Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Fisiopatologia e Terapia Nutricional na Obesidade Agenda Definição Epidemiologia Fisiopatologia Tratamento Terapia Nutricional Definição Alteração do estado nutricional por excesso de ingestão de alimentos. Waitzberg, 2000 Obeso é o portador de uma doença endócrino-metabólica, crônica, heterogênea e multifatorial, caracterizada pelo excesso de gordura no corpo. Edwards, 1993 Fatores envolvidos… Culturais Ambientais Genéticos Fisiológicos Psicológicos Comportamental Atuam na origem e na manutenção da doença 4 Doença da modernidade Problemas neurológicos Mídia Industrialização Imagem corporal distorcida Medo de engordar Sociedade Alimentos hipercalóricos 5 6 Aumentaram o tamanho das porções Cultura super size Fazer “valer o quanto paga” Cultura rodízio 7 Epidemiologia A obesidade destaca-se com uma doença e um fator de risco para doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) Doenças cardiovasculares, diabetes melito tipo 2, cânceres ou mortalidade em geral Qualidade de vida Aceitação social do indivíduo Prevalência e projeção da obesidade ao redor do mundo. International Obesity Task Force. Adaptado de Kopelman, 2000. Nature 404:635. Voltemos nossa atenção principalmente a síndromes caracterizadas pela resistência insulínica e a diminuição da captação periférica de glicose como a obesidade. Esta figura mostra a prevalência e a projeção da obesidade ao redor do mundo. Podemos observar que o percentual da população classificada com peso acima do normal apresenta um crescimento exponencial ao longo dos anos. Cerca de 30% da população será considerada obesa; isto em projeções otimistas. 9 Iniciado em 2006 em todas as capitais brasileiras e no Distrito Federal. Visa subsidiar ações de promoção da saúde e de prevenção de doenças. Questionários telefônicos → peso e altura referidos pelos entrevistados. (BRASIL, 2014) 52% com excesso de peso Aumenta com a idade e reduz com a escolaridade 27 cidades frequência de excesso de peso foi de 55,4%, sendo ligeiramente maior entre homens (57,1%) do que entre mulheres (53,9%) A frequência de adultos obesos foi de 20,3%, sendo semelhante entre homens e mulheres . mais de 3/4 da população brasileira está com excesso de peso! (Abril, 2020) 60,8% 52,9% Doenças relacionadas à Obesidade DOENÇAS ÓSSEAS: Sobrecarga da coluna, joelhos, tornozelos e quadris - osteoartrite. DOENÇAS NAS ARTICULAÇÕES: Osteoartrose. APNÉIA DO SONO ATEROSCLEROSE: É mais comum nos homens, com idade entre 50 a 70 anos. HIPERTENSÃO: É quase três vezes mais freqüente em adultos obesos. LITÍASE BILIAR: Pode causar cólica biliar ou colecistite aguda. DOENÇAS CARDÍACAS: Mulheres com excesso de peso têm 3,5 x mais chances de desenvolver doenças cardíacas. REFLUXO GASTROESOFÁGICO: é mais comum em maiores de 40 anos. 18 Componentes da Massa Corporal O nível molecular pode ser simplificado em 2 componentes: Água (intra e extracelular) Lipídeos (essenciais e não-essenciais) Proteínas Minerais (ósseos e não-ósseos) Glicogênio Massa Livre de Gordura (MLG) Massa Gorda (MG) (Heymsfield & Waki, Nutrition Reviews, 49(1):97-108, 1991) Triglicerídeos (90%) esfingomielina fosfolipídeos esteróides ácidos graxos terpenos Componente mais variável do corpo humano (difere entre indivíduos do mesmo sexo, idade, peso e altura O fracionamento em 2 compartimentos é mais utilizado para avaliar a composição corporal na área da saúde e do esporte Componentes da Massa Corporal Aumento exclusivo de massa corporal Excesso de adiposidade na sua composição Enfermidade crônica que se caracteriza pelo acúmulo excessivo de gordura, comprometendo a saúde do indivíduo. SOBREPESO OBESIDADE ≠ Gordura Corporal ADIPÓCITO branco ADIPÓCITO marrom Gordura Corporal Hipertrofia Aumento do tamanho dos adipócitos em até 1000 vezes Hiperplasia Aumento do número de células O ganho de massa corporal pode ser resultado da hipertrofia, hiperplasia ou da combinação dos dois. O tamanho da célula pode diminuir, mas a quantidade delas não se altera! Regulação do Peso Corporal Curto Prazo Fome: pós-absortivo, quando os estoques estão sendo metabolizados; Apetite e saciedade: pós-prandial, excesso de alimento esta sendo armazenado; Longo Prazo Mecanismos de retroalimentação, sinais vindo da massa adiposa é liberado quando a composição corporal “adequada” é alterada proteínas liberadas agem como moléculas sinalizadoras, são as adipocitocinas. a leptina, por meio do controle de sua concentração na circulação, poderia ser um sinalizador do estado energético e do tamanho das reservas de gordura, ao atuar em um circuito de retroalimentação, cuja função é de manter o peso corporal estável, independentemente de variações diárias no consumo de energia. Porém, esse circuito apresenta falhas na maioria dos indivíduos que se tornam obesos (baixa responsividade pela alta concentração de leptina que esses indivíduos apresentam), o que levou à hipótese da "resistência à leptina". 24 secreção de insulina de forma glicose- dependente, inibe a secreção de glucagon e a produção hepática de glicose, diminui o esvaziamento gástrico, Regulação Hormonal Diagnóstico da Obesidade Por meio da determinação da composição corporal e definição do tipo de distribuição da gordura corporal. AVALIAÇÃO NUTRICIONAL Avaliação Clínica História Clínica História Familiar Avaliação Nutricional ( Antropometria, Avaliação Física e Bioquímica Consumo Alimentar Motivação Estabelecimentos de metas Diagnóstico Qualitativo Distribuição da Gordura (Andróide e Ginóide) Medida do maior perímetro abdominal 29 Diagnóstico Recomendações •Aferir na primeira consulta e periodicamente: o peso e a estatura do paciente e calcular o índice de massa corporal (IMC); •Medir a circunferência abdominal (CA); •Usar os pontos de corte da OMS; •IMC ≥ 30Kg/m2 em adultos é indicativo de obesidade; •Quanto maior o IMC ou quanto maior a medida da CA, maior o risco de doenças cardiovasculares, diabetes tipo 2 e mortalidade por todas as causas. (Diretriz Brasileira Obesidade, 2016) Diagnóstico da Obesidade IMC Interferência: Sexo, idade, etnia, no cálculo de indivíduos sedentários quando comparados a atletas, na presença de perda de estatura em idosos devido a cifose, em edemaciados, etc. Peso Estatura Circunferência/Perímetro da Cintura, quadril, cabeça e pescoço Distribuição da gordura Corporal Pregas cutâneas Bioimpedância Ultrassonografia Tomografia computadorizada Ressonância magnética Circunferência da Cintura Relação abdominal/quadril (RCQ) Índice de Conicidade Se der 1,5, significa que a relação é 1,5 vezes maior do que a CC se não houvesse adiposidade Custo elevado e uso limitado na prática clínica Avaliação Combinada: IMC e Circunferência abdominal Tratamento Complexo e multidisciplinar Objetivos Diminuir riscos de doenças associadas (comorbidades) Perda e manutenção de peso Redução do apetite Melhora na qualidade de vida (reeducação alimentar) Tratamento Não existe nenhum tratamento farmacológico em longo prazo que não envolva mudança de estilo de vida A escolha do tratamento deve basear-se na gravidade do problema e na presença de complicações associadas; Tempo do tratamento: Acompanhamento e constante vigilância Medicamento Dieta de valor calórico muito baixa Cirurgias Mudança do estilo de vida Tratamento Médico Modificação do estilo de vida Tratamento Psicológico Medicamentos Cirurgias Nutricionista Redução da Ingestão Energética Suplementação Nutricional Nutrição, Plano alimentar e educação quanto aos tamanhos das porções; Tratamento Farmacológico Indicação IMC de 30 kg/m2 ou 35 kg/m2 na presença de comorbidades; falha em perder peso com o tratamento não farmacológico. Medicamentos sibutramina disponível em cápsulas de 10 e 15 mg (dose única diária) em adultos; orlistate disponível em cápsulas de 120 mg (três tomadas junto das principais refeiçõesou duas se uma refeição for omitida ou não apresentar gordura) em adolescentes com Z-IMC >+2 a partir dos 12 anos liraglutida disponível em sistema de aplicação preenchido com 3 mL de solução 6 mg/ mL (com dose diária subcutânea inicial de 0,6 mg escalonada em 0,6 mg por semana até chegar na dose de manutenção de 3,0 mg a partir da 5a semana) em adultos. Tratamento medicamentoso deve ser indicado na presença de sobrepeso associado a fatores de risco ou de obesidade. Não é recomendado que sejam prescritas fórmulas contendo associação medicamentosa de substâncias anorexígenas quando associadas entre si ou com ansiolíticos, diuréticos, hormônios ou extratos hormonais e laxantes. SEMAGLUTIDA (Ozempic) Um estudo publicado na revista obesity reviews avaliou a eficácia do (Ozempic) para perda de peso comparando com o Saxenda (medicamento antiobesidade aprovado pela Anvisa). Apesar do ozempic ser aplicado de forma semanal, o estudo foi feito utilizando doses diárias. Os pacientes tinham em média 111.5 kg no início do estudo (IMC 39.3 kg/m2). A duração total do tratamento foi de 52 semanas. O grupo que usou Semaglutida, fazendo um escalonamento gradual de 4 semanas até atingir a dose máxima, teve redução de peso de 6.0% com doses diárias de 0.05 mg, 8.6% com 0.1 mg, 11.6% com 0.2 mg, 11.2 com 0.3 mg, 13.8% com 0.4 mg. Outro grupo de pacientes fez um escalonamento acelerado da dose de semaglutida ( fast escalation-FE) com apenas duas semana até atingir a dose máxima. Esse grupo apresentou níveis mais efetivos de perda de peso: 11.4% com 0.3 mg FE, e 16.3% com 0.4 mg FE. Semaglutide as a promising antiobesity drug Georgios A. Christou, Niki Katsiki, John Blundell, Gema Fruhbeck, Dimitrios N. Kiortsis. Obesity Reviews. 2019 A perda de peso no grupo placebo foi de 2.3% e no grupo da liraglutida 3 mg diário (Saxenda ) a perda foi de 7.8% após 52 semanas. A semaglutida atua diretamente no sistema nervoso central aumentando os níveis de saciedade, possui uma ação periférica causando gastroparesia (diminuindo o esvaziamento do estômago) e aumentado a secreção de insulina de forma dependente ao aumento da glicemia. Além disso a semaglutida mostrou uma redução da mortalidade cardiovascular de 26% em pacientes diabéticos com alto risco cardiovascular. Já está em estudo uma preparação para uso via oral da semaglutida, também com ótimas perspectivas em relação à redução do peso, controle do diabetes e redução da mortalidade cardiovascular. . SEMAGLUTIDA (Ozempic) Cirurgia para Tratamento da Obesidade Obesidade grave Indicações de cirurgia bariátrica adotadas pelo Ministério da Saúde: Cirurgia para Tratamento da Obesidade Absoluta ou relativa Cirurgia para Tratamento da Obesidade Mista Predominantemente Restritiva By-pass Gástrico (Gastroplastia com Desvio Intestinal em “Y de Roux”); Técnica bariátrica mais praticada no Brasil devido a sua segurança eficácia; Perda de 40% a 45% do peso inicial; Procedimento misto: grampeamento de parte do estômago, que reduz o espaço para o alimento, e um desvio do intestino inicial, que promove o aumento de hormônios que dão saciedade e diminuem a fome; Repor vitaminas e monitorar os níveis séricos de ferro, cálcio e vitamina D. segundo a SBCBM (Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica), ao redor de 100 mil pessoas fizeram a cirurgia bariátrica no Brasil só em 2018 Cirurgia para Tratamento da Obesidade Restritiva Banda Gástrica Ajustável ou Lap Band •Representa 5% dos procedimentos realizados no país; •Redução de 20% a 30% do peso inicial; •Procedimento: implante abdominal de um dispositivo por via laparoscópica constituído por: porte de insuflação de metal que fica no subcutâneo abdominal, tubo de conexão e banda de silicone ajustável, a qual envolve o estômago proximal e é parcialmente recoberta pela parede gástrica; •Raras complicações nutricionais. (Projeto Diretrizes Sociedade Brasileira de Endoscopia Digestiva, 2008) Cirurgia para Tratamento da Obesidade Restritiva Gastrectomia Vertical ou Sleeve Gástrico •Procedimento: grampeamento do estômago (retirada vertical da maior parte do corpo gástrico e eliminação total do fundo gástrico) que determina a formação de um tubo (novo estômago); •Capacidade em média de 150 a 200 mL; •Redução de volume, que leva a saciedade precoce e perda de peso por resultar na ressecção do fundo gástrico, que é o principal produtor de grelina*. Cirurgia para Tratamento da Obesidade Mista (Disabsortiva) •Duodenal Switch •Procedimento: associação do Sleeve gástrico a uma anastomose duodenoileal para minimizar efeitos colaterais decorrentes da disabsorção acelerada; •Perda de 40% a 50% do peso inicial; •O desvio intestinal reduz a absorção dos nutrientes, levando ao emagrecimento. Cirurgia para Tratamento da Obesidade Tratamento não cirúrgico Balão Intragástrico •Terapia auxiliar para preparo pré-operatório; •Procedimento: implante de prótese de silicone no fundo do estômago por endoscopia, visando diminuir a capacidade gástrica e provocar saciedade; •O balão é preenchido com 500mL do líquido azul de metileno, que, em caso de vazamento ou rompimento, será expelido na cor azul pela urina; •Período médio de seis meses; •Indicado para pacientes com sobrepeso ou no pré-operatório de pacientes com IMC > de 50kg/m2. (Diretriz Brasileira Obesidade, 2016) Nutrição no pós-operatório 50 ml por refeição a cada 30 minutos Suplementação no pós-operatório Tratamento Comportamental Conjunto com técnicas cognitivas – chamada terapia cognitivo-comportamental; Baseia-se na análise e modificação de comportamentos disfuncionais associados ao estilo de vida do paciente; O objetivo é implementar estratégias que auxiliam no controle de peso, reforçar a motivação com relação ao tratamento e evitar a recaída e o consequente ganho de peso novamente Terapia Nutricional A dietoterapia e o aconselhamento nutricional são fundamentais para prevenção e tratamento da obesidade; Mudanças dietéticas para controle de quantidade e qualidade das refeições devem ser a base para tratamento da obesidade, mesmo se o tratamento incluir medicações e/ou cirurgias bariátricas; Dietoterapia individualizada e respeitando: Terapia Nutricional Social e cultural Estágio da mudança de comportamento Multidisciplinar Terapia Nutricional Avaliação Nutricional: Determinar o diagnóstico nutricional e das necessidades nutricionais Estratégia de Intervenção Implementação da Dietoterapia: Determinada pelo calculo da dieta e conteúdo de macro e micronutrientes Aconselhamento Nutricional: Envolvendo conceitos básicos de saúde e alimentação Avaliação da eficiência da intervenção; Monitoração Desenvolvimento de um plano de ação; Necessária para se implementar um plano alimentar individualizado e de acordo com suas práticas culinárias Determinar o diagnóstico nutricional e das necessidades nutricionais Avaliação Nutricional: Grau de obesidade, tipo de distribuição de gordura e a presença de comorbidades 58 Antropometria e Composição Corporal Exames Bioquímicos Exame físico Consumo Alimentar Avaliação Nutricional Capacidade física para ingestão de alimentos; Mudanças ponderais recentes; Intolerâncias alimentares; Possível interação droga-nutriente; Presença de transtornos alimentares; Presença de outras comorbidades; Sintomas gastrointestinais. Definir os objetivos do tratamento; Pacientes X nutricionista( busca de um peso irreal) abandono de tratamento Objetivo: reduzir gordura para gerar melhora do estado de saúde ou redução do risco de complicações Desenvolvimento de um plano de ação; Estratégia de Intervenção Redução de 5 a 10% do peso inicial Redução marcadores metabólicos: Glicemia, pressão e lipídios plasmáticos Tudo detalhado com o paciente; Metas racionais Adaptação do plano alimentar Tratamento bem sucedido é tratamento mantido a longo prazo; Desenvolvimento de um plano de ação; Estratégiade Intervenção 61 Dietas “da moda”: perda de peso rápida e substancial resultados visíveis, porém transitórios não conseguem ser mantidos por longo tempo; Tratamentos por longo prazo: monitoramento continuado, nutricionalmente balanceadas, cardápios saborosos e sem restrições energéticas muito drásticas. Determinada pelo calculo da dieta e conteúdo de macro e micronutrientes Implementação da Dietoterapia: Curto Prazo Longo Prazo X Necessidades Energéticas Diretrizes da Dietoterapia Plano de Restrição energética moderada 1) VET, calculado segundo a situação biológica; Redução : 500Kcal a 1.000Kcal/dia em relação ao valor consumida na anamnese alimentar não inferior a 1.200Kcal/dia; Calculo direto do teor energético: 15 a 20Kcal/Kg de peso atual/dia não inferior a GEB Plano de Restrição energética moderada 2) Conteúdo de nutrientes ideal Carboidratos Proteína: Gordura Fibras 15 a 20%, não menos que 0,8g/Kg de peso desejável 55 a 60% 20% de absorção simples 20 a 25, com 7% de GS, 10% de GP e 13% de GM 20 e 30g/dia Plano de Restrição energética Moderada 2) Conteúdo de nutrientes ideal Álcool Colesterol Vitaminas e Minerais Cloreto de sódio Não mais que 300mg/dia Não aconselhável DRI’s e alcançadas com planos alimentares maiores que 1200Kcal/dia Adequada situação biológica Líquido 1.500 ml 1000Kcal Diretrizes da Dietoterapia Plano de Restrição de baixo valor energético VET entre 1000-1200 Kcal ou entre 10 a 19 Kcal/Kg de peso desejável/dia; Indicado se após um período razoável com o plano alimentar moderado não se consegui diminuir o peso Plano de restrição de Muito Baixo valor energético Fornece menos de 400-800Kcal ou menos de 10Kcal/Kg de peso desejável/dia Obesidade massivas e recorrentes, descompensação diabética e outros estados que necessitam de perda de peso rápida Períodos curtos: 4 a 16 semanas Não se recomenta dietas com menos de 400Kcal/dia, nem jejum total, menos de 200Kcal/dia Plano de restrição de muito baixo valor energético Dietas Ricas em gorduras e escassas em Carboidratos Caracterizadas por serem compostas de 55% a 65% de gordura, menos de 20% de carboidratos, até 100 g ao dia, e 25% a 30% de proteínas Dietas escassas em gorduras e muito escassas em gorduras (menos de 19%) Dietas com gordura Modificadas Dieta de Baixo Índice Glicêmico Jejum Intermitente Uma revisão sistemática e metanálise avaliou o efeito da restrição de energia intermitente sobre peso e marcadores biológicos em estudos de intervenção com duração superior a 6 meses. Nove estudos randomizados (num total de 981 indivíduos) Restrição de energia intermitente X grupo de restrição de energia contínua. Perda de peso observada em todos os braços de restrição de energia intermitente, independentemente da duração do estudo ou duração do acompanhamento. Oito intervenções em seis ensaios utilizados para as metanálises indicam que Nem restrição energética contínua nem intermitente foi superior na perda de peso ou nas concentrações sanguíneas de lípidos, glicose e insulina. Os efeitos da restrição de energia intermitente a longo prazo permanecem obscuros pelo limitado número de estudos a longo prazo e de participantes. 74 Dietas da moda Dietas sem glúten Reconhecida como terapêutica Doença celíaca e indicações (autismo, síndroma da fadiga crônica, síndrome do intestino irritável); Alguns trabalhos experimentais exploram efeitos do glúten no metabolismo, com resultados conflitantes. Não há ERC em humanos Dietas sem lactose Os estudos epidemiológicos confirmam a importância nutricional do leite na dieta humana e reforçam o possível papel do consumo de laticínios na prevenção de várias doenças crônicas, doenças cardiovasculares, alguns tipos de câncer, obesidade e Restrição somente se preciso. Evidencias Científicas Uma dieta planejada individualmente para criar um déficit de 500 a 1.000 kcal deveria ser parte integrante de qualquer programa de perda de peso que objetive diminuição de 0,5 a 1 kg por semana. Dietas de baixas calorias, com 1.000 a 1.200 kcal por dia, reduzem em média 8% do peso corporal, em três a seis meses, com diminuição de gordura abdominal. Estudos de longo prazo mostram perda média de 4% em três a cinco anos. Dietas de baixíssimas calorias, com 400 a 800 kcal por dia, produzem perda de peso maior em curto prazo, em comparação às dietas de baixas calorias. Entretanto, em longo prazo, no período de um ano, a perda de peso é similar. Evidencias Científicas Dietas escassas em gorduras, sem redução do número total de calorias, não levam à perda de peso. Entretanto, reduzir a quantidade de gordura, em uma dieta hipocalórica, é uma maneira prática de diminuir a ingestão calórica e induzir a perda de peso. Dietas que contenham 1.400 a 1.500 kcal por dia, independentemente da composição de macronutrientes, levam à perda de peso. Contato frequente entre o médico e o paciente e o tempo dispendido com o paciente auxiliam muito a perda e a manutenção do peso perdido. Orientações nutricionais tem por objetivo: Situar a dietoterapia no contexto amplo de saúde, possibilitando ao paciente perceber a importância do tratamento e melhore a saúde; Envolvendo conceitos básicos de saúde e alimentação Aconselhamento Nutricional: 1) Instruir o paciente a manter sua própria dieta: Ensinando a utilizar receitas, controlar as porções, indicar o que consumir em festas, os lanches menos energéticos e os métodos de preparação dos alimentos; 2) Utilizar recursos de terapia comportamental para automonitoramento Diários alimentares e de atividade física, registro de peso corporal, discutir as dúvidas com o profissional 3) estimular a prática de exercícios físicos orientados Envolvendo conceitos básicos de saúde e alimentação Aconselhamento Nutricional: 4) Orientar sobre síndrome do reganho de peso 5) Comer devagar, mastigar bem; 6) Evitar pular refeições 7)Explicar a importância do tratamento Envolvendo conceitos básicos de saúde e alimentação Aconselhamento Nutricional: Envolvendo conceitos básicos de saúde e alimentação Aconselhamento Nutricional: Guia Alimentar para a População Brasileira (BRASIL, 2006) As recomendações apresentadas nesse material são baseadas nas sete diretrizes e duas diretrizes especiais Suplementação na Obesidade Suplementação na Obesidade Suplementação na Obesidade Chá e Gasto energético Propriedades termogênicas, promovendo > oxidação de gorduras e > GE, em seres humanos (DULLO, 1999) Extrato de chá (contendo 90 mg EGCG (72%) + 50 mg cafeína) x cafeína (50 mg) x placebo 4% da termogênese em 24 horas Interação catequinas + cafeína + noradrenalina DULLO. Am J Clin Nutr 70:1040-5, 1999. Noradrenalina Cafeína (-) COMT (degrada catecolaminas) Fosfodiesterases (degradam AMPc) Ativação da lipase hormônio sensível Aumento e sustentação do efeito das catecolaminas na termogênese Catequinas (-) LIPÓLISE Chá e gasto energético chá oolong Rumpler (2001): GE > em homens (25 a 60 anos) consumindo chá forte (3 g/300mL) ou cafeína equivalente ao chá forte (=53,7 mg) > oxidação gordura Komatsu et al (2003): mulheres japonesas eutróficas, 20 anos: GE em 10% com chá oolong x chá verde (4%) Rumpler et al. J Nutr 131:2848-52, 2001; Komatsu et al. J Med Invest 50(3-4):170-5, 2003 TECIDO ADIPOSO Secreção de peptídeos envolvidos com ingestão alimentar e GE Importante papel na homeostase energética Reserva e mobilização de energia Órgão endócrino ativo Ex: Leptina, IL-6 e TNF- Aumentam a resistência insulínica CHÁ VERDE (modelos animais) Reduziu Estudos in vitro/animais: EPIGALOCATECINA-3-GALATO (EGCG) Inibiu diretamente a diferenciação de pre-adipócitos e induziu a apoptose em adipócitos maduros (Obes Res. 2005;13:982-90) Efeito antimitogênico em pré-adipócitos (Am J Physiol Cell Physiol. 2005;288:1094-1108) Inibiu a expressão de RNAm para resistina* (Am J Physiol Cell Physiol. 2006;290:273-81) Catequinasexpressão e secreção de adiponectina#, por inibição do fator de transcrição (KLF7) que regula a expressão desse hormônio (Am J Physiol Cell Physiol. 2007;292:1166-72) *Hormônio secretado pelo tecido adiposo, associado ao da resistência à insulina; elevado em obesos # Sensibilidade à insulina, produção hepática de glicose, anti-inflamatório e atenua a progressão da aterosclerose; reduzida em obesos CHÁ VERDE E PRODUÇÃO DE CITOCINAS 30% 20% % do controle 0,1% de Extrato de Chá Verde (em animais, durante 4 meses) (SUEOKA et al. Ann NY Acad Sci, 928: 274, 2001) Suplementação na Obesidade o óleo de cártamo é composto por omegas-6 e 9, gorduras boas ao nosso organismo que ajudam no controle do colesterol e triglicérides no sangue. Além disso, pela presença da vitamina E, apresenta ação antioxidante, que neutraliza os radicais livres responsáveis pelo envelhecimento celular. Evidências ainda apontam o óleo de cártamo como um aliado ao emagrecimento devido a sua propriedade termogênica, que ajuda a acelerar o metabolismo e a queima de gordura, quando associado a hábitos de vida saudáveis. 92 Síndrome Metabólica Conjunto de fatores de risco metabólico que se manifestam num indivíduo e aumentam as chances de desenvolver doenças cardíacas, derrames e diabetes; tem como base à resistência à ação da insulina Síndrome Metabólica Segundo os critérios brasileiros, a Síndrome Metabólica ocorre quando estão presentes três dos cinco critérios abaixo: Obesidade central - circunferência da cintura superior a 88 cm na mulher e 102 cm no homem; Hipertensão Arterial - pressão arterial sistólica ³ 130 e/ou pressão arterial diatólica ³ 85 mmHg; Glicemia alterada (glicemia ³110 mg/dl) ou diagnóstico de Diabetes; Triglicerídeos ³ 150 mg/dl; HDL colesterol £ 40 mg/dl em homens e £50 mg/dl em mulheres Tratamento da Síndrome Metabólica Aumento da atividade física e a perda de peso; Uso de medicamentos para tratar os fatores de risco. "sensibilizadores da insulina", que ajudam a baixar a açúcar no sangue, os medicamentos para pressão alta e os para baixar a gordura no sangue Referencias CUPPARI,L.Nutrição Clínica no Adulto.3 ed.São Paulo, 2014 DIRETRIZES BRASILEIRAS DE OBESIDADE 2009/2010/ABESO- Associação Brasileira para o Estudo da Obesiadde e da Síndrome Metabólica-3 ed.Itapevo,SP:AC, 2009 GEE,M.;MAHAN,L,K., ESCOTT-STUMP,S.Controle de peso corporal.In: MAHAN,L,K; ESCOTT-STUMP.Krause: Alimentos, Nutrição e Dietoterapia.12 ed.Rio de Janeiro: Elsevier,2005. Caso Clínico S. M. F. R. F, é uma mulher negra, paulista, com 30 anos de idade, trabalha como doméstica. De acordo com anamnese alimentar, paciente apresenta alimentação com horários irregulares, relata elevado consumo de alimentos de elevada densidade calórica, com alto teor de açúcares e gordura. Paciente realizou exame médico recentemente e foi verificada uma dislipidemia importante. Ela procurou um nutricionista para perda ponderal e mudança dos hábitos alimentares (considerando esta paciente sedentária). IMC= 35,32 - Obesidade grau II CC = 106 cm acúmulo de gordura visceral Dislipidemia VET = usar FAO (-500 a 1000 kcal por dia) ou 20-25 kcal/ kg/ d Proteína = 1 g/ kg/ d Carboidrato = 50 a 60% Lipídio = 25 a 35% 97 Avaliação antropométrica: Peso = 95 kg Estatura = 1,64 m IMC =35,32 kg/m² Circunferência da cintura = 106 cm. Recordatório Alimentar relatou um consumo de 3500Kcal/dia. Avaliação laboratorial: Colesterol total = 257 mg/dL (Desejável: < 200 mg/dL, Limítrofe: 200 a 239 mg/dL e Elevado: > 240 mg/dL) HDL Colesterol = 34 mg/dL (Desejável: > 55 mg/dL, Limítrofe: 35 a 55 mg/dL e Alto risco: < 35 mg/dL) LDL Colesterol = 170 mg/dL (Ideal: inferior a 100 mg/dL, Desejável: 100 a 129 mg/dL, Limítrofe: 130 a 159 mg/dL e Elevado: > 159 mg/dL) Triglicerídeos = 268 mg/dL (Desejável: até 150 mg/dL, Limítrofe: 150 a 199 mg/dL, Alto: 200 a 499 mg/dL e Muito alto: >499 mg/dL) Com base nesses dados citados acima, descreva o diagnóstico nutricional deste paciente , como você calcularia e qual o tipo de dieta você orientaria a ela. Quais orientações nutricionais gerais você descreveria? 0 20 40 60 80 100 120 TNF-alfaIL-6 Antes Depois
Compartilhar