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UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU EM EDUCAÇÃO E DIREITOS HUMANOS WALLACE ROSA GOMES "REFLEXÕES E DESAFIOS NA APLICAÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS NA ATUAÇÃO DO CONSELHEIRO TUTELAR: UM ESTUDO DE CASO A PARTIR DE CICLOS DE DEBATES" COLATINA - ES 2023 WALLACE ROSA GOMES "REFLEXÕES E DESAFIOS NA APLICAÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS NA ATUAÇÃO DO CONSELHEIRO TUTELAR: UM ESTUDO DE CASO A PARTIR DE CICLOS DE DEBATES" Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Coordenadoria do Curso de Pós-Graduação Lato Sensu em Educação e Direito Humanos, da Universidade Federal do Espírito Santo, Polo Colatina - ES, como requisito parcial para a obtenção do título de Especialista em Educação e Direitos Humanos. Orientador/a: Profa. Dra. Juliana Sabino Simonato. COLATINA - ES 2023 RESUMO Este estudo tem como objetivo explorar e analisar os desafios e reflexões no âmbito da aplicação dos Direitos Humanos na atuação do Conselheiro Tutelar, focalizando sua eficácia e impacto na proteção dos direitos de crianças e adolescentes. Nesta pesquisa destacam-se os fundamentos teóricos de: Bobbio (2004), Hunt (2009), Ramos (2019), Comparato (2019), Mazzuoli (2020), Piovesan (2018). Como campo empírico selecionamos os Conselheiros Tutelares da Região do Vale do Rio Doce de Minas Gerais. O trabalho fundamenta-se em uma pesquisa de caráter qualitativo Minayo (2001), ancorado no método de pesquisa exploratório e explicativo, uma vez que é realizado o levantamento bibliográfico de informações sobre o objeto de estudo e a delimitação do campo empírico. Por meio do objeto de estudo, os dados coletados nos permitiram uma análise das significações sobre a temática explorada. Desse modo, os dados de pesquisa foram analisados por meio da análise de conteúdo conforme apontado por Bardin (1997) e organizados a partir de três categorias analíticas, sendo elas: o Direitos Humanos; Conselho Tutelar e Prática Pedagógica. A formação em direitos humanos é fundamental para capacitar os conselheiros tutelares a desempenhar suas funções de forma eficaz, ética e respeitando os direitos fundamentais das crianças e adolescentes, o que por sua vez também, contribui para o fortalecimento do Sistema de Garantia de Direitos de Crianças e Adolescentes. Palavras-chave: Direitos Humanos. Conselho Tutelar. Prática Pedagógica. ABSTRACT This study aims to explore and analyze the challenges and reflections within the scope of the application of Human Rights in the role of Guardianship Counselors, focusing on their effectiveness and impact on protecting the rights of children and adolescents. In this research, the theoretical foundations of: Bobbio (2004), Hunt (2009), Ramos (2019), Comparato (2019), Mazzuoli (2020), Piovesan (2018) stand out. As an empirical field, we selected Guardianship Counselors from the Vale do Rio Doce region of Minas Gerais. The work is based on qualitative research Minayo (2001), anchored in the exploratory and explanatory research method, since a bibliographical survey of information about the object of study and the delimitation of the empirical field is carried out. Through the object of study, the data collected allowed us to analyze the meanings of the theme explored. In this way, the research data were analyzed using content analysis as pointed out by Bardin (1997) and organized based on three analytical categories, namely: o Human Rights; Guardianship Council and Pedagogical Practice. Training in human rights is essential to enable guardianship counselors to perform their functions effectively, ethically and respecting the fundamental rights of children and adolescents, which in turn also contributes to strengthening the Children's Rights Guarantee System and Teenagers. Keywords: Human rights. Guardianship Council. Pedagogical Practice SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................................... 5 1.1 O Pesquisador e o seu contexto ........................................................................................ 5 1.2 Apresentando a Pesquisa .................................................................................................. 6 1.3 Objetivos ........................................................................................................................... 7 1.3.1 Objetivo Geral ........................................................................................................... 7 1.3.2 Objetivos Específicos ................................................................................................. 7 2 FUNDAMENTAÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS NA ATUAÇÃO DO CONSELHEIRO TUTELAR. .................................................................................................... 8 2.1 Conceitos, evolução histórica e principais marcos legais (Internacional e Nacional)...... 8 2.2 Direitos Humanos e o Conselho Tutelar ........................................................................ 14 2.3 Capítulo sobre Prática Pedagógica ................................................................................. 15 2.4 Capítulo sobre o conteúdo a ser trabalhado na pesquisa ................................................ 16 3 PROPOSTA DE PRÁTICA PEDAGÓGICA ....................................................................... 18 4 METODOLOGIA .................................................................................................................. 42 4.1 Locus e sujeitos da pesquisa ........................................................................................... 43 4.2 Metodologia da pesquisa ................................................................................................ 44 4.3 Instrumentos de coleta e produção de dados .................................................................. 45 4.4 Metodologias de análise de dados .................................................................................. 46 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................................ 48 REFERÊNCIAS ....................................................................................................................... 49 5 1 INTRODUÇÃO 1.1 O Pesquisador e o seu contexto O papel dos Conselheiros Tutelares é um elemento fundamental na proteção e promoção dos direitos das crianças e adolescentes num contexto de direitos humanos. Este estudo oferece uma análise crítica dos desafios que esses profissionais enfrentam no desempenho de suas tarefas. Enfatiza o papel dos ciclos de discussão e dos estudos de caso como ferramentas de formação e qualificação. Os direitos humanos, pilares da construção de uma sociedade mais justa e igualitária, constituem a base da intervenção do Conselheiro de Defesa. Este estudo surge da necessidade de compreender a eficácia destas ferramentas educacionais na formação e melhoria da prática dos profissionais e na aplicação destes direitos a nível local. Conforme o tempo passa, dedico-me a estudar e ensinar a prática tentar compreender as nuances sutis envolvidas na aplicação prática dos direitos humanos. Meus itinerários educacionais e experiências profissionais estão interligados. Isto gerou interesse em investigar como os ciclos de discussão podem afetar positivamente o desempenho dos conselheiros. A partir de una base académica consolidada e minha formação profissional, combinada com a prática do dia a dia, onde eu trabalho diretamente como gestor do fluxo da escuta especializada e articulação com a rede do sistema de garantias de direitos de crianças e adolescentes e direitos humanos, tenho uma articulação direta com o Conselho Tutelar. A escolha deste tema foi influenciadapor experiências significativos que destacaram a importância da formação continuada e dos fundamentos teóricos na efetiva garantia dos direitos humanos. Essa pesquisa é uma extensão natural desse interesse e busca contribuir para um debate mais amplo sobre as práticas e desafios enfrentados pelos Conselheiros Tutelares. A minha trajetória profissional como Assistente Social tem sido marcada por um profundo compromisso com a defesa dos direitos da criança e do adolescente. Desde a formação em Serviço Social até a atuação direta como Conselheiro Presidente do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente de Aimorés, Gestor do Fluxo da Lei da Escuta Especializada, Secretário Municipal de Assistência Social, Professor Universitário do Curso de Direito e Palestrante dedicado a temas como o combate ao trabalho infantil e 6 violação de direitos, minha jornada tem sido permeada pela constante busca por estratégias eficazes de promoção e proteção dos direitos fundamentais. A imersão no sistema da garantia de direitos e a atuação direta na formação dos Conselheiros Tutelares em Aimorés e no leste mineiro destacaram a importância crucial de mecanismos de capacitação e discussão para fortalecer a atuação desses profissionais tão essenciais na defesa dos direitos de crianças e adolescentes. Nesse contexto, o interesse em investigar os processos educativos, como os Ciclos de Debates, surgiu como uma extensão natural do comprometimento com a melhoria contínua das práticas e políticas voltadas para a infância e adolescência. Ao longo dos anos, testemunhei as complexidades e desafios enfrentados no dia a dia dos Conselheiros Tutelares, mas também observei os avanços e impactos positivos que a formação, a discussão e a troca de experiências podem ter na efetivação dos Direitos Humanos nesse contexto específico. A escolha deste tema de pesquisa é, portanto, um reflexo direto dessas experiências acumuladas e do desejo constante de aprimorar as estratégias de promoção e proteção dos direitos das crianças e adolescentes. 1.2 Apresentando a Pesquisa A pesquisa proposta busca explorar e analisar os desafios e reflexões no âmbito da aplicação dos Direitos Humanos na atuação do Conselheiro Tutelar, focalizando sua eficácia e impacto na proteção dos direitos de crianças e adolescentes. Esta temática, essencialmente ligada à minha atuação profissional como Assistente Social, reflete uma preocupação constante em aprimorar as práticas de defesa dos direitos de crianças e adolescentes. A escolha deste tema foi motivada pela observação direta das complexidades enfrentadas no cotidiano dos Conselheiros Tutelares, que atuam na linha de frente na garantia dos direitos da infância e adolescência. Acredita-se que a pesquisa em questão pode contribuir significativamente para compreender os entraves e potencialidades na aplicação dos Direitos Humanos nesse contexto específico. No decorrer do desenvolvimento desta pesquisa, pretende-se realizar uma análise criteriosa de artigos, teses e dissertações que abordam a temática dos Direitos Humanos na atuação do Conselheiro Tutelar. Autores renomados, serão referenciados para fundamentar teoricamente as reflexões e discussões propostas. O objeto de análise concentra-se na avaliação dos ciclos de debates e estudos de caso como estratégias educativas utilizadas na formação e capacitação dos Conselheiros Tutelares. 7 Esta pesquisa buscará não apenas identificar desafios e dilemas éticos enfrentados pelos profissionais, mas também propor reflexões e sugestões práticas para aprimorar a aplicação dos Direitos Humanos na atuação cotidiana do Conselho Tutelar. 1.3 Objetivos 1.3.1 Objetivo Geral Analisar a eficácia dos Ciclos de Debates e Estudos de Caso sobre Direitos Humanos na formação e na prática do Conselheiro Tutelar, investigando o impacto dessas atividades na compreensão, internalização e aplicação dos princípios e conceitos dos direitos humanos no exercício das atividades do Conselho Tutelar. Este objetivo geral direciona a pesquisa para avaliar a contribuição dos Ciclos de Debates e Estudos de Caso na formação e no desempenho do Conselheiro Tutelar, avaliando seu papel na efetivação dos direitos humanos na prática cotidiana desse órgão de proteção à criança e ao adolescente. 1.3.2 Objetivos Específicos Levantar e categorizar os principais temas discutidos nos Ciclos de Debates, evidenciando a relevância atribuída aos direitos humanos na formação dos Conselheiros Tutelares. Investigar os métodos pedagógicos utilizados nos Ciclos de Debates, incluindo técnicas, abordagens de ensino e recursos empregados para o desenvolvimento das reflexões sobre direitos humanos. Medir a eficácia dos Estudos de Caso na compreensão, internalização e aplicação prática dos conceitos de direitos humanos por parte dos Conselheiros Tutelares. Identificar e analisar os dilemas éticos e práticos encontrados na aplicação dos direitos humanos no trabalho diário dos Conselheiros Tutelares. Elaborar recomendações e estratégias para fortalecer e aprimorar os Ciclos de Debates, visando melhorar a formação e a atuação dos Conselheiros Tutelares na proteção dos direitos das crianças e adolescentes. 8 2 FUNDAMENTAÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS NA ATUAÇÃO DO CONSELHEIRO TUTELAR. 2.1 Conceitos, evolução histórica e principais marcos legais (Internacional e Nacional) Para Mazzuoli (2019) os direitos humanos é um direito essencial para garantir a dignidade de todos os seres humanos, mas nem sempre foi compreendido por esse prisma, sendo, portanto, necessário conhecer o seu processo evolutivo, situar em qual momentos os direitos humanos e os direitos internacionais se encontraram, se afastaram e se reaproximaram, enquanto participes de um mesmo sistema de proteção. O conceito de direitos humanos pode ser explorado considerando dois aspectos distintos. Inicialmente, destaca-se a análise dos fundamentos primários desses direitos, uma temática de grande relevância nas esferas da filosofia, sociologia e ciência política contemporâneas. O segundo aspecto aborda a perspectiva jurídica dessa categoria de direitos, encontrando-se estreitamente vinculado ao conjunto de tratados, convenções e legislações cujo propósito é definir e regular os mecanismos que garantem os direitos fundamentais da pessoa humana, tanto em âmbito internacional quanto nacional (COMPARATO, 2019). Os direitos humanos emergem de uma contínua batalha pelo reconhecimento da dignidade de todos os seres humanos. Segundo Hannah Arendt (1989), é crucial lembrar que esses direitos não são uma realidade preestabelecida, mas sim um processo em constante evolução e conquista. Norberto Bobbio (1998), de forma enfática, sustenta que os direitos humanos não surgem todos de uma só vez, nem de maneira definitiva, destacando a necessidade de permanecermos vigilantes na expansão e preservação desses direitos. Do ponto de vista teórico, sempre defendi – e continuo a defender, fortalecido por novos argumentos – que os direitos do homem, por mais fundamentais que sejam, são direitos históricos, ou seja, nascidos em certas circunstâncias, caracterizados por lutas em defesa de novas liberdades contra velhos poderes, e nascidos de modo gradual, não todos de uma vez e nem de uma vez por todas. (BOBBIO, 1998, p. 5). Ao longo da história, várias declarações/escrituras desempenharam um papel crucial na materialização dos direitos humanos, servindo como precursores das declarações positivas de direitos. Contudo, é importante ressaltar que esses documentos não se configuravam como cartas de liberdade para o cidadão comum; eram, na verdade, contratos feudais escritos nos quais o monarca se comprometia a respeitar os direitos de seus vassalos (COMPARATO, 2019). 9 Na perspectiva moderna, a instauração da lei escrita estabeleceuma norma geral e uniforme que submete todos os indivíduos que fazem parte de uma sociedade organizada a ela. Assim, somente com a positivação das teorias filosóficas de direitos humanos, como uma limitação ao poder estatal, é possível abordar os direitos humanos como direitos concretos e efetivos. O surgimento da modernidade introduz novas concepções de pessoa, resultando, por conseguinte, em evoluções nos entendimentos sobre direitos humanos e fundamentais. A consolidação dos direitos humanos e fundamentais em textos escritos, a partir de 1776, é impulsionada por dois fatores: as teorias contratualistas e a secularização do direito natural (FACHIN, 2009). Foi dentro do contexto histórico do desenvolvimento secular do pensamento jusnaturalista, nos séculos XVII e XVIII, que as concepções sobre a dignidade da pessoa humana começaram a adquirir relevância, notadamente por meio das ideias de pensadores como Immanuel Kant. Segundo FACHIN (2009), São Tomás de Aquino foi o primeiro a cunhar a expressão "dignitas humana", ao afirmar que “(...) a dignidade é inerente ao homem, como espécie; e ela existe in actu só no homem enquanto indivíduo” (FACHIN, 2009, p. 34). Segundo Comparato (2005) a visão ética kantiana afirma que: [...] a dignidade da pessoa humana não consiste apenas no fato de ser ela, diferentemente das coisas, um ser considerado e tratado, em sim mesmo, como um fim em si e nunca como um meio para a consecução de determinado resultado. Ela resulta também do fato de que, pela sua vontade racional, só a pessoa vive em condições de autonomia, isto é, como ser capaz de guiar-se pelas leis que ele próprio edita” (COMPARATO, 2005, p. 21). Para Bobbio (2004, p. 30), “os direitos humanos nascem como direitos naturais universais, desenvolvem-se como direitos positivos particulares (quando cada Constituição incorpora Declaração de Direitos) para finalmente encontrar a plena realização como direitos positivos universais”. Assim, diante da diversidade de interpretações ao longo do tempo, ressalta-se a concepção contemporânea de direitos humanos, que surgiu com a promulgação da Declaração Universal dos Direitos Humanos em 1948 e foi reafirmada pela Declaração de Direitos Humanos de Viena em 1993. A configuração dos direitos humanos resulta do processo recente de internacionalização desses direitos, que teve origem no pós-guerra como resposta às atrocidades e horrores perpetrados durante o nazismo. Nesse contexto, observa-se que o 10 Estado, ao se tornar um grande violador de direitos humanos, desencadeou esse movimento (PIOVESAN, 2018). Conforme Piovesan (2006, p. 13), a visão contemporânea dos direitos humanos é uma "unidade indivisível, interdependente e inter-relacionada, na qual os valores da igualdade e liberdade se conjugam e se completam". Esta abordagem inovadora, por sua vez, acarreta duas significativas consequências: (1) A revisão da noção tradicional de soberania absoluta do Estado, que passa a sofrer um processo de relativização, na medida em que são admitidas intervenções no plano nacional em prol da proteção dos direitos humanos – isto é, transita-se de uma concepção “hobbesiana” de soberania centrada no Estado para uma concepção “kantiana” de soberania centrada na cidadania universal.3 (2) A cristalização da idéia de que o indivíduo deve ter direitos protegidos na esfera internacional, na condição de sujeito de direito (PIOVESAN, 2004, p. 23). Para Ramos (2019, p. 29) os direitos humanos consistem em: “um conjunto de direitos considerados indispensáveis para a vida humana pautada na liberdade, igualdade e dignidade. Os direitos humanos são os direitos essenciais e indispensáveis à vida digna”. A evolução histórica dos direitos humanos é uma narrativa complexa e multifacetada, marcada por mudanças sociais, políticas, filosóficas e legais ao longo dos séculos. A trajetória dos direitos humanos pode ser dividida em várias fases distintas, cada uma contribuindo para a formação do entendimento contemporâneo desses direitos fundamentais. No plano internacional a evolução histórica dos Direitos Humanos compreende alguns períodos e momentos históricos, embora não se limita: antiguidade, idade média, iluminismo, as revoluções do século XIII, o século XIX, Pós segunda Guerra Mundial e a contemporaneidade. Na antiguidade os fundamentos dos direitos humanos têm raízes antigas, encontrando expressão em várias culturas e civilizações. Na Grécia Antiga, por exemplo, pensadores como Sócrates e Platão discutiam conceitos de justiça e dignidade humana. Na Roma Antiga, as leis romanas reconheciam certos direitos básicos dos cidadãos. Durante a Idade Média, os direitos humanos muitas vezes eram subjugados em face de autoridades monárquicas e religiosas. No entanto, documentos como a Magna Carta (1215) na Inglaterra começaram a estabelecer limites ao poder do monarca e a reconhecer alguns direitos individuais (RAMOS, 2019). O Iluminismo, nos séculos XVII e XVIII, desempenhou um papel crucial na promoção dos direitos humanos. Filósofos como John Locke e Voltaire defenderam a ideia de direitos inalienáveis, incluindo liberdade, propriedade e igualdade. Essas ideias influenciaram as revoluções americana e francesa (RAMOS, 2019). 11 A Declaração de Independência dos Estados Unidos (1776) e a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão na França (1789) marcaram a formalização dos princípios dos direitos humanos em documentos legais. Estes proclamavam a igualdade, a liberdade e a fraternidade como valores fundamentais (RAMOS, 2019). O século XIX testemunhou a expansão gradual dos direitos humanos, com movimentos abolicionistas lutando contra a escravidão e a expansão dos direitos das mulheres. As convenções de Genebra (1864) e de Haia (1899 e 1907) começaram a regular o tratamento de prisioneiros de guerra e civis em conflitos armados (RAMOS, 2019). Os horrores da Segunda Guerra Mundial levaram à criação das Nações Unidas e à Declaração Universal dos Direitos Humanos (1948). Este documento seminal estabeleceu princípios universais aplicáveis a todos os seres humanos, independentemente de sua nacionalidade. A partir da segunda metade do século XX, houve um movimento global para fortalecer os direitos humanos, com a criação de tratados específicos, como os Pactos Internacionais de Direitos Civis e Políticos e de Direitos Econômicos, Sociais e Culturais. Além disso, surgiram organizações e tribunais internacionais dedicados à proteção dos direitos humanos. Percebe-se então, que a evolução histórica dos direitos humanos reflete uma trajetória de luta pela dignidade, igualdade e liberdade, moldada por eventos históricos, movimentos sociais e avanços legais que moldaram o atual arcabouço normativo e filosófico dos direitos humanos. No Brasil, a trajetória dos direitos humanos é marcada por uma série de transformações ao longo dos séculos, refletindo não apenas avanços, mas também desafios e períodos de violações significativas. Vamos percorrer essa história complexa, destacando momentos-chave e suas implicações. No período colonial, que compreende os anos de 1500 a 1822, a chegada dos colonizadores portugueses trouxe consigo a exploração e a escravização dos povos indígenas e africanos. A ausência de direitos fundamentais para essas populações foi acentuada, marcando um capítulo sombrio na história dos direitos humanos no Brasil. No Brasil império, período compreende de 1822 a 1889, com a independência do Brasil, o Império enfrentou desafios na consolidação de um sistema de direitos. A Constituição de 1824, embora considerada avançada para a época, não garantia plenos direitos a todos os cidadãos. 12 O fim da escravidão, em 1888, representou um avanço significativo. No entanto, a falta de medidas efetivas para integrar os ex-escravizados na sociedade gerou desafios sociais persistentes. ARepública Velha foi marcada por instabilidade política e escassos avanços em termos de direitos humanos. A repressão a movimentos sociais foi uma constante, evidenciando a fragilidade das garantias individuais. O governo de Getúlio Vargas trouxe algumas melhorias em termos de direitos trabalhistas, mas também restringiu liberdades civis. O Estado Novo (1937-1945) foi caracterizado por autoritarismo e supressão de direitos políticos. A Constituição de 1946 refletiu a influência dos ideais democráticos pós-Segunda Guerra, reforçando direitos civis e políticos. Contudo, os anos subsequentes de regime militar minaram essas conquistas. Durante o regime militar, houve uma repressão sistemática aos direitos humanos, com censura, prisões arbitrárias, torturas e assassinatos. Esse período é conhecido pelos anos de chumbo, representando uma das páginas mais sombrias da história recente do Brasil. A redemocratização trouxe consigo a Constituição de 1988, um marco na história dos direitos humanos no Brasil. Essa Constituição assegurou uma ampla gama de direitos, incluindo os sociais, e estabeleceu o arcabouço para uma sociedade mais justa e inclusiva. Nas últimas décadas, o Brasil testemunhou um aumento significativo nos movimentos sociais e no ativismo, incluindo grupos que lutam por direitos das mulheres, LGBTQ+, negros, indígenas e outras minorias. O marco legal internacional dos direitos humanos é estabelecido por uma série de tratados, convenções e declarações que buscam promover e proteger os direitos fundamentais de todas as pessoas, independentemente de sua nacionalidade, etnia, gênero, religião ou qualquer outra característica. Podemos citar como os principais instrumentos do marco legal internacional dos direitos humanos: a) Declaração Universal dos Direitos Humanos (DUDH) de 1948; b) Pacto Internacional sobre Direitos Civis e Políticos (PIDCP) de 1966; c) Pacto Internacional sobre Direitos Econômicos, Sociais e Culturais (PIDESC) de 1966; d) Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação Racial (CERD) de 1965; e) Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra a Mulher de 1979; f) Convenção contra a tortura e outros Tratamentos ou Penas Cruéis, Desumanos ou Degradantes de 1984; g) Convenção sobre os Direitos da Criança (CRC) de 1989; h) A Convenção Internacional sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência em 2006 (MAZZUOLI, 2020). 13 Esses instrumentos, entre outros, compõem o marco legal internacional dos direitos humanos, representando um compromisso global para a promoção e proteção dos direitos fundamentais de todas as pessoas. Países que ratificam esses tratados assumem a responsabilidade de implementar medidas para garantir o respeito e a realização desses direitos em seus territórios. Segundo Piovesan (2018) a adoção da DUDH inaugura um padrão comum de direitos humanos para todos os seres humanos, independentemente do lugar em que vivem. Objetivando garantir esses direitos humanos, formou-se um Sistema Global de proteção dos direitos humanos, comandado pela Organização das Nações Unidas (ONU) e três Sistemas Regionais de proteção: interamericano, europeu e africano. Esses sistemas têm em comum a proteção dos direitos humanos, entendidos como um conjunto de normas, órgãos e mecanismos internacionais, que sugerem pós contexto econômico, político e social da segunda guerra mundial. Esses sistemas por sua vez, se constituem em mecanismo imprescindíveis para garantir, manter e refirmar a proteção aos direitos humanos internacionalmente e regionalmente, conjugando a cidadania como condição para garantia da dignidade da pessoa humana. No âmbito dos Sistemas de Proteção dos Direitos Humanos, o Brasil faz parte dos Sistema Global e regionalmente o Sistema Interamericano de Proteção, e também, possui um Sistema Nacional de Promoção dos Direitos Humanos, criado pelo Decreto nº 7.037/2009, e que tem o objetivo de coordenar a implementação das políticas de direitos humanos no Brasil (PIOVESAN, 2018). O Brasil, por sua vez, possui um extenso marco legal de direitos humanos que abrange tanto a legislação nacional quanto os compromissos internacionais assumidos pelo país. Dentre os documentos legislativos podemos citar: a) Constituição Federal de 1988; b) Código Penal; c) Código Civil; d) Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA); e) Lei Maria da Penha; f) Lei de Cotas; g) Estatuto do Idoso; h) Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (MAZZUOLI, 2020). Importante ressaltar que a legislação nacional acerca dos direitos humanos não se resume as que foram destacadas acima, havendo muitas outras iniciativas legislativas que abarcam os direitos étnico-raciais, direitos LGBTQIA+, direitos dos refugiados e migrantes. Dentre os compromissos internacionais, o Brasil é signatário de diversos tratados internacionais de direitos humanos, como o Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos, o Pacto Internacional dos Direitos Econômicos, Sociais e Culturais, e a Convenção Americana de Direitos Humanos (Pacto de San José da Costa Rica). 14 No âmbito da criança e do adolescente, o Governo Brasileiro assinou e ratificou em 1990 a Convenção sobre os Direitos da Criança, estabelecendo os direitos fundamentais de todas as crianças, incluindo o direito à vida, saúde, educação e não discriminação. 2.2 Direitos Humanos e o Conselho Tutelar Os Direitos Humanos são a base das políticas de proteção à infância e adolescência em níveis locais, nacionais e internacionais. Esses direitos fundamentais garantem a proteção das crianças e adolescentes contra a exploração, violência, abuso e negligência. Também asseguram o acesso à educação, saúde, lazer, cultura e participação social, elementos essenciais para seu pleno desenvolvimento. A Declaração Universal dos Direitos Humanos, proclamada pela Assembleia Geral das Nações Unidas em 1948, é um marco histórico que definiu os direitos fundamentais e universais dos seres humanos. Esse documento estabeleceu princípios que visam garantir a dignidade, liberdade e igualdade de todos, independentemente de raça, cor, religião, gênero, nacionalidade ou qualquer outra condição. A Declaração é composta por 30 artigos que abrangem uma ampla gama de direitos e liberdades, incluindo direitos civis, políticos, sociais, econômicos e culturais. Alguns desses direitos incluem o direito à vida, à liberdade, à educação, à saúde, à igualdade perante a lei, à liberdade de expressão e pensamento, entre outros. Embora a Declaração Universal dos Direitos Humanos não tenha força de lei vinculante por si só, ela serviu como base para a elaboração de tratados internacionais e constituições de diversos países. Além disso, seu impacto é evidente na formulação de políticas, leis e normas que buscam assegurar a proteção e promoção dos direitos humanos em todo o mundo. No contexto da atuação do Conselheiro Tutelar, a Declaração Universal dos Direitos Humanos serve como referência fundamental, já que muitos princípios ali estabelecidos são incorporados em legislações nacionais e orientam a proteção dos direitos das crianças e adolescentes. A Convenção sobre os Direitos da Criança, adotada pela Assembleia Geral das Nações Unidas em 1989, é um dos instrumentos mais importantes na promoção e proteção dos direitos das crianças. Esse tratado internacional reconhece uma série de direitos específicos das crianças e estabelece princípios essenciais para sua proteção e desenvolvimento. 15 A Convenção é composta por 54 artigos que abordam os direitos das crianças em diversas áreas, incluindo direitos civis, políticos, sociais, econômicos e culturais. Ela reconhece o direito à vida, à saúde, à educação, à proteção contra a exploração, à liberdade de expressão e participação, entre outros direitos fundamentais. Um dos aspectos importantes da Convenção é aênfase dada à participação das crianças em assuntos que as afetam, reconhecendo sua capacidade de expressar suas opiniões e ter voz nas decisões que impactam suas vidas. A Convenção sobre os Direitos da Criança é um marco significativo, pois estabelece padrões internacionais para garantir que os direitos das crianças sejam protegidos e respeitados. Ela é ratificada por uma grande maioria dos países, o que a torna um documento essencial na formulação de políticas e legislações voltadas para a infância e adolescência em nível global. A atuação do Conselheiro Tutelar na garantia dos direitos de crianças e adolescentes é respaldada por uma série de legislações nacionais e tratados internacionais que visam proteger e promover o bem-estar desses grupos, dentre eles podemos destacar: a Constituição Federal de 1988 e o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). 2.3 Capítulo sobre Prática Pedagógica Considerando a proposta pedagógica elaborada, a metodologia ativa de aprendizagem escolhida envolve a integração de múltiplas abordagens, tais como Estudo de Caso, Dinâmicas de Grupo e Webconferências, com foco na interatividade, participação ativa e reflexão dos participantes. O Estudo de Caso é uma técnica utilizada para explorar situações reais, permitindo a análise aprofundada de questões éticas e dilemas enfrentados na prática do Conselheiro Tutelar. Esse método promove a discussão e análise de cenários reais, desafiando os participantes a encontrar soluções diante de situações complexas, o que incentiva a reflexão e o desenvolvimento de habilidades críticas. As Dinâmicas de Grupo são ferramentas fundamentais para engajar os participantes, estimular o debate e a troca de experiências. Por meio de discussões orientadas e atividades colaborativas, busca-se identificar desafios éticos específicos enfrentados pelos Conselheiros Tutelares, promovendo a reflexão coletiva e a construção conjunta de propostas práticas. As Webconferências, por sua vez, permitem a interação síncrona entre especialistas, profissionais e participantes, possibilitando discussões aprofundadas sobre casos emblemáticos de violações dos direitos das crianças e adolescentes. Essas plataformas virtuais 16 viabilizam o acesso a diferentes perspectivas e conhecimentos especializados, enriquecendo o debate e a compreensão dos temas abordados. Essas metodologias ativas de aprendizagem convergem para uma abordagem participativa, interativa e reflexiva, incentivando o pensamento crítico, a troca de experiências e a construção coletiva do conhecimento. Elas são fundamentais para o desenvolvimento dos participantes, proporcionando um ambiente propício para a aplicação prática e a análise aprofundada dos temas relacionados aos direitos humanos na atuação do Conselheiro Tutelar. 2.4 Capítulo sobre o conteúdo a ser trabalhado na pesquisa No contexto da prática pedagógica proposta, o conteúdo a ser trabalhado envolve uma abordagem interdisciplinar, centrada nos Direitos Humanos e na atuação do Conselheiro Tutelar. Serão explorados os seguintes temas: História e Evolução dos Direitos Humanos: Analisando os marcos históricos e a evolução dos Direitos Humanos, desde sua concepção até as legislações e tratados atuais. Legislação Nacional e Internacional: Estudo das principais leis, convenções e tratados que respaldam a atuação do Conselheiro Tutelar na garantia dos direitos de crianças e adolescentes. Ética e Desafios Práticos: Discussão sobre os desafios éticos enfrentados na prática dos Conselheiros Tutelares, explorando dilemas reais e estratégias de intervenção. Estudos de Caso e Análise Prática: Análise aprofundada de casos emblemáticos de violações de direitos de crianças e adolescentes, visando identificar soluções e propostas práticas de intervenção. Para desenvolvimento e aplicação dessa prática pedagógica, será utilizada uma combinação de recursos educacionais diversificados, tais como: Webconferências e Plataformas de E-learning: Para interações síncronas e assíncronas, permitindo debates, estudos de caso, compartilhamento de materiais e acesso a especialistas. Materiais Didáticos: Incluindo textos, vídeos, documentos legais, estudos de caso e materiais complementares para aprofundamento teórico. Dinâmicas de Grupo e Role-playing: Atividades interativas para estimular a participação, discussões em grupo, simulações de situações reais e debates orientados. 17 A escolha desses recursos se fundamenta na necessidade de promover uma abordagem diversificada, que proporcione interatividade, acesso a informações atualizadas e promova a reflexão crítica sobre os temas abordados. Essas ferramentas visam enriquecer a experiência de aprendizagem, oferecendo uma gama variada de oportunidades para aprofundar o conhecimento e estimular a reflexão crítica sobre a temática dos Direitos Humanos na atuação do Conselheiro Tutelar. 18 3 PROPOSTA DE PRÁTICA PEDAGÓGICA Nível Escolar: Formação de Conselheiros com nível de Ensino Médio e Superior Modalidade Escolar: Espaço não formal de aprendizagem Conteúdo Específico: Direitos Humanos Prática Pedagógica: Ciclo de Debates e Estudos de Caso sobre Direitos Humanos na Atuação do Conselheiro Tutelar Quadro 1 – Planejamento geral do Plano de Ensino Proposta de Prática Pedagógica: 1. Preparação Inicial (Atividade Assíncrona): Leitura de textos introdutórios sobre os princípios e fundamentos dos Direitos Humanos. Audição de um Podcast com relatos de casos reais de violação de direitos e atuação do Conselho Tutelar. Questionário online para avaliar o conhecimento prévio e expectativas dos participantes. Momentos Data Descrição Carga Horária Síncrona Carga Horária Síncrona Carga Horária Síncrona Momento 1 Encontro Presencial 1 - Abertura e Contextualização: Apresentação dos objetivos do ciclo de debates e estudos de caso. Palestra expositiva sobre a história e evolução dos Direitos Humanos, enfatizando sua relação com o trabalho do Conselheiro Tutelar. Dinâmica de grupo para identificar desafios e dilemas éticos enfrentados na prática. 1:00 1:00 2:00 19 Encontro Síncrono Online - Estudo de Caso 1: Webconferência com especialistas ou profissionais da área para discutir um caso emblemático de violação de direitos de crianças e adolescentes. Dividir os participantes em grupos através da aplicativo e cada grupo receberá um estudo de caso para análise e discursão. Debate moderado pelos facilitadores, onde os participantes poderão apresentar análises e soluções para o caso aos demais participantes do encontro. 1:00 0:30 1:30 Atividade Assíncrona - Pesquisa e Análise: Leitura de materiais complementares sobre legislação nacional e internacional de proteção aos direitos das crianças e adolescentes. Análise de documentos legais e estudos de casos para identificar pontos de convergência e divergência. 1:00 1:00 1:00 Momento 2 Encontro Presencial 2 - Aplicação Prática e Discussão: Oficinas práticas baseadas em estudos de casos reais, estimulando a reflexão sobre as decisões tomadas pelos Conselheiros Tutelares. Oficina para o registro de relatório e ficha de notificação realizada pelos conselheiros. Debate aberto para compartilhar experiências, desafios e estratégias de intervenção. 2:00 1:00 1:00 20 Encontro Síncrono Online - Encerramento e Plano de Ação: Webconferência para elaborar um plano de ação coletivo, considerando os aprendizados e insights do ciclo de debates. Webconferência para aprender a utilizar o SIPIA. Divisão de grupos para desenvolver propostas de ações práticas para aplicação na atuação cotidiana do Conselheiro Tutelar. 1:00 1:00 1:00 Atividades Assíncronas Tópicos de Discussão:Cada grupo terá um espaço designado para discussão sobre propostas de ações práticas relacionadas à atuação do Conselheiro Tutelar. Forneça um conjunto de questões orientadoras para cada grupo, por exemplo: Quais são os principais desafios enfrentados pelo Conselho Tutelar na proteção dos direitos das crianças e adolescentes em nossa região? Que ações práticas podem ser implementadas para lidar com esses desafios? Como essas ações podem ser viabilizadas considerando os recursos disponíveis e parcerias locais? Cada grupo deverá elaborar perguntas para fazer aos outros grupos. Exemplo: O que fazer quando encontrar adolescentes em bares consumindo bebidas alcoólicas? O que fazer quando o 1:00 2:00 1:30 21 conselho receber a notícia de prática de crime contra criança e adolescente? O que fazer quando o poder público não cumpre com as requisições de serviço expedidas? É atribuição do Conselho Tutelar resolver conflitos de alunos na escola? É só alguns exemplos de perguntas, os outros conselheiros deverão responder e o professor irá mediar o diálogo. 3 Encontro Presencial Contribuições e Discussões: Os participantes devem interagir dentro de seus grupos, compartilhando ideias, experiências e sugerindo estratégias concretas para lidar com os desafios identificados. Incentive a colaboração e a construção conjunta de propostas, encorajando todos a participar ativamente. Divisão em Grupos: Divida os participantes em grupos menores, idealmente de 4 a 6 pessoas por grupo, considerando a diversidade de experiências e perspectivas. Introdução e Contextualização: Inicie o workshop com uma breve introdução sobre a importância da colaboração na construção de propostas eficazes para a atuação dos Conselheiros Tutelares. Apresente os desafios identificados anteriormente para direcionar a discussão e a 1:00 2:00 2:00 22 elaboração de propostas. Brainstorming e Discussão: Permita que cada grupo realize um brainstorming inicial sobre possíveis estratégias e ações práticas para lidar com os desafios propostos. Estimule a discussão ativa dentro de cada grupo, encorajando a troca de ideias e a exploração de diferentes pontos de vista. Construção de Propostas: Ofereça materiais como flipcharts, post-its, marcadores, etc., para que os grupos possam registrar suas propostas de forma visual e colaborativa. Peça aos grupos que desenvolvam propostas concretas, detalhando passos práticos, recursos necessários e possíveis parcerias para implementação. Apresentação e Discussão coletiva: Após um tempo determinado para a construção das propostas, convide cada grupo a apresentar suas ideias para os demais participantes. Incentive perguntas e discussões construtivas após cada apresentação, estimulando a interação entre os grupos. Síntese e Consolidação: 23 Facilite uma discussão geral após todas as apresentações para identificar pontos em comum, áreas de convergência e possíveis complementaridades entre as propostas apresentadas. Destaque ideias-chave e estratégias que possam ser integradas em um plano de ação coletivo. Refinamento e Plano de Ação: Facilite uma atividade de refinamento, onde os participantes têm a oportunidade de revisar e ajustar as propostas com base nas discussões coletivas. Estabeleça um momento para a definição de um plano de ação coletivo, identificando as próximas etapas e responsabilidades para a implementação das propostas. Encontro Síncrono On-line Feedback e Síntese/ Análise Coletiva e Consolidação: Após um período determinado para a discussão (por exemplo, uma semana), encerre a atividade assíncrona e solicite que cada grupo faça um resumo das principais propostas de ação elaboradas. Peça aos grupos para postarem seus resumos no fórum geral ou plataforma de compartilhamento, possibilitando que todos os participantes tenham acesso às ideias discutidas em cada grupo. Após a contribuição de todos os grupos, o coordenador do ciclo de debates (ou um facilitador 1:00 1:00 2:00 24 designado) pode fazer uma análise coletiva das propostas apresentadas, destacando ideias- chave e pontos em comum entre os grupos. Esta síntese servirá como base para a etapa subsequente da Webconferência, onde será realizado o refinamento e consolidação do plano de ação coletivo. Essa atividade assíncrona permitirá que os participantes contribuam de forma flexível, compartilhem ideias e promovam discussões construtivas sobre ações práticas para fortalecer a proteção dos direitos das crianças e adolescentes na atuação dos Conselheiros Tutelares. Atividades Assíncronas Atividade Final - Implementação do Plano de Ação: Implementação das propostas de ação elaboradas, acompanhamento dos resultados e elaboração de relatórios de impacto. 2:00 2:00 2:00 Carga Horária Presencial 13 Carga Horária Síncrona 10 Carga Horária Assíncrona 13,5 Carga Horária Total 36,5 Fonte: elaborado pelo autor GOMES, Wallace Gomes (2023). A carga horária para cada encontro pode variar dependendo do objetivo, do conteúdo a ser abordado e da dinâmica das atividades planejadas. Geralmente, a duração dos encontros pode seguir algumas orientações: 25 1. Encontro Presencial de Abertura e Contextualização: Pode variar de 2 a 4 horas, dependendo da quantidade de conteúdo introdutório, palestra expositiva e dinâmicas de grupo previstas. 2. Encontro Síncrono Online - Estudo de Caso: Geralmente, uma sessão online pode durar entre 1,5 a 2 horas para permitir uma discussão aprofundada do caso e o debate entre os participantes. 3. Encontro Presencial de Aplicação Prática e Discussão: Similar ao primeiro encontro presencial, pode variar de 2 a 4 horas, pois envolverá oficinas práticas e debates mais elaborados. 4. Encontro Síncrono Online - Encerramento e Plano de Ação: Pode ser planejado para durar cerca de 2 horas para permitir a finalização das propostas e a elaboração do plano de ação coletivo. É importante considerar a necessidade de pausas durante os encontros presenciais para garantir o engajamento dos participantes e o bom aproveitamento das atividades. Além disso, adaptar os tempos de acordo com a dinâmica do grupo é fundamental para assegurar que todos tenham a oportunidade de participar ativamente e contribuir com ideias e reflexões. Quadro 2 – Desenvolvimento do Momento 1 do Plano de Ensino Data: 02, 03 e 04 de janeiro de 2024. Tema: Ciclo de Debates e Estudos de Caso sobre Direitos Humanos na Atuação do Conselho Tutelar Objetivos: 1. Promover Conscientização: Apresentar a importância dos Direitos Humanos na atuação dos Conselheiros Tutelares, destacando sua evolução histórica e conexão com a prática. 2. Incentivar os participantes a refletirem sobre desafios éticos enfrentados na prática, promovendo a troca de experiências. 3. Estimular a identificação e discussão de dilemas éticos enfrentados pelos Conselheiros Tutelares, visando o desenvolvimento de estratégias éticas de atuação. 4. Capacitar os participantes para analisar criticamente um caso emblemático de violação de direitos de crianças e adolescentes, identificando fatores, desdobramentos e impactos. 5. Estimular a formulação de soluções práticas e efetivas para lidar com o caso apresentado, demonstrando capacidade de propor ações assertivas. 6. Promover um ambiente colaborativo e de discussão onde os participantes possam apresentar suas análises, soluções e debater de forma construtiva. 26 7. Permitir que os participantes compreendam a legislação nacional e internacional relacionada à proteção dos direitos das crianças e adolescentes. 8. Capacitar os participantes para analisar documentoslegais e estudos de caso, identificando pontos de convergência e divergência entre diferentes legislações e situações práticas. 9. Promover a aplicação do conhecimento adquirido na análise de documentos, relacionando-os com situações reais para uma compreensão mais contextualizada. Conteúdos: Direitos Humanos Unidade Didática Metodologia Recursos Didáticos Avaliação Pontos 1 Encontro Presencial 1 - Abertura e Contextualização: Didática - Intervenção Pedagógica: Oferecer uma abordagem participativa e interativa. Incentivar a reflexão e a troca de experiências entre os participantes. Estimular a identificação e discussão dos desafios éticos enfrentados na prática dos Conselheiros Tutelares. Palestra expositiva interativa: destaque pontos importantes da história e evolução dos Direitos Humanos, relacionando-os diretamente com exemplos práticos da atuação do Conselheiro Tutelar. Dinâmica de grupo: utilize uma técnica como estudo de caso ou role-playing para explorar dilemas éticos específicos e desafios reais. Data show ou apresentação em PowerPoint para a palestra expositiva. Materiais para dinâmica de grupo (por exemplo, estudos de caso impressos, papel e canetas para anotações). Observação da participação ativa durante a dinâmica de grupo. Avaliação formativa: feedback sobre as discussões e reflexões feitas pelos participantes durante a dinâmica. Participação Ativa (10 pontos): Observação da participação dos participantes durante a dinâmica de grupo. Cada participante pode ser avaliado quanto à sua contribuição, perguntas feitas, respostas e envolvimento geral. Qualidade das Reflexões (10 pontos): Avaliação qualitativa das discussões e reflexões feitas durante a dinâmica de grupo. Isso pode envolver o nível de profundidade 27 das reflexões, a capacidade de argumentação e a conexão com exemplos práticos. Apresentação Interativa (5 pontos): Avaliação da apresentação expositiva interativa, levando em consideração o engajamento da plateia, a clareza na exposição dos pontos-chave da história e evolução dos Direitos Humanos e a conexão com a prática do Conselheiro Tutelar. Engajamento com os Materiais (5 pontos): Avaliação do engajamento dos participantes com os materiais utilizados durante a dinâmica de grupo, como estudos de caso 28 ou materiais de apoio, considerando a participação ativa e a relevância das contribuições. 1 Encontro Síncrono Online - Estudo de Caso 1: Didática - Intervenção Pedagógica: Fomentar a análise crítica de um caso emblemático de violação de direitos. Encorajar a formulação de soluções práticas para lidar com o caso apresentado. Webconferência com especialistas ou profissionais da área para apresentar o caso. Divisão em grupos via aplicativo para a análise detalhada do estudo de caso. Debate moderado para apresentação das análises e soluções. Plataforma de webconferência (Zoom, Google Meet, etc.). Ferramentas de divisão de grupos online. Avaliação da participação nos debates online. Qualidade das análises e soluções apresentadas pelos grupos durante a discussão. Participação Ativa (10 pontos): Observação da participação dos participantes durante a dinâmica de grupo. Cada participante pode ser avaliado quanto à sua contribuição, perguntas feitas, respostas e envolvimento geral. Qualidade das Reflexões (10 pontos): Avaliação qualitativa das discussões e reflexões feitas durante a dinâmica de grupo. Isso pode envolver o nível de profundidade das reflexões, a capacidade de 29 argumentação e a conexão com exemplos práticos. Apresentação Interativa (5 pontos): Avaliação da apresentação expositiva interativa, levando em consideração o engajamento da plateia, a clareza na exposição dos pontos-chave da história e evolução dos Direitos Humanos e a conexão com a prática do Conselheiro Tutelar. Engajamento com os Materiais (5 pontos): Avaliação do engajamento dos participantes com os materiais utilizados durante a dinâmica de grupo, como estudos de caso ou materiais de apoio, 30 considerando a participação ativa e a relevância das contribuições. 1 Atividade Assíncrona - Pesquisa e Análise: Didática - Intervenção Pedagógica: Estimular a pesquisa individual sobre legislação de proteção aos direitos das crianças. Promover a reflexão crítica por meio da análise de documentos legais e estudos de casos. Leitura de materiais complementares indicados. Análise individual ou em grupo dos documentos e estudos de caso. Material de leitura disponibilizado online ou impresso. Avaliação formativa baseada na compreensão e na análise crítica demonstrada nos materiais entregues ou nas discussões posteriores. Para cada momento, é essencial considerar a interatividade, a aplicabilidade prática e a reflexão crítica como aspectos- chave da aprendizagem . Participação na Leitura (5 pontos): Avaliação da participação dos participantes na leitura dos materiais complementares, levando em consideração a profundidade da leitura e a capacidade de extrair informações relevantes. Análise Documental (10 pontos): Avaliação da análise dos documentos legais e estudos de caso, considerando a identificação precisa dos pontos de convergência e divergência entre diferentes fontes. Contextualização e Aplicação (5 31 pontos): Avaliação da capacidade dos participantes de aplicar o conhecimento adquirido na análise, relacionando-o com situações reais de violação ou proteção dos direitos das crianças e adolescentes. Fonte: elaborado pelo autor GOMES, Wallace Rosa (2023). Data: 05, 08 e 09 de janeiro de 2024. Tema: Ciclo de Debates e Estudos de Caso sobre Direitos Humanos na Atuação do Conselho Tutelar Objetivos: 1. Oferecer oportunidades práticas baseadas em estudos de casos reais para que os Conselheiros Tutelares apliquem seus conhecimentos e reflitam sobre as decisões tomadas em situações específicas. 2. Capacitar os Conselheiros para o correto preenchimento de relatórios e fichas de notificação, essenciais para o registro adequado das ocorrências relacionadas aos direitos das crianças e adolescentes. 3. Proporcionar um espaço aberto para compartilhar experiências, desafios enfrentados na prática e estratégias de intervenção, enriquecendo o repertório dos participantes. 4. Estimular a identificação e compreensão dos principais desafios enfrentados pelo Conselho Tutelar na proteção dos direitos das crianças e adolescentes em sua região específica. 5. Promover a elaboração de propostas de ações práticas e viáveis para lidar com esses desafios, considerando os recursos disponíveis e potenciais parcerias locais. 6. Facilitar o diálogo entre os participantes, permitindo a troca de experiências, perspectivas e soluções para os desafios comuns enfrentados na atuação do Conselheiro Tutelar. Conteúdos: Direitos Humanos Unidade Didática Metodologia Recursos Didáticos Avaliação Pontos 32 2 Didática - Intervenção Pedagógica: Aplicação Prática Baseada em Estudos de Casos: Fomentar a aplicação prática do conhecimento por meio de estudos de casos reais, promovendo reflexão sobre as decisões tomadas pelos Conselheiros Tutelares. Treinamento na Elaboração de Relatórios e Fichas de Notificação: Proporcionar orientação prática e detalhada sobre como os ConselheirosTutelares devem realizar o registro correto de relatórios e fichas de notificação. Discussão Aberta para Compartilhamento de Experiências e Estratégias: Estimular um debate aberto e construtivo para que os participantes compartilhem experiências, desafios e estratégias de intervenção. Oficinas Práticas (Workshop): Dividir os participantes em grupos para trabalhar em estudos de casos reais, onde cada grupo terá a oportunidade de analisar, discutir e tomar decisões referentes aos casos apresentados. Treinamento Prático de Registro (Workshop): Oferecer uma sessão prática para os Conselheiros Tutelares aprenderem e praticarem a elaboração correta de relatórios e fichas de notificação. Debate Aberto (Sessão de Discussão): Realizar uma sessão aberta de discussão onde os participantes podem compartilhar experiências, desafios e estratégias de intervenção. Sala de aula ou espaço para os grupos de oficinas. Estudos de casos reais para distribuir entre os grupos. Materiais de escrita para elaboração de relatórios e fichas de notificação. Projetor ou quadro branco para apresentações. Participação Ativa (15 pontos): Observação da participação ativa dos grupos nas oficinas, na prática de elaboração de relatórios e fichas, e no debate aberto. Qualidade dos Relatórios e Fichas de Notificação (15 pontos): Avaliação dos registros elaborados pelos Conselheiros Tutelares durante a oficina, considerando a precisão, detalhamento e correção das informações. Contribuição no Debate (10 pontos): Avaliação da participação no debate Participação Ativa (15 pontos): Avaliar a participação dos Conselheiros Tutelares nas atividades práticas, no treinamento de elaboração de documentação e no debate aberto, considerando a contribuição, interações construtivas e envolvimento. Qualidade dos Registros (15 pontos): Pontuar a qualidade dos relatórios e fichas de notificação elaborados durante a atividade prática, considerando a precisão das informações, clareza na redação e conformidade com os procedimentos estabelecidos. Contribuição no Debate (10 pontos): Avaliar 33 aberto, levando em consideração a relevância das experiências compartilhada s, dos desafios apresentados e das estratégias propostas. a participação no debate aberto, levando em conta a relevância das experiências compartilhadas, dos desafios discutidos e das estratégias propostas para aprimorar a atuação dos Conselheiros. 2 Didática - Intervenção Pedagógica: Desenvolvimento de Plano de Ação Coletivo: Facilitar a colaboração entre os participantes na elaboração de um plano de ação coletivo, integrando aprendizados e insights do ciclo de debates para aplicação prática na atuação como Conselheiros Tutelares. Treinamento no Uso do SIPIA: Oferecer orientações práticas sobre o uso eficaz do Sistema de Informações para a Infância e Adolescência (SIPIA), uma ferramenta essencial na rotina do Conselheiro Tutelar. Webconferência Interativa (Workshop): Realizar uma webconferência interativa para a elaboração do plano de ação coletivo, permitindo a participação ativa de todos os envolvidos. Sessão de Treinamento Prático (Tutorial): Oferecer uma sessão prática de treinamento para aprender a utilizar o SIPIA, com demonstrações ao vivo e orientações passo a passo. Trabalho em Grupo (Grupos de Discussão): Dividir os participantes em grupos menores para Plataforma de webconferência para a elaboração do plano de ação coletivo. Acesso ao SIPIA para a sessão de treinamento prático. Recursos de colaboração online para os grupos desenvolverem suas propostas (como Google Docs, Trello, ou ferramentas similares). Participação Ativa (15 pontos): Avaliar a participação ativa dos participantes durante a webconferênc ia para o plano de ação, na sessão de treinamento do SIPIA e nos grupos de discussão, considerando a contribuição, interações e envolvimento. Qualidade do Plano de Ação (15 pontos): Pontuar a Contribuição no Plano de Ação (15 pontos): Avaliação da participação ativa dos participantes na elaboração do plano de ação coletivo, considerando o engajamento, contribuições relevantes e participação construtiva no processo. Domínio do SIPIA (15 pontos): Avaliação do conhecimento adquirido e aplicado durante a sessão de treinamento do SIPIA, 34 Desenvolvimento de Propostas de Ações Práticas: Dividir os participantes em grupos para desenvolver propostas de ações práticas destinadas a melhorar a atuação diária dos Conselheiros Tutelares. desenvolver propostas de ações práticas, promovendo discussões colaborativas. qualidade do plano de ação coletivo desenvolvido, considerando a viabilidade, a aplicabilidade e a pertinência das propostas sugeridas. Domínio do SIPIA (10 pontos): Avaliar o domínio do uso do SIPIA após a sessão de treinamento prático, considerando a capacidade dos participantes em realizar tarefas básicas dentro da plataforma. considerando a capacidade dos participantes de utilizar eficazmente a ferramenta. Qualidade das Propostas (10 pontos): Pontuação da qualidade das propostas de ações práticas desenvolvidas pelos grupos, considerando a viabilidade, relevância e potencial impacto das propostas. 2 Didática - Intervenção Pedagógica: Facilitação de Discussões em Grupos: Orientar os grupos para analisar e discutir os desafios específicos Fórum de Discussão Online (Assíncrono): Utilização de plataformas online (como fóruns ou grupos de discussão) para os grupos interagirem, Plataforma de Discussão Online: Uma plataforma online onde os grupos possam interagir de forma Participação e Qualidade das Contribuições (15 pontos): Avaliação da participação ativa dos grupos, 35 enfrentados pelo Conselho Tutelar, propondo ações práticas para lidar com esses desafios. Estímulo à Participação Ativa: Incentivar a elaboração de perguntas pertinentes para troca de ideias e contribuições entre os grupos, promovendo um diálogo construtivo. compartilharem suas análises e proporem soluções para os desafios identificados. assíncrona, como fóruns virtuais ou aplicativos de mensagens. considerando a frequência e relevância das contribuições para a discussão, bem como a profundidade das análises e propostas apresentadas. Elaboração de Perguntas (10 pontos): Avaliação da qualidade das perguntas elaboradas pelos grupos para os outros grupos, considerando a pertinência, clareza e capacidade de estimular reflexões construtivas. Fonte: elaborado pelo autor GOMES, Wallace Rosa (2023). Data: 10, 11 e 12 de janeiro de 2024. Tema: Ciclo de Debates e Estudos de Caso sobre Direitos Humanos na Atuação do Conselho Tutelar Objetivos: 1. Incentivar a interação entre os participantes, visando à construção conjunta de propostas para enfrentar os desafios identificados na atuação do Conselheiro Tutelar. 2. Promover um ambiente propício para a geração de ideias inovadoras e a discussão de estratégias práticas e viáveis para lidar com os desafios. 36 3. Criar um plano de ação que integre as propostas discutidas, identificando os passos práticos, recursos necessários e responsabilidades para implementação. 4. Reunir e sintetizar as principais propostas de ação elaboradaspelos grupos, identificando ideias- chave e pontos comuns entre elas. 5. Facilitar o processo de refinamento das propostas, visando à consolidação de um plano de ação coletivo mais claro e viável. 6. Permitir que os participantes contribuam de maneira flexível e compartilhem ideias de forma assíncrona, promovendo discussões construtivas sobre a proteção dos direitos das crianças e adolescentes na atuação dos Conselheiros Tutelares. 7. Garantir que as propostas elaboradas sejam efetivamente implementadas na prática. 8. Acompanhar e avaliar os resultados da implementação, analisando o impacto das ações propostas. 9. Promover um processo de aprendizado contínuo, permitindo adaptações conforme necessário para melhorar os resultados. Conteúdos: Direitos Humanos Unidade Didática Metodologia Recursos Didáticos Avaliação Pontos 3 Didática - Intervenção Pedagógica: Facilitação da Colaboração Grupal: Estimular a participação ativa de todos os participantes, promovendo a interação e a construção conjunta de propostas para lidar com os desafios identificados. Fomento à Criatividade e à Participação Igualitária: Encorajar a diversidade de ideias e a expressão de diferentes perspectivas, garantindo que todos se sintam confortáveis Workshop Interativo: Dividido em etapas sequenciais para promover a discussão, a geração de ideias, a elaboração de propostas e a definição de um plano de ação coletivo. Materiais para Anotações: Flipcharts, post- its, marcadores, papel para registrar as ideias e propostas dos grupos. Espaço Físico Adequado: Sala com disposição para trabalho em grupo, garantindo interação e conforto. Participação e Colaboração (20 pontos): Avaliação da contribuição ativa dos participantes durante todas as etapas do workshop, considerando o engajamento, a interação e a qualidade das contribuições para a construção das propostas. Qualidade das Propostas (20 pontos): Participação e Engajamento (20 pontos): Avaliar a contribuição ativa dos participantes durante todas as etapas do encontro, considerando o envolvimento, a interação e o grau de colaboração com o grupo. Qualidade das Propostas (20 pontos): Avaliar a consistência, relevância e viabilidade das propostas desenvolvidas 37 para contribuir. Avaliação da consistência, viabilidade e relevância das propostas desenvolvidas pelos grupos, levando em conta a detalhamento dos passos práticos, recursos necessários e potenciais parcerias para implementaçã o. Coerência do Plano de Ação (10 pontos): Avaliação da capacidade dos participantes de sintetizar as ideias- chave e estratégias discutidas para a formação de um plano de ação coletivo coerente. pelos grupos, considerando a originalidade, a clareza dos passos práticos e a adequação aos desafios identificados. Coerência e Viabilidade do Plano de Ação (15 pontos): Avaliar a capacidade dos participantes de consolidar as ideias discutidas em um plano de ação coletivo coerente e viável, identificando etapas claras para implementação. Interação e Debate (10 pontos): Avaliar a participação nos debates após as apresentações dos grupos, considerando a qualidade das perguntas, contribuições e discussões intergrupais. 38 3 Didática - Intervenção Pedagógica: Fomento à Colaboração e Síntese Coletiva: Estimular a participação ativa dos participantes, promovendo o compartilhamento de ideias e a consolidação das propostas apresentadas pelos grupos. Análise Reflexiva e Identificação de Ideias- Chave: Orientar os participantes na identificação e destaque de ideias centrais, pontos de convergência e elementos essenciais das propostas apresentadas. Fórum de Discussão e Síntese: Utilização de plataformas online para a criação de fóruns onde os grupos possam postar seus resumos e propostas para acesso geral, seguido por uma análise coletiva posterior. Plataforma de Compartilhame nto: Utilização de um fórum online ou plataforma de compartilhamen to para que os grupos postem seus resumos e propostas. Facilitador/Mod erador: Um coordenador do ciclo de debates ou facilitador designado para realizar a análise coletiva e síntese das propostas. Qualidade e Pertinência dos Resumos (25 pontos): Avaliação da qualidade, clareza e relevância dos resumos das propostas de ação elaboradas pelos grupos, considerando a adequada síntese das ideias apresentadas. Contribuição e Participação nos Fóruns (25 pontos): Avaliação da participação ativa dos participantes nos fóruns, considerando a contribuição para discussões construtivas, perguntas pertinentes e feedbacks úteis. Identificação de Ideias- Qualidade dos Resumos e Propostas (25 pontos): Avaliação da qualidade, clareza e relevância dos resumos das propostas de ação elaboradas pelos grupos, considerando a capacidade de síntese e o destaque às ideias principais. Participação e Contribuição nos Fóruns (25 pontos): Avaliação da participação ativa dos participantes nos fóruns ou plataformas de compartilhament o, considerando a contribuição para discussões construtivas, feedbacks relevantes e perguntas pertinentes. Identificação de Ideias-Chave (20 pontos): 39 Chave (20 pontos): Avaliação da capacidade dos participantes de identificar e destacar ideias-chave e pontos em comum entre as propostas apresentadas pelos grupos. Avaliação da capacidade dos participantes de identificar e destacar ideias- chave e pontos de convergência entre as propostas apresentadas pelos grupos. Coerência e Viabilidade das Propostas (30 pontos): Avaliação da consistência, viabilidade e relevância das propostas apresentadas, considerando a adequação aos desafios identificados e a capacidade de formular ações concretas. 3 Didática - Intervenção Pedagógica: Acompanhamento e Orientação: Oferecer suporte para que os participantes realizem a implementação das propostas, estando disponível para esclarecer dúvidas e oferecer orientações Sessões de Acompanhamento e Feedback: Realização de sessões periódicas (semanais, quinzenais) para oferecer feedback, discutir desafios enfrentados durante a implementação e compartilhar experiências. Materiais de Apoio: Disponibilizaçã o de materiais de apoio, como guias práticos, modelos de relatórios e orientações para facilitar a implementação das propostas. Progresso na Implementaçã o (30 pontos): Avaliar o progresso na implementaçã o das propostas, considerando a efetividade das ações realizadas e a Progresso na Implementação (30 pontos): Avaliar o progresso e a execução das propostas conforme o planejado no plano de ação. Alcance de Metas 40 conforme necessário. Avaliação Contínua: Promover um acompanhamento contínuo do progresso da implementação, incentivando a reflexão sobre os resultados obtidos e as eventuais adaptações necessárias. Plataforma de Comunicação: Utilização de ferramentas de comunicação assíncrona, como e- mails, fóruns online ou aplicativos de mensagens, para estar disponível para dúvidas e atualizações. Canais de Comunicação: Uso de ferramentas de comunicação online para estar acessível aos participantes, responder perguntas e oferecer orientação. aderência ao plano elaborado. Relatórios de Impacto (25 pontos): Avaliar aqualidade dos relatórios de impacto elaborados pelos participantes, considerando a análise dos resultados alcançados e a reflexão sobre os desafios enfrentados. Feedback e Reflexão (20 pontos): Avaliar a capacidade de os participantes refletirem sobre os resultados obtidos e de incorporar feedbacks recebidos para ajustes futuros. e Objetivos (25 pontos): Avaliar a eficácia das ações implementadas com base no alcance das metas e objetivos estabelecidos. Avaliação dos Resultados (20 pontos): Avaliar a qualidade da avaliação dos resultados obtidos durante a implementação das ações propostas. Adaptação e Melhoria (25 pontos): Avaliar a capacidade de adaptação do plano de ação, considerando ajustes realizados para melhorar os resultados ao longo do processo. 41 Envolvimento e Participação (25 pontos): Avaliar o nível de envolvimento e participação dos indivíduos no processo de implementaçã o, considerando sua dedicação, colaboração e engajamento. Fonte: elaborado pelo autor GOMES, Wallace Rosa (2023). 42 4 METODOLOGIA A metodologia proposta para esta pesquisa sobre "Reflexões e Desafios na Aplicação dos Direitos Humanos na Atuação do Conselheiro Tutelar: Um Estudo de Caso a partir de Ciclos de Debates", consideramos a realização de um estudo misto, combinando métodos quantitativos e qualitativos para uma compreensão ampla e aprofundada do tema. Métodos de Pesquisa: 1. Análise Documental: Levantamento e revisão de legislações, tratados internacionais, relatórios, teses, dissertações e outras publicações pertinentes aos Direitos Humanos e à atuação do Conselheiro Tutelar. 2. Estudos de Caso: Coleta e análise de estudos de casos reais, emblemáticos ou representativos de violações ou êxitos na aplicação dos Direitos Humanos pela atuação do Conselheiro Tutelar. 3. Entrevistas e Questionários: Realização de entrevistas com Conselheiros Tutelares, especialistas, membros da comunidade e possivelmente crianças e adolescentes para compreender suas percepções, experiências e desafios vivenciados. 4. Observação Participante: Participação ativa em ciclos de debates, formações, capacitações ou atividades relacionadas ao trabalho do Conselheiro Tutelar, buscando entender de forma direta os desafios e discussões em torno dos Direitos Humanos. Procedimentos: Levantamento Bibliográfico: Coleta de material teórico para embasar a análise dos Direitos Humanos e sua aplicação na atuação do Conselheiro Tutelar. Seleção e Análise de Estudos de Caso: Identificação e avaliação de estudos de casos relevantes, analisando sua aplicabilidade e aprendizados para a pesquisa. 43 Realização de Entrevistas e Questionários: Preparação de roteiros e aplicação de entrevistas/ questionários para coletar informações sobre percepções, desafios e práticas no campo. Observação e Participação Ativa: Registro de informações provenientes da participação em eventos, debates, formações ou práticas relacionadas aos Direitos Humanos e ao trabalho do Conselheiro Tutelar. Análise de Dados: Análise qualitativa: Identificação de padrões, temas recorrentes e narrativas presentes nas entrevistas, questionários e observações. Análise quantitativa (se aplicável): Tratamento estatístico de dados obtidos por meio de questionários. A combinação desses métodos permitirá uma análise abrangente e aprofundada dos desafios e reflexões na aplicação dos Direitos Humanos pela atuação do Conselheiro Tutelar, proporcionando insights significativos para a pesquisa. 4.1 Locus e sujeitos da pesquisa Os lócus desta pesquisa abrangem o campo de atuação dos Conselheiros Tutelares na região do Leste Mineiro. Este ambiente compreende as diversas áreas de atendimento, incluindo as unidades dos Conselhos Tutelares, instituições de acolhimento, escolas, comunidades e outros espaços onde ocorre a atuação voltada para a proteção dos direitos das crianças e adolescentes. Público-Alvo: Conselheiros Tutelares em exercício na região do Leste Mineiro; Tempo e Espaço: Tempo: A pesquisa será realizada ao longo de um período de 03 meses, compreendendo desde a coleta inicial de dados até a análise e conclusões finais. 44 Espaço: O estudo será conduzido principalmente nos municípios abrangidos pela região do Leste Mineiro, nos locais de atuação dos Conselheiros Tutelares. A delimitação do tempo e do espaço visa garantir uma análise detalhada e abrangente da atuação dos Conselheiros Tutelares nessa região específica, permitindo uma compreensão mais aprofundada dos desafios e reflexões na aplicação dos Direitos Humanos no contexto local. 4.2 Metodologia da pesquisa A metodologia de pesquisa adotada para este estudo será predominantemente qualitativa, apoiada em elementos bibliográficos, análise documental e estudo de caso. Etapas para Realização da Prática Pedagógica: 1. Coleta de Dados Iniciais: Levantamento bibliográfico sobre Direitos Humanos, legislação relacionada à infância e adolescência, e estudos pertinentes à atuação dos Conselheiros Tutelares. Análise de documentos legais, como a Declaração Universal dos Direitos Humanos e a Convenção sobre os Direitos da Criança. 2. Identificação e Seleção de Casos: Escolha de estudos de caso representativos das situações enfrentadas pelos Conselheiros Tutelares na região do Leste Mineiro. 3. Realização dos Ciclos de Debates e Estudos de Caso: Organização de encontros presenciais e síncronos online para apresentação dos objetivos, palestras expositivas, dinâmicas de grupo, análise de casos e debates. 4. Atividades Assíncronas: https://docs.google.com/document/d/1maNG6k1a6IIGfvIsLzlqvYCs6z4c74P9/edit#heading=h.35nkun2 45 Realização de atividades de pesquisa, análise de documentos legais e discussões em fóruns online sobre questões práticas enfrentadas pelos Conselheiros Tutelares. 5. Reflexão e Consolidação: Síntese dos debates e estudos de caso realizados, destacando ideias-chave, estratégias de intervenção e aprendizados adquiridos. 6. Elaboração de Relatório e Análise dos Resultados: Produção de um relatório final que condense as reflexões, propostas e recomendações baseadas nos resultados da pesquisa. A abordagem qualitativa permitirá uma compreensão mais profunda das experiências, percepções e desafios enfrentados pelos Conselheiros Tutelares, assim como a validação das estratégias propostas nos ciclos de debates e estudos de caso. 4.3 Instrumentos de coleta e produção de dados Os instrumentos de coleta de dados que podem ser considerados para esta pesquisa: 1. Entrevistas Semiestruturadas: Com Conselheiros Tutelares para entender suas percepções, desafios enfrentados e visão sobre a aplicação dos Direitos Humanos em seu trabalho. 2. Questionários: 3. Análise Documental: Legislações, registros de casos, relatórios do Conselho Tutelar, entre outros documentos pertinentes para contextualizar e embasar a pesquisa. 4. Observação Participante: https://docs.google.com/document/d/1maNG6k1a6IIGfvIsLzlqvYCs6z4c74P9/edit#heading=h.1ksv4uv 46 Participação ativa em eventos, encontros, e atividades formativas realizadas para os Conselheiros Tutelares, a fim de compreender in loco suas práticas e desafios. 5. Grupos Focais: Reuniões de discussão em grupo, onde vários Conselheiros Tutelares podem compartilhar experiências, desafios e boas práticas. A escolha dos instrumentos dependerá da profundidade de dados necessária para responder aos objetivos da pesquisa e da disponibilidade dos participantes. Essa variedade de métodos ajudará a obter uma compreensão abrangente da aplicação dos Direitos Humanos na atuação do Conselheiro Tutelar. 4.4 Metodologias de análise de dados Algumas metodologias de análise
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