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APL e novas economias

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1. INTRODUÇÃO
Com a crescente globalização existem alguns municípios e microrregiões que pela sua dimensão territorial ocorre uma aglomeração de empresas com fins produtivos de bens e serviços que atuam de forma cooperativista e inovadora entre si compartilhando seus conhecimentos e saberes de um modo interativo. Essas características constituem o que chamamos de Arranjo Produtivo Local, que tem por objetivo principal impulsionar o desenvolvimento econômico sustentável, facilitar a criação e o fortalecimento de novas tecnologias e empresas inovadoras, estimulando a diversificação da produção na região e a geração de emprego e renda.
Nesse cenário surgiram as novas economias caracterizadas pelos avanços tecnológicos, mudanças nas demandas dos consumidores e novas formas de organização empresarial. Elas geralmente envolvem setores como economia criativa, colaborativa, circular, energias renováveis e sustentável. Ao unir forças e recursos alinhados às demandas das novas economias, as empresas e instituições locais podem impulsionar o crescimento econômico trazendo uma mudança de paradigma no qual a colaboração substitui a competição como um dos principais motores de desenvolvimento.
O presente estudo visa elencar a fusão de algumas economias que diferem das tradicionais, dentro do cenário onde os APLs se sobressaem com êxito nas respectivas regiões que atuam, especialmente a economia circular aplicada em um APL com sua atividade principal relacionada ao artesanato e curtição em couro na região de Ribeira, no estado da Paraíba.
Como objetivo desse trabalho, visamos compreender a relação dessas economias que constituem o empreendedorismo da cooperativa Arteza, dentro do contexto dos arranjos produtivos locais na região citada na qual desempenha um papel fundamental no reforço da competitividade e inovação regional. Abordaremos como a integração dessas economias podem facilitar a transição para padrões de produção mais sustentáveis e inclusivos, com impactos ambientais e sociais positivos em geral.
Este projeto usará como método a pesquisa bibliográfica, a análise de materiais, textos e documentos disponibilizados pela biblioteca norteadora desse projeto, além de pesquisas através do próprio site da cooperativa mencionada e coleta de informações por meio de entrevistas.
2. DESENVOLVIMENTO
O Arranjo Produtivo Local (APL) é um modelo de desenvolvimento econômico baseado na parceria entre empresas e instituições locais para estimular o crescimento e a competitividade regional. A formação de arranjos está associada geralmente a trajetórias históricas de construção de identidades e de criação de vínculos territoriais que podem ser locais ou regionais, a partir de uma base social, cultural, política e econômica comum (Lastres & Cassiolato, 2005).
Os APLs podem incluir pequenas e médias empresas, cooperativas, associações empresariais, instituições de pesquisa e desenvolvimento, entidades governamentais, ONGs e outras organizações relacionadas ao setor em questão. A proximidade geográfica entre essas empresas traz benefícios como a redução de custos logísticos e de transporte, maior competitividade e melhoria na qualidade dos produtos devido à troca de informações e conhecimentos técnicos.
Ao longo do século XX, os hábitos de consumo da sociedade foi se modelando de tal forma que se percebeu a necessidade de mudar o padrão de competividade do mercado para que o mesmo pudesse atender suas respectivas demandas, com isso a globalização acompanhada de tecnologias inovadoras fez com que as organizações se atentassem a esse contexto desencadeando uma série de novas economias que difere das tradicionais da era industrial. Portanto, inovar tornou-se praticamente uma das práticas mais constante no mercado uma vez que novos produtos e serviços transforma em arcaico as antigas formas de negócios. 
Um exemplo dos mais variados modelos econômicos é a economia circular, que promove a reciclagem, reutilização e remanufatura de produtos e materiais, mantendo os recursos em uso pelo maior tempo possível, buscando eliminar o desperdício e a poluição. A economia circular incentiva a reciclagem de materiais locais, cria empregos em empresas de reciclagem e reduz o impacto ambiental na região. (Murray, 2017). Segundo Geng e Doberstein (Xi et al, 2011), o conceito de economia circular deriva de um outro conceito, o de desenvolvimento eco-industrial, e baseia-se na ideia de que a economia e o meio ambiente podem coexistir saudavelmente.
Podemos aprender sobre economia circular por meio da cooperativa ARTEZA, cuja principal atividade é o artesanato em couro. Segundo Lucas Castro, diretor da cooperativa (2023) eles têm o compromisso de adotar práticas sustentáveis e minimizar o desperdício de materiais: "Nosso objetivo é reduzir o desperdício de couro ao máximo, aproveitando cada pedaço de material utilizado na produção de nossos produtos artesanais."
A ARTEZA também reconhece a importância da utilização de materiais reciclados. Ainda segundo Lucas: "Procuramos utilizar retalhos de couro e peças antigas em nossas criações. Isso nos permite dar uma nova vida aos materiais, reduzindo a necessidade de matéria-prima virgem e contribuindo para a economia circular."
No processo de transformação do couro, a cooperativa realiza as etapas manualmente em curtumes coletivos espalhados pela região de Ribeira. Essa abordagem artesanal está alinhada com a busca por produtos duráveis e atemporais, conforme afirma o diretor da cooperativa (Castro; 2023): "Valorizamos a criação de peças de artesanato que sejam duráveis, de qualidade e que possam ser apreciadas por muito tempo, minimizando a obsolescência e evitando o descarte precoce."
No entanto, enfrentar desafios é comum nesse tipo de economia e APL. A indisponibilidade ou limitação de materiais reciclados pode representar um obstáculo. A cooperativa reconhece essa questão e afirma: "Às vezes, enfrentamos dificuldades em encontrar fornecedores de couro reciclado ou em obter uma quantidade suficiente de retalhos de couro reciclados para atender à demanda. Por isso, estamos constantemente buscando parcerias e explorando alternativas para garantir um suprimento consistente de materiais reciclados." Lucas Castro, diretor da cooperativa (2023).
A mudança de mentalidade é outro desafio importante. A cooperativa entende a necessidade de conscientização e educação sobre a economia circular, segundo Lucas (2023): "É importante que nossos membros e nossos consumidores entendam a importância da sustentabilidade e do consumo consciente. Queremos mostrar os benefícios de optar por produtos circulares e os valores que eles representam."
Neste sentido, a Economia Circular representa uma oportunidade para essa importante mudança nas empresas, pois as obriga a repensar além das suas pegadas ecológicas e eficiência energética (Leitão, 2015). Propõe uma transição para um sistema em que o valor dos produtos, materiais e recursos se mantenha na economia durante o máximo de tempo possível, com a mínima geração de resíduos, propiciando novas formas de inovação e desenvolvimento local (European Commission, 2015).
Além disso, a transição para a economia circular pode exigir investimentos significativos em novos processos, tecnologias e infraestrutura. A cooperativa reconhece os desafios financeiros associados a essa transição, especialmente em um mercado onde produtos convencionais mais baratos podem representar uma concorrência. Segundo diretor da cooperativa (Castro; 2023): "Estamos cientes dos investimentos necessários para adotar práticas mais sustentáveis, mas acreditamos que isso nos tornará mais competitivos no mercado de consumidores conscientes."
Apesar dos desafios, a economia circular oferece oportunidades significativas para a cooperativa de artesanato em couro. Ao adotar práticas sustentáveis e atender às demandas dos consumidores conscientes, a cooperativa pode fortalecer sua posição no mercado e contribuir para o desenvolvimento regional. Com uma abordagem mais responsável e inovadora, eles podem se destacare atrair consumidores comprometidos com a sustentabilidade e a economia circular.
3. CONCLUSÃO
No trabalho foi dado exemplo da empresa ARTEZA, que optou por usar sua matéria prima através de fontes de couro sustentável, reduzindo o desperdício de materiais durante o processo de produção, e reutilizando as sobras de couro em novos produtos incentivando a reparação e reciclagem dos produtos. Foi possível entender o impacto socioeconômico no estudo, no que diz a respeito da geração de renda e oportunidades de trabalho para a população de diversos municípios, como por exemplo no distrito citado no estudo que fornece geração de renda para cerca de 400 pessoas espalhadas pela região, por distritos e municípios vizinhos. É inclusiva porque ajudam pessoas de diversas faixas etárias, de jovens a idosos, cria oportunidades para pessoas mais necessitadas com trabalhos para pessoas de baixa renda ou em situação de desemprego. Podemos citar como exemplo de oportunidades de trabalho que incluem pessoas de baixa renda o serviço de coletor de recicláveis, pode ser um trabalho informal que ajuda pessoas em situação de necessidade a gerarem renda, por exemplo na coleta dos recursos e matérias primas utilizadas na fabricação dos produtos a partir do couro.
Concluímos então que a nova economia circular nos ensinou a entender e valorizar os recursos naturais, reutilizando e reciclando produtos e serviços, compartilhando objetos e comprando de forma consciente. Podemos aplicar esse princípio em nossas vidas, reduzindo o desperdício e optando por produtos duráveis e de qualidade, reutilizando produtos, consertando e reformando roupas e objetos em vez de descartá-los.
4. REFERENCIAS
EUROPEAN COMMISSION. Closing the loop – an EU action plan for the Circular Economy. 2015. Disponível em: https://eur-lex.europa.eu/legal-content/EN/TXT/?uri=CELEX:52015DC0614. 
GENG, Yong; DOBERSTEIN, Brent. Developing the circular economy in China: Challenges and opportunities for achieving'leapfrog development'. The International Journal of Sustainable Development & World Ecology, v. 15, n. 3, p. 231-239, 2008
Lastres, H. M. M., & Cassiolato, J. E. (2005). Innovation systems and local productive arrangements: new strategies to promote the generation, acquisition and diffusion of knowledge. Innovation, 7(2), 172-187.
LEITÃO, A. Economia circular: uma nova filosofia de gestão para o século XXI. Portuguese Journal of Finance, Management and Accounting, Aveiro, Portugal, v. 1, n. 2, p. 149-71, 2015.
SU, Bin; ANG, Beng Wah. Input–output analysis of CO 2 emissions embodied in trade: competitive versus non-competitive imports. Energy Policy, v. 56, p. 83-87, 2013.
SU, Biwei et al. A review of the circular economy in China: moving from rhetoric to implementation. Journal of Cleaner Production, v. 42, p. 215-227, 2013.

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