fernandanevesnutri 8 ANSIEDADE Transtornos de ansiedade são o grupo de transtornos psiquiátricos mais prevalentes. Apresenta alta a prevalência na população mundial, Mais de 450 milhões de pessoas sofrem com algum transtorno de saúde mental. Lado POSITIVO (não patológica): papel relevante na preparação para o enfrentamento de certas situações ativando a máxima utilização dos recursos internos para um bom desempenho. Um grau ótimo de ANSIEDADE: ativa um estado de alerta e prontidão adequados. Quando EXCESSIVA: paralisia, descontrole e comprometimento da performance. É uma EMOÇÃO, um estado mental e corporal que se ativa sempre que nossa mente avalia uma situação como tendo riscos potenciais. É definida como estadode humor desagradável, apreensão negativa em relação ao futuro e inquietação desconfortável. É uma resposta a uma ameaça desconhecida, interna e conflituosa, o que a diferencia do medo, que embora seja um sinal de alerta semelhante (ameaça conhecida, externa, definida e sem conflitos, geralmente um objeto preciso). inclui manifestações: Somáticas: cefaleia, dispneia, taquicardia, tremores, vertigem, sudorese, parestesias, náuseas, diarreia etc.) Psíquicas: inquietação interna, insegurança, insônia, irritabilidade, desconforto mental, dificuldade para se concentrar etc.. Características da Ansiedade Apostila elaborada pela professora: Fernanda Neves @fernandanevesnutri 9 Foco do medo (especialmente nos casos de fobias) Sintomas físicos e psicológicos: Presença ou não de palpitações Tensão muscular Náuseas Irritabilidade Fadiga Compulsão Alterações no sono Tipos de Ansiedade Na prática clínica são classificados de acordo com a severidade, duração dos seus sintomas e características comportamentais. Segundo a classificação do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM- IV), são alguns dos transtornos de ansiedade: agorafobia transtorno de pânico transtorno obsessivo-compulsivo (TOC) fobia social transtorno de estresse pós-traumático (TEPT) transtorno de ansiedade generalizada (TAG) Consequências da Ansiedade qualidade de vida, da produtividade e do grau de independência dos afetados. ↑ risco de suicídio. Comorbidades clínicas: Outros transtornos psiquiátricos Doenças cardiovasculares Doenças renais Rompimentos sociais e de relacionamentos Abandono de atividades consideradas prazerosas A identificação desses acontecimentos pode direcionar ao tratamento precoce, diminuindo a gravidade desses quadros ao longo do desenvolvimento da doença. Etiologia da Ansiedade Fisiopatologia da ANSIEDADE Apostila elaborada pela professora: Fernanda Neves @fernandanevesnutri 10 Neurobiologia da resposta da Ansiedade Inflamação: um dos mecanismos envolvidos no desenvolvimento da Ansiedade Apostila elaborada pela professora: Fernanda Neves @fernandanevesnutri 11 Inflamação cerebral: mecanismo presente na Ansiedade e Fadiga Apostila elaborada pela professora: Fernanda Neves @fernandanevesnutri 12 Eixo microbiota-intestino-cérebro na Fisiopatologia da ANSIEDADE Apostila elaborada pela professora: Fernanda Neves @fernandanevesnutri 13 Desregulação da microbiota intestinal em distúrbios cerebrais Tratamento Nutricional da ANSIEDADE Alimentação na ANSIEDADE Fitoterapia e alimentos funcionais no tratamento de doenças através da modulação da microbiota. Apostila elaborada pela professora: Fernanda Neves @fernandanevesnutri 14 Tríade - Interação entre: dieta, microbiota intestinal e o cérebro Modulação dos distúrbios cerebrais pela dieta, microbiota intestinal e seus metabólitos Apostila elaborada pela professora: Fernanda Neves @fernandanevesnutri 15 Fontes alimentares de GLUTAMATO – EVITAR! Fontes alimentares de GABA Fontes alimentares de SEROTONINA Apostila elaborada pela professora: Fernanda Neves @fernandanevesnutri 16 Benefícios do consumo de NOZES para a saúde mental Ômega 3 na ANSIEDADE Relação entre w-3 e desordens psíquicas: mecanismos sugeridos alterações nas funções das membranas estabilização do humor aumento na expressão de BDNF (Brain-Derived Neurotrophic Factor) inflamação e de genes do sistema nervoso central Vitamina D na ANSIEDADE Apostila elaborada pela professora: Fernanda Neves @fernandanevesnutri 17 Inositol é um álcool de açúcar e um componente estrutural isômero de glicose. Localizado principalmente nas membranas celulares, (fosfolipídeos de membranas) é considerado por alguns como uma vitamina, Muito utilizado na Europa como um remédio para neurastenia e depressão leve. Provável mecanismo de ação: No ciclo fosfatidil-inositol: atua como 2º mensageiro do sistema usado por alguns receptores a-1 noradrenérgicos e receptores 2 de serotonina. Entre os transtornos de ansiedade, tem sido estudou para o tratamento do transtorno do pânico e do TOC. Dosagens comuns em adultos: 100 – 300mg/dia Doses – recomendações: 500 – 1000mg/dia Formas mais prescritas: inositol (mio-inositol) nicotinato de Inositol Dosagens comuns em adultos: 150 – 300mg/dia Apostila elaborada pela professora: Fernanda Neves @fernandanevesnutri 18 Apostila elaborada pela professora: Fernanda Neves @fernandanevesnutri 19 Aminoácidos na ANSIEDADE Apostila elaborada pela professora: Fernanda Neves @fernandanevesnutri 20 L-Teanina Estrutura quimica semelhante ao glutamato. Se liga aos receptores de glutamato, porém com afinidade relativamente baixa. Ações neuroquímicas: inibe a incorporação da glutamina extracelular dentro do neurônio recaptação de glutamato ↑ concentrações cerebrais de: GABA, dopamina e glicina ↑ de serotonina em áreas específicas do cérebo: hipocampo e hipotálamo, com redução em demais áreas. ↑ expressão do BDNF no hipocampo (por 3 a 4 semanas) Melhora a neurogênese - efeito “neuroprotetor” Apostila elaborada pela professora: Fernanda Neves @fernandanevesnutri 21 Apostila elaborada pela professora: Fernanda Neves @fernandanevesnutri 22 S-adenosil-L-metionina (SAMe) • Substância natural encontrada no cérebro. • Doador de grupo metil para reações chaves de transmetilação. • Envolvido na síntese de neurotransmissores: – Noradrenalina – Dopamina – Serotonina • Doses estudadas: 200mg a 1200mg/dia – foram tão efetivas como os antidepressivos tricíclicos em aliviar a depressão. – Considerado “seguro” para o tratamento da DEPRESSÃO. • Dosagem segura e eficaz: 200 a 400mg/dia Fitoquímicos na ANSIEDADE Curcumina e Cacau Apostila elaborada pela professora: Fernanda Neves @fernandanevesnutri 23 Probióticos na ANSIEDADE DEPRESSÃO é um transtorno de humor do tipo unipolar e um transtorno mental frequente. É uma patologia “crônica” e recorrente, e frequentemente leva a incapacitação física funcional. Constitui um grave problema de saúde pública devido sua alta prevalência, repercussões na saúde geral e impacto psicossocial.. Globalmente, mais 300 milhões de pessoas de todas as idades sofrem com esse transtorno. De acordo com estudo epidemiológico a sua prevalência no Brasil está em torno de 15,5%. Dados da OMS mostram que 5,8% dos brasileiros (cerca de 12 milhões de pessoas) sofrem de depressão. É a maior taxa da América Latina e a segunda maior das Américas, atrás apenas dos Estados Unidos. Estima-se que cerca dos 80% dos acometidos terão de 1 a 4 episódios de recorrência ao longo de suas vidas. É mais prevalente no sexo feminino e a faixa etária mais afetada é dos 25 aos 44 anos. Critérios para diagnóstico de Depressão Segundo o Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders (DSM-V) e a “Classificação Internacional de Doenças” (CID-10), são: Humor deprimido na maior parte do tempo Diminuição marcante no prazer em todas, ou quase todas, atividades cotidianas (anedonia) Interesse diminuído ou perda de prazer para realizar as atividades de rotina; Sensação de inutilidade (desvalia) ou culpa excessiva; Dificuldade de concentração: Habilidade frequentemente diminuída para pensar e concentrar-se; Fadiga ou perda de energia; distúrbios do sono: insônia ou hipersonia praticamente diárias; Problemas psicomotores: agitação ou retardo psicomotor; Perda ou aumento do apetite; Perda ou ganho significativo de peso, na ausência de regimealimentar; Pensamentos recorrentes de morte ou suicídio. Fisiopatologia da Depressão Etiologia ainda não está totalmente esclarecida. Sofre influências genéticas e ambientais. Acredita-se que os genes interferem em 40% no risco de desenvolver Fatores ambientais: principais responsáveis. Fatores genéticos – polimorfismos Fatores ambientais BDNF Estresse crônico Monoamina oxidase A Estresse precoce Triptofano hidroxilase Traumas emocionais Apostila elaborada pela professora: Fernanda Neves @fernandanevesnutri 24 Transportador de Serotonina (5-HTT) Infecções virais Apostila elaborada pela professora: Fernanda Neves @fernandanevesnutri 25 Precursor endógeno e destino do Glutamato Disfunções metabólicas envolvidas na Depressão Há evidências sugerindo alteração no metabolismo cerebral na fisiopatologia da depressão. no metabolismo energético dos lobos frontais e dos gânglios basais em pacientes depressivos. significativa na produção de ATP no músculo e no cérebro. O metabolismo da glicose no córtex pré-frontal foi negativamente correlacionado com a severidade da depressão e com a resposta ao tratamento antidepressivo. Antidepressivos clássicos como a imipramina, amitriptilina e mianserina: ↑ nível de ATP em astrócitos. Lítio: ↑ atividade dos complexos mitocondriais I- III e II-III da cadeia transportadora de elétrons Bupropiona ↑ atividade do complexo II mitocondrial no hipocampo, no cerebelo e no estriado (em ratos administrados cronicamente). ISRS (citalopram) ↑ atividade da citrato sintase, proteína do ciclo do ácido tricarboxílico. Antidepressivos farmacológicos têm um efeito significativo sobre o metabolismo energético. Apostila elaborada pela professora: Fernanda Neves @fernandanevesnutri 26 Hipótese Inflamatória da Depressão Vias do Triptofano na Inflamação Metabolismo do Triptofano na via da “quinurenina” Apostila elaborada pela professora: Fernanda Neves @fernandanevesnutri 27 Relação entre Estresse e Depressão Apostila elaborada pela professora: Fernanda Neves @fernandanevesnutri 28 Alterações que o ESTRESSE agudo e persistente pode ocasionar e sua relação com a DEPRESSÃO Fatores neurotróficos e Vias de sinalização celular A hipótese neurotrófica postula que a depressão pode ser iniciada por alterações nas vias de sinalização que regulam a “neuroplasticidade” e a sobrevivência celular. Tratamentos tradicionais (antidepressivos): impedir essas alterações nos fatores neurotróficos. Fatores neurotróficos (“neurotrofinas”) mais correlacionados com a Depressão: 1. Fator neurotrófico derivado do cérebro (BDNF) 2. Fator de crescimento endotelial vascular (VEGF) 3. Fator de crescimento do nervo (NGF) 4. Fator de crescimento semelhante à insulina tipo 1 (IGF-1) 5. Fator de crescimento de fibroblastos (FGF-2) Depressão: BDNF no plasma e pós-morte em várias regiões cerebrais. Tratamento com antidepressivos: visa ↑ imunorreatividade do BDNF no hipocampo. Intestino e Depressão Apostila elaborada pela professora: Fernanda Neves @fernandanevesnutri 29 Depressão Submetilada Desequilíbrio químico dominante: metilação não por ácido fólico Pessoas sensíveis à relação metil/folato no cérebro Responde bem a SAMe, metionina e a outros agentes metilantes São intolerantes aos folatos (que também promovem metilação) Metil e Folato: efeitos “epigenéticos” opostos na expressão das proteínas transportadoras que controlam a atividade sináptica da 5-HT, DA e NE. Relação Metil/Folato “BAIXA”: atividade das “monoaminas” nas sinapses cerebrais. Indicadores importantes: Nível de HISTAMINA no plasma > 70ng/mL Relação entre SAMe / SAH (S-adenosil- homocisteína): BAIXA Sintomas importantes: tendências a TOC, alergias sazonais e um histórico de perfeccionismo. Depressão Submetilada Terapia Nutricional da “metilação” Limitar a ingestão de folato: não é foco suplementação! Aumentar Folato: ↑ produção da proteína transportadora concentração e atividade de serotonina na sinapse Fatores nutricionais com efeitos POSITIVOS: Metilação direta: SAMe ou Metionina Nutrientes que reforçam a síntese de Serotonina: “triptofano”, B6, %-HTP Apostila elaborada pela professora: Fernanda Neves @fernandanevesnutri 30 Nutrientes com necessidades aumentadas: Vitaminas A, D, E C; Zinco, Magnésio Restringir alimentos ricos em “HISTAMINA” Fontes alimentares de HISTAMINA Depressão com deficiência de Folato Desequilíbrio químico dominante: níveis de folato A maioria associam histórico de outros distúrbios: ansiedade, síndrome do pânico. Indicadores importantes: Nível de HISTAMINA no plasma < 40ng/mL Relação entre SAMe / SAH (S-adenosil- homocisteína): ELEVADA Folato sérico: BAIXO Basófilos (contagem absoluta): < 30 Pelo menos 40% dos principais sintomas: intolerância aos ISRS, pernas nervosas, inquietude, hiperatividade, alta ansiedade, baixa libido, ausência de alergias sazonais, baixo rendimento escolar, melhora clínica depois do tratamento com folato, entre outros. Depressão com deficiência de Folato Terapia Nutricional Alvo do tratamento: Reforço nos “estoques” de ácido fólico: ↑ acetilação da “cromatina” Suplementações devem considerar a inclusão de: Ácido fólico ou Folínico Vitamina B12 (se necessário for mediante avaliação bioquímica) B3, colina, manganês e DMAE (Dimetiletanolamina): atividade sináptica de DOPAMINA. Ácido fólico, B12 e B3: ↑ histamina Zinco, Magnésio, Cromo, B6, vitaminas C e E. Evitar suplementos de: Triptofano, 5-HTP, fenilalanina, tirosina, cobre, Inositol Depressão Hipercuprêmica Desequilíbrio químico dominante: ↑ níveis de cobre (Cu) Predomina em mulheres Sintomas característicos: ansiedade severa, distúrbios do sono, desequilíbrios hormonais, hiperatividade na infância, zumbido nos ouvidos, intolerância a estrogênio, alimentares: mariscos e chocolate. Níveis de cobre “normais” controlados por: Metalotioneina (Zn) e Ceruloplasmina Excesso de Cu: Dopamina: bem estar, disposição e ânimo. ↑ Noradrenalina: associada à ansiedade, síndrome do Pânico, insônia, paranóia e casos graves de psicose. Zinco (Zn): metalotioneína que auxilia na remoção do Cu em excesso. Depressão Hipercuprêmica Terapia Nutricional Alvo do tratamento: reforço nos “estoques” de Zinco: ↑ metalotioneínas Suplemento de Zinco “não quelado” - dose recomendada: Forma elemantar: 50mg/dia Acetato de Zinco: 170mg/dia Manganês, Magnésio Precursores de Glutationa (Se, Cisteína) Vitaminas B6, C e E Evitar suplementos “prontos” que já contenham “Cobre” Tratamento alternativo – drogas “quelantes” de cobre (de prescrição médica): Dimercaptopropanol (Bal), penicilina (dimetilcisteína), Trientine (dicloridrato de trietilenotetramina) Apostila elaborada pela professora: Fernanda Neves @fernandanevesnutri 31 Depressão Pirolúria Pirolúria: transtorno genético do sangue causado por um desequilíbrio quimíco envolvendo uma anormalidade na síntese da hemoglobina. Criptopirrol: substância química, “subproduto”, envolvida na produção da hemoglobina Condições normais: esse subproduto é inofensivo e é excretado na urina. Na Pirolúria: – ↑↑↑ níveis de criptopirróis, unem-se e bloqueiam os receptores dos nutrientes zinco e vitamina b6. – está ligado à doenças como a esquizofrenia, depressão (inclusive bipolar) e autismo. Consequências do Distúrbio Pirolúrico: – Zinco e B6 – Serotonina, Dopamina e GABA – ↑ estresse oxidativo • Tratamento nutricional: – normalização dos níveis de Zinco e B6 Nutrientes antioxidantes: Selênio, Cisteína (Glutationa), vitaminasC e E e outros antioxidantes. Depressão com sobrecarga tóxica • Desequilíbrio bioquímico primário: “envenenamento” por metal tóxico • Sobrecarga de: chumbo, mercúrio, cádmio ou arsênico. • Consequências ao cérebro: – Enfraquecimento da BHE – Alteração nos níveis de neurotransmissores – Destruição ou desmielinização da bainha de mielina – Aumento do estresse oxidativo – Destruição de glutationa e de outras proteínas protetoras • É mais “incomum” • Estimativa nos EUA: 1 em cada 500 pessoas • Difícil diagnóstico: • “mercúrio” por exemplo dificilmente aparece elevado no sangue (predomina em tecido adiposo) • Análise capilar serve como triagem (risco de falso positivo por contaminação externa) • Passos a seguir na investigação para a conduta clínica: • Afastar a presença de submetilação, deficiência de ácido fólico, sobrecarga de cobre, distúrbio pírolúrico • Descartar alergias alimentares, exemplo: a caseína / glúten • Descartar desequilíbrio tireoideano Tratamento Nutricional da Depressão Dieta Apostila elaborada pela professora: Fernanda Neves @fernandanevesnutri 32 • N: 10.094 participantes. • Duração: 4,4 anos, 480 novos casos de depressão foram identificados. • Relações inversas de dose-resposta foram encontradas para frutos e nozes, os ácidos graxos monoinsaturados a saturados proporção e leguminosas. • Os resultados sugerem um possível papel protetor do Padrão da Dieta Mediterrânea em relação à prevenção das desordens da depressão desordens • Mas estudos e ensaios clínicos longitudinais adicionais são necessários para confirmar esses achados. • Vários estudos mostraram uma dieta mediterrânea, caracterizada por sua consumo de azeite e nozes, a ser correlacionado com menor risco de depressão. • Os dados da pesquisa NHANES de 2005 a 2014: 26.656 participantes - Adultos • Os escores de depressão foram baseados nas respostas do auto relato do PHQ-9. • Os escores gerais de depressão foram 45% menores entre os participantes que relataram consumir nozes do que aqueles que não ingeriram nozes. • Em média, os consumidores de nozes comiam cerca de 24 g de nozes por dia, • Após controlar as covariáveis potenciais, os consumidores de nozes tiveram pontuações significativamente menores do que as de outras castanhas consumidas. • A diferença foi maior entre as mulheres, que são mais propensas que os homens a relatar escores mais altos de depressão. D ieta mediterrânea e função cerebral saudável - via compostos vegetais e nutrientes Apostila elaborada pela professora: Fernanda Neves @fernandanevesnutri 33 Nutrientes antioxidantes e função cerebral saudável - Enzimáticos e não enzimáticos Modulação dos distúrbios cerebrais pela dieta, microbiota intestinal e seus metabólitos Fontes alimentares de GABA Fontes alimentares de SEROTONINA Apostila elaborada pela professora: Fernanda Neves @fernandanevesnutri 34 Fontes alimentares de DOPAMINA Nutrientes na Depressão Minerais Suplementação de L-Triptofano • Requer ingestão adequada de carboidratos para melhorar sua biodisponibilidade e passagem na BHE. Carboidrato adequado melhora a relação entre Triptofano, BCCA e L-tirosina. • Sua oferta para o cérebro pode ser limitada pelo fato de ser metabolizado pela via da quinurenina (inflamação) • Recomendação diária para adultos: 4mg/kg/dia • Suplementação parece amenizar a depressão, desde que não associada com suplementação conjunta de Aa neutos e dieta HIPERproteica. • Doses estudadas em humanos: 826mg/dia e 1g 3x/dia • Sua suplementação deve ser sempre acompanhada de seus cofatores: Mg, Fe ou Cobre, B3, B6 e B9 • Efeitos adversos observados com altas doses: 70 – 200mg/kg (náusea, tremor, tontura, fadiga e sonolência) • Casos mais graves em associada a drogas da classe dos inibidores da MAO (Síndrome Serotoninérgica) • Mais estudos são necessários para fornecimento de dados mais conclusivos acerca da eficácia e segurança Apostila elaborada pela professora: Fernanda Neves @fernandanevesnutri 35 Suplementação de 5-HTP • Suplementação também parece melhorar sintomas depressivos • Vantagens do seu uso: – Requer apenas uma reação bioquímica para formar serotonina – Não compete com outros aminoácidos para atravessar a BHE • Dosagens comuns na prática clínica: 50 a 100mg/dia • Dose máxima: 500mg/dia (Griffonia simplicifolia) • Associação com antidepressivo modulador de Serotonina: efeito “sinérgico” • Evidências são ainda insuficientes para se ter resultados conclusivos Suplementação de Carnitina • Formas: – L-cartinina – Acetil-L-carnitina • Atravessa a BHE e se acumula nos neurônios (Acetil-L-carnitina) • Função principal: transporte de AG para dentro das mitocôndrias. • Funções no cérebro: – Proteção celular contra estresse oxidativo – Transferência do grupo “acetil” para a síntese de acetilcolina – Acelera a regeneração dos neurônios – Melhora mielinização dos axônios – Influencia as vias de sinalização de sobrevivência neuronal. • Estudos em animais: – ↑ norepinefrina no hipocampo – ↑ serotonina no córtex cerebral – Impediu a neuinflamação por LPS (disbiose) – Impediu dos níveis de BDNF no cérebro – Melhora do humor • Doses observadas na Depressão: – 250mg por 12 semanas ( sintomas depressivos e ansiedade em mulheres com SOP) – Efeitos benéfico: 3g/dia de acetil-L- carnitina fracionada em 3 doses ao longo do dia. Coenzima Q10 Apostila elaborada pela professora: Fernanda Neves @fernandanevesnutri 36 • Fontes alimentares: sardinha, nozes, vegetais verde-escuros e gergelim. • Disfunção cerebral: cursa com disfunção mitocondrial. • Abordagens terapêuticas direcionadas à disfunção mitocondrial e ao dano oxidativo são muito promissoras. • Benefícios: – geração de EROs nas mitocôndrias – apoptose neuronal (dopaminérgicos) – disfunção mitocondrial e danos oxidativos – Previne neurodegeneração. – catabolismo do triptofano • Doses estudadas muito variáveis (inflamação): – 100mg, 300mg, 500mg – 800mg (idosos com depressão bipolar) (Forester et al. 2015) Ácido Lipóico • Importante antioxidante • Capaz de atravessar a BHE e exercer atividade “neuroprotetora” • Efeitos em nível central: – Cofator de enzimas mitocondriais – Estimula PGC1-alfa: ↑ biogênese e função das mitocôndrias cerebrais – Quelante de metais – Regula expressão de proteínas inflamatórias – danos às membranas celulares neuronais – Elimina produtos de peroxidação lipídica (acroleína,...) – Melhora sinalização da insulina e a disponibilidade de L-triptofano • Doses observadas em estudos: – Animais: 25mg/kg/dia – Poucos em humanos: 600mg/dia associado com ômega 3 (Alzheimer) – Requerem mais estudos para determinar a melhor forma de consumo e definir recomendações de ingestões diárias Ômega 3 na Depressão • Sua suplementação melhora os sintomas depressivos • 60% deve estar na forma de EPA. Na depressão o que mais funciona são doses altas de EPA. • Doses nos estudos são muito variadas: – EPA: 400mg a 4400mg/dia – Maioria dos estudos que mostram benefícios: 1000 a 2000mg EPA/dia Minerais na Depressão Magnésio • Mineral essencial e atua como cofator em mais de 300 enzimas • Fontes alimentares: vegetais de folhas verdes, sementes de gergelim, nozes, amêndoas, castanha de caju, chocolate amargo, feijão, lentilha, grãos integrais, banana, abacate, etc. • Principal função no SNC: modular a excitabilidade cerebral – Bloqueia os recepetores de glutamato NMDA – liberação do glutamato para a fenda sináptica – Ativa receptores do GABA • Cofator de enzimas cerebrais: – Triptofano hidroxilase (1ª responsável pela formação da serotonina): formando o 5-HTP • Modula portanto: Glutamato, GABA e Serotonia e também o eixo HHA• Doses em Depressão: 300, 450 a 500mg/dia (poucos estudos) Zinco • O mais estudado no cérebro: onde se encontra na forma iônica • 90% estocado nas metaloproteínas, 10% livre principalmente nos neurônios glutamatérgicos. • Principais fontes alimentares: ostras, carnes (vermelha principalmente), fígado, ovo,, oleaginosas, gergelim, alguns cereais, leites e derivados. • Funções no cérebro: – receptores glutamatérgicos NMDA (antagonista parcial) – Modula receptores GABA,, 5-HT, DA, acetilcolina, opioide,... – Regula transportadores de Glutamina e Glutamato: captação Apostila elaborada pela professora: Fernanda Neves @fernandanevesnutri 37 – Ativa fator de transcrição “proteína ligada ao elemento de resposta ao AMPc”: ↑ BDNF • Doses observadas em estudos: – 25mg por 6 a 12 semanas; 30mg por 12 semanas; 11,25mg por 8 semanas • Requer ajuste de doses de acorda com a individualidade de cada paciente, sem necessidade de ultrapassar doses > 25/30mg ao dia. Selênio • Necessário em humanos pelas 25 seleproteínas (selenocisteína no seu centro ativo): • Fonte alimentar principal: castanha do Brasil. Demais: carnes, peixes, ovos e cereais integrais. • Selenoproteínas no cérebro: – expressas no cérebro nos neurônios do córtex e no hipocampo – Ação anti-inflamatória e antioxidante – Funcionalidade dos neurônios GABAérgicos – Proteção de neurônios dopaminérgicos – Proteção contra excitotoxicidade glutamatérgica • Suplementação na Depressão: 100mcg/dia (depressão pós-parto) Cromo • Essencial no metabolismo dos carboidratos e lipídeos. • Principais fontes alimentares: fermento, gema de ovo, grãos integrais, oleaginosas, vagem, brócolis, carne, etc. • No cérebro: – Parece ser importante para a defesa antioxidante: • ↑ ativação do fator de transcrição Nrf2 • ↑ produção de enzimas antioxidantes. – ativação do NFB: inflamação cerebral – Suplementação parece modular níveis de triptofano, serotonina e melatonina. • Dose observada em Depressão: 600mcg/dia por 8 semanas • Prática clínica, pensando em “sinergismo” entre nutrientes, não existe a necessidade de trabalhar com doses tão elevadas. • Doses de até 400mcg/dia, fracionada associadas com outras estratégias já costumam auxiliar nos benefícios esperados. Vitaminas na Depressão Vitamina B3 • Atua na cascata de conversão do triptofano à serotonina. • Em caso de sua deficiência, o triptofano é desviado da rota do SNC • Função importante para: – riscos de desequilíbrios relacionais à deficiência da “serotonina”: Distúrbios de humor, Compulsão alimentar e Síndrome pré-menstrual – Modula sistema GABAérgico – Participa do turnover da 5-HT, GABA, NE e DA. • Doses em estudos foram “farmacológicas”: não aplicáveis a nossa prática clínica Vitamina B6, B9 e B12 • Cofatores enzimáticos na cascata de síntese desses neurotransmissores. • Participam da formação de: – S-adenosil-metionina – Tetrahidrobiopterina • Componentes necessários ao metabolismo da serotonina e dopamina • B6: – participa no metabolismo dos aminoácidos – Cofator enzimático limitante da taxa de síntese de DA, 5-HT, GABA, NE e de Melatonina. – Regula glicose cerebral: importante para o controle dos processos inflamatórios. Apostila elaborada pela professora: Fernanda Neves @fernandanevesnutri 38 Vitaminas do complexo B e Metabolismo da Homocisteína Vitaminas do complexo B, Homocisteína e Função Cerebral Vitamina C • Importante antioxidante • Auxilia no combate ao estresse oxidativo que constitui uma das bases fisiopatológicas de diversos distúrbios neuropsicológicos. • Doses observadas em estudos: – 500 - 1000mg (fracionada ou não) • IMPORTANTE: apesar dos seus benefícios ao SNC, sua suplementação isolada pode elevar o estresse oxidativo pela ação oxidativa de sua forma reduzida “ascorbil”. • Indicado ASSOCIAR com outros antioxidantes que a regeneram: – vitamina E, ácido lipoico, CoQ10 Vitamina D • Envolvida em vias hormonais e imunológicas. • produção de citocinas inflamatórias no cérebro (em especial no Hipocampo) • No SNC pode desordens relacionadas à “neuroinflamação” • Seus receptores estão presentes nas células da glia e neurônios • Justifica-se sua grande importância para a preservação das funções celulares e cognitivas. • Doses observadas em estudos: Apostila elaborada pela professora: Fernanda Neves @fernandanevesnutri 39 – 2000UI/dia por 10 semanas: melhora da transmissão neural, hiperexcitabilidade – 1500UI/dia por 8 semanas • Suplementação também precisa ser de acordo com a individualidade de cada paciente. • A análise incluiu nove ensaios clínicos com um total de 4923 participantes. • Sem redução significativa na depressão após a suplementação de vitamina D • No entanto, a maioria dos estudos se concentrou em indivíduos com baixos níveis de depressão e vitamina D sérica suficiente no início do estudo. • Os estudos incluíram doses diferentes de vitamina D usadas com um grau variável de duração da intervenção. Vitamina E • Funções: – Ação antioxidante, anti-inflamatória, anti- tumor e anti-aterogênica • Deficiência da vitamina E em relação a Depressão: – Altera o metabolismo de monoaminas – níveis de serotonina no córtex pré- frontal – níveis de triptofano • Sob deficiência e após com aumento de 1mg de vitamina E na dieta: risco de depressão. • São necessários mais estudos para investigar a ação “antidepressiva” da vitamina E • Mas só pelo fato de suas principais ações, poderia melhorar o estresse oxidativo e a inflamação que estão correlacionados à fisiopatologia da depressão. Suplementos outros na Depressão Creatina Síntese e transporte de CREATINA no SNC Creatina e Neuromodulação Envolvida no metabolismo energético Mas também parece apresentar um papel neuromodulatório no SNC. Acredita-se que ela seja exocitada na fenda sináptica mediante uma despolarização (como diversos neurotransmissores) por um mecanismo mediado por cálcio. Sistema PCr e o papel da mitocôndria na apoptose em neurônios Apostila elaborada pela professora: Fernanda Neves @fernandanevesnutri 40 Possíveis mecanismos da Creatina na Neuromodulação Atua como um co-transmissor, sendo exocitado em conjunto com neurotransmissores (principalmente em vesículas glutamatérgicas e GABAérgicas). influencia a atividade de receptores NMDA e GABA em neurônios pós-sinápticos. Regula homeostase de cálcio intracelular. Atividade antioxidante: ↑ níveis de Arginina Sustenta níveis de Glutationa em neuroblastos (efeito neuroprotetor) Sequestra radiacais hidroxil, peróxinitrito e ânios superóxido (via xantina oxidase) Suplementação e Dosagem de Creatina Demonstra reduzir o escore da escola de depressão em estudos clínicos Autore s Característic as Dose Resultado Amital et al, 2006 1 paciente mulher Resistente ao Citalopran por 1 ano 5g /dia Por 4 seman as nos escores da escola de depressão de Hamilton Routma n et al, 2007 5 homens e 3 mulheres resistentes a tratamento com antidepressiv os de distintas classes 5g/dia 1 – 4 seman as significati va dos escores da escola de depressão de Hamilton Kondo et al 2011 5 adolescentes sexo feminino Resistentes a fluoxetina 4g/dia 1 a 4 seman as dos escores da escola de depressão em crianças Apostila elaborada pela professora: Fernanda Neves @fernandanevesnutri 41 Lyoo et al, 2012 52 mulheres tratadas com Citalopran (ISRS) 3g/dia 2 a 8 seman as significati va dos escores da escola de depressão de Hamilton Os especialistas em geral concordam que não há provas cientificas suficientes demonstrando que a suplementação com 5 g/dia de creatina seja segura e efetiva para adultos saudáveis,entretanto também não existem provas suficientes para fazer uma recomendação em favor ou contra doses superiores ou inferiores a 5 g/dia de creatina. São necessários ainda mais estudos. N-acetilcisteína (NAC) • Antioxidante precursor de glutationa • Potente “mucolítico”, auxiliando doenças que acomentem o sistema respiratório. • Efeito antidepressivo: por ação sinérgica com antidepressivos (imipramina e escitalopram) • Mecanismos prováveis em melhorar a depressão: – Em parte por reduzir o estresse oxidativo – Interage com receptores glutamatérgicos, – podendo modular indiretamente vias serotoninérgicas e noradrenérgicas. • Ausência de bons estudos aplicados em humanos. SAMe e síntese de neurotransmissores Suplementação de SAMe na Depressão • Produzido pelo ciclo do carbono e serve como doador “metil” • Dados em humanos sugerem efeito benéfico em pacientes com depressão • Doses observadas em estudos em relação a Depressão: – 200mg/dia durante 2 semanas: ↑ resposta ao antidepressivo “imipramina” – 400mg/dia por 6 semanas – 800mg/dia duração 8 semanas – 800 a 1600mg/dia por 6 semanas em pacientes sem responder aos tratamentos clássicos – 200–1600 mg/d, é superior comparado ao placebo e eficiente como antidepressivos tricíclicos. – Estudos observaram REDUÇÃO nos sintomas depressivos. – Alguns indivídos podem requerer doses mais elevadas que outros Apostila elaborada pela professora: Fernanda Neves @fernandanevesnutri 42 Fosfatidilserina (PS) Síntese da Fosfatidilserina: Ocorre do retículoendoplasmático Apostila elaborada pela professora: Fernanda Neves @fernandanevesnutri 43 é a principal classe de fosfolipídios presente nas membranas neuronais. Modula a liberação de: neurotransmissores por exocitose vários receptores e proteínas sinápticos Possui alto conteúdo de DHA: influencia a sinalização e função de proteínas dependentes de PS. Dose para Suplementação: 100 – 500mg/dia (>600mg sem efeito) • Doses observadas em relação a Depressão – 200mg/dia: efetivo na melhora clínica – 300mg/dia: melhora nos sintomas depressivos – 600mg/dia: melhora significativa Suplementação Crônica: ativação do HHA e o cortisol. Fitoquímicos na Depressão e Ansiedade Apostila elaborada pela professora: Fernanda Neves @fernandanevesnutri 44 Modulação da “permeabilidade intestinal”pela “Dieta” Efeitos dos nutracêuticos nas alteraçõesneuroquímicas mediadas na depressão Apostila elaborada pela professora: Fernanda Neves @fernandanevesnutri 45 Apostila elaborada pela professora: Fernanda Neves @fernandanevesnutri 46 Curcumina na Depressão • Doses mais estudadas: – 500mg/dia Curcumina associada à 50g piperina por 5 semanas – 1g/dia de Curcumina associada à 10g de piperina por 4 semanas – 1g/dia de Curcumina pura por 6 e 8 semanas • Média: 500mg a 1000mg/dia por 4 a 8 semanas • Melhor biodispobilidade: associada à piperina e a fosfolipídeos • Seguro em humanos • Efeitos colaterais apresentados: leve vertigem, náuseas e diarréia. Probióticos na Depressão Apostila elaborada pela professora: Fernanda Neves @fernandanevesnutri 47 Apostila elaborada pela professora: Fernanda Neves @fernandanevesnutri 48 Esta revisão sistemática apóia o papel potencial dos probióticos na redução do risco de depressão. Nenhum consenso emergiu dos estudos existentes humanos sobre depressão e microbioma intestinal com relação a quais cepas bacterianas são mais relevantes para a depressão. Referências Bibliográficas: Kandel, Eric. R e cols. Princípios de Neurociências. 5ª Edição – Porto Alegre: AMGH, 2014. Nutrição em psiquiatria.. Organização: Adriana Treiger Kachami, Táki Athanássios Cordás. – 2ª edição – Santana de Parnaíba (SP): Manole, 2021. Moritz, Bettina. Nutrição Clínica Funcional: Neurologia / Bettina Mortiz, Luana Meller Manosso. – São Paulo: Valéria Paschoal Editora Ltda, 2013. (Coleção Nutrição Clínica Funcional) Walsh, William J. O poder dos nutrientes: como a bioquímica natural está substituindo os remédios psiquiátricos no tratamento de distúrbios mentais. Tradução Raimundo Rodrigues Santos. 1ª edição – Rio de Janeiro: Versal, 2018.
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