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DIREITO CIVIL - contratos - 2019

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2º Bimestre – Direito Civil – Contratos – Curta a página “Materiais de Sala” no Facebook. 
 
- COMPRA E VENDA 
1) Histórico: não é o primeiro contrato que se tem 
noticia, ou seja, que foi utilizado pela nossa civilização. O 
primeiro contrato a existir foi o de “Troca e Permuta”, 
mais conhecido como “Escambo”. O que sobrava para o 
sujeito, ele trocava com o outro por aquilo que tinha 
precisão, só que com a evolução da sociedade surgiu à 
necessidade de fixar um parâmetro para estas trocas. O 
primeiro foi o gado, chamado de “Pecus” (Pecúnia), 
posteriormente veio os metais preciosos, moedas 
preciosas. A partir que essas moedas passaram a ser 
cunhados, surgiu o contrato de compra e venda. O 
contrato de compra e venda é o mais importante e 
utilizado pelo Direito Civil. 
 
2) Definição (Art. 481 CCB): é o contrato pelo qual uma 
das partes (devedor) se obriga a Transferir a propriedade 
de uma coisa/bem mediante contraprestação de certo 
preço em dinheiro pago pela outra parte (Credor). Sempre 
que tratar de compra e venda estará presente... 
# Transferência do Domínio X Pagamento do Preço: 
domínio é sinônimo de “Propriedade”. O vendedor tem a 
obrigação de transferir a coisa ao comprador e o 
comprador é obrigado a pagar o preço da coisa em 
dinheiro. 
Deve ser pago em dinheiro, pois se não for será 
considerado “Contrato de Permuta ou Troca”. Pelo menos 
50% do valor deve ser pago em dinheiro. Se o pagamento 
for feito em “Prestação de Serviço”, teremos um 
“Contrato Inominado”. Para questão, um contrato de 
compra e venda é obrigatoriamente ter pelo menos 50% 
do valor do contrato em dinheiro. 
 
3) Eficácia Obrigacional: o contrato em si é somente um 
título, só cria obrigações para as partes. Toda compra e 
venda precisa de uma fase complementar, que é a... 
# Transferência da Propriedade: o contrato de compra 
e venda estará formado a partir do momento que as partes 
acordarem no objeto e no preço (Art. 482 CCB). 
-> Móveis: a transferência ocorre através da “Tradição”. 
A aquisição da propriedade não ocorre rapidamente com 
o contrato e sim somente com a tradição. Ou seja, sem a 
entrega da coisa não existe a transferência da propriedade. 
Enquanto a coisa não for entregue os riscos correm a 
custa do vendedor. 
OBS: A propriedade do carro é feita com a simples 
tradição, já o registro no DETRAN é mero ato 
administrativo. Art. 1267 CCB. 
-> Imóveis: adquire a propriedade com o registro no 
“Cartório de Registro de Imóveis”. Dono do imóvel será 
aquele em que o nome está registrado na matricula, 
enquanto não estiver registrado terá somente o direito 
sobre a coisa. Art. 1245 CCB. 
 
4) Inadimplemento: havendo o inadimplemento de 
qualquer dos contratantes, o contratante prejudicado tem 
duas opções... 
# Execução (Art. 621 CPC): do contrato visando seu 
cumprimento. Para “Entrega de Coisa Certa” é regulada 
pelo Art. 621 CPC – “O devedor de obrigação de entrega 
de coisa certa, constante de título executivo extrajudicial, 
será citado para, dentro de 10 (dez) dias, satisfazer a 
obrigação ou, seguro o juízo (Art. 737, II), apresentar 
embargos”. 
OBS: Ação de execução de quantia certa a pagar, aquele 
devedor solvente, ocorre no caso de o vendedor entrar com 
a execução do contrato caso o comprador não tenha pago. 
# Resolução (Art. 474 - 475 CCB): do contrato com 
perdas e danos. A opção é do contratante prejudicado. 
5) Elementos/Requisitos (Art. 104 CCB): o 
contrato de compra e venda deve observar esses 
requisitos acrescido do "Preço". 
A) Consenso: 
-> Acordo de Vontades: Art. 482. O contrato de 
compra e venda se forma quando há um Acordo do 
Objeto e do Preço, deste modo, o contrato estará 
formado. A entrega da coisa e do pagamento é uma 
“Obrigação Posterior”. Esse acordo de vontades deve ser 
livre e consciente, pois se estiver viciado este contrato 
será anulável. 
-> Capacidade: 
* Genérica: é ao agente capaz, sujeito maior e em pleno 
gozo de seus direitos civis. Se um dos sujeitos for 
incapaz, desde que ele esteja representado se for 
absolutamente incapaz e se relativamente incapaz ele 
será assistido. O ato praticado pelo absolutamente 
incapaz será nulo e no relativamente será anulável. Ex: 
mãe pedir que um filho absolutamente incapaz compre 
um saco de arroz, primeiramente ele é nulo, mas a maior 
parte dos entendimentos diz poderá fazer este negócio 
desde que seja aceito pela sociedade, esse contrato será 
valido. 
* OBS: se o absolutamente incapaz for o vendedor ele 
devera ser representado, pois isso diminuirá seu 
patrimônio. 
 
* Específica: não basta o comprador ser apenas capaz. 
Se o agente é capaz e casado, no caso de venda de um 
bem, deve haver a anuência do cônjuge, salvo se o 
casamento for por separação total de bens (Art. 1647 
CCB). Ex: venda de pai para filho, para o pai vender o 
bem precisa da anuência do cônjuge e dos outros filhos 
(Art. 496 CCB). Se não houver a anuência poderá 
ocorrer à anulação do contrato. 
 
-> Vício de Vontade: a Manifestação do contrato não 
pode ser “Viciada” (erro, dolo, coação, lesão, estado de 
perigo ou fraude) o contrato é Anulável, e se houver 
“Simulação” o Contrato será Nulo. 
B) Coisa: o objeto tem que ser Lícito, Possível, 
Determinado ou pelo menos Determinável. 
 
-> Disponível: na compra e venda só pode ter bens 
disponíveis (aqueles que podem ser comercializados). 
Os chamados “bens fora do comércio” não podem ser 
chamados como objeto de compra e venda, ex: cobrar 
por respirar. Ex: sujeito quer comprar um transplante de 
rim, não pode celebrar este contrato, pois o objeto é 
ilícito para comércio. 
 
 
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-> Atual/Presente/Futura (Art. 483 CCB): as coisas 
futuras também podem ser objeto de compra e venda, 
desde que elas venham a existir, salvo se a intenção das 
partes era de concluir contrato aleatório, ex: compra de 
bezerro em leilão caso venha a nascer. 
OBS: fica sem efeito se essa coisa futura não vier a 
existir. 
 
-> Determinada/Determinável: bens Determinados são 
os bens “Infungíveis” (aqueles que não podem ser 
substituídos por outros). Quando for um bem 
determinado ele deve ser individualizado no contrato, 
deve ser discriminado, ex: carro - Chassi, placa, 
renavam; Lote - placa, limite, metragem. A lei de 
imóveis exige que seja o mais discriminado possível. 
Determinável são os bens “Fungíveis” (gênero, 
qualidade e quantidade). Se a compra e venda recair 
sobre bens fungíveis a sua discriminação cairá sobre 
gênero, qualidade e quantidade. 
 
-> Erro sobre qualidades essenciais: da coisa, ele é 
Anulável, cabível de Resolução. Não poderá rescisão, 
pois só vale no caso de Lesão ou Estado de Perigo. 
 
-> Herança de Pessoa Viva (Art. 426 CCB): não pode 
ter como objeto. Nenhum contrato pode ter como objeto 
herança de pessoa viva, pois se houver o contrato será 
nulo. "Pacta Corvina". 
 
-> Bens Incorpóreos: podem ser objeto de compra e 
venda. Porém quando o contrato tiver como bens 
“Incorpóreos”, o contrato será chamado de “Cessão de 
Direitos Autorais”, ex: venda de crédito; cessão de 
direitos hereditários. 
 
C) Preço: deve ser fixado no contrato em... 
-> Dinheiro: pelo menos 50% têm que ser pago em 
dinheiro (moeda corrente, em reais - R$), não podendo 
colocar o preço em moeda estrangeira, pois se houver isto 
haverá nulidade (curso forçado da moeda - Art. 318 
CCB). Quando o comprador ou vendedor for domiciliado 
no exterior ou se o contrato for internacional o preço 
poderá ser fixado em moeda estrangeira. 
 
-> Seriedade: a fixação do preço tem que ser séria. Séria 
quer dizer Razoável, que não encubra outro tipo de 
negócio, ex: pai vender carro para o filho, o valor de R$ 
30.000,00 e vende por R$ 5.000,00, logo é doação. 
 
-> Fixação por Terceiro (Art. 485 CCB): é possível que 
os contratantesestipulem uma terceira pessoa para 
arbitrar o preço. Feito isto, o preço indicado pelo terceiro 
obriga os contratantes. Se o terceiro se recusar, o contrato 
fica sem efeito, salvo se as partes indicar uma nova 
pessoa. 
-> Taxa de Mercado, Bolsa, valores, etc (Art. 486 - 487 
CCB): pode ser fixado preço através destes modos, ex: o 
pagamento do carro será feito pela tabela FIPE (índice 
oficial). Deve dizer o dia e lugar da sua apuração, pois 
pode haver divergência do preço de cidade para cidade; 
deve pagar em tantas arrobas de boi, logo tem que 
informar o dia e o lugar devido os preços serem diferentes 
para cada região. 
-> Ausência de Fixação (Art. 488 CCB): se tiver 
tabelamento oficial o valor a ser pago será do tabelamento 
oficial, ex: compra de remédio - paga pelo preço da 
tabela; carne será o preço praticado por aquele vendedor 
naquele dia; se fixar para cada pessoa um valor, será feito 
pelo preço médio (Art. 488, par. Único CCB), ou seja, 
deve prevalecer a fixação que atenda à função social do 
contrato (Art. 421 CCB), aos preceitos de ordem pública 
(Art. 2035, par. Único CCB) e que permitam a 
observação dos princípios de probidade e de boa- fé (Art. 
422 CCB). 
-> Fixação Unilateral (Art. 489 CCB): é proibido o 
Critério ser feito por apenas um dos contratantes. A 
fixação do preço não pode ficar ao Critério exclusivo de 
um dos contratantes, sob pena de nulidade. 
 
D) Forma: Ele é um contrato “Não Solene”, que não há 
uma forma prescrita em lei, podendo ser verbal ou por 
escrito, porém quando a compra e venda recair sobre 
“Imóveis”, obrigatoriamente o contrato deverá observar a 
Forma Escrita. Se o valor do imóvel exceder a 30 salários 
a compra e venda deve ser por Instrumento Público de 
compra e venda (Art. 108 CCB). 
 
6) Classificação: 
-> Típico: tem fundamentação legal. 
-> Bilateral: porque gera obrigações para ambos os 
contratantes. Comprador deve pagar o preço e o 
vendedor deve transferir a coisa. 
-> Oneroso: pois ambos os contratantes obtém proveito, 
ou seja, há vantagens para ambas as partes. 
-> Comutativo/Aleatório: Em regra ele é comutativo 
(certas e determinadas), porém nada impede que pela 
vontade das partes o contrato de compra e venda se torne 
aleatório. 
-> Consensual: Art. 482 CCB. Não exige a entrega da 
coisa para o seu aperfeiçoamento. A transferência da 
coisa é obrigação contratual e não condição para o 
contrato. 
 
7) Principais Efeitos: da compra e venda... 
A) Comprador: são dois os principais efeitos que o 
contrato gera. Uma “Obrigação” e um “Direito”. O 
contrato trás como consequência a obrigatoriedade de 
pagar o preço e consequentemente o direito ao 
recebimento da coisa adquirida. 
 
B) Vendedor: a consequência é a obrigação de transferir 
a propriedade da coisa vendida. “Bens Móveis” 
transferem pela “Tradição” (Art. 1267 CCB) e 
“Imóveis” através do Registro (Art. 1245 e par. CCB). O 
vendedor tem o Direito ao recebimento do Preço. 
OBS: A entrega da coisa será feita na forma combinada 
no contrato. Se o contrato for omisso a entrega da coisa 
será feita no local onde ela se encontrava ao tempo da 
venda (Art. 493 CCB). 
C) Dívidas (Art. 502 CCB): a responsabilidade por 
débitos da coisa é do “Vendedor” até a data da tradição. 
Salvo estipulação em contrário o devedor responde pelos 
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débitos da coisa até a data da tradição, ex: se comprou 
um carro e tem multa, quem deve pagar é o devedor, 
salvo pacto em contrário. OBS: a partir da entrega da 
coisa a responsabilidade passa a ser do comprador. 
 
D) Vícios Redibitórios e Evicção: o vendedor responde 
pelos vícios redibitórios e pela evicção, desde que não 
seja pactuada a aleatoriedade na compra e venda. 
 
E) Despesas (Art. 490 CCB): contratuais, prevalece 
aquilo que foi combinado entre os contratantes. A regra 
é o da liberdade contratual. Cabe as partes (comprador e 
vendedor) definir quem vai pagar o que. Quando o 
contrato for omisso será aplicado o Art. 490 CCB. Pode 
pactuar o contrário. 
 
-> Liberdade: as partes encarregam quem irá ficar com 
quais despesas. 
-> Omissão: As despesas de escritura e registro ficam a 
cargo do comprador, e a cargo do vendedor as da 
tradição. 
 
F) Riscos (Art. 492 CCB): da... 
-> Coisa: até a data da tradição corre por conta do 
vendedor. 
-> Preço: por conta do comprador. 
# Coisas postas a disposição do comprador (Art. 492, 
par. 1 CCB): A partir do momento que o devedor 
conta, marca, assinala, pesa ou mede a coisa na presença 
do comprador, caso ocorra caso fortuito, a 
responsabilidade passa a ser do comprador, pois já 
estava a sua disposição a coisa. 
 
# Mora do Comprador (Art. 492, par. 2 CCB): a 
partir do momento que o comprador ficar em mora de 
receber, cessa a responsabilidade do vendedor. A mora 
do comprador em receber exclui a responsabilidade do 
vendedor, exceto se ele agir com culpa, ex: o comprador 
ficou de pegar o objeto tal dia, e ele não foi, logo se o 
objeto for roubado o comprador se responsabiliza, 
mesmo até em caso fortuito, desde que o comprador 
esteja em mora, pois o bem já estava a sua disposição. 
 
8) Peculiaridades: 
A) Venda a vista (Art. 491 CCB): primeiro paga o 
preço para depois ter direito a coisa. 
B) Venda a prazo - insolvência (Art. 495 CCB): se 
antes da tradição da entrega da coisa o comprador cair 
em insolvência, o vendedor pode reter a coisa e pedir 
uma garantia de cumprimento do contrato. 
C) Outorga de escritura: O vendedor na venda de 
Imóveis só tem obrigação de outorgar a escritura após o 
pagamento integral do preço, desde que não seja nada 
pactuado o contrário. 
 
 
 
 
 
 
 
 
RESTRIÇÕES A COMPRA E VENDA 
 
1) Venda de ascendente a descendente (Art. 496 
CCB): é obrigatória a anuência do cônjuge e dos demais 
descendentes, ex: pai quer vender o bem para um dos 
filhos, necessita da anuência do cônjuge e dos 
demais descendentes. OBS: aplica-se também se o 
avô vender para o neto. Se for vender para o neto, deve 
ter anuência do cônjuge e dos demais filhos 
(descendentes). Se um dos filhos morrerem, logo o neto 
assume o lugar do pai para dar anuência. Avô -> Filho -
> Neto. 
2) A) Anuência: se não houver anuência o negócio será 
“Anulável”. 
-> Cônjuge: é dispensada a anuência se o casamento for 
por regime de Separação Total de Bens. 
-> Ascendentes: 
-> Forma (Art. 220 CCB): deve observar a mesma 
forma do contrato. Se por instrumento público, a anuência 
deverá ser feita por instrumento público. Sempre que for 
possível a anuência deve constar do próprio contrato para 
possibilitar a forma. 
-> Cônjuge do Descendente: não precisa da anuência do 
cônjuge do descendente, logo não irá participar. 
-> Incapacidade (Art. 1692 CCB): se por algum motivo 
o descendente for incapaz, para dar anuência, deve ser 
nomeado um curador, pois o descendente também tem 
interesse na coisa. 
-> Suprimento Judicial: se verificar que o a compra e 
vende é séria, e a falta de anuência do descendente é por 
mero capricho sem razão, sem fundamento pode ser 
suprida judicialmente pelo juiz, ex: algum dos filhos se 
negar a dar anuência. 
-> Nulidade Relativa: a falta de anuência do cônjuge e 
dos demais descendente é nulidade relativa, tornando o 
contrato anulável. Quem pode pedir a anulação do 
contrato é somente o cônjuge ou descendente que não 
anuiu. O defeito pode ser sanado a qualquer momento. 
-> Venda por interposta pessoa: ela é uma “Simulação”, 
logo ela leva a nulidade absoluta do contrato. A 
simulação reside sempre no Ônus da prova, ex: pai quer 
vender para o filho, mas sabe que o outro filho não irá 
deixar vender, logo ele negocia a venda com um terceiro 
para que este venda para o filho querido. 
-> Prescrição: o prazo para pleitear a nulidade do 
contrato é de “10 anos”. 
OBS: não vale a Súmula494 do STF, pois ela valia para 
o CCB/16. 
 
3) Venda a pessoas encarregadas de administrar bens 
alheios (Art. 497 CCB): tutor, curador, inventariante, 
administrador, sindico da falência não podem comprar os 
bens confiados a sua guarda e administração. Essa regra 
existe para que eles atuem com... 
A) Isenção de Ânimo: de forma imparcial. 
B) Nulidade Absoluta: o contrato é “Nulo” se isto 
ocorrer. 
4) Venda entre cônjuges (Art. 499 CCB): é licito a 
venda entre cônjuges, com relação aos bens excluídos da 
comunhão. É Lícito desde que caia sobre “Bem 
Particular” de uma das partes. 
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A) Regime de Bens: 
-> Comunhão universal: não há compra e venda entre 
cônjuges. 
-> Comunhão parcial: pode haver compra e venda entre 
cônjuges, desde que recaia sobre “bem particular” de um 
dos cônjuges, ou seja, daquele que recebeu por herança, 
por doação ou antes de casarem, pode porque estes bens 
não se comunicam. 
 
-> Separação: total de bens, depende o caso, porque ela 
pode ser... 
# Voluntária: é quando os nubentes de comum acordo 
resolvem se casar com separação total de bens. Pode ter 
compra e venda entre os cônjuges, pois o bem é privativo. 
Porém há casos que a lei impõe a separação total de bens. 
# Obrigatória: se a lei obriga a parte casar com 
separação total de bens não pode haver compra e venda 
entre cônjuges. A partir de 70 anos é obrigatório casar 
com separação total de bens (Art. 1641 CCB). 
 
-> União Estável (Art. 1725 CCB): se aplica as mesmas 
regras da comunhão parcial de bens, logo poderá 
haver a compra e venda dos cônjuges, desde que recaia 
sobre bens particulares do companheiro. 
 
5) Venda entre Condôminos (Art. 504 CCB): 
Condôminos são os coproprietários, quando um bem tem 
mais de um dono, ou seja, é sócio do bem. 
A) Preferência: os condôminos têm direito de 
preferência se uma das partes quiser vender a sua quota 
parte. A preferência dos condôminos só existe se houver 
igualdade de condições com terceiros. 
 
B) Igualdade de condições: um dos condôminos tem 
que avisar os outros sobre a venda para ver se um deles 
tem interesse. Logo, se nenhum destes outros tiver 
interesse de comprar a quota parte, poderá vender 
para terceiro. OBS: só sou obrigado a vender para o 
condômino se houver igualdade com terceiro, pois não 
pode ser explorado o vendedor. 
C) Coisa Indivisível: se a coisa for divisível não se 
falara em preferência. 
 
D) Ação de preempção ou preferência: se não for dado 
à preferência para os condôminos, poderá estes entrar 
com uma ação de Preempção ou preferência, entrando 
com o valor da venda mais as despesas do contrato, ai 
então irão adquirir a coisa. 
OBS: "A" oferece para os demais condôminosr a sua 
quota parte por R$ 100.000,00 e eles não aceitam, logo 
oferece para terceiro pelo mesmo preço, mas para 
facilitar e dar menos custo faz a escritura pela metade do 
preço, logo se um dos condôminos souber, poderá 
atravessar a preferência e pagar este preço oferecido a 
terceiro e adquirir o bem. 
E) Prazo: é de 180 dias, contados da ciência da venda 
do imóvel. 
 
F) Pluralidade de interessados: a preferência será 
daquele que tiver feito benfeitoria de maior valor na 
coisa. A preferência passa para quem tiver a maior quota 
parte se for iguais as condições. Logo se houver a 
mesma quota parte, os condôminos irão dividir 
proporcionalmente o preço da quota parte a ser vendida. 
 
ESPÉCIES DE VENDAS 
 
1) Venda por Amostras, Protótipos ou Modelos (Art. 
484 CCB): existem determinados casos onde a compra e 
venda é feita com base em amostras, em modelos, ex: 
perfume; agricultura - milho. Deve ser uma reprodução 
idêntica da amostra ou modelo. 
A) Reprodução integral da amostra: Vendas que são 
feitas por essas bases, a coisa entregue deve ser idêntica 
a amostra. Devem ter as mesmas características, as 
mesmas qualidades. Sob pena de inadimplemento 
contratual. 
OBS: se não houver as mesmas características ou 
qualidades do produto, pode o comprador recusá-la no 
ato do recebimento. 
 
B) Inadimplemento Contratual: Se a mercadoria 
entregue não tiver as mesmas características da amostra 
terá inadimplemento contratual pelo vendedor. 
C) Rejeição ou Abatimento do preço: Havendo 
inadimplemento contratual o comprador pode rejeitar a 
coisa ou pedir abatimento proporcional do preço. O 
abatimento proporcional do preço neste caso é feito 
através de perdas e danos. 
D) Protesto Imediato: O único cuidado que o 
comprador tem que ter é que a reclamação deve ser feita 
imediatamente, por ocasião da entrega da coisa. Se a 
reclamação não for imediata (comprador ficar em 
silêncio), presumi-se que o comprador renunciou o 
direito de reclamar, ou seja, reconheceu de que ela 
corresponde à amostra. 
Contradição: Amostra X Descrição contratual (Art. 
484, par. Único CCB): Quando houver contradição da 
amostra e do bem que estiver no contrato, “prevalecerá a 
amostra”. Esse argumento está ligado ao “Principio da 
Boa-Fé Objetiva” (lealdade, sem deixar de prestar 
informações, etc.) se a mercadoria não corresponde à 
amostra a coisa pode ser rejeitada ou ter seu preço 
diminuído a título de perdas e danos. 
E) Negócio Condicional: O aperfeiçoamento da compra 
e venda fica condicionado a entrega da coisa com as 
mesmas qualidades da amostra. 
 
2) Venda "Ad Mensuram" X "Ad Corpus": essa venda 
Ad mensuram ou Ad corpus “só se aplica na venda de 
Imóveis”. Na compra e venda de um imóvel precisa saber 
se a compra foi feita com base na medida do imóvel ou se 
ela foi feita com corpo certo e determinado. 
A) Venda "Ad Mensuram": O direito a reclamação por 
falta ou por excesso de área só existe na venda Ad 
Mensuram. Venda Ad mensuram é aquela praticada com 
base na medida, na extensão do imóvel, ou seja, é a venda 
na qual as medidas do imóvel são precisas e determinadas 
para a realização do negocio jurídico. 
 
-> Falta de área (Art. 500 CCB): Se houver falta de área 
o comprador tem o direito de exigir o complemento da 
área. 
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# Complemento: Esse complemento é feito por uma ação 
chamada "Ex Empto", porém nem sempre é possível o 
vendedor complementar a área, logo se ele não tiver um 
imóvel vizinho não terá como complementar. Se não tiver 
o complemento da área abre duas opções ao comprador: 
(estão abaixo)... 
# Resolução: Poderá pedir a Resolução do contrato 
através da “Ação Redibitória” ou; 
# Abatimento do Preço: o comprador poderá pedir o 
abatimento proporcional do preço através da “Ação 
Extimatória” ou da “Ação Quanti Minoris”. 
OBS: Toda vez que tiver área aproximada, mais ou 
menos ou dizer uma medida aproximada será por venda 
Ad Corpus, logo não cabe reclamação por falta ou 
excesso de área. “A opção será sempre do comprador‟ se 
não houver como complementar”. 
OBS: só cabe resolução ou abatimento do preço se não 
houver como complementar a área. Logo se houver como 
complementar, não caberá à resolução ou o abatimento 
proporcional do preço. 
 
-> Excesso de área (Art. 500, par. 2 CCB): a regra é de 
que o vendedor não pode reclamar do excesso, porque se 
parte da presunção de que o vendedor conhece a coisa que 
está vendendo. “Exceto”: a não ser que ele prove que 
tinha motivos suficientes para ignorar o excesso de área. 
Caso seja possível a sua reclamação, poderá ser pedido o 
complemento do preço ou a restituição da área excedente. 
Neste caso a “opção é do comprador”. O prazo 
decadencial é de 1 ano. 
OBS: Cabe ao proprietário/vendedor medir a sua área. 
 
* Pequena Diferença (Art. 500, par. 1 CCB): se a falta 
de área ou excesso for inferior de 5% (1/20) o adquirente 
ou vendedor não podera reclamar. Uma “Exceção para o 
Comprador”: A não ser que ele prove que se soubesseda 
falta da área, não compraria o imóvel. 
 
* Prazo Decadencial (Art. 501 CCB): 1 ano. O prazo 
para reclamação é de 1 ano a contar do registro do título 
(registro de compra pública no registro de imóveis por 
contrato de compra e venda). Esse prazo de 1 ano só 
muda em uma situação, ou seja, se houver atraso na 
transferência da posse ao comprador, esse prazo só 
começa a contar quando o comprador for imitido na 
posse, ou seja, quando o comprador tomar posse do 
imóvel. 
OBS: quando houver aqueles contratinhos para esperar, 
mesmo assim poderá o comprador reclamar, pois a 
jurisprudência só aceita se o imóvel for registrado no 
cartório de registro de imóveis. 
 
B) Venda "Ad Corpus" (Art. 500, par. 3 CCB): é 
aquela onde o imóvel é vendido como coisa Certa e 
Determinada. Na venda “Ad Corpos” a medida é 
imprecisa e meramente enunciativas, sendo que o corpo 
do imóvel é o elemento determinante para a realização 
do negócio jurídico (ex: vendo a fazenda “X”, com mais 
ou menos 2 alqueires). 
Toda vez que num contrato constar que “área 
aproximada de tanto”, “mais ou menos tantos metros 
quadrados”, ou “se não consta a metragem” (ex: anúncio 
de jornal) será venda Ad corpos, logo não caberá 
reclamação nenhuma, nem por falta e nem por excesso 
de área. 
OBS: sempre que possível é bom deixar expresso no 
contrato se ele é contrato de compra e venda Ad corpus 
ou Ad mensuram. 
-> Corpo Certo e Determinado; 
-> Medidas Enunciativas. 
 
CLÁUSULAS ESPECIAIS (Pactos Adjetos) 
 
Dentro de um contrato de compra e venda é possível que 
os contratantes pactuem algumas condições especiais, 
ex: Retrovenda, direito de preferência, compra e venda 
com reserva de domínio; compra fiduciária. 
 
1) Retrovenda (Art. 505 - 508 CCB): o pacto de 
retrovenda, uma vez pactuado e exercitado, reconduz os 
contratantes à situação anterior do contrato: volve a 
coisa vendida ao patrimônio do vendedor, que restituirá 
ao comprador, por sua vez, o preço recebido, mais as 
despesas por este efetuadas. 
A) Finalidade: é uma clausula que “beneficia o 
vendedor”. O vendedor pode se reservar no direito de 
recomprar o imóvel vendido em determinado prazo. 
“Essa cláusula só existe na venda de imóveis”. Depende 
de previsão expressa em contrato, ex: “A” vende para 
“B”, pois precisa de dinheiro, logo faz cláusula de 
retrovenda que se conseguir o dinheiro dentro de dois 
anos tem direito de comprar de volta o imóvel. Ele existe 
independentemente da vontade do comprador. O prazo 
máximo para ser pactuado e de três anos. 
 
B) Reembolso do Preço (Art. 505 CCB): Se o 
vendedor fizer a Retrovenda, ele deverá devolver ao 
comprador o valor com correção monetária, mais 
Benfeitorias Necessárias e outras despesas autorizadas 
por escrito pelo adquirente (comprador). 
C) Recusa do Comprador em Receber (Art. 506 
CCB): o vendedor pode consignar (deposita) 
judicialmente o pagamento para ficar com a coisa. 
Porém, se verificar que o depósito do valor não foi feito 
por completo, o vendedor não poderá ter posse da coisa. 
Só terá direito de tomar a posse depois que pagar 
integralmente o valor ao comprador (Art. 506, par. 
Único CCB). 
 
D) Prazo para Resgate (Art. 505 CCB): o prazo 
máximo permitido para pactuar esta cláusula é de 3 anos. 
Se ocorrer de ser maior que três anos, “somente o 
excesso que será Nulo”. OBS: Conta-se o Dies a Quo da 
data do Contrato e não do Registro. 
E) Nulidade da Cláusula: Se por algum motivo de a 
cláusula ser nula, a nulidade irá atingir somente a cláusula 
e o resto do contrato permanecerá eficaz, ou seja, a 
nulidade da clausula não irá contaminar o resto do 
contrato. 
F) Transmissibilidade (Art. 507 CCB): a cláusula de 
Retrovenda é transmissível, na qual ela obriga herdeiros e 
sucessos. É uma Obrigação que se transfere a herdeiros e 
sucessores. 
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G) Eficácia Contra Terceiros (Art. 507 CCB): ex: “A” 
vende para “B” com cláusula de Retrovenda e “B” vende 
para “C”. Não existe terceiro de boa-fé para cláusula de 
Retrovenda, mesmo que ela não esteja registrada no 
registro de imóveis, ela atinge qualquer pessoa, até 
mesmo terceiros. A cláusula de Retrovenda configura 
propriedade Resolúvel, e essa cláusula Resolúvel atinge 
terceiros. 
 
H) Comprador - Frutos e Rendimentos: o comprador 
enquanto estiver na posse da coisa ele terá direito aos 
frutos e rendimentos, ex: aluguel da propriedade enquanto 
estiver na posse do imóvel. 
 
I) Pluralidade de Vendedores (Art. 508 CCB): se um 
dos vendedores resolver exercer o direito de Retrovenda, 
deverá notificar o outro. A finalidade desta notificação é 
verificar se o outro vendedor também tem interesse de 
exercer o direito de retrovenda. Logo se um dos 
vendedores não quiser exercer o direito de retrovenda, 
quem quis exercer o direito, terá que 
fazer sobre a integralidade da coisa. 
 
2) Venda a Contento ou Sujeita a Prova (Art. 509 
CCB) - ("Ad Gustum"): o contrato só se confirma 
quando o comprador manifesta o seu agrado, o seu 
contento. Existem determinadas modalidades de venda 
onde o contrato manifesta o seu agrado, o seu gosto 
(cláusula "Ad Gustum"), ex: mulher leva roupas da loja 
em condicional, aqui se tem uma venda em contento. “O 
contrato fica suspenso até que o comprador manifeste o 
seu agrado, seu contentamento”. Ex2: vinho, na qual o 
vendedor põe para o interessado (comprador) 
experimentar, isso é uma venda a contento. Ex3: teste 
drive de carro. A venda a contento se finaliza quando o 
comprador manifesta o seu interesse - "gostei", "vou 
comprar". 
 
A) Aceitação (Art. 511 CCB): é a que dará formação a 
venda a contento. De acordo com o Art. 511 CCB, as 
obrigações do comprador são as de mero comodatário, 
enquanto não manifesta e aceita. Até esse ato, a coisa 
negociada pertence ao vendedor; até então, o comprador, 
como simples comodatário, porta-se, em relação a ela, 
como se lhe houvesse sido cedida a título de empréstimo. 
B) Tradição: só transfere a posse e não a propriedade na 
venda a contento. “A propriedade só será transferida com 
a aceitação e o aperfeiçoamento do contrato”. 
OBS: O comprador é mero comodatário enquanto não 
manifestar o seu agrado. 
 
C) Condição Suspensiva: Só há compra e venda quando 
o comprador manifestar o seu agrado, enquanto isso não 
for manifestado, a compra e venda fica suspensa, ou seja, 
pende sobre o contrato uma condição suspensiva até que 
o comprador manifeste o seu agrado. 
D) Prazo (Art. 512 CCB): se o comprador está na 
posse, não devolve ou não manifesta o seu agrado, 
poderá constituir o comprador em mora para que profira 
o seu agrado. O CCB exige aceitação expressa e não 
tácita. Não se aperfeiçoa o contrato neste caso. 
Inércia do comprador – se transcorrido o prazo para que 
o comprador manifeste sua aceitação ou devolva a coisa, 
ou, na ausência de prazo, se decorrido o tempo para 
manifestação do comprador, conforme fixado na 
intimação judicial ou extrajudicial, o comprador passa a 
ter conduta de esbulhador e deve pagar alugueies 
pelo uso indevido da coisa; o vendedor tem direito à 
proteção possessória (Art. 511 c/c 582 CCB). 
 
E) Direito Personalíssimo: não passa para herdeiros e 
sucessores e também não pode ser cedido a terceiros. 
F) Objeto: pode recair tanto sobre coisa móvel quanto 
coisa imóvel. Nada impede que o vendedor deixe o 
comprador morar alguns dias na casa para manifestar o 
seu agrado. 
 
G) Responsabilidade Civil: o comprador é mero 
possuidor. Se não houver culpa e nem dolo do 
comprador o prejuízo será do vendedor, salvo se o 
comprador esteja em mora de restituir. Ou seja, o caso 
fortuito ou força maior exclui a responsabilidade do 
comprador, salvo se estiver em mora ou teve culpa ou 
dolo. 
OBS: Na condição suspensiva o dono é o vendedor, o 
risco corre para ele,já no caráter resolutório o risco é do 
comprador, pois até então ele é o proprietário 
 
3) Direito de Preferência (Art. 513 CCB): no nosso 
ordenamento Jurídico pode ser legal ou convencional. 
A) Preferência: 
-> Legal: é aquele imposto pela lei, ex: a venda entre 
condôminos - é a lei que manda que um condômino dê 
preferência para o outro. Ex: locatário, a preferência é 
dele, pois a lei manda; ex2: arrendador tem de dar 
preferência para o arrendatário, pois o estatuto da terra 
manda. 
-> Convencional: porque foi criado pelas partes, ou 
seja, os contrates de comum acordo estipulam o direito 
de preferência (Art. 513 CCB). O vendedor tem o direito 
de adquirir a coisa vendida em igualdade de condições 
com terceiros caso haja cláusula de preferência de 
compra e venda. A preempção ou preferência impõe ao 
comprador a obrigação de oferecer ao vendedor a coisa 
que aquele vai vender, ou dar em pagamento, para que 
este use de seu direito de prelação na compra, tanto por 
tanto. 
OBS: Na “Retrovenda” não depende da vontade do 
comprador, logo na “Preferência” o vendedor tem 
preferência só se o comprador quiser vender. 
 
B) Igualdade de Condições (Art. 515 CCB): o 
vendedor só terá o direito de preferência caso ele pague 
o mesmo valor e nas mesmas condições que o terceiro 
interessado. Se houver a cláusula de preferência, será 
notificado o vendedor para passar o valor do bem para 
ver se ele terá interesse na coisa. Se o vendedor fica 
sabendo que o comprador quer vender, pode o vendedor 
ir dizer que quer exercer o direito de preferência. 
C) Cláusula Expressa: esse ato convencional exige 
cláusula expressa. Se não houver cláusula expressa, o 
vendedor não terá direito de preferência. Essa cláusula 
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de direito de preferência só existe se houver disposição 
expressa no contrato e ele não é eterno. 
 
D) Prazo: máximo que pode ser pactuada a preferência 
(Art. 513, par. Único CCB). 
-> Móveis: o prazo máximo permitido é de 180 dias. 
-> Imóveis: o prazo máximo é de 2 anos. 
OBS: de comum acordo os contratantes podem fixar 
prazo menor, mas não maior. Só aquilo que ultrapassar o 
prazo será nulo. 
 
E) Prazo para Manifestação (Art. 516 CCB): será de 3 
dias para Bens Móveis e de 60 dias para Bens Imóveis. 
Não pode pactuar prazo menor, mas prazo maior pode 
ser concedido, logo este é o prazo Mínimo. 
F) Inobservância da Preferência (Art. 518 CCB): no 
direito de “Preferência Convencional” tudo se resolve 
em Perdas e Danos. “A adjudicação compulsória, o 
depósito do preço só cabe no direito de Preferência 
Legal”. 
OBS: É complicado provar perdas e danos, pois o dano 
hipotético não indeniza. 
 
G) Direito Personalíssimo (Art. 520 CCB): não se 
transmite a herdeiros e sucessores do vendedor. Só pode 
ser exercido pelo próprio vendedor. Se este vier a falecer 
antes do decurso do prazo, acaba o direito de preferência. 
OBS: “Se morrer um comprador, o direito de preferência 
continua”. 
H) Pluralidade de Vendedores (Art. 517 CCB): se só 
um deles quiser exercer a preferência, ele fica obrigado a 
exercer sobre toda a coisa e não somente pela quota parte 
que lhe pertencia. 
I) Responsabilidade do Adquirente: depende da boa-fé 
e da má-fé. Se o terceiro adquirente estiver de má-fé ele 
também responderá pelas perdas e danos, porém se estiver 
de boa-fé ele não irá responder. Para afastar direito de 
boa-fé é necessário que o contrato seja registrado, pois 
através disto é que se dá publicidade do contrato e afasta 
os terceiros de boa- fé. 
 
4) Reserva de Domínio (Art. 521 - 528 CCB): serve 
para quem compra bem financiado. 
A) Finalidade: a compra e venda com reserva de domínio 
o vendedor aliena a coisa, mas reserva para si a 
propriedade. A finalidade é garantir o vendedor do 
recebimento total do preço. 
B) Garantia: o vendedor vende o bem, mas reserva para 
si o domínio, a propriedade da coisa até que a ultima 
parcela seja paga. 
 
C) Tradição: só transfere a posse ao comprador, mas não 
transfere a propriedade, logo o vendedor continua sendo 
dono. Se o comprador não pagar, o vendedor poderá fazer 
busca e apreensão, pois ele é o dono. 
 
Ela visa garantir o vendedor do recebimento do preço, ex: 
comprar um carro em três prestações, faz um contrato de 
compra e venda de domínio, o vendedor poderá pegar de 
volta se não for pago integralmente o preço. 
 
D) Transferência da Propriedade (Art. 524 c/c 521 
CCB): “ocorre de forma automática quando for paga a 
última parcela do preço”. Havendo o comprador pago o 
preço integral da coisa, o vendedor fica obrigado a 
transferir a coisa. Nesse interregno, responde o devedor 
(comprador) pelos riscos da coisa, a partir de sua posse, 
certo que, tendo-a precária, submete-se à obrigação de 
protegê-la e retratá-la como se sua fosse. 
OBS: Só existe reserva de domínio nas vendas “a Prazo”. 
OBS: A reserva de domínio exige cláusula expressa e 
escrita no contrato. 
 
E) Objeto (Art. 523 CCB): Bens móveis infungíveis. O 
imóvel faz por alienação fiduciária ou compra e venda 
com garantia hipotecária. 
F) Registro (Art. 522 CCB): para ter eficácia erga 
omnes, a cláusula de reserva de domínio deve ser 
registrada para afastar terceiros de boa-fé. Deve ser feito 
no cartório de títulos e documentos do domicílio do 
comprador. E se for carro, será no DETRAN. 
G) Condição Suspensiva: fica suspensa até o pagamento 
integral do preço. Enquanto o preço não estiver 
totalmente pago, a venda fica suspensa. O comprador é 
mero possuidor, só tem a posse da coisa e não a 
propriedade. 
 
H) Alienação ou cessão da coisa: o comprador tendo a 
posse pode vender a coisa ou ceder seus direito, desde 
que tenha anuência do credor (assunção de divida - Art. 
299 CCB). 
I) Riscos (Art. 524): “todos os riscos são do 
Comprador”. A partir do momento que registrou o 
contrato estará dando ciência a terceiros. Se o objeto for 
roubado o comprador mesmo assim terá que pagar. 
 
J) Execução da Cláusula: 
-> Constituição em Mora (Art. 525 CCB): Se o 
comprador ficar inadimplente, o vendedor pode executar 
a reserva de domínio. “Antes de o vendedor executar a 
reserva de domínio ele deve constituir em mora o 
comprador”. Pode ser feita por “Notificação” ou por 
“Protesto do Título” (duplicata, nota promissória, 
cheque). 
-> Busca e Apreensão (Art. 1071 CPC): A partir do 
momento que entrou com a mora do comprador, poderá 
entrar com a busca e apreensão (Art. 1071 CPC). O 
comprador irá pedir a busca e apreensão, o juiz irá 
ordenar a busca e apreensão. 
Quando o oficial de Justiça apreender o bem ele irá 
avaliar a coisa e entregar na mão do credor. Verá qual o 
crédito dele ou o valor do bem. O vendedor poderá 
vender o bem para pagar o seu crédito. A reserva de 
domínio é uma garantia para o vendedor. 
 
I) Forma (Art. 522 CCB): “Escrita”. Não se presume, 
logo tem que ter um contrato de compra e venda que 
tenha escrita a causa de compra e venda de domínio. A 
Alienação Fiduciária é similar a Reserva de Domínio. 
OBS: a Alienação Fiduciária é voltada para o direito das 
coisas, já a reserva de domínio está ligada a obrigações. 
 
 
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TROCA OU PERMUTA (Art. 533 CCB) 
 
1) Definição: envolve a substituição de uma coisa por 
outra que não seja dinheiro. A compra e venda também é 
uma troca, só que aqui ocorre à troca de um bem por 
dinheiro, já no contrato de troca, troca um bem por 
outro. Esse contrato de troca ou permuta é o primeiro 
contrato que se tem na história. 
OBS: se o contratante der algo em troca de um bem por 
uma Prestação de Fato/Prestação de Serviço, caracteriza-
se como Contrato Inominado e não como permuta. 
 
2) Espécies: depende do seu objeto para ser troca ou 
permuta. 
A) Troca: se o contratoenvolver coisas “Móveis” será 
chamado de Troca. 
B) Permuta: se o objeto for “Imóvel” o contrato será 
chamado de Permuta. 
OBS: isto faz parte de uma diferenciação meramente 
doutrinária. Para o legislador troca ou permuta não tem 
diferença nenhuma, é a mesma coisa. 
 
3) Características: é um contrato... 
-> Bilateral (ou Sinalagmático): porque gera 
obrigações para ambos os contratantes. Há uma 
reciprocidade de obrigações. A principal obrigação dos 
contratantes deste contrato é a transferência da 
propriedade da coisa trocada; 
-> Oneroso: na qual, ambos os contratantes detêm 
proveito. Há vantagens para ambas as partes; 
-> Comutativo: as obrigações das partes são certas e 
determinadas, desde a formação do contrato cada 
contratante pode antever quais são seus direito e quais 
suas obrigações. Não envolve risco; 
-> Consensual: para formação do contrato basta o 
acordo de vontade das partes. A entrega da coisa 
(tradição) diz respeito ao Cumprimento/Execução do 
contrato. A entrega da coisa é obrigação do contratante; 
-> Não Solene: (em regra) na qual a forma é Livre, 
“Exceto” quando recair sobre “Objetos Imóveis” (tem 
que ser por escrito. Se o valor do imóvel for superior a 
30 salários, deve haver a escritura pública de permuta - 
Art. 108 CCB). 
 
4) Reposição Parcial em Dinheiro: é possível que haja 
a reposição parcial em dinheiro. Se essas coisas trocadas 
ou permutadas têm valor diferente, é permitida a 
reposição. 
 
 
parcial em dinheiro, desde que essa “parte em dinheiro 
seja inferior a 50% do valor do bem”, pois se não 
configura como Contrato de Compra e Venda. Ex: 
compra de veículos; permuta de um imóvel por outro. 
OBS: parte em dinheiro - igual ou superior a 50% será 
contrato de compra e venda, abaixo disto será troca ou 
permuta. 
 
5) Regime Jurídico (Art. 533 CCB): tudo que for lícito. 
Na troca ou permuta há responsabilidade redibitória. Se o 
objeto apresentar defeito oculto o outro contratante pode 
reclamar. Este mesmo argumento vale para Evicção. Os 
contratantes de troca ou permuta respondem pela Evicção. 
OBS: é possível haver a troca por coisa futura, pois a 
compra e venda pode haver compra e venda futura, logo 
para troca e permuta também vale (Art. 483 CCB). 
OBS: pode fazer uma clausula com preferência, pois se 
aplica no contrato de compra e venda. 
A) Regras da Compra e Venda: 
B) Peculiaridades: 
C) Exceções: 
-> Despesas (Art. 533, I CCB): na troca ou permuta se 
nada vier a ser pactuado em contrario, as despesas serão 
rateadas/divididas meio a meio. Se houver 
corretor/picareta, se nada foi pactuado será dividido 
pelos dois também. 
-> Ascendente X Descendente (Art. 533, II CCB): na 
compra e venda precisa da anuência do cônjuge e dos 
demais descendentes. Já no contrato de Troca ou Permuta 
haverá a anuência do cônjuge e dos demais descendentes 
desde que os valores forem desiguais. Aplicam-se quando 
o ascendente tiver prejuízo, ex: pai vai troca o próprio 
carro sendo mais caro do que o da troca, logo precisa da 
anuência. 
OBS: A falta de anuência dá o direito de “Anulação do 
contrato” (Anulável; Nulidade Relativa do Contrato). 
 
CONTRATO ESTIMATÓRIO 
 
1) Definição (Art. 534 CCB): “Contrato Estimatório” é a 
venda em “Consignação”. É o contrato pelo qual o 
consignante entrega ao consignatário um bem móvel para 
venda por determinado preço, ex: sujeito quer vender o 
carro, logo deixa numa garagem para que seja consignado 
para venda. O dono da coisa entrega o bem móvel para 
uma terceira pessoa para que este faça a venda, por 
determinado preço. 
 
2) Obrigação Alternativa: é a obrigação assumida pelo 
consignatário. Ao final do prazo contratado o signatário 
irá devolver ao consignante o preço da coisa ou a 
restituição da coisa. Vencido o prazo o consignatário irá 
escolher entre pagar o preço ou devolver a coisa. 
OBS: A partir do momento que a coisa for consignada o 
direito de “escolha será do consignatário” e não do 
consignante. 
A) Pagamento: 
B) Restituição: 
 
3) Sujeitos: 
A) Consignante: é o proprietário da coisa. É aquele que 
entrega a coisa para ser vendida. Precisa de capacidade de 
ambos os contratantes. Pode ser pessoa física ou jurídica. 
B) Consignatário: é aquele que recebe a coisa para 
venda. Também tem que ser capaz. Pode ser pessoa física 
ou jurídica. 
 
4) Características: é um Contrato... 
-> Bilateral (ou sinalagmático): pois gera obrigações 
para ambos os contratantes. Tanto um quanto o outro 
tem direitos e obrigações; 
-> Oneroso: porque ambos os contratantes obtém 
proveito, há vantagens para ambas as partes; 
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-> Comutativo: na qual as prestações das partes são 
certas e determinadas, logo não envolve risco; 
-> Não Solene: (em regra), pois não há forma prescrita 
em lei, logo a forma e Livre; 
-> Real: só se forma com a entrega da coisa. Sem a 
entrega da coisa não haverá contrato. “A entrega do bem 
é condição para formação do contrato”, Ex: fala que vai 
levar o carro amanhã para ficar consignado em 15 dias, 
logo não levo, o consignatário não poderá ir lá buscar, 
pois aqui é um contrato real, que só se firma com a 
entrega da coisa. 
 
5) Requisitos: 
-> Tradição: só transfere a posse. O consignatário só 
tem a posse da coisa, pois a propriedade continua sendo 
do consignante até que a coisa seja vendida. O 
consignatário é mero possuidor. A tradição é condição 
para formação do contrato. 
 
-> Objeto: só tem por objeto Bens Móvel. O nosso 
CCB limita o Contrato Estimatório as Coisas Móveis, 
pois é difícil transferir um imóvel para alienação (ex: 
mandato). Este Contrato Estimatório é exclusivo 
para Bens Móveis. 
-> Restituição/Pagamento: essa é uma “opção do 
Consignatário”. 
 
-> Prazo: pode ser pro prazo... 
# Determinado: expirado o prazo, o consignatário tem 
que devolver a coisa ou pagar o valor em dinheiro. Se o 
consignatário não fizer nem um e nem outro, poderá o 
consignante fazer a escolha, pois ocorreu má-fé do 
consignatário. Obrigatoriamente o consignante irá pedir 
a coisa, salvo se a coisa foi vendida. 
# Indeterminado: se o Consignante tiver a intenção de 
pegar a coisa de volta, deve ele Notificar o 
Consignatário para que então este possa exercer o direito 
entre pagar o preço ou restituir a coisa. 
-> Preço: a fixação do preço do bem para venda é feita 
pelo “Consignante”. É ele que irá indicar o preço para 
venda. O preço é elemento fundamental para o Contrato 
Estimatório. O preço pode ser fixado em valor certo ou 
ligado a taxa de mercado, de bolsa ou de indicadores, ex: 
pagar o preço da tabela FIPE. 
 
A fixação do preço não pode fixar a critério do 
Consignatário. Teoricamente “o lucro do Consignatário 
é o Sobrepreço”, aquilo que ele pegar a mais do valor 
indicado pelo consignante. É costume a pessoa fixar em 
percentual. O Consignante só tem direito ao valor que 
ele fixou, pois o sobrepreço será do Consignatário. 
 
6) Disponibilidade (Art. 537 CCB): enquanto a coisa 
estiver consignada o Consignante não tem 
disponibilidade sobre ela, logo deve ele ir ao 
Consignatário. O Consignante não pode vender a coisa 
durante o contrato. 
O Consignatário pode restituir ou pagar o preço, por isso 
que o consignante não pode vendê-la ou dar o bem como 
garantia. A única pessoa que pode vender o bem é o 
Consignatário enquanto vigente o bem. 
 
7) Riscos (Art. 535 CCB): é todo do “Consignatário”, 
inclusive por Caso Fortuito ou Força Maior. Logo o 
Consignatário assume todo o risco. Qualquer 
Deterioração ou Perecimento é responsabilidade do 
Consignatário. 
 
8) Restituição Antes do Prazo: o Consignante não pode 
exigir a Restituição da coisa antes do prazo em Hipótese 
nenhuma, porque a opção será sempre do Consignatário. 
Ao final do contrato é o Consignatário queirá escolher 
entre restituir a coisa ou pagar o preço fixado pelo 
Consignante. OBS: o Consignatário pode restitui a coisa 
antes do prazo. Como é depositado e os riscos correm por 
conta dele, ele tem o direito de restituir o bem antes do 
prazo pactuado. 
 
9) Penhora/Sequestro (Art. 536 CCB): não pode haver 
enquanto pago integralmente o preço da coisa. O bem 
depositado não responde por dívidas do Consignatário, 
porque a propriedade ainda é do Consignante. O 
Consignatário é mero possuidor, logo não tem a 
propriedade da coisa. Porém a partir do momento que o 
Consignatário optar pelo pagamento do preço, a coisa será 
passível de penhora pelo preço do bem, pois ele está 
adquirindo a coisa. 
 
10) Local de Pagamento ou Restituição: ao fim do 
contrato deve ser feito no “Domicílio do Consignatário”, 
salvo se outro lugar não foi combinado. Desde que não 
haja nada pactuado, a restituição da coisa ou pagamento 
do preço será feito no domicílio do Consignatário. 
 
11) Conservação da Coisa: depende. Os Gastos 
Ordinários de guarda e manutenção correm por conta do 
Consignatário, ex: limpeza do carro. Cabe ao Consignante 
os Gastos Extraordinário (são as benfeitorias 
Necessárias), ex: carro precisa da troca de pneu. 
 
DOAÇÃO 
 
1) Definição (Art. 538 CCB): é o contrato em que uma 
pessoa, por liberalidade, transfere do seu patrimônio bens 
ou vantagens para o de outra. A doação é o contrato em 
que um dos sujeitos se obriga a transferir a propriedade de 
um bem a outrem gratuitamente por ato entre vivos. 
OBS: O contrato por “Doação é Gratuito”; só existe o 
contrato de doação se for “Ato Entre Vivos”. Se deixar 
em testamento para outro será causa mortis e não entre 
vivos. 
OBS: Doar já é negócio jurídico, que dos outros se 
distingue pela atribuição patrimonial gratuita. 
 
2) Sujeitos: 
A) Doador: é aquele que pratica a Liberalidade. É aquele 
que irá transferir do seu patrimônio bens ou vantagens 
para outrem. 
B) Donatário: é o Beneficiário. É aquele que vai tirar 
proveito do contrato. 
OBS: Sempre que houver com “Contrato de Doação 
Haverá um Binômio”: Empobrecimento do Doador e um 
Enriquecimento do Donatário. 
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OBS: os sujeitos podem ser pessoa Física ou Jurídica. 
Pessoa jurídica também pode receber doação. 
 
3) Elementos: do contrato de doação, além daqueles do 
Art. 104 CCB... 
A) "Animus Donandi": o “Ânimo de Doar”. É um 
“Elemento Subjetivo”, ou seja, é a intenção do doador de 
praticar a Liberalidade. É esse Animus Donandi que 
evidencia a vontade de dispor, de doar. Esse Animus que 
diferencia da Compra e Venda, do Comodato 
(empréstimo) e da Doação. Para que o contrato de Doação 
seja eficaz deve haver o animus Donandi, pois se a 
manifestação de “vontade for Viciada o contrato será 
Anulável”. 
B) Transferência de Bens: este é um “Elemento 
Objetivo”. Esse elemento é a “Tradição” (transferência 
da coisa doada). O doador assume a obrigação de 
transferir a coisa doada ao donatário. Se for “Bem 
Móvel a Tradição Transfere a Propriedade”, e se “Bem 
Imóvel a propriedade será transferida pelo registro”. 
 
OBS: Essa transferência de bens ou vantagens tem que 
gerar uma Redução Patrimonial ao Doador. 
C) Aceitação: o contrato só se forma com a Aceitação 
do Donatário, mesmo que este contrato seja gratuito. 
 
4) Características: 
-> Unilateral: porque gera obrigação somente para uma 
das partes, ou seja, para o Doador. 
OBS: pode ser Bilateral no caso de Doação com 
Encargo, na qual se cria também uma obrigação para o 
Donatário, pois passa a ser Oneroso. Porém alguns 
doutrinadores dizem que continua sendo unilateral, pois 
acreditam que o contrato deve ser visto em sua essência. 
Pois a obrigação do doador é maior (Orlando Borins). 
OBS: a “Consequência só irá existir nos Vícios 
Redibitórios e pela Evicção”. 
 
-> Gratuito: em regra. Somente o donatário é que tira 
proveito nesta obrigação. Porque o Donatário, em razão 
da liberalidade do doador, enriquece seu patrimônio sem 
nada despender em contrapartida. 
OBS: será Oneroso se a doação for Doação com Encargo. 
 
-> Consensual: se aperfeiçoa com o simples acordo de 
vontade entre as partes. “A Tradição é Obrigação do 
Doador”. Obrigação a ser executada posteriormente. 
OBS: Não e Comutativo e nem aleatório: pois serve para 
contratos bilaterais. 
 
-> Solene (Art. 541 CCB): há forma prescrita em lei. O 
“Contrato tem que ser feito por Escrito”. “Exceção”: 
“Doação Manual” que é a doação de Bem Móvel de 
Pequeno Valor e desde que a tradição seja Imediata (Art. 
541, par. Único, CCB). A “Doação Manual pode ser 
Verbal”. Para ser verbal tem que ter móvel de pequeno 
valor e de tradição imediata. 
OBS: esse pequeno valor vai de pessoa para pessoa. 
OBS: se a tradição não for imediata deve ser feito por 
escrito, logo se não for feito, será nulo, pois não tem 
forma prescrita em lei (Art. 166 CCB). 
5) Requisitos: 
5.1) 
Subjetivos: 
A) Capacidade Ativa: quem pode doar é todo sujeito 
capaz e que tenha livre disposição de seus bens, na qual 
tem legitimidade para doar. 
OBS: o “Incapaz (Relativa ou Absolutamente) não pode 
ser Doador”, pois não pode diminuir o seu patrimônio. 
 
B) Doação de Pai para Filho: os pais podem doar para 
os filhos. A “Doação” de pai para filho não exige 
anuência dos demais descendentes, porém para 
“Vender” necessita da anuência do cônjuge e dos demais 
descendentes. A anuência do cônjuge só precisa de for 
de Bens Imóveis ou se o casamento não for por 
separação total de bens. 
OBS: A doação de pais para filhos tem um limite, logo 
ele não pode doar para o filho mais de 50% do seu 
patrimônio. OBS: aquilo que foi doado importa em 
Adiantamento de Legitima (adiantamento de herança). 
 
-> Adiantamento de Legitima (Art. 544 CCB): aquilo 
que o filho recebeu em doação vai ser abatido daquilo 
que terá direito de receber por herança. 
OBS: tem 3 filhos e doou 50% para um dos filhos, logo 
o pai morre e dá 25% para cada um dos outros dois e 
aquele que já tinha recebido, acabou ficando com 50%. 
 
-> Dispensa de Colação (Art. 2005 CCB): pode o 
Donatário mediante cláusula expressa dizer que o que foi 
doado para um dos filhos não será diminuído quando for 
aberto o testamento, logo o que o pai tinha quando 
morreu será dividido entre os filhos e aquele que recebeu 
a doação ainda receberá deste testamento, ex: A ganha 
50% dos bens do pai, logo sobra 50%, o pai põe a 
cláusula que este percentual será dividido entre os 3 = 
16,6% para cada, logo o que recebeu antes fica com 
66,6%. 
OBS: a regra é o Adiantamento de Legitima, logo se não 
houver cláusula expressa aplica este, mas se houver 
Cláusula Expressa em contrário aplica a Dispensa de 
Colação. 
 
C) Doação entre Cônjuges (Art. 544 CCB): também é 
Possível, na qual está dentro do limite de 50%. Deve 
saber se o regime de bem deste casamento autoriza esta 
doação. Casamento pela “Comunhão Universal de Bens” 
não terá a doação de bens, pois é impossível. “A doação 
entre cônjuges é possível entre bens particulares excluídos 
da comunhão”. A “Comunhão Parcial de Bens pode 
haver a doação”. “Separação Total de Bens” poderá doar 
se for Doação Convencional de Bens. A parte disponível 
do sujeito é de 50%, mais que isto não pode doar. 
 
D) Doação a Cúmplice de Adultério (Art. 550 CCB): é 
valida, mas pode ser anulada por seu outro cônjuge ou por 
seus descendentes. 
OBS: É licita a Doação do sujeito casado para amante? R: 
é Licita, se ninguém pedir a anulação, essa doação será 
válida, logo por ser um ato anulável. Se não for anulado 
este contrato, passará a ter todos os seus efeitos. 
 
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-> Legitimidade: para pedir anulação é somente o 
“Cônjuge Prejudicado”. Os “Herdeiros” poderão somentese morrer o Cônjuge, mas se estiver vivo, a legitimidade é 
do Cônjuge. 
 
-> Prazo: para anular vai até “2 (dois) anos após a 
Dissolução da Sociedade Conjugal”. A Dissolução 
Conjugal se dá pela Separação, Divórcio ou pela Morte de 
algum dos Cônjuges. 
OBS: não anulará se a “Separação for de Fato”, porque 
em tese não terá mais Adultério. 
OBS: Para “União Estável” aplicam-se as mesmas regras 
da Comunhão Parcial de Bens. 
 
5.2) Capacidade Passiva: A princípio qualquer pessoa 
pode ser Donatário. 
A) Incapaz (Art. 543 CCB): até mesmo o incapaz pode 
ser Donatário. Pode ele receber Doação. Se a Doação for 
com Encargo deverá ele estar Representado. 
B) Nascituro (Art. 542 CCB): pode receber Doação. A 
doação feita ao nascituro é uma “Doação Condicional”, 
pois precisa do nascimento com vida para haver a doação. 
Se não houver o nascimento, o contrato não se 
aperfeiçoará. 
 
5.3) Objetivo: está ligado ao objeto. O objeto da doação 
tem que ser Lícito, Possível, Determinado ou 
Determinável (Art. 104 CCB). 
A) Bens ou Vantagens (Art. 538 CCB): Os direitos 
também podem ser objetos de doação, ex: aparecer em 
propaganda. Envolve bens corpóreos, moveis ou imóveis, 
bem como as vantagens (são os direitos). 
 
B) Bens Futuros: pode ser objeto de doação. Se não vier 
a existir, a Doação não irá se concretizar, pois ainda há 
uma Obrigação Condicional. 
 
C) Doação Universal (Art. 548 CCB): é a doação de 
todos os bens sem reserva de renda suficiente a 
sobrevivência do doador. O doador não pode doar todo o 
seu patrimônio e ficar sem nada. Pode doar 90%, mas 
desde que com esse restante ele consiga sobreviver. A 
Doação Universal é Nula, Absoluta. OBS: se doar 50% e 
os outros 50% venha a se perder, o sujeito não terá direito 
de pedir de volta. 
 
D) Doação Inoficiosa (Art. 549 CCB): é aquilo que 
excede ao que o doador podia dispor. O que pode ser 
disposto é somente 50%. “Se doar 60% para o filho será 
Doação Inoficiosa”, logo a nulidade atinge somente a 
diferença. “A Doação Inoficiosa é Nula”. 
 
5.4) Formal (Art. 541 CCB): Doação é Contrato 
Formal, Solene, exige a Forma Escrita. Se a doação 
abranger imóvel que tenha valor superior a 30 salários, 
deve ser feito por Instrumento Público. “Exceção”: 
“Doação Manual” - de pequeno valor e que a doação 
seja imediata (Art. 541, par. Único, CCB). 
 
 
 
ESPÉCIES DE DOAÇÃO 
 
1) Pura e Simples: é aquela feita por mera liberalidade. 
Não há restrições, encargos, ou seja, não há nenhuma 
contrapartida imposta ao Donatário. O donatário não 
assume nenhuma obrigação. Só há um benefício em 
favor do donatário. 
 
2) Onerosa ou Com Encargo (Art. 553 CCB): na 
doação com encargo o doador impõe uma obrigação ao 
Donatário. Com a aceitação o Donatário assume uma 
obrigação. Ele tem uma contraprestação a ser cumprida. 
A doação com encargo pode favorecer o próprio doador, 
terceira pessoa indicada pelo doador ou pela 
coletividade, interesse geral. 
OBS: Quando utiliza os termos – “para que, a fim de 
que, com a obrigação de” são empregadas para definir o 
encargo. 
 
A) Beneficiário: 
-> Doador: será beneficiado quando o encargo vir em 
seu proveito, o mais conhecido como "Eu te dou tal 
coisa se você fizer isto por mim". 
-> Terceiro: pode ser beneficiada. Põe a obrigação ao 
Donatário. 
-> Coletividade: quando o sujeito doa um bem que irá 
favorecer a toda coletividade, ex: doação de terreno para 
construção de um hospital; clube; escola. Quando o 
encargo vem com proveito a toda coletividade o MP tem 
legitimidade para exigir o cumprimento do encargo (Art. 
553, par. Único CCB). 
OBS: nos dois primeiro somente o doador pode exigir o 
encargo, já neste último (Coletividade) o MP também 
pode. 
 
# Encargo Ilícito ou Impossível: ex: por uma casa de 
prostituição no imóvel. A nulidade só atinge o encargo e 
a doação permanece inválida. Se o encargo for ilícito e 
impossível, presumi-se impossível o encargo e a doação 
permanece. 
 
# Vícios (Art. 441, par. Único; 552 CCB): o “Doador 
Responde pelos Vícios Redibitórios e a Evicção”. Se o 
doador doar um bem que tiver defeito oculto, o donatário 
poderá reclamar, ou seja, há responsabilidade do doador 
se houver vicio e/ou evicção. 
 
C) Condicional: a eficácia da doação depende de um 
evento futuro e incerto. Aqui pende sobre o contrato 
uma condição Suspensiva, ou seja, a eficácia do contrato 
fica condicionada ao evento determinado pelo doador, 
ex: prometer ao filho um carro se passar no concurso 
para o juiz; nascituro. Toda vez que é imposta uma 
condição futura, haverá a doação condicional. 
OBS: na doação condicional não responde por vicio 
redibitório e pela evicção. 
OBS: a Doação Condicional se diferencia geralmente 
das demais quando usado o termo “se”. 
 
D) Remuneratória (Art. 540 CCB): é uma forma de 
remuneração por serviços ou favores prestados ao 
doador cujo pagamento não foi exigido/cobrado ou não 
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pode mais ser exigido, ex: o sujeito vai ao médico e este 
não cobra a consulta por ser seu amigo, grato por isso o 
cliente compra um vinho e dá ao médico. 
 
OBS: aqui é uma forma de pagamento pelo serviço ou 
favor prestado gratuitamente, logo o que exceder o valor 
da prestação de serviço ou favor será doação, ex: serviço 
= R$ 200,00, bem doado = R$ 300,00, Doação (na 
verdade) = R$ 100,00. 
OBS: Aqui o Doador responde pela Evicção e pelos 
Vícios Redibitórios. 
 
# Excesso: ex: a consulta custava 200 e o vinho era 100 
reais, o beneficiário só poderá reclamar a parte 
Remuneratória. Mesmo caso ocorre se o preço for o 
contrário, prevalece à doação Remuneratória. O que 
exceder será doação pura e simples. 
# Vícios (Art. 552 CCB): o Doador responde pelos 
Vícios Redibitórios e pela Evicção. 
 
E) Mista: é a concessão de um beneficio através de um 
contrato de caráter oneroso. Ocorre quando ao preço-viu 
ou o sobre-preço. Aquilo que excede o sobre-preço 
configura doação. A intenção da parte aqui é dever, ou 
seja, doar quando o sujeito fez um contrato de compra e 
venda. Ou seja, trata-se de um negócio jurídico 
caracterizado pela onerosidade, porém não perde o caráter 
bilateral. A exemplo dessa doação cita-se: “Um cidadão 
de livre e espontânea vontade pagar 1.000 reais por um 
bem avaliado em 500 reais”. 
OBS: O sobrepreço inspira-se na liberalidade que o 
adquirente deseja praticar. 
 
F) Contemplação de Merecimento (Art. 540 CCB): o 
doador expõe os motivos da liberalidade. Ex: por que está 
tendo a doação? R: porque o donatário mereceu. A 
doação se concretiza em razão do merecimento 
do donatário. 
 
G) ao Nascituro (Art. 542 CCB): permite que seja feita 
doação em favor do nascituro. Nascituro é aquele que já 
foi concebido, mas ainda não nasceu. A doação ao 
nascituro exige a aceitação que é dada pelos seus 
representantes legais, ou seja, por seus pais. Essa doação 
ao nascituro também caracteriza a uma doação 
condicional, e esta condição é o nascimento com vida. Se 
nascer com vida e venha morrer depois a doação teve 
validade, logo passa para os descendentes, se não chegou 
a nascer à doação não aconteceu. 
 
H) em Forma de Subvenção (Art. 545 CCB): periódica. 
É uma forma de pensão do doador em favor do donatário, 
ex: mesada. Essa doação quem estipula a periodicidade é 
o Doador. Em regra ela termina com a morte do doador 
ou do donatário. O doador pode fixar prazo para expirar. 
Essa doação configura como doação pura e simples, pois 
acontece por mera liberalidade do Doador. 
-> Pensão; 
-> Periodicidade. 
 
 
 
I) em Contemplação de Casamento Futuro (Art. 546 
CCB): esta doação pode ser feita entre os próprios 
nubentes (noivos). Tem caráter de Doação Condicional. 
Essa doação também pode ser feita de terceiro aos 
nubentes, ex: pai do noivo diz que se eles casarem dará 
umacasa para morarem. 
-> Nubentes entre si; 
-> Terceiro aos Nubentes; 
 
-> aos Filhos dos Nubentes: é a única hipótese que é 
admitida a chamada de casamento de “Prole Eventual”. A 
doação pode ser feita para os filhos dos nubentes, para 
prole eventual. Aqui tem uma obrigação condicional, na 
qual é necessário que venha nascer um filho. 
OBS: se o casal não puder ter filhos e resolverem adotar, 
a doação terá a mesma validade, pois atualmente não há 
diferença nenhuma entre ser filho de sangue ou adotivo. 
 
-> Separação/Divórcio: se o casal casar apenas para 
receber a doação, essa doação será válida, pois a condição 
era o casamento, logo o que ocorrer posteriormente não 
envolverá a condição. 
 
J) Conjuntiva (Art. 551 CCB): é aquela feita em favor 
de duas ou mais pessoas, quando há uma pluralidade de 
donatários. A doação feita a duas ou mais pessoas é 
chamada de Doação Conjuntiva. Caso o donatário venha 
morrer, passará para seus herdeiros. Se os donatários for 
marido e mulher a parte da doação passa para o cônjuge 
sobrevivente. Logo não irá passar nada para os herdeiros 
(no caso de os donatários forem marido e mulher). 
 
-> Pluralidade de Donatários; 
-> Donatário - Casal: par. Único. 
K) com Cláusulas Acessórias: na doação o doador 
pode impor algumas Cláusulas/Condições, as mais 
comuns são... 
-> Inalienabilidade: essa cláusula quer dizer que o 
donatário não pode vender a coisa doada. O doador pode 
fazer a doação e inserir no contrato uma cláusula de 
Inalienabilidade. Quem define o prazo de validade é o 
doador, na qual não há limite. A única coisa que a lei 
exige hoje é que o doador exponha o motivo. 
 
-> Incomunicabilidade: essa cláusula diz que a coisa 
recebida em doação não se comunica ao cônjuge, na qual 
ela é exclusiva do donatário. Essa cláusula só tem 
validade se o casamento for de casamento Universal de 
bens (Total) e para pessoa solteira, logo para o 
Casamento Parcial de bens não terá validade. 
 
-> Impenhorabilidade: significa que a coisa doada é 
impenhorável. Ela não pode ser penhorada por dividas 
do donatário. 
OBS: Quaisquer destas três cláusulas devem ser 
justificadas. “Sem Justificação torna Nula a cláusula”. 
 
-> Reserva de Usufruto: é quando o doador doa o bem, 
mas reserva para si o direito de uso e gozo da coisa, ou 
seja, o Doador continua podendo usar e tirar as 
vantagens da coisa. A única coisa que ele faz é transferir 
a coisa ao donatário. Isto serve para não haver briga 
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entre os herdeiros. 
OBS: O casal fez a reserva de usufruto e um dos 
cônjuges morre, neste caso é o doador quem pode 
estipular. Em regra fica para o cônjuge sobrevivente. 
 
L) com Cláusula de Reversão (Art. 547 CCB): essa 
cláusula faz com que a coisa doada retorne ao 
patrimônio do doador. Uma das Hipóteses que pode ser 
estipulada no contrato é... 
-> Sobrevida do Doador: caso o doador sobreviva ao 
donatário, a coisa doada retorna ao patrimônio do 
doador, ou seja, se o donatário morrer antes do doador o 
bem volta ao doador. “‟Essa cláusula só existe se estiver 
Expressa”, pois se não o for, não haverá reversão, logo 
passará aos herdeiros do donatário. 
->Reversão em favor de Terceiro: é proibido, ex: 
donatário fala. A reversão é só em favor do doador, logo 
não pode haver cláusula de reversão em benefício de 
uma terceira pessoa. 
 
-> Descumprimento de Encargo: na doação com 
encargo o doador pode estipular no contrato que se o 
donatário não cumprir com o encargo o bem retorne ao 
doador. Todos os bens doados pela área pública, existirá 
a reversão. 
 
M) Doação Manual (Art. 541 CCB): é a doação de 
coisa móvel de pequeno valor cuja tradição é imediata. 
A Doação Manual pode ser verbal. Pequeno valor 
dependerá de cada caso concreto, é um caráter 
subjetivo. 
 
N) a Entidade Futura (Art. 554 CCB): é permitida 
doação para entidade que ainda vai ser criada, porém o 
donatário desta entidade tem que ser regularmente 
constituída dentro do prazo de 2 anos. Essa prazo é 
Decadencial. A constituição regular de uma entidade 
ocorre com o seu Registro. Se não vier a ser registrada 
em dois anos a doação fica sem efeito. 
 
7) Aceitação da Doação: aceitação do Donatário é 
Indispensável para formação do contrato. Contrato é o 
acordo de duas ou mais vontades, mesmo que seja 
doação, deve haver proposta e aceitação. Essa aceitação 
pode ser... 
 
A) Expressa: é aquela que se dá de forma incontroversa 
que não deixa margem a dúvida. A aceitação expressa é 
a mais comum na doação. Como a doação é um Contrato 
Formal, Solene, que exige a forma escrita, logo se o 
contrato é Escrito a Aceitação também será por escrito. 
B) Tácita: é aquela que se revela por um 
“Comportamento do Donatário”. O Comportamento do 
Donatário indica a sua aceitação. Aceitação tácita “só irá 
ocorrer na Doação Manual” (de bem móvel de pequeno 
valor e que a tradição seja imediata). 
C) Presumida (Art. 539 CCB): só pode ser presumida 
“quando a lei permitir”. Nos casos em que a lei não 
permitir a manifestação de vontade presumida, não 
poderá ocorrer. “Na Doação Pura o Silêncio do Donatário 
leva a presunção de aceitação”. 
O Doador pode notificar o Donatário, informando que 
pretende doar determinado bem, se dentro do prazo 
fixado pelo doador não houver manifestação por parte do 
Donatário, presume-se que ele aceitou, devido ao seu 
Silêncio. 
 
D) Ficta (Art. 543 CCB): é a “Doação Feita ao Incapaz”. 
Aqui não é que a aceitação é dispensada (conforme o 
artigo), mas sim presumida pela lei, devido a Doação Pura 
(que não impõe ao Donatário o cumprimento de encargo, 
nem está sujeita a Condição). Porém se for Doação com 
Encargo tem que ter aceitação, logo ela não é fictícia e 
nem presumida e, sim expressa. 
OBS: Nelson Nery Jr. Diz que esse Art. 543 CCB 
especifica que essa dispensa é restrita ao 
Absolutamente Incapaz. 
 
8) Efeitos da Doação: 
A) Entrega da Coisa: principal efeito dado ao doador e a 
obrigação de transferir a coisa doada ao donatário. A 
partir do momento que o contrato se concretiza, surge 
para o doador a tradição. Transfere a sua propriedade ao 
donatário. A transferência ocorre pela tradição se a coisa 
for móvel e se imóvel será pelo registro da coisa. 
 
B) Evicção (Art. 552 CCB): Em algumas espécies de 
doação o doador responde pela evicção. Nas doações com 
encargo; remuneratórias e para casamento certo e 
determinada pessoa o doador responde pela evicção. Se o 
donatário perder a coisa por força de sentença judicial que 
atribua a outrem, ele pode reclamar, porque há o efeito da 
regra da evicção. 
 
C) Vícios Redibitórios (Art. 441, par. Única CCB): o 
doador tem responsabilidade se a doação for com Encargo 
e na Doação Remuneratória responde por defeitos 
ocultos a que é destinada ou diminuam o valor (Art. 441, 
par. Único CCB). 
D) Juros Moratórias: o doador não responde por juros 
moratório (Art. 552 CCB). 
 
E) Eficácia "Ex Nunc": Caso a doação venha a ser 
Anulada ou Revogada por qualquer motivo, a eficácia do 
contrato será "Ex Nunc", não retroativa. Até o momento 
em que o contrato for extinto ele produzirá os seus efeitos 
sem retroação. 
 
9) Obrigações do Donatário: 
A) Recebimento da Coisa: se houver a aceitação dele o 
contrato se formou. Logo ele deve receber a coisa doada. 
Caso haja Recusa do Donatário em receber a coisa doada, 
o doador poderá consigná-la. 
 
B) Cumprimento do Encargo: Nas Doações com 
Encargo o donatário assume uma Obrigação que é o 
cumprimento do encargo imposto pelo doador. Caso o 
Donatário não cumpra com o encargo, o doador tem duas 
opções: 
 1º) pode exigir o cumprimento através da “Ação de 
Execução de Obrigação de fazer” ou; 
 2º) pode “Revogar a Doação”. “A opção é do Doador”, e 
ele quem ira escolher. 
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C) Não praticar ato de Ingratidão (Art. 557 CCB): não 
pode cometer atos de ingratidão contra o Doador. Se o 
Donatário cometer um ato de ingratidão contra o Doador, 
o Doador poderá revogar a Doação. A prática de um ato 
de ingratidão contra o doador, a lei autoriza a ele revogar 
a doação. 
D) Impostos e Despesas: “Cabe ao Donatário o 
pagamento” dos impostos e despesas contratuais 
referentes à doação. O valor do imposto é de 4% - 
ITCMD. O sujeito ativo tributário (credor) é o Estado, 
logo este imposto é pago ao Estado. Embora o doador 
geralmente paga, caso não pague será do Donatário. 
 
10) Revogação da Doação: embora o CCB nomina de 
“Revogação da Doação”, na verdade é uma “Anulação”. 
O que não é permitido é a Renúncia Antecipada ao 
direito de Revogar uma Doação. 
-> Renúncia Antecipada (Art. 556 CCB): o doador 
não pode renunciar antecipadamente ao direito de 
revogar a doação, caso haja alguma cláusula, o ato é 
nulo. Ele pode praticar a Revogação somente depois de 
feito o fato, desde que autorizado a Revogação. 
 
A) Causas Comuns aos Contratos: 
-> Nulidade Relativa: a doação pode ser anulada por 
causas comuns a qualquer contrato. Se a Manifestação 
de vontade for Viciada o contrato será Anulável nos 
casos de Erro, Dolo, Coação, Lesão, Estado de Perigo ou 
Fraude. Nestes casos o contrato e passível de anulação. 
Ex: doação ao cúmplice de adultério é um ato Anulável 
(Art. 550 CCB). Pode ser pedida a anulação até 2 anos 
após à separação conjugal. 
 
-> Nulidade Absoluta: pode ser revogada nos casos de 
nulidade absoluta, ex: “Incapacidade do Doador”. O 
doador tem que ser pessoa capaz, pois se não o for o 
contrato será Nulo. Se o “Objeto for Ilícito ou 
Impossível” também haverá nulidade absoluta. Se não 
for observada a “Forma Prescrita em Lei”, pois a doação 
tem que ser feito por escrito, pois se não o for é nulo. Só 
pode haver doação Tácita no caso de Doação manual. 
Outros casos: “Separação universal” (Art. 448 CCB), 
ocorre quando doa todos os bens sem ter nenhuma 
reserva, caso isso ocorra sua nulidade é absoluta. 
“Doação inoficiosa” (Art. 549 CCB) - ocorre quando o 
Doador excede aquilo que poderia dispor (50%), o que 
ultrapassar o limite é nulo. 
 
-> Descumprimento do Encargo (Art. 555 CCB): 
doações com encargo, o descumprimento do encargo 
autoriza o doador revogar a doação. Mas deve saber se 
no contrato de doação foi fixado prazo para o encargo. 
# Prazo Determinado: se havia prazo. Expirado o 
prazo, o doador pode revogar a doação, 
independentemente de notificação ou interpelação. 
 
# Prazo Indeterminado (Art. 562 CCB): se é encargo e 
não foi fixado prazo para o cumprimento, antes de o 
doador revogar o contrato é necessário “constituir em 
mora o Donatário”, que ocorrerá mediante 
“Notificação”. O doador tem que notificar o donatário 
para que cumpra o encargo, sob pena de anulação por 
Revogação. 
 
B) Ingratidão do Donatário (Art. 557 CCB): pode ser 
revogada por este motivo. As hipóteses estão expressas no 
art. 557 CCB e são Taxativas. Se é Taxativa, significa que 
“Não Admite Interpretação Extensiva”. 
b.1) Atentado a vida do Doador: inc. I - se o donatário 
ou alguém sob suas ordens atentar sobre a vida do doador, 
a doação é revogada por ingratidão do donatário. Vale 
tanto para Homicídio Consumado quanto Tentado. Se for 
o Filho do Donatário, não revoga o contrato de doação, 
Salvo se o Donatário tinha conhecimento e não fez nada 
para impedir. Para Revogação “não precisa de 
Condenação na Esfera Criminal”, porém esse atentado 
contra a vida do doador só abrange a “forma Dolosa”. Se 
o “Homicídio for Culposo não configura ingratidão”. 
b.2) Ofensa Física: se o donatário ou alguém sob suas 
ordens ofender fisicamente o doador, este poderá revogar a 
doação por ingratidão do donatário. Aqui será “Lesão 
Corporal Dolosa” e não Culposa. Se “Ameaçar o Doador 
Não Poderá Revogar”, pois deve ser interpretado 
taxativamente. Não exige previa Condenação Penal para 
revogar, a revogação do fato pode ser feita na esfera civil. 
Se no direito penal for configurado “Legitima Defesa por 
parte do Donatário não configurará ingratidão”. A 
Legitima Defesa afasta a revogação. 
 
b.3) Injúria Grave ou Calúnia: se o donatário injuriar 
ou caluniar o doador (Art. 139 e 140 CP). Se o Donatário 
“Difamar não cabe revogação”, pois a interpretação é 
restritiva, taxativa. Aqui neste caso de Difamação só pode 
pedir Dano moral, mas não a Revogação por Ingratidão. 
b.4) Recusa de Alimentos: recusa do Donatário em 
prestar alimentos ao Doador, caso este necessite. “O 
Doador antes de pedir alimentos ao Donatário deve pedir 
aos seus parentes”. Se não tiver nenhum parente para pedir 
alimentos, ai sim ele poderá pedir para o Donatário. Se o 
Donatário não tem condição de prestar alimentos, não 
revoga, porém se tiver condição de prestar alimentos, 
poderá haver a revogação. 
 
# Vítima - Parente do Doador (Art. 558 CCB): se 
qualquer destes atos de ingratidão for praticado contra o 
cônjuge, ascendente, descendente ou irmão do doador 
também cabe revogação por ingratidão. Aqui será taxativo 
também. 
 
C) Prazo para Ação (Art. 559 CCB): é de 1 ano. Cujo 
“Termo Inicial é a data que o doador tiver Ciência do Fato 
e de sua Autoria” (Autor do Fato). Esse prazo de um ano 
só se aplica para revogação por ingratidão. 
D) Natureza da Ação (Art. 560 CCB): é 
“Personalíssima”. Só o Doador que tem legitimidade para 
ajuizar a Ação. “Exceção”: “Homicídio Consumado”, na 
qual passará para os Herdeiros, fora isto somente o doador 
é quem poderá entrar com a Revogação. A “Ação só pode 
ser ajuizada contra o Donatário”. 
O que acontece que a ação pode continuar contra os 
herdeiros do Donatário, depois que tenha entrado a ação e 
este venha a morrer. 
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E) Doações Irrevogável por Ingratidão (Art. 564 
CCB): não se revogam por ingratidão do donatário – 
“Doações Remuneratória”; “Doações com Encargo já 
cumprido”; “Doação para Casamento com Certa e 
Determinada pessoa”, porque casou aconteceu o fato, não 
pode mais revogar por ingratidão; 
 
“Doação Decorrente de Doação Natural”, ex: doação de 
alimentos, vestuário para o filho, não pode revogar, pois 
são doações naturais. 
 
F) Impossibilidade de Restituição do Bem (Art. 563 
CCB): ex: ganha carro de doação e vende para o terceiro 
e o doador revoga por ingratidão. Ocorre que “a 
restituição se dará em dinheiro”. Se for impossível a 
Restituição da coisa doada o ressarcimento será feito pelo 
equivalente em dinheiro. 
 
G) Doação Conjuntiva - Encargo Indivisível: é aquela 
feita em favor de duas ou mais pessoa, quando tem uma 
pluralidade de Donatários, ex: sujeito fez doação para 3 
donatários, o “A” caluniou o Doador e, o Doador revoga a 
doação. A revogação atinge os 3. Se o encargo for 
indivisível ou o bem doado for indivisível a revogação 
atingirá a todos, atinge a Integralidade da coisa doada. 
 
 
Espero ter contribuído com sua aprendizagem e 
compreensão quanto a matéria. 
 
MUITO OBRIGADO  
 
 
 
 
BOA PROVA!!!

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