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Mastite Enfermidade que acomete fêmeas bovinas e causam impacto direto na produção de leite. A mastite caracteriza-se por um processo inflamatório na glândula mamaria, podendo se manifestar na forma clínica ou subclínica. Clínica: alteração clínica no leite e no animal. Os sinais da inflamação se manifestam, dependendo do grau de mastite. Subclínica: é silenciosa, não sendo detectada a olho nu, apenas em exames. Prejuízos no sistema de produção de leite: Clínica: custos com descarte de leite em um rebanho; diminuição na produção; custos com aplicação de medicamentos local ou sistêmico. Mastite clínica: Leve (grau 1): alterações no leite. Moderada (grau 2): alterações no leite e no úbere. Grave (grau 3): alterações no leite, úbere e sistêmica. Dependendo da gravidade a propriedade deve adotar um protocolo terapêutico e analisar cada caso individualmente. A maioria das mastites são leves ou moderadas (85%). A maioria das mastites são causadas por bactérias, o quadro clínico é variável de acordo com o patógeno e a resposta imune. É utilizado antibiótico amplo espectro como tratamento, mesmo sem conhecimento do agente causador (algumas mastites não são causadas por bactérias). Deve-se ter entendimento da etiologia, histórico médico da vaca e princípios ativos eficientes. Mastite contagiosa: Agentes transmitido de uma vaca a outra, a contaminação ocorre por falta de higiene na ordenhadeira. Principais agentes: S. aureus; Mycoplasma; Streptococcus agalactie. Mastite ambiental: Pelo ambiente em que a vaca está, como cama, sujidade. Principais agentes: Streptococcus spp.; Coliformes (E. Coli); algas e leveduras. Depende do manejo de cama, época do ano, nutrição, troca na alimentação, etc. Incidência de agentes: 40% das mastites diagnosticadas clinicamente não possuem crescimento bacteriano. As mais comuns são S. aureus; S. agalactie/Sysgalactie; E. Coli; outras gram-positivas e Klebsiella. Gram-positivas (66%); Gram-negativas (27%); Leveduras e algas (7%). Cura dos patógenos em mastite clínica Agente Cura E. coli Tem cura espontânea ou biológica (36-48h). Não é necessário tratar. Klebsiella Tratando há resposta de cura de 75-80%. Não tratando a resposta de cura é baixa. S. aureus Cura espontânea baixa. Tratar com antibiótico intramamário. Grau 1 e Grau 2: antibiótico intramamário. Grau 3: antibiótico injetável. Cura espontânea: anti-inflamatório não esteroidal e aguardar. Realizar cultivo bacteriano em placa, se negativo para crescimento bacteriano, tratar com anti- inflamatório não esteroidal e aguardar. Tratamento de suporte e imunológico: Drench (minerais), tratamento oral (vitaminas), e suporte parenteral (glicose, cálcio, eletrólitos e água). Cura bacteriológica: 14 a 21 dias. Se conseguir antecipar o diagnóstico de forma assertiva com o antibiótico mais indicado (gram-positivas ou gram-negativas), tem percentuais elevados de cura. Sinais de leite anormal: Resposta imune por infecção de patógenos oportunistas. Cultura microbiológica para identificas as infecções persistentes. Agentes que podem ser identificados na fazenda em 24h Contagiosa Ambiental S. aureus E. Coli Outros staphylococcus Klebsiella/Enterobacter S. agalactie/Dysgalactie Pseudomonas S. uberis Serratia Enterococcus Prototheca/Levedura Lactococcus Outros gram-negativos Outros gram-positivos Cultura sem crescimento bacteriano resposta eficiente do sistema imune cura espontânea (75-85%). Cultura com crescimento bacteriano verde Streptococcus agalactie/dysgalactie em meio cromogênico Causas: Condições da enfermidade: estabelecimento, ambiente mamário, gravidade, fatores genéticos, persistência, imunidade. Sinais clínicos: resposta imune x patogenicidade x quantidade de inócuo. Outros: falha no manejo, imunossupressão, hipocalcemia, metrite e retenção placentária, deslocamento de abomaso, cetose. Hipocalcemia x Cetose BEN (Balanço Energético Negativo) AGNES - Canal do teto fica aberto, favorecendo a - Redução da função imune. penetração de patógenos ambientais para - Redução da proliferação e viabilidade. o interior da luz do órgão. - Células mononucleares. Diagnóstico: Clínico: caneca de fundo preto. Subclínico: teste CMT. Prevenção: Manejo de ordenha (higiene, procedimentos e equipamentos). Reduzir a taxa de infecções. Melhorar a CCS (contagem de células somáticas). Controle: Imersão dos tetos pré e pós-ordenha de todos animais ordenhados com desinfetante Descarte de animais que apresentem mastite crônica. Tratamento adequado e imediato de todos os casos clínicos. Correta manutenção dos equipamentos de ordenha. Aspectos econômicos: Perdas econômicas. Descarte de leite. Queda na produção. Diminuição da IMS. Custos com tratamento. Morte. Desidratação e endotoxemia. Diminuição da fertilidade. Desvalorização das matrizes. Reprodução: As vacas com mastite são classificadas com a CCS, quanto a eficiência de reprodução ↑ CCS = ↓ saúde de glândulas mamárias baixa eficiência reprodutiva. Preditores: Utilizados a nível experimental, não são eficientes no dia-a-dia de uma fazenda. Proteína haptoglobina: Vacas saudáveis = níveis baixos. Mastite grau 3 = níveis elevados. Metabólitos séricos pré-parto em vacas primíparas: Nível de glicose e ácidos graxos baixos, indicando que o sistema imune da vaca não está respondendo, possivelmente já tenha condição subclínica de mastite que será expressa após o parto, devido ao manejo ruim no pré-parto. Coleiras: As coleiras (Cowmed) detectam problemas de saúde nas vacas, como a diminuição da taxa de ruminação, diminuição da atividade. A sinalização ocorre através de alarmes. Tratamento: Cuidar alimentação. Antibióticos quando houver possibilidade de infecção bacteriana. Sendo 20-40% dos casos de mastite clínica negativos para cultura. Para usar antibiótico no tratamento de mastite clínica deve-se avaliar: Infecção bacteriana ativa. Probabilidade razoável de responder ao tratamento. Avaliar o espectro de atividade apropriado Sistema Locomotor Fatores de risco: Época do ano. Clima. Casqueamento. Umidade. Homem. Genética. Produção. Hereditariedade. Alimentação. Instalações. Idade. Traumatismos. Fase de lactação. Superlotação. Higiene. Ocorrência das doenças dependem: Sistema de manejo. Ambiente. Nutrição. A ausência de exercícios prejudica o retorno venoso digital, diminui a produção de casco e aumenta a suscetibilidade de invasão bacteriana. A superlotação e a higiene do ambiente/animais também aumentam as chances de doença no casco. Afecções de casco e perdas econômicas: Produção de leite. Serviço. Tratamento. Genética. Colaboradores. Morte. Mastite. Reprodução. Longevidade. Anatomia do casco: A doença lamelar é predominantemente vascular e tem muitas fibras densas que ligam a parede dos vasos à falange distal. Presença do feto/Úbere repleto: o peso do feto é distribuído uniformemente entre os membros diferentemente do peso do leite do úbere. Doença dos cascos: Maior ocorrência nos membros pélvicos. Unha lateral (68%), espaço interdigital e região periférica do casco (20%), unha medial (12%). Monitoramento da saúde do casco: Atenção especial para os primeiros 60 dias de lactação. Examinas animais com a curva da lactação anormais. Fazer avaliação do escore de locomoção. Escore de locomoção Monitoração da prevalência. Incidência denovos casos. Severidade. Fatores biomecânicos que contribuem para claudicações: Extremidades posteriores: durante o período que a vaca está parada, apresentam movimentos de balanço nas ancas de 2,5cm para cada lado. Isto conduz a um aumento de peso nos talões externos, enquanto os internos ficam inalterados. Identificação das vacas a serem casqueadas. Avaliação em piso plano. Vacas em estação e locomovendo-se. Escore de locomoção 0: postura normal com linha dorso retilínea em estação e locomoção, passos firmes com distribuição correta de peso e apoios. Escore de locomoção 1: postura normal em estação e ligeiramente arqueada em locomoção, apoios normais. Escore de locomoção 2: postura arqueada em estação e locomoção, ligeira alteração dos passos. Escore de locomoção 3: arqueamento do corpo em estação de locomoção, assimetria evidente de apoio poupando membros. Escore de locomoção 4: incapacidade de apoio ou sustentação do peso do(s) membro(s) e lesado(s), relutância ou recusa para se locomover. Doenças dos cascos: Doenças na sola do casco Hematoma de sola. Úlcera de sola. Doença da linha branca. Abcesso de sola. Doenças de talão e regiões periféricas do casco Erosão de talão. Dermatite digital. Doenças no tecido interdigital Gabarro (hiperplasia interdigital). Podridão do casco. Outras doenças Laminite. Doenças da sola do casco: 1. Hematoma de sola Derrame sanguíneo no córium. Sola plana, macia e fina. Umidade e cascalho. Ocasionado por lesões traumáticas, como caminham em solo pedregoso. Sinais clínicos: Geralmente não manca. Mais lento ao locomover. Hemorragia escura. Tratamento: Tirar do piso duro colocar em piquete macio. Pedilúvio em Formol 5% enrijece o casco. Casos graves taco de madeira. 2. Úlcera de sola Geralmente é uma consequência de hemorragia não tratada. Sinonímia Pododermite séptica circunscrita. Definição Unhas posteriores laterais. Perda circunscrita do tecido córneo da Unhas anteriores mediais. sola com exposição do córim. 3. Doença da linha branca Definição Separação e penetração de dejetos entre a sola e a parede (linha branca), causando geralmente abscedação. Incidência Alta em bovinos confinados com higiene deficiente e animais que ficam em baixadas úmidas. Fatores predisponentes Estabulos sujos e úmidos, supercrescimento dos cascos, laminite, cimento muito áspero, pastagens úmidas, são fatores que levam a má qualidade do casco. 4. Erosão de talão Normalmente é consequência da laminite crônica, a vaca muda o padrão biomecânico, pisando mais na parte de trás do casco e começa a ter esse tipo de lesão. Incidência e fatores predisponentes Alta em locais com muita lama, umidade, má higiene (acúmulo de dejetos), laminite crônica casco de má qualidade. 5. Podridão do casco Sinonímia Floot rot e Flegmão interdigital. Definição Infecção na região interdigital e tecidos moles profundos. Apresenta caráter agudo, sendo doloroso com claudicação intensa. Forma de surto Época de chuvas maior acúmulo de lama contaminação ambiental. Patogenia Maceração ou traumatismo. Lesão local: Dichelobacter nodosus (Bacteroides nodosus) e Fusobacterium necrophorum (habitante normal do trato digestório). Sinais clínicos Aguda com claudicação severa, febre, diminuição da produção leiteira e perda de peso. Inflamação do espaço interdigital com edema e separação das unhas. O edema se estende a ambos os lados da quartela e boleto. Lesão interdigital: necrose ou fenda longitudinal com secreção purulenta e odor desagradável. Não tratados: atrite, tenossinovite, bursite do sesamóide ou abcesso de talão. Tratamento Limpeza local com curetagem do tecido necrosado ou fístula bandagens com antibióticos tópicos e antissépticos. Antibiotioterapia sistêmica: 7 dias (oxitetraciclina ou penicilina, florfenicol e cefalosporinas). Os AINES pode ser utilizados de 2 a 3 dias. Melhora em poucos dias. 6. Hipercrescimento do tecido córneo Característica de lesões de laminite crônica. A laminite faz morte das laminas epidérmicas da parede dorsal, e com isso, a parte de baixo do casco segue produzindo tecido queratinizado. 7. Linhas de estresse São inespecíficas, são falhas na produção de queratina e reflexivas de diferentes causas, como distocia, estresse térmico e fome. 8. Casco em tesoura Quando as duas unhas se cruzam formando uma tesoura, ocorre hipercrescimento da pinça. 9. Casco em saco rolha Das lesões podais é a com mais herdabilidade, em torno de 17%. 10. Laminite Responsável por cerca de 70% a 80% de todas afecções podais. Classificações Laminite subclínica: associação com úlcera, abscesso de sola, doença da linha branca e hematoma de sola, amarelamento solar Laminite crônica/Casco achinelado: resultado de eposódios prolongados de laminite subclínica; rotação falangeana. Laminite aguda: dor, >pulso, calor podal, sensibilidade solar. Fatores predisponentes Doenças sistêmicas (metrite, mastite, etc). Alimentação inadequada (rica em carboidratos e pobre em fibra). Dor por traumatismo, pisos ásperos, falta de conforto, defeitos de aprumo e falta de exercício. Teorias da laminite Enzimática: presença de endotoxinas, provenientes de outros processos patológicos ocorridos no organismo, resulta na ativação da produção de metaloproteinases que desencadeia todo o processo de resposta inflamatória. Vascular: é causada por uma hipoperfusão devido à vasoconstrição, formação de edema, levando a abertura de anastomoses, arteriovenosas que prejudicariam ainda mais a circulação nos tecidos laminares, causando isquemia e necrose, resultando em falência mecânica com rotação da terceira falange em direção a sola. Inflamatória: é causada por um trauma direto no casco. A força colocada nesse tecido causa uma reação inflamatória que resulta em um aumento de pressão local, levando a formação de edema e o restante do quadro semelhante a teoria vascular. Metabólica: ocorre a partir de uma acidose, decorrente de estresse térmico ou excesso de concentrado, causando uma acidose ruminal com aumento do ácido lático que mata os microorganismos ruminais, liberando LPS que vai para a circulação e desencadeia uma reação inflamatória sistêmica. Quando essa inflamação chega no casco faz dilatação e libera fatores desencadeadores de inflamação que atingem as laminas epidérmicas (possuem atuação na liberação de metaloproteínas e destruição da membrana basal). Tratamento Casos graves: Flunixin meglumine 1,1mg/kg – 24h. Fenilbutazona 4,4mg/kg – 12h. Corrigir a causa da endotoxemia. Casos crônicos: Casqueamento evita sobrecarga sobre o talão, cama macia para o animal se deitar e ração balanceada. Botas de irrigação (macrolídeos, sulfamidas, lincomicina e cefalosporina) caem fácil e criam um ambiente úmido facilitando infecções. Diagnóstico das doenças do casco: - Radiografia dorso palmar, lateral e obliqua são obrigatórias. - Exame clínico. - Escores. - Ultrassom. - Termografia. Tratamento: - Antibioticoterapia Doxiciclina Oxitetraciclina. - AINES Fenilbutazona Flunexim Meglumine - Bandagens Terramicina em pó. Pomadas com substancias cicatrizantes. - Taco Diminui a pressão no membro contralateral do mais afetado. Em uma vaca com duas úlceras, uma branda na unha lateral e uma muito grave na unha medial, será colocado o taco na unha menos afetada fazendo com que a outra unha não fique em contato com o solo e micro-organismos. É feito impermeabilização, sendo utilizadas resinasodontológicas e o taco de madeiras, podendo ser utilizado até 15 dias. - Casqueamento terapêutico - Crioterapia - Pedilúvios A vaca precisa ficar por 40 minutos. É eficiente, mas pouco aplicável. Sulfato de zinco, sulfato de cobre e formol 2%. Prevenção: - Biotina 20mg/dia. - Dieta. - Sombra. - Ambiente. - Casqueamento. - Pedilúvio.
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