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Prévia do material em texto

INTERVENÇÃO
PROFISSIONAL EM
EDUCAÇÃO FÍSICA
PROFESSORAS
Dra. Fabiane Castilho Teixeira
Me. Isabella Caroline Belem
Quando identi� car o ícone QR-CODE, utilize o aplicativo 
Unicesumar Experience para ter acesso aos conteúdos online. 
O download do aplicativo está disponível nas plataformas:
Acesse o seu livro também disponível na versão digital.
Google Play App Store
2 
INTERVENÇÃO PROFISSIONAL EM EDUCAÇÃO FÍSICA 
NEAD - Núcleo de Educação a Distância
Av. Guedner, 1610, Bloco 4 - Jd. Aclimação 
Cep 87050-900 - Maringá - Paraná - Brasil
www.unicesumar.edu.br | 0800 600 6360
C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ. Núcleo de Educação a Distância; 
TEIXEIRA, Fabiane Castilho; BELEM, Isabella Caroline.
Intervenção Profissional em Educação Física. Fabiane Castilho Teixei-
ra; Isabella Caroline Belem
Maringá - PR.:Unicesumar, 2019. Reimpresso em 2023.
188 p.
“Graduação em Educação Física - EaD”.
1. Educação Física. 2. Ética 3. Avaliação . 4. EaD. I. Título.
ISBN 978-85-459-1858-5 CDD - 22ª Ed. 796
CIP - NBR 12899 - AACR/2
Ficha Catalográfica Elaborada pelo Bibliotecário
João Vivaldo de Souza - CRB-8 - 6828
Impresso por: 
DIREÇÃO UNICESUMAR
Reitor Wilson de Matos Silva, Vice-Reitor Wilson de Matos Silva Filho, Pró-Reitor Executivo de EAD 
William Victor Kendrick de Matos Silva, Pró-Reitor de Ensino de EAD Janes Fidélis Tomelin, Presidente 
da Mantenedora Cláudio Ferdinandi.
NEAD - NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
Diretoria Executiva Chrystiano Mincoff, James Prestes, Tiago Stachon, Diretoria de Graduação e 
Pós-graduação Kátia Coelho, Diretoria de Permanência Leonardo Spaine, Diretoria de Design 
Educacional Débora Leite, Head de Produção de Conteúdos Celso Luiz Braga de Souza Filho, Head de 
Curadoria e Inovação Tania Cristiane Yoshie Fukushima, Gerência de Produção de Conteúdo Diogo 
Ribeiro Garcia, Gerência de Projetos Especiais Daniel Fuverki Hey, Gerência de Processos Acadêmicos 
Taessa Penha Shiraishi Vieira, Supervisão de Produção de Conteúdo Nádila Toledo.
Coordenador(a) de Conteúdo Coordenador, Projeto Gráfico José Jhonny Coelho, Editoração Humberto 
Garcia da Silva, Designer Educacional Lilian Vespa, Revisão Textual Monique Coloni Boer, Ilustração 
Ilustrador, Fotos Shutterstock.
Em um mundo global e dinâmico, nós trabalhamos 
com princípios éticos e profissionalismo, não 
somente para oferecer uma educação de qualidade, 
mas, acima de tudo, para gerar uma conversão 
integral das pessoas ao conhecimento. Baseamo-
nos em 4 pilares: intelectual, profissional, emocional 
e espiritual.
Iniciamos a Unicesumar em 1990, com dois cursos de 
graduação e 180 alunos. Hoje, temos mais de 100 mil 
estudantes espalhados em todo o Brasil: nos quatro 
campi presenciais (Maringá, Curitiba, Ponta Grossa 
e Londrina) e em mais de 300 polos EAD no país, 
com dezenas de cursos de graduação e pós-graduação. 
Produzimos e revisamos 500 livros e distribuímos mais 
de 500 mil exemplares por ano. Somos reconhecidos 
pelo MEC como uma instituição de excelência, com 
IGC 4 em 7 anos consecutivos. Estamos entre os 10 
maiores grupos educacionais do Brasil.
A rapidez do mundo moderno exige dos educadores 
soluções inteligentes para as necessidades de todos. 
Para continuar relevante, a instituição de educação 
precisa ter pelo menos três virtudes: inovação, 
coragem e compromisso com a qualidade. Por 
isso, desenvolvemos, para os cursos de Engenharia, 
metodologias ativas, as quais visam reunir o melhor 
do ensino presencial e a distância.
Tudo isso para honrarmos a nossa missão que é 
promover a educação de qualidade nas diferentes áreas 
do conhecimento, formando profissionais cidadãos 
que contribuam para o desenvolvimento de uma 
sociedade justa e solidária.
Vamos juntos!
Wilson Matos da Silva
Reitor da Unicesumar
boas-vindas
Prezado(a) Acadêmico(a), bem-vindo(a) à 
Comunidade do Conhecimento. 
Essa é a característica principal pela qual a Unicesumar 
tem sido conhecida pelos nossos alunos, professores 
e pela nossa sociedade. Porém, é importante 
destacar aqui que não estamos falando mais daquele 
conhecimento estático, repetitivo, local e elitizado, mas 
de um conhecimento dinâmico, renovável em minutos, 
atemporal, global, democratizado, transformado pelas 
tecnologias digitais e virtuais.
De fato, as tecnologias de informação e comunicação 
têm nos aproximado cada vez mais de pessoas, lugares, 
informações, da educação por meio da conectividade 
via internet, do acesso wireless em diferentes lugares 
e da mobilidade dos celulares. 
As redes sociais, os sites, blogs e os tablets aceleraram 
a informação e a produção do conhecimento, que não 
reconhece mais fuso horário e atravessa oceanos em 
segundos.
A apropriação dessa nova forma de conhecer 
transformou-se hoje em um dos principais fatores de 
agregação de valor, de superação das desigualdades, 
propagação de trabalho qualificado e de bem-estar. 
Logo, como agente social, convido você a saber cada 
vez mais, a conhecer, entender, selecionar e usar a 
tecnologia que temos e que está disponível. 
Da mesma forma que a imprensa de Gutenberg 
modificou toda uma cultura e forma de conhecer, 
as tecnologias atuais e suas novas ferramentas, 
equipamentos e aplicações estão mudando a nossa 
cultura e transformando a todos nós. Então, priorizar o 
conhecimento hoje, por meio da Educação a Distância 
(EAD), significa possibilitar o contato com ambientes 
cativantes, ricos em informações e interatividade. É 
um processo desafiador, que ao mesmo tempo abrirá 
as portas para melhores oportunidades. Como já disse 
Sócrates, “a vida sem desafios não vale a pena ser vivida”. 
É isso que a EAD da Unicesumar se propõe a fazer. 
Willian V. K. de Matos Silva
Pró-Reitor da Unicesumar EaD
Seja bem-vindo(a), caro(a) acadêmico(a)! Você está 
iniciando um processo de transformação, pois quando 
investimos em nossa formação, seja ela pessoal ou 
profissional, nos transformamos e, consequentemente, 
transformamos também a sociedade na qual estamos 
inseridos. De que forma o fazemos? Criando 
oportunidades e/ou estabelecendo mudanças capazes 
de alcançar um nível de desenvolvimento compatível 
com os desafios que surgem no mundo contemporâneo. 
O Centro Universitário Cesumar mediante o Núcleo de 
Educação a Distância, o(a) acompanhará durante todo 
este processo, pois conforme Freire (1996): “Os homens 
se educam juntos, na transformação do mundo”.
Os materiais produzidos oferecem linguagem 
dialógica e encontram-se integrados à proposta 
pedagógica, contribuindo no processo educacional, 
complementando sua formação profissional, 
desenvolvendo competências e habilidades, e 
aplicando conceitos teóricos em situação de realidade, 
de maneira a inseri-lo no mercado de trabalho. Ou seja, 
estes materiais têm como principal objetivo “provocar 
uma aproximação entre você e o conteúdo”, desta 
forma possibilita o desenvolvimento da autonomia 
em busca dos conhecimentos necessários para a sua 
formação pessoal e profissional.
Portanto, nossa distância nesse processo de crescimento 
e construção do conhecimento deve ser apenas 
geográfica. Utilize os diversos recursos pedagógicos 
que o Centro Universitário Cesumar lhe possibilita. 
Ou seja, acesse regularmente o Studeo, que é o seu 
Ambiente Virtual de Aprendizagem, interaja nos 
fóruns e enquetes, assista às aulas ao vivo e participe 
das discussões. Além disso, lembre-se que existe 
uma equipe de professores e tutores que se encontra 
disponível para sanar suas dúvidas e auxiliá-lo(a) em 
seu processo de aprendizagem, possibilitando-lhe 
trilhar com tranquilidade e segurança sua trajetória 
acadêmica.
boas-vindas
Débora do Nascimento Leite
Diretoria de Design Educacional
Janes Fidélis Tomelin
Pró-Reitor de Ensino de EAD
Kátia Solange Coelho
Diretoria de Graduação 
e Pós-graduação
Leonardo Spaine
Diretoria de Permanência
autoras
Dra. Fabiane Castilho Teixeira
Doutora em Educação Física pelo Programa de Pós-Graduação em Educação Física As-
sociado pela Universidade Estadual de Maringá (UEM), e pela UniversidadeEstadual de 
Londrina (2018); mestre em Educação Física pelo Programa de Pós-Graduação Associado 
UEM/UEL (2012); especialista em Prescrição Personalizada de Exercícios Físicos-Personal 
Training pela UEM (2010); e graduada em Educação Física pela mesma instituição (2008). 
É participante do Grupo de Pesquisa Gímnica: formação, intervenção e escola DEF/UEM/
CNPq, com estudos direcionados ao processo de formação inicial e continuada, à prática 
pedagógica docente e à intervenção profi ssional em Educação Física. Atua, sobretudo, 
nos seguintes temas: formação, prática pedagógica docente, educação física escolar, in-
tervenção profi ssional, pós-graduação, metodologia da pesquisa. Atualmente é docente 
do curso de Educação Física do Centro Universitário Cesumar (Unicesumar).
Link: http://lattes.cnpq.br/3494154981369079
Me. Isabella Caroline Belem
Doutoranda em Educação Física pelo Programa de Pós-Graduação Associado pela Univer-
sidade Estadual de Maringá (UEM), e pela Universidade Estadual de Londrina (2017) na 
linha Trabalho e Formação em Educação Física; mestre em Educação Física pelo Programa 
de Pós-Graduação em Educação Física Associado UEM/UEL (2014) na linha Fatores Psi-
cossociais e Comportamentais Relacionados ao Exercício Físico e ao Esporte; especialista 
em Ginástica Rítmica (2015) pela Universidade do Norte do Paraná (UNOPAR); e graduada 
em Educação Física pela UEM (2011). Atualmente é docente no Núcleo de Educação à 
Distância do Centro Universitário Cesumar (Unicesumar), no qual ministra a disciplina 
Estágio Supervisionado e Ginástica. Atuou como professora assistente do Departamento 
de Educação Física na Universidade Paranaense (UNIPAR), nas disciplinas: Ginástica, Es-
portes Individuais, Treinamento de Esportes Individuais, Dança e Folclore, Treinamento 
Esportivo e Estágio Supervisionado.
Link: http://lattes.cnpq.br/9338217673617968
apresentação do material
INTERVENÇÃO PROFISSIONAL EM EDUCAÇÃO FÍSICA
Caro(a) aluno(a), é com muita satisfação que apresentamos a você o livro Inter-
venção Profissional em Educação Física. Este material foi construído a partir do 
conjunto de inquietações e de análises que desenvolvemos sobre o campo da in-
tervenção profissional em Educação Física, especialmente o contexto de trabalho 
disponível para os profissionais que escolheram atuar em bacharelado. Portanto, 
para os estudos que realizaremos na disciplina, será indispensável considerarmos 
as significativas mudanças que ocorreram na atuação profissional da área nas 
últimas décadas.
Mais do que isso, veremos que a consolidação de novos campos de atuação da 
área impactou na caracterização da sua intervenção profissional, na regulamenta-
ção da profissão e, ainda, fomentou a produção de conhecimentos pertinentes ao 
contexto da prestação de serviços. Todo esse aparato de circunstâncias provocou, 
na comunidade acadêmica, debates profícuos a respeito de uma organização 
curricular qualificada para a formação em Educação Física. Consequentemente, 
tivemos importantes mudanças no seu processo formativo.
Dessa forma, esperamos mostrar-lhe que, na atual configuração social, é neces-
sário que o futuro profissional bacharel em Educação Física assuma papéis ativo, 
ético, crítico e reflexivo na prestação de serviços à sociedade. Tal profissional, ao 
inserir-se no mercado de trabalho que é, de fato, muito dinâmico e complexo, 
deve estar preparado para gerenciar o seu próprio desenvolvimento. Além disso, 
lembramos que é necessário ter autonomia, responsabilidade e motivação para 
buscar conhecimentos que o qualifiquem a lidar com as mais diversas situações 
demandadas pelo contexto profissional. 
Por isso, caro(a) aluno(a), é importante que você tenha em mente que a condição 
de autônomo evidencia a preocupação com a qualidade do serviço prestado, pois 
esse profissional deverá aprender a administrar os riscos e os desafios provocados 
pelas contínuas mudanças da sociedade. 
Em nosso entendimento, há muito o que avançarmos na forma como concebe-
mos a intervenção profissional em Educação Física, pois é vestígio histórico fatídico 
ainda concebermos a área como desvinculada de conhecimentos acadêmicos. Esse 
fato se faz tão presente, que é comum as pessoas pensarem que os cursos de for-
mação são conduzidos somente por disciplinas de característica prática, uma vez 
que a dimensão técnica do fazer ainda é concepção predominante da preparação 
profissional. No âmbito social, efetiva-se como se toda e qualquer ação realizada 
não exigisse arcabouço de conhecimentos formalizados, o que você já aprendeu, 
que não é verdade.
Com efeito, o profissional de Educação Física é concebido como um sujeito com 
muitas destrezas e habilidades relativas à prática de atividades físicas, que cuida da 
alimentação e mantém sua estética corporal a qualquer custo. Não que essas ques-
tões não sejam importantes e não façam parte do cotidiano do profissional, mas já 
vimos que o desempenho da profissão não se restringe a tais práticas “adequadas”. 
Queremos debater com você que, enquanto profissionais da área, devemos ser 
críticos em relação a essa imagem construída socialmente sobre a área e aquela 
que a desempenha. Para isso, precisamos estar munidos dos saberes e dos conhe-
cimentos específicos que compõem nossa intervenção. Pensamos que a prática 
profissional qualificada colaborará de forma ímpar para que essa visão frágil e 
fragmentada não seja legitimada.
Para darmos conta das discussões sobre a intervenção profissional em Educa-
ção Física, estruturamos este livro em cinco unidades. Na primeira, abordaremos 
a formação profissional em Educação Física, momento em que destacaremos a 
configuração da área na sociedade vigente e algumas problemáticas pertinentes à 
prestação de seus serviços. A segunda unidade tem como foco discutir a expan-
são dos campos de trabalho da área e indicar algumas possibilidades de inserção 
nesses espaços. 
Na terceira unidade, abordaremos a temática das competências profissionais, 
em que discutiremos a pertinência da competência para a qualificação do atendi-
mento ofertado em diferentes contextos e realidades. A quarta unidade apresenta 
o planejamento e a avaliação como importantes elementos a serem considerados 
pelo profissional nos seus programas de intervenção. A quinta unidade finaliza 
o livro discutindo a relevância dos princípios éticos e das práticas morais no de-
sempenho cotidiano dessa profissão. 
Desejamos a você uma excelente caminhada. Bons estudos!
sumário
UNIDADE I
FORMAÇÃO PROFISSIONAL EM EDUCAÇÃO FÍSICA
14 Educação Física, Área em Pleno Desenvolvimento
18 O Que é a Profi ssão e como Podemos ser 
Bons Profi ssionais
22 A Profi ssão em Educação Física e como Quali-
fi car a Intervenção Profi ssional
25 Considerações fi nais
30 Referências
32 Gabarito
UNIDADE II
OS CAMPOS DE ATUAÇÃO PROFISSIONAL
34 Expansão dos Campos de Atuação Profi ssional
38 Desafi os e Perspectivas da Profi ssão
42 Algumas Possibilidades de Inserção Profi ssional 
50 Considerações fi nais
54 Referências
57 Gabarito
UNIDADE III
COMPETÊNCIAS PROFISSIONAIS
66 Dimensões da Competência Profi ssional
78 Competência Profi ssional no Âmbito da Ori-
entação de Exercícios Físicos
84 Competência Profi ssional no Âmbito do Tre-
inamento Esportivo
88 Considerações fi nais
97 Referências
100 Gabarito
UNIDADE IV
PROGRAMAS DE INTERVENÇÃO E DE AVALIAÇÃO DA 
PRÁTICA
106 Programas de Intervenção e de Avaliação da 
Prática
124 Avaliando as Intervenções
143 Considerações fi nais
148 Referências
150 Gabarito
UNIDADE V
PREPARAÇÃO PROFISSIONAL PARA INTERVENÇÃO 
ÉTICA EM EDUCAÇÃO FÍSICA
156 Ética, Moral e Ética Profi ssional
164 A Ética e o Perfi l do Profi ssional de Educação 
Física na Sociedade Contemporânea
172 A Responsabilidade Civil e sua Importância 
Para o Exercício da Profi ssão
178 Considerações fi nais
184 Referências
186 Gabarito
187 CONCLUSÃO GERAL
Professora Dra. Fabiane Castilho Teixeira 
Professora Me. Isabella Caroline Belem
Planode Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta 
unidade:
• Educação Física, área em pleno desenvolvimento
• O que é a profi ssão e como podemos ser bons 
profi ssionais
• A profi ssão em Educação Física e como qualifi car a 
intervenção profi ssional
Objetivos de Aprendizagem
• Evidenciar a confi guração da Educação Física na sociedade 
atual e os principais aspectos relacionados à inserção 
dessa área no mercado de trabalho.
• Discutir as principais características das profi ssões, 
destacando as problemáticas que permeiam a prestação 
de serviços na área da Educação Física e que constituem o 
cotidiano dessa profi ssão. 
• Analisar a importância do processo formativo para a 
qualifi cação profi ssional em Educação Física.
FORMAÇÃO PROFISSIONAL EM
EDUCAÇÃO FÍSICA
 unidade 
I
INTRODUÇÃO
C
om a divisão do curso de Educação Física em duas graduações 
distintas (licenciatura e bacharelado) a partir da promulgação 
do Parecer do Conselho Federal de Educação (CFE) n. 215/87 
e a Resolução 03/87, iniciou-se o desenvolvimento do campo 
de atuação de ambas as áreas. Enquanto os profissionais licenciados atu-
am nas escolas com a Educação Básica e Educação Especial, os bacharéis 
atuam nos demais campos com o esporte, o exercício físico, a recreação e 
lazer, o treinamento e a saúde pública.
Devemos partir desse pressuposto para entender quais são os cam-
pos de atuação em Educação Física, bem como compreender o que é ser 
um profissional qualificado. Primeiramente é preciso entender como a 
expansão da área de atuação do bacharelado tem se dado e como fomos 
reconhecidos como profissionais, sobretudo da área da saúde. 
Nesse sentido, ser profissional implica em conhecimento específico 
inerente ao trabalho realizado. Toda profissão tem arcabouço de conhe-
cimentos especializados, que é organizado e regulamentado por institui-
ções, como o Conselho Federal de Educação Física e os Conselhos Regio-
nais de Educação Física, além de serem seguidos pelos conselhos de ética. 
O(a) profissional de Educação Física, por meio de sua formação ini-
cial, é qualificado(a) para trabalhar com a prevenção, a promoção e a 
reabilitação da saúde. Dessa forma, você, enquanto futuro(a) profissio-
nal, terá como uma de suas responsabilidades a prestação de serviços à 
sociedade. É importante, então, que você compreenda, ao longo de sua 
graduação, quais as áreas de intervenção inerentes à sua profissão, a fim 
de tornar-se um(a) profissional capacitado(a).
A partir dessas considerações, você verá como se deu a expansão da 
área de atuação do bacharelado e como a nossa profissão foi reconhecida. 
Seguem, ainda, alguns pressupostos sobre a legalidade da profissão. A partir 
dessa leitura, esperamos que você conheça um pouco mais sobre sua futura 
profissão, faça uma reflexão sobre o que é ser um(a) profissional, e mais ain-
da, o que é ser um(a) profissional qualificado(a). Vamos aos estudos!
14 
INTERVENÇÃO PROFISSIONAL EM EDUCAÇÃO FÍSICA 
Caro(a) aluno(a), para iniciarmos os estudos que re-
alizaremos neste tópico, é indispensável lembrarmos 
que a Educação Física se encontra em plena expan-
são. As transformações sociais e os rápidos avanços 
da ciência e da tecnologia infl uenciaram diretamen-
te nos campos de trabalho dessa área. Além disso, 
na década de 1980, questionamentos e debates da 
comunidade acadêmica em torno do processo for-
mativo e da intervenção profi ssional, fortaleceram-
-se e a formação se tornou uma das preocupações 
centrais do universo acadêmico.
Ademais, no cenário de democratização das prá-
ticas e das políticas sociais, o ensino da Educação 
Física no Brasil passou pelo processo de reestrutura-
ção curricular, que redefi niu seus conteúdos e méto-
dos de ensino, respaldado pelo avanço da produção 
do conhecimento e pela luta de alguns profi ssionais 
por mais autonomia da área no campo da formação 
profi ssional (PRONI, 2010).
Aspecto relevante desse percurso histórico é 
que, com a Resolução CFE 03/87, a Educação Física 
incorporou importantes parâmetros normativos e 
Educação Física,
Área em Pleno Desenvolvimento
 EDUCAÇÃO FÍSICA 
 15
deu um salto de qualidade, sobretudo ao organizar 
a sua área de estudos por eixos temáticos de conhe-
cimento e delimitar duas áreas acadêmico-profissio-
nais – o bacharelado e a licenciatura. 
A aprovação das Diretrizes Curriculares Na-
cionais no início do século XXI (Resolução nº 01/
CNE/2002 e Resolução nº 07/CNE/2004) trouxe 
propostas ajustadas à preparação de profissionais, 
incluindo o rol de competências para atuação no 
dinâmico e acelerado universo mercadológico ins-
taurado, sobretudo com a criação do curso de Ba-
charelado em Educação Física. Com essas resolu-
ções, notamos que, aos poucos, mediante a defesa da 
abrangência do campo de atuação, os cursos de for-
mação foram solicitados a reajustar seus currículos 
e incluir na listagem de componentes curriculares 
conhecimentos que discutam tanto o espaço escolar 
quanto o não escolar. 
Avanço importante para a qualificação dos cursos 
de formação inicial em Educação Física veio com a Re-
solução CNE/CES n. 4/2009, que instituiu a carga horá-
ria mínima de 3.200 horas e os limites da integralização 
e da duração do curso de bacharelado, concretizando, 
assim, as mudanças advindas da divisão da graduação 
em Educação Física em dois cursos distintos (BRASIL, 
2009; BARBOSA-RINALDI; PIZANI, 2012).
Atualmente, podemos mencionar os Referenciais 
Curriculares Nacionais dos Cursos de Bacharelado e 
de Licenciatura (2010, p. 30), que apresentam a ideia 
de sintonia da educação superior às demandas sociais 
e econômicas, afirmando a necessidade da identidade 
específica para cada formação. Essas orientações defi-
nem as atuações do perfil do egresso bacharel em Edu-
cação Física, que atua no planejamento, na prescrição, 
na supervisão e na coordenação de projetos e de pro-
gramas de atividades físicas, recreativas e esportivas. 
Figura 1 – Treinamento esportivo
16 
INTERVENÇÃO PROFISSIONAL EM EDUCAÇÃO FÍSICA 
Esses documentos apresentam como principais 
campos de intervenção do profi ssional de Educação 
Física: as academias, os clubes esportivos, os hospi-
tais, os parques, entre outros. O profi ssional pode 
prestar serviços como autônomo ou gerenciar sua 
própria empresa. É importante termos em mente a 
abrangência da área.
Você deve estar se questionando: quais são os 
impactos que a sociedade apresenta para a confi gu-
ração da Educação Física no mercado de trabalho 
atualmente? Resposta possível pode ser encontrada 
a partir dos estudos de Oliveira (2000), em que o 
autor destaca que a dinâmica social e seus avan-
ços tecnológicos exigem que as áreas responsáveis 
pelo preparo de profi ssionais se ajustem a ela, ofe-
recendo outro perfi l de profi ssional, que seja capaz 
de atender às suas necessidades. Como a escola já 
não é mais o único locus de atuação da área, no-
vas possibilidades emergiram vinculadas ao campo 
não formal. 
Na prática, isso signifi cou que, à medida que 
a escola deixa o locus quase exclusivo da atuação 
profi ssional em Educação Física, surgem organi-
zações para regulamentar a profi ssão, momento 
em que passa a ser utilizado o termo “profi ssional 
de educação física” (PRONI, 2010). Veremos com 
mais detalhes neste livro o reconhecimento da pro-
fi ssão nessa área. É oportuno mencionar que, na 
década de 1990, foi sancionada a Lei Federal N.º 
9.696, de 1.º de setembro de 1998, a qual indica que 
o profi ssional de Educação Física deve estar apto a 
planejar e a executar programas, bem como ofertar 
atendimento especializado nas áreas de atividades 
físicas e de desporto. Essa lei instituiu o Conselho 
Federal de Educação Física (CONFEF) e os conse-
lhos regionais.
Portanto, caro(a) aluno(a), até este momento é 
fundamental que você saiba que a sua preparação 
profi ssional não se restringe à organização curri-
cular do seu curso. Além do perfi l do egresso que a 
instituição de ensino superior pretendeformar, do 
ensino ofertado por ela, da articulação com o mer-
cado de trabalho, das propostas de ensino desen-
volvidas pelos docentes vinculados, dentre outros 
aspectos, a formação qualifi cada apresenta íntima 
relação com a maturidade acadêmica que o gradu-
ando em Educação Física precisa desenvolver ao 
longo do curso. 
Você sabia que o dia do Profi ssional de Educa-
ção Física é comemorado no dia primeiro de 
setembro? Nessa data foi publicada a Lei Nº 
9.696, de primeiro de setembro de 1998, que 
estabelece a regulamentação da Profi ssão de 
Educação Física e cria o Conselho Federal e 
os Conselhos Regionais de Educação Física. 
Fonte: as autoras. 
REFLITA
Figura 2 – Qualifi cação profi ssional
 EDUCAÇÃO FÍSICA
 17
Evidentemente, as instituições formadoras não de-
vem pautar-se somente nas necessidades do merca-
do para defi nir suas propostas curriculares. Porém, 
as demandas advindas do campo de trabalho não 
podem ser desconsideradas na defi nição do perfi l do 
profi ssional que as instituições se responsabilizam a 
formar. Formação profi ssional e mercado de traba-
lho são elementos que apresentam vínculos impor-
tantes, assim, continuaremos com afi nco nossos es-
tudos sobre a intervenção profi ssional na área.
18 
INTERVENÇÃO PROFISSIONAL EM EDUCAÇÃO FÍSICA 
Entendemos aqui que discutir o campo das profi s-
sões e o domínio da profi ssão em Educação Física 
é, de fato, válido para o percurso que percorreremos 
na disciplina.
Sendo assim, para iniciarmos nossos estudos, é 
oportuno você saber que a preocupação em caracte-
rizar a profi ssão como atividade desenvolvida a par-
tir da apropriação de conhecimentos sistematizados, 
distinta das atividades que não abrangem conheci-
mentos específi cos é percebida, sobretudo, com o 
intenso processo de industrialização ocasionado no 
século XIX. Nesse período, surgiu a área de estudos 
da Sociologia das Profi ssões, que se preocupa em 
defi nir critérios para classifi car as atividades profi s-
sionais (VERENGUER, 2004). 
O interesse pelo campo de estudos das profi ssões 
tem aumentado nas últimas décadas e se tornado 
foco de atenção de historiadores, de cientistas de po-
líticos e de sociólogos de diversas partes do mundo, 
o que fomentou a produção de material e de conhe-
cimento sobre essa temática (FREIDSON, 1996). 
O Que é a Profi ssãoO Que é a Profi ssãoO Que é a Profi ssãoO Que é a Profi ssãoO Que é a Profi ssãoO Que é a Profi ssãoO Que é a Profi ssãoO Que é a Profi ssãoO Que é a Profi ssãoO Que é a Profi ssãoO Que é a Profi ssãoO Que é a Profi ssão
e como Podemos ser Bons Profi ssionaise como Podemos ser Bons Profi ssionaise como Podemos ser Bons Profi ssionaise como Podemos ser Bons Profi ssionaise como Podemos ser Bons Profi ssionaise como Podemos ser Bons Profi ssionaise como Podemos ser Bons Profi ssionaise como Podemos ser Bons Profi ssionaise como Podemos ser Bons Profi ssionaise como Podemos ser Bons Profi ssionaise como Podemos ser Bons Profi ssionaise como Podemos ser Bons Profi ssionaise como Podemos ser Bons Profi ssionaise como Podemos ser Bons Profi ssionaise como Podemos ser Bons Profi ssionaise como Podemos ser Bons Profi ssionaise como Podemos ser Bons Profi ssionaise como Podemos ser Bons Profi ssionaise como Podemos ser Bons Profi ssionaise como Podemos ser Bons Profi ssionaise como Podemos ser Bons Profi ssionaise como Podemos ser Bons Profi ssionaise como Podemos ser Bons Profi ssionaise como Podemos ser Bons Profi ssionaise como Podemos ser Bons Profi ssionaise como Podemos ser Bons Profi ssionaise como Podemos ser Bons Profi ssionaise como Podemos ser Bons Profi ssionaise como Podemos ser Bons Profi ssionaise como Podemos ser Bons Profi ssionaise como Podemos ser Bons Profi ssionaise como Podemos ser Bons Profi ssionaise como Podemos ser Bons Profi ssionaise como Podemos ser Bons Profi ssionaise como Podemos ser Bons Profi ssionaise como Podemos ser Bons Profi ssionaise como Podemos ser Bons Profi ssionaise como Podemos ser Bons Profi ssionaise como Podemos ser Bons Profi ssionaise como Podemos ser Bons Profi ssionaise como Podemos ser Bons Profi ssionaise como Podemos ser Bons Profi ssionaise como Podemos ser Bons Profi ssionaise como Podemos ser Bons Profi ssionaise como Podemos ser Bons Profi ssionaise como Podemos ser Bons Profi ssionaise como Podemos ser Bons Profi ssionaise como Podemos ser Bons Profi ssionaise como Podemos ser Bons Profi ssionaise como Podemos ser Bons Profi ssionaise como Podemos ser Bons Profi ssionaise como Podemos ser Bons Profi ssionaise como Podemos ser Bons Profi ssionaise como Podemos ser Bons Profi ssionaise como Podemos ser Bons Profi ssionaise como Podemos ser Bons Profi ssionais
Figura 3 – As profi ssões enquanto tarefas especializadas
O exercício da profi ssão exige determinada 
predisposição de caráter, pendor ou vocação, 
que não se restringe apenas a possíveis qua-
lidades técnicas, mas às convicções pessoal e 
social de quem atuará. 
Fonte: adaptado de Drumond (2004, p. 53).
REFLITA
 EDUCAÇÃO FÍSICA 
 19
Sendo assim, pensemos no conceito de profissão. 
Verenguer (2004) nos lembra que, ao tentarmos 
defini-lo, lidaremos com terreno movediço e mui-
to complexo. Nas palavras da autora, profissão é, na 
perspectiva do senso comum, toda atividade remu-
nerada, empregada para o sustento diário das pesso-
as ao contribuir para os aprimoramentos artístico, 
sociais e econômicos da sociedade.
Importante autor e pesquisador desses estudos 
é Freidson (1996). Para ele, uma atividade pode 
ser reconhecida como profissão se apresentar al-
gumas características específicas. Nesse sentido, o 
conceito de profissão remete a um tipo específico 
de trabalho especializado, que apresenta bases te-
óricas definidas. Por isso mesmo, a profissão apre-
senta conhecimentos especializados e institucio-
nalizados e se organiza a partir de interesses de 
associações profissionais que buscam padronizar 
e autorregular a conduta dos pares a partir de dis-
positivos formais, entre os quais se destacam os 
códigos de ética.
As profissões são ofícios reconhecidos oficial-
mente e se distinguem pela posição relativamente 
elevada que ocupam nas classificações da força de 
trabalho. Elemento importante da profissão é o tipo 
de conhecimento e de habilidade considerados re-
quisitos para o desempenho do trabalho. Sendo as-
sim, uma profissão é uma especialização, que abar-
ca o conjunto de tarefas desempenhadas de forma 
satisfatória e qualificada por membros do mesmo 
ofício (FREIDSON, 1996). O autor destaca que a es-
pecialização é relativa, pois as tarefas consideradas 
indispensáveis em determinado ambiente são dife-
rentes das exigidas em outro local. Nas palavras do 
pesquisador:
Um conjunto de tarefas – por exemplo, diri-
gir um automóvel – pode ser uma atividade 
especializada em uma sociedade, sem sê-lo 
necessariamente em outra. Isso significa que 
a concepção social de uma série de tarefas, ou 
de um trabalho, é tão importante para sua clas-
sificação como seu conteúdo. Embora seja, lo-
gicamente, especializado, o amplo conjunto de 
tarefas que qualquer membro normal de uma 
sociedade industrial pode executar, sem ins-
trução ou preparo suplementar, é considerado 
como não-especializado, pois se baseia apenas 
no conhecimento e na perícia cotidianos que 
crianças e jovens aprendem em casa, na comu-
nidade, e em qualquer escola que frequentem 
durante sua preparação para a idade adulta 
(FREIDSON, 1996, p. 3).
Na tentativa de delimitar a abrangência de uma 
profissão, Freidson (1998) apresenta três elemen-
tos característicos dessa prática: a autonomia, 
que significa ter autoridade para decidir sobre as 
problemáticas pertinentes ao seu trabalho e defi-
nir quais serão os procedimentos adotados em sua 
execução; a expertise, que significa dominar um 
conhecimento específico, ou seja, ser perito em de-
terminado assunto, o que diferencia o profissional 
das demais pessoas; e o credencialismo, que signi-
fica ter condições de credenciar-se a uma categoria 
profissional,condições dadas, primeiramente, pela 
formação profissional. O credencialismo possibi-
lita proteção para o trabalho, cria órgãos e insti-
tuições vinculados ao Estado, que avaliam quem 
são as pessoas aptas ao exercício de uma profissão 
(FREIDSON, 1998).
De forma adicional, podemos pensar que as 
profissões são atividades que buscam soluções ade-
quadas para problemas específicos da sociedade. 
20 
INTERVENÇÃO PROFISSIONAL EM EDUCAÇÃO FÍSICA 
Por isso, elas surgem a partir de problemas ou de 
questões sociais que precisam ser resolvidas. Ca-
zelato (2006) observa que, de um lado, há pessoas 
leigas que buscam resolver esses problemas, indi-
víduos que até podem compreender alguns aspec-
tos da atividade desenvolvida, mas não receberam 
formação específica que os capacite para tal. Assim, 
pode ser que resolvam com certa presteza, mas atu-
am de forma intuitiva e sem critérios definidos. Por 
conseguinte, como salienta a autora, há as pessoas 
que se enquadram na categoria de profissionais, que 
buscam solucionar os problemas amparadas na for-
mação que receberam, com base em conhecimentos 
científicos e capazes de oferecer soluções qualifica-
das e competentes.
nharia, dentre tantas outras, há problemáticas que 
permeiam a prestação de serviços na área da Edu-
cação Física e acabam por fazer parte do cotidiano 
dessa profissão. Tais problemáticas se relacionam, 
especialmente, à qualidade do serviço ofertado à 
sociedade. Sobre isso, analisemos duas situações 
específicas:
A primeira remete ao fato de que é possível ob-
servar, em alguns espaços de intervenção profissio-
nal, como academias e centros de treinamento es-
portivo, pessoas que não apresentam qualificação na 
área oferecendo serviços à sociedade. A segunda re-
mete à condição de graduandos estagiários de Edu-
cação Física, que em alguns ambientes de trabalho, 
orientam a prática de exercícios físicos sem a super-
visão de pessoas formadas. Essa realidade compro-
mete sobremaneira o serviço prestado e, inclusive, 
impacta o reconhecimento que a sociedade faz da 
nossa área. Verenguer (2004, p. 126), nos ajuda a 
pensar essa importante questão:
A Educação Física talvez seja uma das pou-
cas áreas que, apesar de ter uma estrutura de 
curso de graduação consolidada, ainda admi-
te que pessoas que não tenham participado de 
um destes cursos prestem serviços à sociedade. 
Mais grave ainda, e curiosamente, essa realida-
de é defendida inclusive por graduandos que 
precocemente se aventuram na área. Sabemos 
que a inserção no mercado de trabalho é mais 
uma fase de transição na vida de qualquer pes-
soa e tem múltiplos significados (acesso aos 
bens de consumo, autonomia em relação aos 
pais, entrada ao mundo dos adultos). Mas sabe-
mos, também, que a qualidade desta inserção 
pode determinar a qualidade da carreira a ser 
construída. 
O termo correto designado para o bacharel 
em Educação Física é Profissional de Educação 
Física, e não educador físico, pois não edu-
camos os corpos, mas trabalhamos com as-
pectos relacionados ao movimento humano.
Fonte: as autoras. 
REFLITA
Vale mencionar que a Educação Física foi regula-
mentada como profissão pela Lei Nº 9.696/1998, 
a qual criou os sistemas CONFEF (Conselho Fe-
deral de Educação Física) e CREF’s (Conselhos 
Regionais de Educação Física), com o objetivo de 
organizar a profissão e monitorar a prestação de 
serviços na área. Nesse sentido, é importante você 
saber que, semelhante a outras profissões legiti-
madas socialmente, como medicina, direito, enge-
 EDUCAÇÃO FÍSICA 
 21
Contribuindo com essa discussão, Nascimento, So-
riano e Fávaro (2007) afirmam que os graduandos se 
inserem precocemente no campo de trabalho porque 
enxergam ser esta uma via privilegiada para adquirir 
experiência e domínio sobre as tarefas profissionais. 
No entanto, as autoras alertam sobre o emprego de 
estagiários como mão-de-obra barata, que são ab-
sorvidos muito cedo pelo campo de trabalho e, por 
isso, podem não estar suficientemente capacitados 
para tomar decisões e desempenhar com maestria 
suas intervenções.
Devemos lembrar que o estágio se constitui como 
espaço no qual, você, acadêmico(a), pode se deparar 
com a realidade do exercício profissional. Portanto, 
os estágios devem ser vistos como momento privile-
giado em que o discente estará à frente dos desafios 
de sua profissão e terá a oportunidade de aprender 
como ser bom profissional por meio da observação 
e da orientação de profissionais qualificados e expe-
rientes. Durante essa prática, os estagiários podem 
estabelecer links entre os diferentes conhecimentos 
já adquiridos em sua formação inicial e os novos, de 
modo a melhorar sua intervenção e conhecimento 
(REZER; MADELA; DAL-CIN, 2016).
Não podemos deixar de considerar que a Edu-
cação Física foi apresentada oficialmente por meio 
da Resolução Nº 218 de 06 de março de 1997 como 
uma das treze profissões da área da Saúde (CAZE-
LATO, 2006). Dessa forma, a partir do momento 
que a área passa a abranger a qualidade de vida e 
a manutenção da saúde das pessoas, aumenta-se a 
responsabilidade dos cursos, que formam os profis-
sionais tendo em vista a realidade social, bem como 
se ampliam as incumbências daquele que atuará nos 
espaços de trabalho.
Pelos aspectos expostos, queremos chamar a sua 
atenção, pois entendemos que a graduação é mo-
mento ímpar de aquisição de conhecimentos e de 
instrumentalização de procedimentos interventivos 
específicos da profissão de Educação Física. A for-
mação ocupa lugar relevante na identidade da pro-
fissão, pois trata do momento em que o(a) futuro(a) 
profissional apresenta as primeiras aproximações 
efetivas com as tarefas demandadas pela área.
Figura 4 – Atendimento personalizado de idosos
22 
INTERVENÇÃO PROFISSIONAL EM EDUCAÇÃO FÍSICA 
Já sabemos que a graduação contempla o conjunto de 
atividades que tem papel fundamental no processo de 
qualifi cação dos futuros profi ssionais. Por isso, o(a) 
graduando(a) deve olhar para o processo formativo 
como o momento para adquirir conhecimentos e de-
senvolver as competências necessárias à prática pro-
fi ssional. Nascimento, Soriano e Fávaro (2007) apre-
sentam importantes contribuições às nossas refl exões:
A Profi ssão em Educação FísicaA Profi ssão em Educação FísicaA Profi ssão em Educação FísicaA Profi ssão em Educação FísicaA Profi ssão em Educação FísicaA Profi ssão em Educação FísicaA Profi ssão em Educação FísicaA Profi ssão em Educação FísicaA Profi ssão em Educação FísicaA Profi ssão em Educação FísicaA Profi ssão em Educação FísicaA Profi ssão em Educação FísicaA Profi ssão em Educação FísicaA Profi ssão em Educação FísicaA Profi ssão em Educação FísicaA Profi ssão em Educação FísicaA Profi ssão em Educação FísicaA Profi ssão em Educação FísicaA Profi ssão em Educação FísicaA Profi ssão em Educação FísicaA Profi ssão em Educação FísicaA Profi ssão em Educação Física
e como Qualifi car a Intervenção e como Qualifi car a Intervenção e como Qualifi car a Intervenção e como Qualifi car a Intervenção e como Qualifi car a Intervenção e como Qualifi car a Intervenção e como Qualifi car a Intervenção e como Qualifi car a Intervenção e como Qualifi car a Intervenção e como Qualifi car a Intervenção e como Qualifi car a Intervenção e como Qualifi car a Intervenção e como Qualifi car a Intervenção e como Qualifi car a Intervenção e como Qualifi car a Intervenção e como Qualifi car a Intervenção e como Qualifi car a Intervenção e como Qualifi car a Intervenção e como Qualifi car a Intervenção 
Profi ssionalProfi ssionalProfi ssional
Figura 5 – A formação e o aprendizado permanente
 EDUCAÇÃO FÍSICA 
 23
A formação acadêmico-profissional, portan-
to, configura-se como o espaço inicial, para o 
exercício das primeiras avaliações das consequ-
ências da intervenção profissional, pois é nesse 
espaço que se possibilita o contato com o co-
nhecimento sistematizado de mecanismos que 
compõem a intervenção profissional. Sobre-
tudo, porque é nesse ambiente onde se revelao grau de responsabilidade e de comprometi-
mento do profissional com a área, com a produ-
ção de conhecimento, e principalmente com o 
cliente (NASCIMENTO; SORIANO; FÁVARO, 
2007, p. 394).
Será que após finalizar o curso de graduação em 
Educação Física, estaremos preparados para resol-
ver todas as problemáticas pertinentes ao nosso con-
texto de trabalho? A formação ocorre em período 
determinado, que contempla somente os anos dedi-
cados à nossa graduação?
Para refletir sobre essas questões, é necessário 
pensar que o(a) futuro(a) profissional deve ter cons-
ciência de que a formação é processo permanente, 
que se inicia na graduação e deve ser levado adian-
te, ou seja, a disposição para aprender fará a dife-
rença na qualificação para o exercício da profissão, 
ou, conforme as palavras de Antunes (2007), com 
a rápida disseminação de conhecimentos e a acele-
rada superação por novos conhecimentos, a prepa-
ração profissional tem que ser vista como processo 
de constante aprendizado. De tal modo, a concepção 
de formação profissional como processo completo e 
acabado perde seu sentido.
Ao mesmo tempo é indispensável você saber 
que grupos específicos de pessoas buscam apoio na 
preparação profissional, para que tenham condições 
de identificar, de analisar e de desenvolver conhe-
cimentos científicos, que favoreçam a resolução de 
problemas de sua prática cotidiana. O processo de 
constituição do grupo profissional é efetivado a par-
tir do momento em que se consolida a representação 
entre os membros do mesmo grupo, da ideologia 
que deve orientá-los, para que se fortaleça o senti-
mento de pertencimento a esse grupo. Para que isso 
aconteça, o conteúdo da intervenção profissional 
precisa ser reconhecido como qualificado (NASCI-
MENTO; SORIANO; FÁVARO, 2007). 
As categorias profissionais se organizam somen-
te a partir da condição de profissional graduado. 
Com o reconhecimento legal da profissão em Educa-
ção Física, os graduados devem apresentar domínio 
sobre os conhecimentos científicos específicos, que 
abrangem essa área de formação. Sendo assim, será 
a condição de graduado que dará o suporte necessá-
rio para que os profissionais estejam capacitados à 
intervenção qualificada, competente e responsável, 
demonstrando comprometimento ético na presta-
ção de seus serviços (CAZELATO, 2006).
Ao dispor sobre a intervenção e o perfil do pro-
fissional de Educação Física, a Lei Nº 9.696/98 em 
seu artigo 3º, sinaliza que: 
Compete ao Profissional de Educação Física 
coordenar, planejar, programar, supervisionar, 
dinamizar, dirigir, organizar, avaliar e executar 
trabalhos, programas, planos e projetos, bem 
como prestar serviços de auditoria, consultoria 
e assessoria, realizar treinamentos especializa-
dos, participar de equipes multidisciplinares e 
interdisciplinares e elaborar informes técnicos, 
científicos e pedagógicos, todos nas áreas de 
atividades físicas e do desporto (LEI FEDERAL 
Nº 9.696/98).
Como vemos, a condição de profissão reconhecida 
socialmente solicita a competência profissional no 
mercado de trabalho. No entanto, essa competência 
será completa se estiver alicerçada pelo corpo de co-
24 
INTERVENÇÃO PROFISSIONAL EM EDUCAÇÃO FÍSICA 
nhecimentos científicos específicos, que dê suporte 
teórico e prático ao profissional que está no mercado 
(ANTUNES, 2007). Sendo assim, combinar o rol de 
saberes, que incluam os acadêmicos e a experiência 
profissional, pode dar importante suporte para a es-
colha da melhor resposta ao profissional, ao depa-
rar-se com uma situação problema em sua interven-
ção (FONSECA et al., 2009).
Logo, é fundamental que os profissionais de 
Educação Física sigam rigorosa sequência de pro-
cedimentos em suas intervenções, as quais incluem, 
dentre outros aspectos, o diagnóstico e a avaliação 
do contexto de trabalho; a identificação das especi-
ficidades do problema a ser resolvido; a análise das 
competências que possui para resolver o problema; 
e a decisão dos procedimentos mais adequados a se-
rem utilizados na prestação de serviços. Com esse 
aparato, o profissional poderá desenvolver sua inter-
venção e avaliar em que medida os resultados foram 
alcançados (CAZELATO, 2006).
Alguns aspectos relevantes para a legitimidade pro-
fissional e o desenvolvimento de carreira profissio-
nal promissora na área da Educação Física foram 
considerados por Verenguer (2004, p. 129): 
Seria desejável que o cotidiano da intervenção 
profissional pudesse ser desafiador e enrique-
cedor para aqueles que se dedicam a prestar 
serviços na área e, ao fazerem, estabelecessem 
com a sociedade relações e condutas inspiradas 
em valores universais, através da capacidade 
de discernimento e julgamento adquiridos ao 
longo da vida acadêmica e profissional, tornan-
do-se, assim, os porta-vozes da área. Estamos 
falando em legitimidade profissional. Seria de-
sejável que intervenção profissional fosse sinô-
nimo de ação responsável, na medida em que o 
profissional fizesse uso dos seus conhecimen-
tos, assumisse a tarefa de mudar o contexto so-
cial em que intervém, beneficiando aqueles que 
o procuram. Sua intervenção vai muito além do 
domínio do saber-fazer, ou melhor, ao saber-
-fazer profissional em Educação Física devem 
estar incorporados atitudes e valores. 
Caro(a) aluno(a), de acordo com os aspectos expos-
tos, é essencial que você reflita sobre o seu processo 
formativo. Cumpre observar que este lhe oferecerá 
condições de analisar, de forma crítica, as estratégias 
mais adequadas para a tomada de decisão, em situ-
ações que envolvam a resolução de problemas, que 
dependerão das exigências específicas do seu futuro 
contexto profissional.
A experiência prática é fundamental para a atu-
ação na área. O profissional de Educação Física 
também constrói seu próprio conhecimento, 
denominado “conhecimento de trabalho” ou 
“operacional”. Tal conhecimento é tácito, a par-
tir do qual aprendem com outros colegas, por 
ensaio e erro, adaptam suas ações de acordo 
com o contexto e utilizam os conhecimentos 
aprendidos na sua formação acadêmica.
Fonte: adaptado de Antunes (2007, p. 146-147).
SAIBA MAIS
 25
considerações finais
Ao longo desta unidade, apresentamos discussões acerca de diversos conceitos 
e temas pertinentes à intervenção do profissional na Educação Física, tais como 
a evolução e o crescimento da área de atuação desde sua divisão em dois cursos 
distintos e o impacto que essas mudanças tiveram na formação inicial e no exer-
cício da profissão.
Ademais, discutimos e refletimos sobre o que constitui uma profissão, sendo 
esta um tipo específico de trabalho, que requer conhecimentos próprios, e pos-
sui organização. Tratamos sobre o fato do reconhecimento da Educação Física 
enquanto profissão, sobretudo ligada à área da saúde, em que a atuação pode 
ocorrer em ambientes diversos com a promoção e a prevenção. A legalização da 
profissão e seu reconhecimento na área da saúde abriu novos horizontes para o 
exercício profissional. 
Observamos ainda que, com a regulamentação da profissão, surgiram os con-
selhos federal e regionais, a fim de normatizar e de fiscalizar a atividade profissio-
nal. A normatização e as mudanças nas matrizes curriculares buscaram atender a 
uma nova demanda de mercado e formar profissionais qualificados para satisfa-
zer as áreas emergentes. Nesse sentido, é preciso que, durante a formação inicial, 
o(a) aluno(a) tenha contato com o corpo de conhecimentos específicos da área, 
que dê suportes teórico e prático das atividades a serem desenvolvidas no exer-
cício profissional. É necessário, portanto, que os futuros profissionais se sintam 
competentes e capacitados para trabalhar.
A partir do entendimento desses pressupostos, esperamos que, ao final desta 
unidade, você tenha compreendido que a formação inicial é o primeiro passo 
para tornar-se um profissional qualificado e que é preciso estar sempre atento e 
buscar novos conhecimentos específicos, de modo a melhorar sua atuação. 
Sendo assim, esperamosque você, caro(a) aluno(a), tenha adquirido o máxi-
mo de conhecimento e de informações possíveis. Até a próxima unidade!
26 
atividades de estudo
1. Estudamos que, desde a década de 1980, a Educação Física passa pelo impor-
tante processo de reestruturação curricular, que apresentou uma série de pro-
posições para a organização dos conteúdos e dos métodos de ensino da área. 
Considerando a aprovação das diretrizes curriculares nacionais – Resolução Nº 
01/CNE/2002 e Resolução Nº 07/CNE/2004 –, descreva as principais propostas 
apresentadas para a Educação Física.
2. Há problemáticas que permeiam a prestação de serviços na área da Educação 
Física e impactam o cotidiano da profissão. São questões vinculadas, sobretudo, 
à qualidade do serviço ofertado à sociedade. Com base nas discussões apresen-
tadas por Nascimento, Soriano e Fávaro (2007), apresente argumentos sobre a 
inserção precoce de graduandos no campo de trabalho. 
3. Na década de 1990 foi sancionada a Lei Federal Nº 9.696, de 1º de setembro de 
1998, que reconhece e regulamenta a Educação Física enquanto profissão. Esta 
lei criou ainda alguns órgãos, com objetivo de organizar e monitorar a prestação 
de serviços. Estes órgãos são:
a) Conselho Federal de Educação Física e Conselho Regional de Educação Física.
b) Conselho Nacional de Educação Física e Conselho Regional de Educação Física.
c) Conselho Federal de Educação Física e Conselho Nacional de Educação Física.
d) Conselho Brasileiro de Educação Física e Conselho Federal de Educação Física.
e) Conselho Federal de Educação Física e Conselho Estadual de Educação Física
4. Uma profissão está relacionada a conhecimentos e a atividades específicas, que 
se organizam a partir de associações, que buscam padronizar e regulamentar a 
conduta dos profissionais. Com relação à profissão de Educação Física, verifique 
as proposições a seguir e responda:
I - Ainda é possível encontrar leigos, pessoas que não têm qualificação profis-
sional para tal, trabalhando em academias e com treinamento. 
II - Em alguns locais, encontram-se estagiários orientando a prática de exercí-
cios físicos sem a supervisão de pessoas formadas para acompanhá-los, o 
que, muitas vezes, torna-se um problema.
III - Como profissão da área da saúde, a Educação Física só foi reconhecida 
por meio da Resolução Nº 218, de 06 de março de 1997, que a expandiu 
para a atuação com qualidade de vida e manutenção da saúde.
 27
atividades de estudo
Estão corretas as alternativas:
a) I.
b) II.
c) I e II.
d) II e III.
e) I, II e III.
5. A qualificação profissional se inicia com a graduação, no entanto, esse processo 
deve ser continuado para que o(a) futuro(a) profissional adquira os conhecimen-
tos e as competências necessárias ao exercício da profissão. O profissional deve 
sentir-se preparado e competente para que suas ações levem ao resultado es-
perado, por meio de intervenção adequada. Quanto à qualificação profissional 
para o exercício da profissão, analise as afirmações abaixo e assinale com V, as 
verdadeiras, e com F, as falsas:
( ) As categorias profissionais são formadas somente por profissionais gra-
duados e estes devem apresentar domínio sobre os conhecimentos cien-
tíficos específicos que abrangem sua área de formação. Dessa forma, os 
profissionais formados estarão capacitados para intervenção qualificada, 
competente e responsável, demonstrando comprometimento ético na 
prestação de seus serviços.
( ) É essencial que os profissionais de Educação Física sigam sequência de 
procedimentos rigorosa em suas intervenções, desde o diagnóstico, a ava-
liação, a análise das competências que possui para resolver o problema e 
até a decisão dos procedimentos mais adequados a serem utilizados. 
( ) Dentre as atividades que o profissional de Educação Física deve estar ca-
pacitado para realizar em suas intervenções, incluem-se o planejamento e 
a organização de programas de exercícios físicos/treinamento esportivo, a 
supervisão e a avaliação de programas e projetos relativos à área, o traba-
lho em equipes multiprofissionais, dentre outros.
Assinale a alternativa correta:
a) V; V; F.
b) F; F; V.
c) V; F; V.
d) F; F; F.
e) V; V; V.
28
LEITURA
COMPLEMENTAR
A universidade tem como uma de suas principais funções a formação de recursos hu-
manos, que possibilitarão o atendimento às necessidades da sociedade em alguma área 
específi ca. Isso quer dizer que a sociedade demanda diferentes tipos de serviços, cada 
qual com o seu grau de especifi cidade, e o profi ssional deve, fundamentado num co-
nhecimento específi co, oferecer programas e projetos que possam solucionar problemas 
existentes. Verifi camos, então, que uma profi ssão só existe porque há uma necessidade 
de prestar serviços específi cos às comunidades. Quando transportamos essa ideia para a 
Educação Física, admitimos que as pessoas, em geral, necessitam de programas de ativi-
dades físicas ou motoras, seja para alcançar melhores níveis de qualidade de vida, atingir 
maiores performances ou para ampliar o seu repertório motor. Necessita-se, portanto, 
de profi ssionais especializados em motricidade humana e que ofereçam tais programas. 
Entretanto, há alguns critérios que ajudam a defi nir e a caracterizar uma profi ssão 
que, na verdade, diferenciarão uma profi ssão de uma ocupação, baseados nos estudos 
de Flexner, citados por Barros (1993). Em primeiro lugar, é fundamental que as ativi-
dades desenvolvidas numa profi ssão sejam essencialmente de natureza intelectual, na 
qual as decisões e as opções de atividades são pautadas por um conjunto de conheci-
mentos. Em seguida, temos que toda profi ssão é prática, ou seja, é prestadora de servi-
ços à sociedade. Além disso é dinâmica, estando aberta continuamente a novas ideias 
e conhecimentos, assim como é organizada, ou seja, deve possuir uma instituição que 
a represente, que discuta a qualidade dos serviços prestados, criando códigos e normas 
de conduta. Além disso, é preciso comunicabilidade, ou seja, os conhecimentos e as ha-
bilidades desenvolvidos na profi ssão precisam ser comunicados e ensinados. E, por fi m, 
a característica altruísta, isto é, existir para prestar sempre o melhor serviço. 
A partir desses critérios, podemos dizer que a Educação Física é uma profi ssão e sua 
presença na universidade se justifi ca à medida em que atende às necessidades básicas que 
caracterizam uma profi ssão, ou seja, possui corpo de conhecimento ou objeto de investi-
gação, que é o movimento humano, podendo este conhecimento ser aplicado na atuação 
profi ssional por meio de programas de atividade física para o público em particular.
Fonte: Ghilardi (1998).
 29
material complementar
O Conselho Regional de Educação Física (CREF) publica boletins eletrônicos com 
temas pertinentes à área. Recomendamos que leia o artigo do Boletim CREF9/PR 
- Nº 38, que trata da reforma trabalhista e sua influência para nossa profissão.
Web: http://www.crefpr.org.br/publicacoes?p=2
Fabio Saba é palestrante, autor de livros e artigos científicos sobre atividade fí-
sica, qualidade de vida, gestão de carreira e de academias. Recomendamos que 
assista seus vídeos e leia suas publicações acadêmicas. 
Web: https://www.youtube.com/watch?v=IxHlIjeUwEE
Indicação para Acessar
30 
referências
ANTUNES, A. C. Mercado de trabalho e educação física: aspectos da preparação 
profissional. Revista de Educação, Anhanguera, v. 10, n. 10, p. 141-149. 2007.
BARBOSA-RINALDI, I. P; PIZANI, J. Desafios dos estágios nos cursos de bacha-
relado em Educação Física. In: NASCIMENTO, J. V. do; FARIAS, G. O. Constru-
ção da identidade profissional em Educação Física: da formação à intervenção. 
Florianópolis: Ed. da UDESC, 2012.
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dencialismo e autonomia. Revista Motriz, Rio Claro, v. 10, n. 2, p. 123-134, mai./
ago. 2004.
32 
gabarito
1. As diretrizes curriculares nacionais – Resolução Nº 01/CNE/2002 e Resolu-
ção Nº 07/CNE/2004 – apresentaram propostas ajustadas à preparação de 
profi ssionais, incluindo o rol de competências para atuação no dinâmico e 
acelerado universo mercadológico instaurado. Com as referidas resoluções, 
os cursos de formação foram incumbidos de reajustar suas propostas forma-
tivas, necessitando incorporar conhecimentos que discutam tanto o espaço 
escolar, quanto o não escolar.
2. Embora a inserção no campo de trabalho se constitua como importante meio 
para ganhar experiência das ações demandadas pela prática profi ssional, a 
inserção precoce dos graduandos leva ao emprego de estagiários como mão-
-de-obra barata, que podem não estar sufi cientemente capacitados para to-
mar decisões e desempenhar suas ações de forma qualifi cada.
3. A.
4. E.
5. E.
UNIDADEUNIDADE II
Professora Dra. Fabiane Castilho Teixeira 
Professora Me. Isabella Caroline Belem
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta 
unidade:
• Expansão dos campos de atuação profi ssional
• Desafi os e perspectivas da profi ssão
• Algumas possibilidades de inserção profi ssional
Objetivos de Aprendizagem
• Demonstrar a expansão dos campos de atuação da 
Educação Física e os seus impactos para a intervenção 
profi ssional.
• Discutir os principais desafi os e perspectivas da profi ssão, 
destacando a importância da intervenção qualifi cada para 
o reconhecimento da Educação Física na sociedade.
• Apresentar alguns campos de inserção no mercado de 
trabalho em Educação Física e as demandas pertinentes a 
cada um deles.
OS CAMPOS DE ATUAÇÃO
PROFISSIONAL
 unidade 
II
INTRODUÇÃO
C
aro(a) aluno(a), com a expansão dos campos de atuação da 
Educação Física, os espaços de inserção profissional se amplia-
ram, apresentando novas oportunidades de inserção no merca-
do de trabalho para os profissionais da área. Assim, a busca pela 
prestação de serviço qualificado tem crescido exponencialmente. Uma 
das razões para tal procura se deve ao destaque recebido em vários seto-
res da sociedade acerca de temas relacionados à saúde, à atividade física, 
ao exercício físico e à qualidade de vida.
A demanda de trabalho requer que os cursos de formação ofereçam 
conhecimentos referentes às áreas já consagradas, como os esportes e ati-
vidades físicas, além dos novos conhecimentos voltados a métodos de 
treinamento diferenciados, novas modalidades de ginásticas de condicio-
namento, entre outros. Por esses aspectos, é fundamental que os futuros 
profissionais estejam preparados para atuar nos diversos campos, sejam: 
clubes, academias, centros de treinamento, hotéis e demais espaços pri-
vados ou públicos.
Para que haja reconhecimento social da prestação de serviços na área 
da Educação Física é imprescindível que, no processo formativo, você, 
graduando(a), obtenha conhecimentos profissionais, científicos, técnicos, 
competências e habilidades, sobretudo específicos da área que subsidiará 
sua futura intervenção profissional. Obviamente, todos esses conheci-
mentos não são adquiridos somente na formação inicial, mas também a 
partir da experiência profissional obtida por meio dos estágios, do traba-
lho efetivo e de pós-graduações.
Devemos ressaltar que cada campo de atuação profissional necessita 
de um conjunto variado de conhecimentos, de experiências prévias e de 
perfil profissional. Nesse sentido, apresentaremos a você, ao longo desta 
unidade, algumas possibilidades de inserção no mercado de trabalho. 
Esperamos que aproveite e lhe desejamos bons estudos!
38 
INTERVENÇÃO PROFISSIONAL EM EDUCAÇÃO FÍSICA 
Estudamos, na unidade anterior, que a Educação 
Física é uma área que se encontra em notória ex-
pansão. Tal realidade pode ser empiricamente cons-
tatada quando observamos a crescente procura de 
pessoas que buscam fazer dela sua profi ssão e cons-
truir uma carreira. Em decorrência disso, notamos a 
ampliação dos cursos de formação profi ssional ofer-
tados em nosso país.
Além disso, temos assistido ao destaque que a 
mídia televisiva tem dado aos profi ssionais e aos ser-
viços prestados no âmbito dessa profi ssão, a exem-
plo de programas que chamam a atenção para a prá-
tica de exercícios físicos e a relação com a saúde e 
a qualidade de vida, e ainda a velocidade com que 
os conhecimentos da área são produzidos e disse-
minados, que também acarretam em novas frentes e 
demandas de trabalho.
Contudo, para além dessas constatações empíri-
cas, que são, de fato, relevantes para pensarmos so-
bre a atual confi guração da nossa área, é indispensá-
vel pontuar que a notoriedade da Educação Física na 
realidade brasileira apresenta estreita relação coma 
expansão dos seus campos de atuação profi ssional, 
desencadeada, sobretudo, nas últimas décadas.
As perspectivas favoráveis do mercado de traba-
lho em expansão, concretizada pela ampliação das 
Expansão dos Campos
de Atuação Profi ssional
 EDUCAÇÃO FÍSICA 
 39
De acordo com Anzolin (2012), foi na transição do 
século XX para o século XXI que o vertiginoso pro-
cesso de expansão e de diversificação dos campos de 
atuação do profissional da Educação Física impac-
tou as perspectivas profissionais daqueles que atu-
am nessa área e o seu papel perante à sociedade. As 
realidades econômica, política e social vividas pelo 
Brasil têm exigido esforços coletivos, no sentido de 
buscar qualificação profissional que se apresente 
condizente com as novas aspirações daqueles que 
buscam acompanhamento profissional para a práti-
ca de esportes e de exercícios físicos.
atividades desenvolvidas em clubes, academias e ou-
tros espaços privados – que são foco dos bacharéis 
em Educação Física – tem motivado mais pessoas, a 
cada ano, a buscarem essa formação. 
À medida que se expandiram a mercantilização 
das práticas esportivas e o consumo de bens e servi-
ços relacionados ao corpo e à forma física, os cam-
pos de atuação profissional se desenvolveram e apre-
sentaram, como compensação, expectativas mais 
ampliadas do mercado de trabalho para os egressos 
dos cursos de Educação Física (PRONI, 2010). Em 
contrapartida, essa realidade apresenta mercado de 
trabalho mais dinâmico e competitivo aos profissio-
nais da área.
Anzolin (2012, p. 28) destaca que, 
[...] é notável e crescente o interesse demonstra-
do por todos os segmentos sociais com relação 
aos benefícios advindos da prática de ativida-
des físicas, seja na perspectiva do desempenho, 
da promoção da saúde, da qualidade de vida, da 
educação ou lazer.
Com isso, novas demandas passaram a ser exigi-
das do profissional, que necessita compor amplo 
e diversificado rol de competências e o assegurem 
de que está desenvolvendo bom trabalho. A autora 
discute a ampliação dos locais que ofertam a prá-
tica de atividades físicas, juntamente com a maior 
diversidade de práticas corporais oferecidas por es-
ses ambientes:
Mesmo com a ampliação da formação 
profissional no País, ainda é possível encon-
trar pessoas que não estão preparadas para 
exercer a profissão atuando nos campos de 
trabalho da área, como academias e clubes.
Fonte: as autoras.
REFLITA
Figura 1 – Desenvolvimento da Educação Física
40 
INTERVENÇÃO PROFISSIONAL EM EDUCAÇÃO FÍSICA 
Assim, o bacharelado em educação física deve ter 
por objetivo a formação de profissionais qualifi-
cados para o exercício da área, entendida como 
um campo de estudo multidisciplinar e de inter-
venção profissional através das diferentes mani-
festações e expressões do movimento humano. 
O profissional de educação física deve ser apto a 
atuar como autônomo e/ou em Instituições e Ór-
gãos Públicos e Privados de prestação de serviços 
em atividade física, desportiva e/ou recreativa e 
outros na natureza, além de outros campos que 
oportunizem ou venham a oportunizar a prática 
dessas atividades, em ambientes diferenciados da 
rede escolar formal (ANZOLIN, 2012, p. 25).
Com diagnóstico semelhante acerca da expansão dos 
campos de trabalho no âmbito do bacharelado em 
Educação Física, Antunes (2007, p. 141) assinala que
Na área da saúde surgem maiores possibilida-
des de trabalho com equipes multiprofissionais 
em hospitais, clínicas e centros de tratamento. 
No lazer, podem ser desenvolvidos trabalhos 
em prefeituras, clubes hotéis, entre outros locais 
que oferecem atividades de lazer. No esporte, as 
ações do profissional de Educação Física po-
dem ocorrer no contexto profissional, amador 
e de iniciação. Ainda, surgem oportunidades 
em empresas, principalmente em academias e 
em escolas de iniciação esportiva. 
A medida que os campos de atuação dos bacharéis 
se ampliaram, a intervenção profissional se confi-
gurou mais dinâmica e complexa, tornando-se foco 
de preocupações de importantes instituições sociais 
do país, a exemplo das políticas educacionais. Nas 
orientações para a elaboração dos currículos das 
instituições de Ensino Superior preconizadas pelas 
Diretrizes Curriculares Nacionais do curso de gra-
duação em Educação Física (DCNs em Educação 
Física), mediante o parecer CNE/CES 584/2018, é 
possível constatar tais preocupações.
O documento recomenda que a graduação deverá 
qualificar o bacharel em Educação Física, para que 
possa atuar na área do treinamento esportivo, do 
lazer e da recreação, da orientação de exercícios fí-
sicos, da gestão, da avaliação física, dentre outros es-
paços. Em seguida, indica o agrupamento de aspec-
tos relacionados à aquisição e ao desenvolvimento 
dos conhecimentos, das atitudes e das habilidades 
dos profissionais de Educação Física.
Os aspectos incluem o domínio de conheci-
mentos conceituais, procedimentais e atitudinais, 
orientados por valores éticos e morais; o diagnós-
tico eficaz da realidade de intervenção profissional; 
a importância da intervenção qualificada, teorica-
mente orientada para a atuação em diferentes cam-
pos de trabalho, sejam da saúde, do lazer ou das 
atividades esportivas, considerando o esporte de 
alto rendimento; a possibilidade de compor equipes 
multiprofissionais; a colaboração na operacionali-
zação de políticas públicas para os campos da saú-
de, do lazer, do esporte, da educação não escolar, da 
segurança, do trabalho, dentre outros; o diagnósti-
Figura 2 – Aula de natação para crianças
 EDUCAÇÃO FÍSICA 
 41
co das expectativas do público atendido; o domínio 
sobre os procedimentos e as técnicas empregados 
na intervenção profissional da área, exceto no 
magistério da Educação Básica; o acompanhamento 
das transformações acadêmico-científicas da área e 
de áreas afins; e, ainda, a interação com a produção 
e a disseminação de conhecimentos da Educação 
Física e de áreas correlatas, com a contínua atuali-
zação profissional.
Vale frisar que o trabalho faz parte da vida hu-
mana, visto que, desde muito cedo, o homem se viu 
repleto de necessidades de sobrevivência, de desen-
volvimento, de relacionamento e de socialização, e 
essas aspirações foram supridas pelo trabalho. 
Diferentemente de outros animais, o homem 
potencializa seu trabalho, utilizando-se de fer-
ramentas [...] mudando, se desejar, o curso de 
sua atividade e, principalmente, dando-lhe um 
significado pessoal e social (VERENGUER, 
2003, p.11). 
Sendo assim, devemos lembrar que, na trajetória 
construída pela humanidade, o homem passou 
por diversas transformações no mundo do tra-
balho, as quais modificaram intensamente sua 
forma de relacionar com esse contexto. Por isso, 
determinantes sociais, econômicos e técnicos 
impulsionaram as formas de compreender o tra-
balho e o capital humano, em diferentes épocas 
e contextos vividos pela humanidade (VEREN-
GUER, 2003). No caso específico da Educação Fí-
sica, cada vez mais o profissional precisa estabe-
lecer uma dinâmica com o seu campo de atuação, 
como trabalhar em mais de um local e desempe-
nhar mais de uma função. Além disso, deverá es-
tar preparado para modificar suas estratégias de 
ação, tendo em vista a colocação e a estabilidade 
no contexto dessa profissão. 
Portanto, caro(a) aluno(a), fecharemos este tópi-
co destacando que nosso objetivo é que você amplie 
os saberes que já possui da área, adquira conheci-
mentos especializados da Educação Física enquanto 
campo de intervenção profissional e concretize uma 
relação mais elaborada com esses conhecimentos.
Figura 3 – Aula de dança para adultos
É provável que, com esse mapeamento dos campos 
de atuação profissional, você esteja refletindo sobre 
os espaços em que poderá inserir-se no mercado de 
trabalho, quais tipos de intervenção tem mais afini-
dade, com quais públicos gostaria de trabalhar ou, 
até mesmo, em qual área gostaria de especializar-se. 
São questionamentos importantes que você deverá 
fazer ao longodo processo formativo e considera-
mos indispensáveis aos estudos que estamos desen-
volvendo nessa disciplina. 
42 
INTERVENÇÃO PROFISSIONAL EM EDUCAÇÃO FÍSICA 
Para darmos continuidade aos nossos estudos 
sobre a intervenção profi ssional em Educação 
Física, queremos chamar sua atenção para o de-
senvolvimento da área nos campos da saúde e da 
qualidade de vida, os quais apresentaram novas 
oportunidades de trabalho para o profi ssional. 
Fato é que, enquanto profi ssionais, somos cons-
tantemente desafi ados a garantir nosso espaço 
nessa ocupação.
Além do mais, devemos estar cientes da nossa 
parcela de responsabilidade, para que a Educação 
Física se legitime no meio social, pois uma área com 
tal abrangência carece de ser melhor reconhecida 
por aqueles que usufruem dos seus serviços.
Desafi os e Perspectivas
da Profi ssão
 EDUCAÇÃO FÍSICA 
 43
Para darmos continuidade, é válido pensarmos em 
como se configura a intervenção profissional. Para 
Soriano (2003), ela pode ser pensada como situa-
ção de trabalho determinada como “combinação 
parcialmente inédita”, cada situação apresenta par-
ticularidades e reúne combinação de procedimentos 
técnicos profissionais com relacionamentos inter-
pessoais experienciados pelas pessoas. Tais combi-
nações formam situações únicas e não idênticas. 
A intervenção profissional pode ser pensada 
como circunstância vivida na realidade de trabalho 
que apresenta combinação parcialmente inédita de 
diversos elementos, os quais influenciarão decisões 
e estratégias de ação do profissional, ao deparar-se 
com as problemáticas da atuação. Isto é, para resol-
ver os novos desafios da realidade interventiva, será 
necessário mobilizar um conjunto de elementos já 
mobilizados em outro momento, e podem ser consi-
derados parcialmente inéditos, uma vez que deverão 
ser readequados às particularidades do mais novo 
contexto. 
Nessa direção, convém assinalar que um aspecto 
convergente entre os estudiosos que se empenham 
em discutir a preparação profissional, enfatiza a re-
levância da intervenção qualificada dos bacharéis 
em Educação Física. Ademais, a autora alerta que 
não podemos perder de vista a forma como a área é 
avaliada pelos profissionais, pelo meio acadêmico e 
pelas pessoas que não têm conhecimento específico 
do tema, pois isso impacta na sua evolução no mundo 
trabalho (SORIANO, 2003).
Figura 4 – Profissional de Educação Física
A intervenção qualificada em Educação Física 
requer formação continuada, especialmente 
quando temos a intenção de colaborar com o 
bem-estar e a qualidade de vida da população.
Fonte: as autoras. 
REFLITA
Não obstante, a educação profissional precisa contar 
com a aproximação entre os conhecimentos profis-
sionais, advindos da prática cotidiana e o científi-
co, resultado de pesquisas específicas na área, para 
que possa, de fato, apresentar possibilidades de res-
postas às demandas e às problemáticas inerentes à 
profissão, pois é fundamental ampliar a qualidade 
das respostas empenhadas pelos profissionais de 
Educação Física em seu cotidiano de trabalho (SO-
RIANO, 2003).
Corroborando, Freire, Verenguer e Reis (2002) 
enfatizam que os conhecimentos empregados pelo 
profissional de Educação Física precisam ser condi-
zentes com o espaço de intervenção do trabalho. Isso 
será possível se o especialista conseguir mobilizar os 
conhecimentos acadêmico-científicos e os adqui-
ridos com a experiência na área para definir estra-
tégias acertadas de ação na sua realidade cotidiana 
(NASCIMENTO; SORIANO; FÁVARO; 2007). 
Por exemplo, quando o profissional tem o pri-
meiro contato com seu aluno/cliente, precisa mo-
bilizar conhecimentos adquiridos pela experiência 
44 
INTERVENÇÃO PROFISSIONAL EM EDUCAÇÃO FÍSICA 
profissional, como ter sensibilidade para perceber 
qual é o perfil do indivíduo e como deverá comuni-
car-se com esse aluno/cliente (de forma mais formal 
ou informal), e aliar esses saberes aos conhecimen-
tos acadêmico-científicos conquistados na formação 
inicial e continuada. Tal alinhamento será funda-
mental para que possa, posteriormente, prescrever 
um programa de intervenção que seja adequado ao 
perfil, às necessidades, às potencialidades e às limi-
tações do indivíduo que está atendendo. 
É a partir dessa complexa teia de construção de 
conhecimentos que o profissional poderá organi-
zar satisfatoriamente seu trabalho. Por isso mesmo, 
de acordo com Soriano e Winterstein (2004), não 
podemos desconsiderar que o especialista poderá 
lançar mão do amplo conjunto de combinações e 
de conexões para desenvolver seu trabalho. Assim, 
é bastante válido compreendermos como podemos 
articular os diferentes elementos presentes em nos-
sa realidade de atuação para construir nossas ações 
interventivas. Assim, especificidades relacionadas 
ao estilo de vida adotado pela pessoa ou pelo gru-
po de pessoas atendidas, as normas, as condutas, os 
procedimentos técnicos empregados, os referenciais 
teóricos mobilizados pelo profissional e as norma-
tizações que balizam a profissão na sociedade são 
elementos importantes para entendermos a cons-
trução e a efetivação da sua proposta interventiva 
(DIMENSTEIN, 2000; FONSECA et al., 2009).
Nosso objetivo é que você aproveite este pri-
meiro e importante passo do seu processo formati-
vo – o curso de graduação – para qualificar-se e in-
tervir de forma satisfatória e coerente na realidade 
profissional. Sendo assim, compreendemos que as 
atividades que constituem seu curso deverão dis-
ponibilizar saberes especializados da área com o 
intuito de garantir 
[...] o aprimoramento das rotinas, procedimen-
tos e condutas profissionais e, sobretudo, da 
realidade na qual o profissional está inserido, 
ou seja, enquanto profissional-cidadão, este 
deve atuar como agente de mudança (VEREN-
GUER, 2003, p. 4).
Na atual conjuntura, o mercado de trabalho se ca-
racteriza por ser um ambiente dinâmico, instável e 
imprevisível. Por isso mesmo, requer cada vez mais 
profissionais amplamente qualificados, eficientes e 
readaptáveis, que apresentem aptidão para resolver 
as problemáticas que surgem na ação profissional. 
Ao tratar do assunto, Antunes (2007) ressalta que a 
polivalência, a agilidade e a flexibilidade profissional 
são requisitos a serem desenvolvidos no paradigma 
de formação profissional vigente.
Figura 5 – Conhecimento científico na Educação Física
Com a nova configuração dos campos de traba-
lho, tornou-se mais rentável, para alguns, deixar a 
posição de assalariado para assumir a posição de 
profissional liberal, tornando-se empreendedor e 
ofertando serviços especializados. Nessa nova re-
alidade, iniciativa, criatividade, liderança, apren-
dizado contínuo, agilidade e flexibilidade se torna-
ram importantes atributos a serem contemplados 
(ANVERSA, 2011).
 EDUCAÇÃO FÍSICA 
 45
Conforme vimos no tópico anterior, são 
inúmeras as atribuições e as responsabilidades 
do profissional de Educação Física no momen-
to histórico em que vivemos. Aliás, caro(a) alu-
no(a), convém enfatizar que as transformações 
no mundo do trabalho impactaram em mudanças 
expressivas nas complexas atividades da vida in-
dividual, social e cultural. Com isso, a competiti-
vidade e a produtividade se tornaram paradigmas 
do mercado de trabalho, em que a tecnologia, o 
conhecimento científico e a qualificação de recur-
sos humanos se expressam cada vez mais basilares 
(ANTUNES, 2007).
Não podemos deixar de analisar que as mudan-
ças sofridas pelo contexto profissional nas últimas 
décadas, em maior ou menor grau de intensidade, 
afetam as relações de trabalho instituídas no mundo 
inteiro. Tais mudanças acarretaram em transforma-
ções que beneficiam, sobretudo, o capital financeiro, 
em detrimento do trabalhador. Logo, é importante 
deixar claro que, a inserção no mundo do trabalho 
não se apresenta no âmbito exclusivo do esforço pes-
soal, mas estabelece estreita relação com o modelo 
econômico e a política de desenvolvimento adotada 
pelo país (VERENGUER, 2003).

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