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Trabalho Temporário Considera-se trabalho temporário aquele prestado por pessoa física contratada por uma empresa de trabalho temporário que a coloca à disposição de uma empresa tomadora de serviços, para atender à necessidade de substituição transitória de pessoal permanente ou à demanda complementar de serviços. Nos termos da Lei de regência (Lei n. 6.019/74), é proibida a contratação de trabalho temporário para a substituição de trabalhadores em greve, salvo nos casos previstos em lei e, ademais, considera-se complementar a demanda de 42 serviços que seja oriunda de fatores imprevisíveis ou, quando decorrente de fatores previsíveis, tenha natureza intermitente, periódica ou sazonal. A prestação do serviço pelo trabalhador temporário far-se-á pela intermediação da empresa de trabalho temporário. É a pessoa jurídica, devidamente registrada no Ministério do Trabalho, responsável pela colocação de trabalhadores à disposição de outras empresas temporariamente. A empresa prestadora de serviços a terceiros é a pessoa jurídica de direito privado destinada a prestar à contratante serviços determinados e específicos, sendo que a empresa prestadora de serviços contrata, remunera e dirige o trabalho realizado por seus trabalhadores, ou subcontrata outras empresas para realização desses serviços e, de toda sorte, não se configura vínculo empregatício entre os trabalhadores, ou sócios das empresas prestadoras de serviços, qualquer que seja o seu ramo, e a empresa contratante. Empresa tomadora de serviços é a pessoa jurídica ou entidade a ela equiparada que celebra contrato de prestação de trabalho temporário com a empresa de trabalho temporário. Contratante é a pessoa física ou jurídica que celebra contrato com empresa de prestação de serviços determinados e específicos. Outrossim, é vedada à contratante a utilização dos trabalhadores em atividades distintas daquelas que foram objeto do contrato com a empresa prestadora de serviços. Note que os serviços contratados poderão ser executados nas instalações físicas da empresa contratante ou em outro local, de comum acordo entre as partes, mas é de responsabilidade da contratante garantir as condições de segurança, higiene e salubridade dos trabalhadores, quando o trabalho for realizado em suas dependências ou local previamente convencionado em contrato. A contratante, por outro lado, poderá estender ao trabalhador da empresa de prestação de serviços o mesmo atendimento médico, ambulatorial e de refeição destinado aos seus empregados, existente nas dependências da contratante, ou local por ela designado. Cabe ressaltar que a empresa contratante é subsidiariamente responsável pelas obrigações trabalhistas referentes ao período em que ocorrer a prestação de serviços e pelo recolhimento das contribuições previdenciárias. 43 Note-se que a Lei de Trabalho Temporário (Lei n. 6.019/74) prevê, basicamente, uma relação triangular, pois o trabalhador mantém vínculo empregatício com a empresa de trabalho temporário (empresa interposta), que cede seu funcionário à empresa cliente (tomadora dos serviços), haja vista que há um contrato de natureza civil firmado entre as duas empresas, que corresponde à terceirização. É possível a contratação, ainda que seja com relação à atividade- fim da empresa cliente, e não apenas relacionado à sua atividade-meio (art. 9º, § 3º, da Lei de regência); mesmo sendo lícita a referida contratação, pode a tomadora vir a ser responsabilizada subsidiariamente em caso de inadimplemento inerente aos créditos trabalhistas devidos ao trabalhador, isso se não houver falência da empresa de trabalho temporário, pois, se for essa a situação, a cliente responderá solidariamente (art. 16 da Lei n. 6.019/74). Qualquer que seja o ramo da empresa tomadora de serviços, não existe vínculo de emprego entre ela e os trabalhadores contratados pelas empresas de trabalho temporário. O contrato de trabalho temporário, com relação ao mesmo empregador, não poderá exceder o prazo de 180 dias, consecutivos ou não, mas poderá ser prorrogado por até 90 dias, consecutivos ou não, além do prazo de 180 dias, quando comprovada a manutenção das condições que o ensejaram. Os direitos deferidos por lei ao trabalhador temporário estão previstos exemplificativamente no art. 12 da Lei n. 6.019/74 e nos arts. 17, 18, 19 e 20 do Decreto n. 73.841/74, fazendo jus, por exemplo, a remuneração equivalente à percebida pelos empregados da mesma categoria da empresa tomadora ou cliente, que será calculada à base horária, a pagamento de férias proporcionais, a seguro de acidentes de trabalho a adicional de hora extra e a repouso semanal remunerado etc. O rompimento antecipado dessa espécie de contrato por prazo determinado obriga a empresa a depositar a multa de 40% na conta vinculada do trabalhador, sem prejuízo da indenização prevista no art. 479 da CLT. O trabalhador temporário pode ser demitido por justa causa nas hipóteses previstas no art. 482 da CLT, bem como pleitear a rescisão ou dispensa indireta, quando a falta for cometida pelo empregador, nas hipóteses previstas no art. 483 44 da CLT. O contrato de trabalho celebrado entre empresa de trabalho temporário e cada um dos assalariados colocados à disposição de uma empresa tomadora ou cliente será, obrigatoriamente, escrito e dele deverão constar, expressamente, os direitos conferidos aos trabalhadores pela lei em estudo. Outrossim, será nula de pleno direito qualquer cláusula de reserva, proibindo a contratação do trabalhador pela empresa tomadora ou cliente ao fim do prazo em que tenha sido colocado à sua disposição pela empresa de trabalho temporário. É obrigatório o registro na CTPS do trabalhador de sua condição de temporário, sendo certo que a empresa tomadora ou cliente é obrigada a comunicar à empresa de trabalho temporário a ocorrência de todo acidente cuja vítima seja um assalariado posto à sua disposição, considerando-se local de trabalho, para efeito da legislação específica, tanto aquele onde se efetua a prestação do trabalho quanto a sede da empresa de trabalho temporário. Por fim, é defeso às empresas de prestação de serviço temporário a contratação de estrangeiros com visto provisório de permanência no País.
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