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2º Bimestre – Direito Civil – Contratos – Curta a página “Materiais de Sala” no Facebook. - COMPRA E VENDA 1) Histórico: não é o primeiro contrato que se tem noticia, ou seja, que foi utilizado pela nossa civilização. O primeiro contrato a existir foi o de “Troca e Permuta”, mais conhecido como “Escambo”. O que sobrava para o sujeito, ele trocava com o outro por aquilo que tinha precisão, só que com a evolução da sociedade surgiu à necessidade de fixar um parâmetro para estas trocas. O primeiro foi o gado, chamado de “Pecus” (Pecúnia), posteriormente veio os metais preciosos, moedas preciosas. A partir que essas moedas passaram a ser cunhados, surgiu o contrato de compra e venda. O contrato de compra e venda é o mais importante e utilizado pelo Direito Civil. 2) Definição (Art. 481 CCB): é o contrato pelo qual uma das partes (devedor) se obriga a Transferir a propriedade de uma coisa/bem mediante contraprestação de certo preço em dinheiro pago pela outra parte (Credor). Sempre que tratar de compra e venda estará presente... # Transferência do Domínio X Pagamento do Preço: domínio é sinônimo de “Propriedade”. O vendedor tem a obrigação de transferir a coisa ao comprador e o comprador é obrigado a pagar o preço da coisa em dinheiro. Deve ser pago em dinheiro, pois se não for será considerado “Contrato de Permuta ou Troca”. Pelo menos 50% do valor deve ser pago em dinheiro. Se o pagamento for feito em “Prestação de Serviço”, teremos um “Contrato Inominado”. Para questão, um contrato de compra e venda é obrigatoriamente ter pelo menos 50% do valor do contrato em dinheiro. 3) Eficácia Obrigacional: o contrato em si é somente um título, só cria obrigações para as partes. Toda compra e venda precisa de uma fase complementar, que é a... # Transferência da Propriedade: o contrato de compra e venda estará formado a partir do momento que as partes acordarem no objeto e no preço (Art. 482 CCB). -> Móveis: a transferência ocorre através da “Tradição”. A aquisição da propriedade não ocorre rapidamente com o contrato e sim somente com a tradição. Ou seja, sem a entrega da coisa não existe a transferência da propriedade. Enquanto a coisa não for entregue os riscos correm a custa do vendedor. OBS: A propriedade do carro é feita com a simples tradição, já o registro no DETRAN é mero ato administrativo. Art. 1267 CCB. -> Imóveis: adquire a propriedade com o registro no “Cartório de Registro de Imóveis”. Dono do imóvel será aquele em que o nome está registrado na matricula, enquanto não estiver registrado terá somente o direito sobre a coisa. Art. 1245 CCB. 4) Inadimplemento: havendo o inadimplemento de qualquer dos contratantes, o contratante prejudicado tem duas opções... # Execução (Art. 621 CPC): do contrato visando seu cumprimento. Para “Entrega de Coisa Certa” é regulada pelo Art. 621 CPC – “O devedor de obrigação de entrega de coisa certa, constante de título executivo extrajudicial, será citado para, dentro de 10 (dez) dias, satisfazer a obrigação ou, seguro o juízo (Art. 737, II), apresentar embargos”. OBS: Ação de execução de quantia certa a pagar, aquele devedor solvente, ocorre no caso de o vendedor entrar com a execução do contrato caso o comprador não tenha pago. # Resolução (Art. 474 - 475 CCB): do contrato com perdas e danos. A opção é do contratante prejudicado. 5) Elementos/Requisitos (Art. 104 CCB): o contrato de compra e venda deve observar esses requisitos acrescido do "Preço". A) Consenso: -> Acordo de Vontades: Art. 482. O contrato de compra e venda se forma quando há um Acordo do Objeto e do Preço, deste modo, o contrato estará formado. A entrega da coisa e do pagamento é uma “Obrigação Posterior”. Esse acordo de vontades deve ser livre e consciente, pois se estiver viciado este contrato será anulável. -> Capacidade: * Genérica: é ao agente capaz, sujeito maior e em pleno gozo de seus direitos civis. Se um dos sujeitos for incapaz, desde que ele esteja representado se for absolutamente incapaz e se relativamente incapaz ele será assistido. O ato praticado pelo absolutamente incapaz será nulo e no relativamente será anulável. Ex: mãe pedir que um filho absolutamente incapaz compre um saco de arroz, primeiramente ele é nulo, mas a maior parte dos entendimentos diz poderá fazer este negócio desde que seja aceito pela sociedade, esse contrato será valido. * OBS: se o absolutamente incapaz for o vendedor ele devera ser representado, pois isso diminuirá seu patrimônio. * Específica: não basta o comprador ser apenas capaz. Se o agente é capaz e casado, no caso de venda de um bem, deve haver a anuência do cônjuge, salvo se o casamento for por separação total de bens (Art. 1647 CCB). Ex: venda de pai para filho, para o pai vender o bem precisa da anuência do cônjuge e dos outros filhos (Art. 496 CCB). Se não houver a anuência poderá ocorrer à anulação do contrato. -> Vício de Vontade: a Manifestação do contrato não pode ser “Viciada” (erro, dolo, coação, lesão, estado de perigo ou fraude) o contrato é Anulável, e se houver “Simulação” o Contrato será Nulo. B) Coisa: o objeto tem que ser Lícito, Possível, Determinado ou pelo menos Determinável. -> Disponível: na compra e venda só pode ter bens disponíveis (aqueles que podem ser comercializados). Os chamados “bens fora do comércio” não podem ser chamados como objeto de compra e venda, ex: cobrar por respirar. Ex: sujeito quer comprar um transplante de rim, não pode celebrar este contrato, pois o objeto é ilícito para comércio. 2º Bimestre – Direito Civil – Contratos – Curta a página “Materiais de Sala” no Facebook. -> Atual/Presente/Futura (Art. 483 CCB): as coisas futuras também podem ser objeto de compra e venda, desde que elas venham a existir, salvo se a intenção das partes era de concluir contrato aleatório, ex: compra de bezerro em leilão caso venha a nascer. OBS: fica sem efeito se essa coisa futura não vier a existir. -> Determinada/Determinável: bens Determinados são os bens “Infungíveis” (aqueles que não podem ser substituídos por outros). Quando for um bem determinado ele deve ser individualizado no contrato, deve ser discriminado, ex: carro - Chassi, placa, renavam; Lote - placa, limite, metragem. A lei de imóveis exige que seja o mais discriminado possível. Determinável são os bens “Fungíveis” (gênero, qualidade e quantidade). Se a compra e venda recair sobre bens fungíveis a sua discriminação cairá sobre gênero, qualidade e quantidade. -> Erro sobre qualidades essenciais: da coisa, ele é Anulável, cabível de Resolução. Não poderá rescisão, pois só vale no caso de Lesão ou Estado de Perigo. -> Herança de Pessoa Viva (Art. 426 CCB): não pode ter como objeto. Nenhum contrato pode ter como objeto herança de pessoa viva, pois se houver o contrato será nulo. "Pacta Corvina". -> Bens Incorpóreos: podem ser objeto de compra e venda. Porém quando o contrato tiver como bens “Incorpóreos”, o contrato será chamado de “Cessão de Direitos Autorais”, ex: venda de crédito; cessão de direitos hereditários. C) Preço: deve ser fixado no contrato em... -> Dinheiro: pelo menos 50% têm que ser pago em dinheiro (moeda corrente, em reais - R$), não podendo colocar o preço em moeda estrangeira, pois se houver isto haverá nulidade (curso forçado da moeda - Art. 318 CCB). Quando o comprador ou vendedor for domiciliado no exterior ou se o contrato for internacional o preço poderá ser fixado em moeda estrangeira. -> Seriedade: a fixação do preço tem que ser séria. Séria quer dizer Razoável, que não encubra outro tipo de negócio, ex: pai vender carro para o filho, o valor de R$ 30.000,00 e vende por R$ 5.000,00, logo é doação. -> Fixação por Terceiro (Art. 485 CCB): é possível que os contratantesestipulem uma terceira pessoa para arbitrar o preço. Feito isto, o preço indicado pelo terceiro obriga os contratantes. Se o terceiro se recusar, o contrato fica sem efeito, salvo se as partes indicar uma nova pessoa. -> Taxa de Mercado, Bolsa, valores, etc (Art. 486 - 487 CCB): pode ser fixado preço através destes modos, ex: o pagamento do carro será feito pela tabela FIPE (índice oficial). Deve dizer o dia e lugar da sua apuração, pois pode haver divergência do preço de cidade para cidade; deve pagar em tantas arrobas de boi, logo tem que informar o dia e o lugar devido os preços serem diferentes para cada região. -> Ausência de Fixação (Art. 488 CCB): se tiver tabelamento oficial o valor a ser pago será do tabelamento oficial, ex: compra de remédio - paga pelo preço da tabela; carne será o preço praticado por aquele vendedor naquele dia; se fixar para cada pessoa um valor, será feito pelo preço médio (Art. 488, par. Único CCB), ou seja, deve prevalecer a fixação que atenda à função social do contrato (Art. 421 CCB), aos preceitos de ordem pública (Art. 2035, par. Único CCB) e que permitam a observação dos princípios de probidade e de boa- fé (Art. 422 CCB). -> Fixação Unilateral (Art. 489 CCB): é proibido o Critério ser feito por apenas um dos contratantes. A fixação do preço não pode ficar ao Critério exclusivo de um dos contratantes, sob pena de nulidade. D) Forma: Ele é um contrato “Não Solene”, que não há uma forma prescrita em lei, podendo ser verbal ou por escrito, porém quando a compra e venda recair sobre “Imóveis”, obrigatoriamente o contrato deverá observar a Forma Escrita. Se o valor do imóvel exceder a 30 salários a compra e venda deve ser por Instrumento Público de compra e venda (Art. 108 CCB). 6) Classificação: -> Típico: tem fundamentação legal. -> Bilateral: porque gera obrigações para ambos os contratantes. Comprador deve pagar o preço e o vendedor deve transferir a coisa. -> Oneroso: pois ambos os contratantes obtém proveito, ou seja, há vantagens para ambas as partes. -> Comutativo/Aleatório: Em regra ele é comutativo (certas e determinadas), porém nada impede que pela vontade das partes o contrato de compra e venda se torne aleatório. -> Consensual: Art. 482 CCB. Não exige a entrega da coisa para o seu aperfeiçoamento. A transferência da coisa é obrigação contratual e não condição para o contrato. 7) Principais Efeitos: da compra e venda... A) Comprador: são dois os principais efeitos que o contrato gera. Uma “Obrigação” e um “Direito”. O contrato trás como consequência a obrigatoriedade de pagar o preço e consequentemente o direito ao recebimento da coisa adquirida. B) Vendedor: a consequência é a obrigação de transferir a propriedade da coisa vendida. “Bens Móveis” transferem pela “Tradição” (Art. 1267 CCB) e “Imóveis” através do Registro (Art. 1245 e par. CCB). O vendedor tem o Direito ao recebimento do Preço. OBS: A entrega da coisa será feita na forma combinada no contrato. Se o contrato for omisso a entrega da coisa será feita no local onde ela se encontrava ao tempo da venda (Art. 493 CCB). C) Dívidas (Art. 502 CCB): a responsabilidade por débitos da coisa é do “Vendedor” até a data da tradição. Salvo estipulação em contrário o devedor responde pelos 2º Bimestre – Direito Civil – Contratos – Curta a página “Materiais de Sala” no Facebook. débitos da coisa até a data da tradição, ex: se comprou um carro e tem multa, quem deve pagar é o devedor, salvo pacto em contrário. OBS: a partir da entrega da coisa a responsabilidade passa a ser do comprador. D) Vícios Redibitórios e Evicção: o vendedor responde pelos vícios redibitórios e pela evicção, desde que não seja pactuada a aleatoriedade na compra e venda. E) Despesas (Art. 490 CCB): contratuais, prevalece aquilo que foi combinado entre os contratantes. A regra é o da liberdade contratual. Cabe as partes (comprador e vendedor) definir quem vai pagar o que. Quando o contrato for omisso será aplicado o Art. 490 CCB. Pode pactuar o contrário. -> Liberdade: as partes encarregam quem irá ficar com quais despesas. -> Omissão: As despesas de escritura e registro ficam a cargo do comprador, e a cargo do vendedor as da tradição. F) Riscos (Art. 492 CCB): da... -> Coisa: até a data da tradição corre por conta do vendedor. -> Preço: por conta do comprador. # Coisas postas a disposição do comprador (Art. 492, par. 1 CCB): A partir do momento que o devedor conta, marca, assinala, pesa ou mede a coisa na presença do comprador, caso ocorra caso fortuito, a responsabilidade passa a ser do comprador, pois já estava a sua disposição a coisa. # Mora do Comprador (Art. 492, par. 2 CCB): a partir do momento que o comprador ficar em mora de receber, cessa a responsabilidade do vendedor. A mora do comprador em receber exclui a responsabilidade do vendedor, exceto se ele agir com culpa, ex: o comprador ficou de pegar o objeto tal dia, e ele não foi, logo se o objeto for roubado o comprador se responsabiliza, mesmo até em caso fortuito, desde que o comprador esteja em mora, pois o bem já estava a sua disposição. 8) Peculiaridades: A) Venda a vista (Art. 491 CCB): primeiro paga o preço para depois ter direito a coisa. B) Venda a prazo - insolvência (Art. 495 CCB): se antes da tradição da entrega da coisa o comprador cair em insolvência, o vendedor pode reter a coisa e pedir uma garantia de cumprimento do contrato. C) Outorga de escritura: O vendedor na venda de Imóveis só tem obrigação de outorgar a escritura após o pagamento integral do preço, desde que não seja nada pactuado o contrário. RESTRIÇÕES A COMPRA E VENDA 1) Venda de ascendente a descendente (Art. 496 CCB): é obrigatória a anuência do cônjuge e dos demais descendentes, ex: pai quer vender o bem para um dos filhos, necessita da anuência do cônjuge e dos demais descendentes. OBS: aplica-se também se o avô vender para o neto. Se for vender para o neto, deve ter anuência do cônjuge e dos demais filhos (descendentes). Se um dos filhos morrerem, logo o neto assume o lugar do pai para dar anuência. Avô -> Filho - > Neto. 2) A) Anuência: se não houver anuência o negócio será “Anulável”. -> Cônjuge: é dispensada a anuência se o casamento for por regime de Separação Total de Bens. -> Ascendentes: -> Forma (Art. 220 CCB): deve observar a mesma forma do contrato. Se por instrumento público, a anuência deverá ser feita por instrumento público. Sempre que for possível a anuência deve constar do próprio contrato para possibilitar a forma. -> Cônjuge do Descendente: não precisa da anuência do cônjuge do descendente, logo não irá participar. -> Incapacidade (Art. 1692 CCB): se por algum motivo o descendente for incapaz, para dar anuência, deve ser nomeado um curador, pois o descendente também tem interesse na coisa. -> Suprimento Judicial: se verificar que o a compra e vende é séria, e a falta de anuência do descendente é por mero capricho sem razão, sem fundamento pode ser suprida judicialmente pelo juiz, ex: algum dos filhos se negar a dar anuência. -> Nulidade Relativa: a falta de anuência do cônjuge e dos demais descendente é nulidade relativa, tornando o contrato anulável. Quem pode pedir a anulação do contrato é somente o cônjuge ou descendente que não anuiu. O defeito pode ser sanado a qualquer momento. -> Venda por interposta pessoa: ela é uma “Simulação”, logo ela leva a nulidade absoluta do contrato. A simulação reside sempre no Ônus da prova, ex: pai quer vender para o filho, mas sabe que o outro filho não irá deixar vender, logo ele negocia a venda com um terceiro para que este venda para o filho querido. -> Prescrição: o prazo para pleitear a nulidade do contrato é de “10 anos”. OBS: não vale a Súmula494 do STF, pois ela valia para o CCB/16. 3) Venda a pessoas encarregadas de administrar bens alheios (Art. 497 CCB): tutor, curador, inventariante, administrador, sindico da falência não podem comprar os bens confiados a sua guarda e administração. Essa regra existe para que eles atuem com... A) Isenção de Ânimo: de forma imparcial. B) Nulidade Absoluta: o contrato é “Nulo” se isto ocorrer. 4) Venda entre cônjuges (Art. 499 CCB): é licito a venda entre cônjuges, com relação aos bens excluídos da comunhão. É Lícito desde que caia sobre “Bem Particular” de uma das partes. 2º Bimestre – Direito Civil – Contratos – Curta a página “Materiais de Sala” no Facebook. A) Regime de Bens: -> Comunhão universal: não há compra e venda entre cônjuges. -> Comunhão parcial: pode haver compra e venda entre cônjuges, desde que recaia sobre “bem particular” de um dos cônjuges, ou seja, daquele que recebeu por herança, por doação ou antes de casarem, pode porque estes bens não se comunicam. -> Separação: total de bens, depende o caso, porque ela pode ser... # Voluntária: é quando os nubentes de comum acordo resolvem se casar com separação total de bens. Pode ter compra e venda entre os cônjuges, pois o bem é privativo. Porém há casos que a lei impõe a separação total de bens. # Obrigatória: se a lei obriga a parte casar com separação total de bens não pode haver compra e venda entre cônjuges. A partir de 70 anos é obrigatório casar com separação total de bens (Art. 1641 CCB). -> União Estável (Art. 1725 CCB): se aplica as mesmas regras da comunhão parcial de bens, logo poderá haver a compra e venda dos cônjuges, desde que recaia sobre bens particulares do companheiro. 5) Venda entre Condôminos (Art. 504 CCB): Condôminos são os coproprietários, quando um bem tem mais de um dono, ou seja, é sócio do bem. A) Preferência: os condôminos têm direito de preferência se uma das partes quiser vender a sua quota parte. A preferência dos condôminos só existe se houver igualdade de condições com terceiros. B) Igualdade de condições: um dos condôminos tem que avisar os outros sobre a venda para ver se um deles tem interesse. Logo, se nenhum destes outros tiver interesse de comprar a quota parte, poderá vender para terceiro. OBS: só sou obrigado a vender para o condômino se houver igualdade com terceiro, pois não pode ser explorado o vendedor. C) Coisa Indivisível: se a coisa for divisível não se falara em preferência. D) Ação de preempção ou preferência: se não for dado à preferência para os condôminos, poderá estes entrar com uma ação de Preempção ou preferência, entrando com o valor da venda mais as despesas do contrato, ai então irão adquirir a coisa. OBS: "A" oferece para os demais condôminosr a sua quota parte por R$ 100.000,00 e eles não aceitam, logo oferece para terceiro pelo mesmo preço, mas para facilitar e dar menos custo faz a escritura pela metade do preço, logo se um dos condôminos souber, poderá atravessar a preferência e pagar este preço oferecido a terceiro e adquirir o bem. E) Prazo: é de 180 dias, contados da ciência da venda do imóvel. F) Pluralidade de interessados: a preferência será daquele que tiver feito benfeitoria de maior valor na coisa. A preferência passa para quem tiver a maior quota parte se for iguais as condições. Logo se houver a mesma quota parte, os condôminos irão dividir proporcionalmente o preço da quota parte a ser vendida. ESPÉCIES DE VENDAS 1) Venda por Amostras, Protótipos ou Modelos (Art. 484 CCB): existem determinados casos onde a compra e venda é feita com base em amostras, em modelos, ex: perfume; agricultura - milho. Deve ser uma reprodução idêntica da amostra ou modelo. A) Reprodução integral da amostra: Vendas que são feitas por essas bases, a coisa entregue deve ser idêntica a amostra. Devem ter as mesmas características, as mesmas qualidades. Sob pena de inadimplemento contratual. OBS: se não houver as mesmas características ou qualidades do produto, pode o comprador recusá-la no ato do recebimento. B) Inadimplemento Contratual: Se a mercadoria entregue não tiver as mesmas características da amostra terá inadimplemento contratual pelo vendedor. C) Rejeição ou Abatimento do preço: Havendo inadimplemento contratual o comprador pode rejeitar a coisa ou pedir abatimento proporcional do preço. O abatimento proporcional do preço neste caso é feito através de perdas e danos. D) Protesto Imediato: O único cuidado que o comprador tem que ter é que a reclamação deve ser feita imediatamente, por ocasião da entrega da coisa. Se a reclamação não for imediata (comprador ficar em silêncio), presumi-se que o comprador renunciou o direito de reclamar, ou seja, reconheceu de que ela corresponde à amostra. Contradição: Amostra X Descrição contratual (Art. 484, par. Único CCB): Quando houver contradição da amostra e do bem que estiver no contrato, “prevalecerá a amostra”. Esse argumento está ligado ao “Principio da Boa-Fé Objetiva” (lealdade, sem deixar de prestar informações, etc.) se a mercadoria não corresponde à amostra a coisa pode ser rejeitada ou ter seu preço diminuído a título de perdas e danos. E) Negócio Condicional: O aperfeiçoamento da compra e venda fica condicionado a entrega da coisa com as mesmas qualidades da amostra. 2) Venda "Ad Mensuram" X "Ad Corpus": essa venda Ad mensuram ou Ad corpus “só se aplica na venda de Imóveis”. Na compra e venda de um imóvel precisa saber se a compra foi feita com base na medida do imóvel ou se ela foi feita com corpo certo e determinado. A) Venda "Ad Mensuram": O direito a reclamação por falta ou por excesso de área só existe na venda Ad Mensuram. Venda Ad mensuram é aquela praticada com base na medida, na extensão do imóvel, ou seja, é a venda na qual as medidas do imóvel são precisas e determinadas para a realização do negocio jurídico. -> Falta de área (Art. 500 CCB): Se houver falta de área o comprador tem o direito de exigir o complemento da área. 2º Bimestre – Direito Civil – Contratos – Curta a página “Materiais de Sala” no Facebook. # Complemento: Esse complemento é feito por uma ação chamada "Ex Empto", porém nem sempre é possível o vendedor complementar a área, logo se ele não tiver um imóvel vizinho não terá como complementar. Se não tiver o complemento da área abre duas opções ao comprador: (estão abaixo)... # Resolução: Poderá pedir a Resolução do contrato através da “Ação Redibitória” ou; # Abatimento do Preço: o comprador poderá pedir o abatimento proporcional do preço através da “Ação Extimatória” ou da “Ação Quanti Minoris”. OBS: Toda vez que tiver área aproximada, mais ou menos ou dizer uma medida aproximada será por venda Ad Corpus, logo não cabe reclamação por falta ou excesso de área. “A opção será sempre do comprador‟ se não houver como complementar”. OBS: só cabe resolução ou abatimento do preço se não houver como complementar a área. Logo se houver como complementar, não caberá à resolução ou o abatimento proporcional do preço. -> Excesso de área (Art. 500, par. 2 CCB): a regra é de que o vendedor não pode reclamar do excesso, porque se parte da presunção de que o vendedor conhece a coisa que está vendendo. “Exceto”: a não ser que ele prove que tinha motivos suficientes para ignorar o excesso de área. Caso seja possível a sua reclamação, poderá ser pedido o complemento do preço ou a restituição da área excedente. Neste caso a “opção é do comprador”. O prazo decadencial é de 1 ano. OBS: Cabe ao proprietário/vendedor medir a sua área. * Pequena Diferença (Art. 500, par. 1 CCB): se a falta de área ou excesso for inferior de 5% (1/20) o adquirente ou vendedor não podera reclamar. Uma “Exceção para o Comprador”: A não ser que ele prove que se soubesseda falta da área, não compraria o imóvel. * Prazo Decadencial (Art. 501 CCB): 1 ano. O prazo para reclamação é de 1 ano a contar do registro do título (registro de compra pública no registro de imóveis por contrato de compra e venda). Esse prazo de 1 ano só muda em uma situação, ou seja, se houver atraso na transferência da posse ao comprador, esse prazo só começa a contar quando o comprador for imitido na posse, ou seja, quando o comprador tomar posse do imóvel. OBS: quando houver aqueles contratinhos para esperar, mesmo assim poderá o comprador reclamar, pois a jurisprudência só aceita se o imóvel for registrado no cartório de registro de imóveis. B) Venda "Ad Corpus" (Art. 500, par. 3 CCB): é aquela onde o imóvel é vendido como coisa Certa e Determinada. Na venda “Ad Corpos” a medida é imprecisa e meramente enunciativas, sendo que o corpo do imóvel é o elemento determinante para a realização do negócio jurídico (ex: vendo a fazenda “X”, com mais ou menos 2 alqueires). Toda vez que num contrato constar que “área aproximada de tanto”, “mais ou menos tantos metros quadrados”, ou “se não consta a metragem” (ex: anúncio de jornal) será venda Ad corpos, logo não caberá reclamação nenhuma, nem por falta e nem por excesso de área. OBS: sempre que possível é bom deixar expresso no contrato se ele é contrato de compra e venda Ad corpus ou Ad mensuram. -> Corpo Certo e Determinado; -> Medidas Enunciativas. CLÁUSULAS ESPECIAIS (Pactos Adjetos) Dentro de um contrato de compra e venda é possível que os contratantes pactuem algumas condições especiais, ex: Retrovenda, direito de preferência, compra e venda com reserva de domínio; compra fiduciária. 1) Retrovenda (Art. 505 - 508 CCB): o pacto de retrovenda, uma vez pactuado e exercitado, reconduz os contratantes à situação anterior do contrato: volve a coisa vendida ao patrimônio do vendedor, que restituirá ao comprador, por sua vez, o preço recebido, mais as despesas por este efetuadas. A) Finalidade: é uma clausula que “beneficia o vendedor”. O vendedor pode se reservar no direito de recomprar o imóvel vendido em determinado prazo. “Essa cláusula só existe na venda de imóveis”. Depende de previsão expressa em contrato, ex: “A” vende para “B”, pois precisa de dinheiro, logo faz cláusula de retrovenda que se conseguir o dinheiro dentro de dois anos tem direito de comprar de volta o imóvel. Ele existe independentemente da vontade do comprador. O prazo máximo para ser pactuado e de três anos. B) Reembolso do Preço (Art. 505 CCB): Se o vendedor fizer a Retrovenda, ele deverá devolver ao comprador o valor com correção monetária, mais Benfeitorias Necessárias e outras despesas autorizadas por escrito pelo adquirente (comprador). C) Recusa do Comprador em Receber (Art. 506 CCB): o vendedor pode consignar (deposita) judicialmente o pagamento para ficar com a coisa. Porém, se verificar que o depósito do valor não foi feito por completo, o vendedor não poderá ter posse da coisa. Só terá direito de tomar a posse depois que pagar integralmente o valor ao comprador (Art. 506, par. Único CCB). D) Prazo para Resgate (Art. 505 CCB): o prazo máximo permitido para pactuar esta cláusula é de 3 anos. Se ocorrer de ser maior que três anos, “somente o excesso que será Nulo”. OBS: Conta-se o Dies a Quo da data do Contrato e não do Registro. E) Nulidade da Cláusula: Se por algum motivo de a cláusula ser nula, a nulidade irá atingir somente a cláusula e o resto do contrato permanecerá eficaz, ou seja, a nulidade da clausula não irá contaminar o resto do contrato. F) Transmissibilidade (Art. 507 CCB): a cláusula de Retrovenda é transmissível, na qual ela obriga herdeiros e sucessos. É uma Obrigação que se transfere a herdeiros e sucessores. 2º Bimestre – Direito Civil – Contratos – Curta a página “Materiais de Sala” no Facebook. G) Eficácia Contra Terceiros (Art. 507 CCB): ex: “A” vende para “B” com cláusula de Retrovenda e “B” vende para “C”. Não existe terceiro de boa-fé para cláusula de Retrovenda, mesmo que ela não esteja registrada no registro de imóveis, ela atinge qualquer pessoa, até mesmo terceiros. A cláusula de Retrovenda configura propriedade Resolúvel, e essa cláusula Resolúvel atinge terceiros. H) Comprador - Frutos e Rendimentos: o comprador enquanto estiver na posse da coisa ele terá direito aos frutos e rendimentos, ex: aluguel da propriedade enquanto estiver na posse do imóvel. I) Pluralidade de Vendedores (Art. 508 CCB): se um dos vendedores resolver exercer o direito de Retrovenda, deverá notificar o outro. A finalidade desta notificação é verificar se o outro vendedor também tem interesse de exercer o direito de retrovenda. Logo se um dos vendedores não quiser exercer o direito de retrovenda, quem quis exercer o direito, terá que fazer sobre a integralidade da coisa. 2) Venda a Contento ou Sujeita a Prova (Art. 509 CCB) - ("Ad Gustum"): o contrato só se confirma quando o comprador manifesta o seu agrado, o seu contento. Existem determinadas modalidades de venda onde o contrato manifesta o seu agrado, o seu gosto (cláusula "Ad Gustum"), ex: mulher leva roupas da loja em condicional, aqui se tem uma venda em contento. “O contrato fica suspenso até que o comprador manifeste o seu agrado, seu contentamento”. Ex2: vinho, na qual o vendedor põe para o interessado (comprador) experimentar, isso é uma venda a contento. Ex3: teste drive de carro. A venda a contento se finaliza quando o comprador manifesta o seu interesse - "gostei", "vou comprar". A) Aceitação (Art. 511 CCB): é a que dará formação a venda a contento. De acordo com o Art. 511 CCB, as obrigações do comprador são as de mero comodatário, enquanto não manifesta e aceita. Até esse ato, a coisa negociada pertence ao vendedor; até então, o comprador, como simples comodatário, porta-se, em relação a ela, como se lhe houvesse sido cedida a título de empréstimo. B) Tradição: só transfere a posse e não a propriedade na venda a contento. “A propriedade só será transferida com a aceitação e o aperfeiçoamento do contrato”. OBS: O comprador é mero comodatário enquanto não manifestar o seu agrado. C) Condição Suspensiva: Só há compra e venda quando o comprador manifestar o seu agrado, enquanto isso não for manifestado, a compra e venda fica suspensa, ou seja, pende sobre o contrato uma condição suspensiva até que o comprador manifeste o seu agrado. D) Prazo (Art. 512 CCB): se o comprador está na posse, não devolve ou não manifesta o seu agrado, poderá constituir o comprador em mora para que profira o seu agrado. O CCB exige aceitação expressa e não tácita. Não se aperfeiçoa o contrato neste caso. Inércia do comprador – se transcorrido o prazo para que o comprador manifeste sua aceitação ou devolva a coisa, ou, na ausência de prazo, se decorrido o tempo para manifestação do comprador, conforme fixado na intimação judicial ou extrajudicial, o comprador passa a ter conduta de esbulhador e deve pagar alugueies pelo uso indevido da coisa; o vendedor tem direito à proteção possessória (Art. 511 c/c 582 CCB). E) Direito Personalíssimo: não passa para herdeiros e sucessores e também não pode ser cedido a terceiros. F) Objeto: pode recair tanto sobre coisa móvel quanto coisa imóvel. Nada impede que o vendedor deixe o comprador morar alguns dias na casa para manifestar o seu agrado. G) Responsabilidade Civil: o comprador é mero possuidor. Se não houver culpa e nem dolo do comprador o prejuízo será do vendedor, salvo se o comprador esteja em mora de restituir. Ou seja, o caso fortuito ou força maior exclui a responsabilidade do comprador, salvo se estiver em mora ou teve culpa ou dolo. OBS: Na condição suspensiva o dono é o vendedor, o risco corre para ele,já no caráter resolutório o risco é do comprador, pois até então ele é o proprietário 3) Direito de Preferência (Art. 513 CCB): no nosso ordenamento Jurídico pode ser legal ou convencional. A) Preferência: -> Legal: é aquele imposto pela lei, ex: a venda entre condôminos - é a lei que manda que um condômino dê preferência para o outro. Ex: locatário, a preferência é dele, pois a lei manda; ex2: arrendador tem de dar preferência para o arrendatário, pois o estatuto da terra manda. -> Convencional: porque foi criado pelas partes, ou seja, os contrates de comum acordo estipulam o direito de preferência (Art. 513 CCB). O vendedor tem o direito de adquirir a coisa vendida em igualdade de condições com terceiros caso haja cláusula de preferência de compra e venda. A preempção ou preferência impõe ao comprador a obrigação de oferecer ao vendedor a coisa que aquele vai vender, ou dar em pagamento, para que este use de seu direito de prelação na compra, tanto por tanto. OBS: Na “Retrovenda” não depende da vontade do comprador, logo na “Preferência” o vendedor tem preferência só se o comprador quiser vender. B) Igualdade de Condições (Art. 515 CCB): o vendedor só terá o direito de preferência caso ele pague o mesmo valor e nas mesmas condições que o terceiro interessado. Se houver a cláusula de preferência, será notificado o vendedor para passar o valor do bem para ver se ele terá interesse na coisa. Se o vendedor fica sabendo que o comprador quer vender, pode o vendedor ir dizer que quer exercer o direito de preferência. C) Cláusula Expressa: esse ato convencional exige cláusula expressa. Se não houver cláusula expressa, o vendedor não terá direito de preferência. Essa cláusula 2º Bimestre – Direito Civil – Contratos – Curta a página “Materiais de Sala” no Facebook. de direito de preferência só existe se houver disposição expressa no contrato e ele não é eterno. D) Prazo: máximo que pode ser pactuada a preferência (Art. 513, par. Único CCB). -> Móveis: o prazo máximo permitido é de 180 dias. -> Imóveis: o prazo máximo é de 2 anos. OBS: de comum acordo os contratantes podem fixar prazo menor, mas não maior. Só aquilo que ultrapassar o prazo será nulo. E) Prazo para Manifestação (Art. 516 CCB): será de 3 dias para Bens Móveis e de 60 dias para Bens Imóveis. Não pode pactuar prazo menor, mas prazo maior pode ser concedido, logo este é o prazo Mínimo. F) Inobservância da Preferência (Art. 518 CCB): no direito de “Preferência Convencional” tudo se resolve em Perdas e Danos. “A adjudicação compulsória, o depósito do preço só cabe no direito de Preferência Legal”. OBS: É complicado provar perdas e danos, pois o dano hipotético não indeniza. G) Direito Personalíssimo (Art. 520 CCB): não se transmite a herdeiros e sucessores do vendedor. Só pode ser exercido pelo próprio vendedor. Se este vier a falecer antes do decurso do prazo, acaba o direito de preferência. OBS: “Se morrer um comprador, o direito de preferência continua”. H) Pluralidade de Vendedores (Art. 517 CCB): se só um deles quiser exercer a preferência, ele fica obrigado a exercer sobre toda a coisa e não somente pela quota parte que lhe pertencia. I) Responsabilidade do Adquirente: depende da boa-fé e da má-fé. Se o terceiro adquirente estiver de má-fé ele também responderá pelas perdas e danos, porém se estiver de boa-fé ele não irá responder. Para afastar direito de boa-fé é necessário que o contrato seja registrado, pois através disto é que se dá publicidade do contrato e afasta os terceiros de boa- fé. 4) Reserva de Domínio (Art. 521 - 528 CCB): serve para quem compra bem financiado. A) Finalidade: a compra e venda com reserva de domínio o vendedor aliena a coisa, mas reserva para si a propriedade. A finalidade é garantir o vendedor do recebimento total do preço. B) Garantia: o vendedor vende o bem, mas reserva para si o domínio, a propriedade da coisa até que a ultima parcela seja paga. C) Tradição: só transfere a posse ao comprador, mas não transfere a propriedade, logo o vendedor continua sendo dono. Se o comprador não pagar, o vendedor poderá fazer busca e apreensão, pois ele é o dono. Ela visa garantir o vendedor do recebimento do preço, ex: comprar um carro em três prestações, faz um contrato de compra e venda de domínio, o vendedor poderá pegar de volta se não for pago integralmente o preço. D) Transferência da Propriedade (Art. 524 c/c 521 CCB): “ocorre de forma automática quando for paga a última parcela do preço”. Havendo o comprador pago o preço integral da coisa, o vendedor fica obrigado a transferir a coisa. Nesse interregno, responde o devedor (comprador) pelos riscos da coisa, a partir de sua posse, certo que, tendo-a precária, submete-se à obrigação de protegê-la e retratá-la como se sua fosse. OBS: Só existe reserva de domínio nas vendas “a Prazo”. OBS: A reserva de domínio exige cláusula expressa e escrita no contrato. E) Objeto (Art. 523 CCB): Bens móveis infungíveis. O imóvel faz por alienação fiduciária ou compra e venda com garantia hipotecária. F) Registro (Art. 522 CCB): para ter eficácia erga omnes, a cláusula de reserva de domínio deve ser registrada para afastar terceiros de boa-fé. Deve ser feito no cartório de títulos e documentos do domicílio do comprador. E se for carro, será no DETRAN. G) Condição Suspensiva: fica suspensa até o pagamento integral do preço. Enquanto o preço não estiver totalmente pago, a venda fica suspensa. O comprador é mero possuidor, só tem a posse da coisa e não a propriedade. H) Alienação ou cessão da coisa: o comprador tendo a posse pode vender a coisa ou ceder seus direito, desde que tenha anuência do credor (assunção de divida - Art. 299 CCB). I) Riscos (Art. 524): “todos os riscos são do Comprador”. A partir do momento que registrou o contrato estará dando ciência a terceiros. Se o objeto for roubado o comprador mesmo assim terá que pagar. J) Execução da Cláusula: -> Constituição em Mora (Art. 525 CCB): Se o comprador ficar inadimplente, o vendedor pode executar a reserva de domínio. “Antes de o vendedor executar a reserva de domínio ele deve constituir em mora o comprador”. Pode ser feita por “Notificação” ou por “Protesto do Título” (duplicata, nota promissória, cheque). -> Busca e Apreensão (Art. 1071 CPC): A partir do momento que entrou com a mora do comprador, poderá entrar com a busca e apreensão (Art. 1071 CPC). O comprador irá pedir a busca e apreensão, o juiz irá ordenar a busca e apreensão. Quando o oficial de Justiça apreender o bem ele irá avaliar a coisa e entregar na mão do credor. Verá qual o crédito dele ou o valor do bem. O vendedor poderá vender o bem para pagar o seu crédito. A reserva de domínio é uma garantia para o vendedor. I) Forma (Art. 522 CCB): “Escrita”. Não se presume, logo tem que ter um contrato de compra e venda que tenha escrita a causa de compra e venda de domínio. A Alienação Fiduciária é similar a Reserva de Domínio. OBS: a Alienação Fiduciária é voltada para o direito das coisas, já a reserva de domínio está ligada a obrigações. 2º Bimestre – Direito Civil – Contratos – Curta a página “Materiais de Sala” no Facebook. TROCA OU PERMUTA (Art. 533 CCB) 1) Definição: envolve a substituição de uma coisa por outra que não seja dinheiro. A compra e venda também é uma troca, só que aqui ocorre à troca de um bem por dinheiro, já no contrato de troca, troca um bem por outro. Esse contrato de troca ou permuta é o primeiro contrato que se tem na história. OBS: se o contratante der algo em troca de um bem por uma Prestação de Fato/Prestação de Serviço, caracteriza- se como Contrato Inominado e não como permuta. 2) Espécies: depende do seu objeto para ser troca ou permuta. A) Troca: se o contratoenvolver coisas “Móveis” será chamado de Troca. B) Permuta: se o objeto for “Imóvel” o contrato será chamado de Permuta. OBS: isto faz parte de uma diferenciação meramente doutrinária. Para o legislador troca ou permuta não tem diferença nenhuma, é a mesma coisa. 3) Características: é um contrato... -> Bilateral (ou Sinalagmático): porque gera obrigações para ambos os contratantes. Há uma reciprocidade de obrigações. A principal obrigação dos contratantes deste contrato é a transferência da propriedade da coisa trocada; -> Oneroso: na qual, ambos os contratantes detêm proveito. Há vantagens para ambas as partes; -> Comutativo: as obrigações das partes são certas e determinadas, desde a formação do contrato cada contratante pode antever quais são seus direito e quais suas obrigações. Não envolve risco; -> Consensual: para formação do contrato basta o acordo de vontade das partes. A entrega da coisa (tradição) diz respeito ao Cumprimento/Execução do contrato. A entrega da coisa é obrigação do contratante; -> Não Solene: (em regra) na qual a forma é Livre, “Exceto” quando recair sobre “Objetos Imóveis” (tem que ser por escrito. Se o valor do imóvel for superior a 30 salários, deve haver a escritura pública de permuta - Art. 108 CCB). 4) Reposição Parcial em Dinheiro: é possível que haja a reposição parcial em dinheiro. Se essas coisas trocadas ou permutadas têm valor diferente, é permitida a reposição. parcial em dinheiro, desde que essa “parte em dinheiro seja inferior a 50% do valor do bem”, pois se não configura como Contrato de Compra e Venda. Ex: compra de veículos; permuta de um imóvel por outro. OBS: parte em dinheiro - igual ou superior a 50% será contrato de compra e venda, abaixo disto será troca ou permuta. 5) Regime Jurídico (Art. 533 CCB): tudo que for lícito. Na troca ou permuta há responsabilidade redibitória. Se o objeto apresentar defeito oculto o outro contratante pode reclamar. Este mesmo argumento vale para Evicção. Os contratantes de troca ou permuta respondem pela Evicção. OBS: é possível haver a troca por coisa futura, pois a compra e venda pode haver compra e venda futura, logo para troca e permuta também vale (Art. 483 CCB). OBS: pode fazer uma clausula com preferência, pois se aplica no contrato de compra e venda. A) Regras da Compra e Venda: B) Peculiaridades: C) Exceções: -> Despesas (Art. 533, I CCB): na troca ou permuta se nada vier a ser pactuado em contrario, as despesas serão rateadas/divididas meio a meio. Se houver corretor/picareta, se nada foi pactuado será dividido pelos dois também. -> Ascendente X Descendente (Art. 533, II CCB): na compra e venda precisa da anuência do cônjuge e dos demais descendentes. Já no contrato de Troca ou Permuta haverá a anuência do cônjuge e dos demais descendentes desde que os valores forem desiguais. Aplicam-se quando o ascendente tiver prejuízo, ex: pai vai troca o próprio carro sendo mais caro do que o da troca, logo precisa da anuência. OBS: A falta de anuência dá o direito de “Anulação do contrato” (Anulável; Nulidade Relativa do Contrato). CONTRATO ESTIMATÓRIO 1) Definição (Art. 534 CCB): “Contrato Estimatório” é a venda em “Consignação”. É o contrato pelo qual o consignante entrega ao consignatário um bem móvel para venda por determinado preço, ex: sujeito quer vender o carro, logo deixa numa garagem para que seja consignado para venda. O dono da coisa entrega o bem móvel para uma terceira pessoa para que este faça a venda, por determinado preço. 2) Obrigação Alternativa: é a obrigação assumida pelo consignatário. Ao final do prazo contratado o signatário irá devolver ao consignante o preço da coisa ou a restituição da coisa. Vencido o prazo o consignatário irá escolher entre pagar o preço ou devolver a coisa. OBS: A partir do momento que a coisa for consignada o direito de “escolha será do consignatário” e não do consignante. A) Pagamento: B) Restituição: 3) Sujeitos: A) Consignante: é o proprietário da coisa. É aquele que entrega a coisa para ser vendida. Precisa de capacidade de ambos os contratantes. Pode ser pessoa física ou jurídica. B) Consignatário: é aquele que recebe a coisa para venda. Também tem que ser capaz. Pode ser pessoa física ou jurídica. 4) Características: é um Contrato... -> Bilateral (ou sinalagmático): pois gera obrigações para ambos os contratantes. Tanto um quanto o outro tem direitos e obrigações; -> Oneroso: porque ambos os contratantes obtém proveito, há vantagens para ambas as partes; 2º Bimestre – Direito Civil – Contratos – Curta a página “Materiais de Sala” no Facebook. -> Comutativo: na qual as prestações das partes são certas e determinadas, logo não envolve risco; -> Não Solene: (em regra), pois não há forma prescrita em lei, logo a forma e Livre; -> Real: só se forma com a entrega da coisa. Sem a entrega da coisa não haverá contrato. “A entrega do bem é condição para formação do contrato”, Ex: fala que vai levar o carro amanhã para ficar consignado em 15 dias, logo não levo, o consignatário não poderá ir lá buscar, pois aqui é um contrato real, que só se firma com a entrega da coisa. 5) Requisitos: -> Tradição: só transfere a posse. O consignatário só tem a posse da coisa, pois a propriedade continua sendo do consignante até que a coisa seja vendida. O consignatário é mero possuidor. A tradição é condição para formação do contrato. -> Objeto: só tem por objeto Bens Móvel. O nosso CCB limita o Contrato Estimatório as Coisas Móveis, pois é difícil transferir um imóvel para alienação (ex: mandato). Este Contrato Estimatório é exclusivo para Bens Móveis. -> Restituição/Pagamento: essa é uma “opção do Consignatário”. -> Prazo: pode ser pro prazo... # Determinado: expirado o prazo, o consignatário tem que devolver a coisa ou pagar o valor em dinheiro. Se o consignatário não fizer nem um e nem outro, poderá o consignante fazer a escolha, pois ocorreu má-fé do consignatário. Obrigatoriamente o consignante irá pedir a coisa, salvo se a coisa foi vendida. # Indeterminado: se o Consignante tiver a intenção de pegar a coisa de volta, deve ele Notificar o Consignatário para que então este possa exercer o direito entre pagar o preço ou restituir a coisa. -> Preço: a fixação do preço do bem para venda é feita pelo “Consignante”. É ele que irá indicar o preço para venda. O preço é elemento fundamental para o Contrato Estimatório. O preço pode ser fixado em valor certo ou ligado a taxa de mercado, de bolsa ou de indicadores, ex: pagar o preço da tabela FIPE. A fixação do preço não pode fixar a critério do Consignatário. Teoricamente “o lucro do Consignatário é o Sobrepreço”, aquilo que ele pegar a mais do valor indicado pelo consignante. É costume a pessoa fixar em percentual. O Consignante só tem direito ao valor que ele fixou, pois o sobrepreço será do Consignatário. 6) Disponibilidade (Art. 537 CCB): enquanto a coisa estiver consignada o Consignante não tem disponibilidade sobre ela, logo deve ele ir ao Consignatário. O Consignante não pode vender a coisa durante o contrato. O Consignatário pode restituir ou pagar o preço, por isso que o consignante não pode vendê-la ou dar o bem como garantia. A única pessoa que pode vender o bem é o Consignatário enquanto vigente o bem. 7) Riscos (Art. 535 CCB): é todo do “Consignatário”, inclusive por Caso Fortuito ou Força Maior. Logo o Consignatário assume todo o risco. Qualquer Deterioração ou Perecimento é responsabilidade do Consignatário. 8) Restituição Antes do Prazo: o Consignante não pode exigir a Restituição da coisa antes do prazo em Hipótese nenhuma, porque a opção será sempre do Consignatário. Ao final do contrato é o Consignatário queirá escolher entre restituir a coisa ou pagar o preço fixado pelo Consignante. OBS: o Consignatário pode restitui a coisa antes do prazo. Como é depositado e os riscos correm por conta dele, ele tem o direito de restituir o bem antes do prazo pactuado. 9) Penhora/Sequestro (Art. 536 CCB): não pode haver enquanto pago integralmente o preço da coisa. O bem depositado não responde por dívidas do Consignatário, porque a propriedade ainda é do Consignante. O Consignatário é mero possuidor, logo não tem a propriedade da coisa. Porém a partir do momento que o Consignatário optar pelo pagamento do preço, a coisa será passível de penhora pelo preço do bem, pois ele está adquirindo a coisa. 10) Local de Pagamento ou Restituição: ao fim do contrato deve ser feito no “Domicílio do Consignatário”, salvo se outro lugar não foi combinado. Desde que não haja nada pactuado, a restituição da coisa ou pagamento do preço será feito no domicílio do Consignatário. 11) Conservação da Coisa: depende. Os Gastos Ordinários de guarda e manutenção correm por conta do Consignatário, ex: limpeza do carro. Cabe ao Consignante os Gastos Extraordinário (são as benfeitorias Necessárias), ex: carro precisa da troca de pneu. DOAÇÃO 1) Definição (Art. 538 CCB): é o contrato em que uma pessoa, por liberalidade, transfere do seu patrimônio bens ou vantagens para o de outra. A doação é o contrato em que um dos sujeitos se obriga a transferir a propriedade de um bem a outrem gratuitamente por ato entre vivos. OBS: O contrato por “Doação é Gratuito”; só existe o contrato de doação se for “Ato Entre Vivos”. Se deixar em testamento para outro será causa mortis e não entre vivos. OBS: Doar já é negócio jurídico, que dos outros se distingue pela atribuição patrimonial gratuita. 2) Sujeitos: A) Doador: é aquele que pratica a Liberalidade. É aquele que irá transferir do seu patrimônio bens ou vantagens para outrem. B) Donatário: é o Beneficiário. É aquele que vai tirar proveito do contrato. OBS: Sempre que houver com “Contrato de Doação Haverá um Binômio”: Empobrecimento do Doador e um Enriquecimento do Donatário. 2º Bimestre – Direito Civil – Contratos – Curta a página “Materiais de Sala” no Facebook. OBS: os sujeitos podem ser pessoa Física ou Jurídica. Pessoa jurídica também pode receber doação. 3) Elementos: do contrato de doação, além daqueles do Art. 104 CCB... A) "Animus Donandi": o “Ânimo de Doar”. É um “Elemento Subjetivo”, ou seja, é a intenção do doador de praticar a Liberalidade. É esse Animus Donandi que evidencia a vontade de dispor, de doar. Esse Animus que diferencia da Compra e Venda, do Comodato (empréstimo) e da Doação. Para que o contrato de Doação seja eficaz deve haver o animus Donandi, pois se a manifestação de “vontade for Viciada o contrato será Anulável”. B) Transferência de Bens: este é um “Elemento Objetivo”. Esse elemento é a “Tradição” (transferência da coisa doada). O doador assume a obrigação de transferir a coisa doada ao donatário. Se for “Bem Móvel a Tradição Transfere a Propriedade”, e se “Bem Imóvel a propriedade será transferida pelo registro”. OBS: Essa transferência de bens ou vantagens tem que gerar uma Redução Patrimonial ao Doador. C) Aceitação: o contrato só se forma com a Aceitação do Donatário, mesmo que este contrato seja gratuito. 4) Características: -> Unilateral: porque gera obrigação somente para uma das partes, ou seja, para o Doador. OBS: pode ser Bilateral no caso de Doação com Encargo, na qual se cria também uma obrigação para o Donatário, pois passa a ser Oneroso. Porém alguns doutrinadores dizem que continua sendo unilateral, pois acreditam que o contrato deve ser visto em sua essência. Pois a obrigação do doador é maior (Orlando Borins). OBS: a “Consequência só irá existir nos Vícios Redibitórios e pela Evicção”. -> Gratuito: em regra. Somente o donatário é que tira proveito nesta obrigação. Porque o Donatário, em razão da liberalidade do doador, enriquece seu patrimônio sem nada despender em contrapartida. OBS: será Oneroso se a doação for Doação com Encargo. -> Consensual: se aperfeiçoa com o simples acordo de vontade entre as partes. “A Tradição é Obrigação do Doador”. Obrigação a ser executada posteriormente. OBS: Não e Comutativo e nem aleatório: pois serve para contratos bilaterais. -> Solene (Art. 541 CCB): há forma prescrita em lei. O “Contrato tem que ser feito por Escrito”. “Exceção”: “Doação Manual” que é a doação de Bem Móvel de Pequeno Valor e desde que a tradição seja Imediata (Art. 541, par. Único, CCB). A “Doação Manual pode ser Verbal”. Para ser verbal tem que ter móvel de pequeno valor e de tradição imediata. OBS: esse pequeno valor vai de pessoa para pessoa. OBS: se a tradição não for imediata deve ser feito por escrito, logo se não for feito, será nulo, pois não tem forma prescrita em lei (Art. 166 CCB). 5) Requisitos: 5.1) Subjetivos: A) Capacidade Ativa: quem pode doar é todo sujeito capaz e que tenha livre disposição de seus bens, na qual tem legitimidade para doar. OBS: o “Incapaz (Relativa ou Absolutamente) não pode ser Doador”, pois não pode diminuir o seu patrimônio. B) Doação de Pai para Filho: os pais podem doar para os filhos. A “Doação” de pai para filho não exige anuência dos demais descendentes, porém para “Vender” necessita da anuência do cônjuge e dos demais descendentes. A anuência do cônjuge só precisa de for de Bens Imóveis ou se o casamento não for por separação total de bens. OBS: A doação de pais para filhos tem um limite, logo ele não pode doar para o filho mais de 50% do seu patrimônio. OBS: aquilo que foi doado importa em Adiantamento de Legitima (adiantamento de herança). -> Adiantamento de Legitima (Art. 544 CCB): aquilo que o filho recebeu em doação vai ser abatido daquilo que terá direito de receber por herança. OBS: tem 3 filhos e doou 50% para um dos filhos, logo o pai morre e dá 25% para cada um dos outros dois e aquele que já tinha recebido, acabou ficando com 50%. -> Dispensa de Colação (Art. 2005 CCB): pode o Donatário mediante cláusula expressa dizer que o que foi doado para um dos filhos não será diminuído quando for aberto o testamento, logo o que o pai tinha quando morreu será dividido entre os filhos e aquele que recebeu a doação ainda receberá deste testamento, ex: A ganha 50% dos bens do pai, logo sobra 50%, o pai põe a cláusula que este percentual será dividido entre os 3 = 16,6% para cada, logo o que recebeu antes fica com 66,6%. OBS: a regra é o Adiantamento de Legitima, logo se não houver cláusula expressa aplica este, mas se houver Cláusula Expressa em contrário aplica a Dispensa de Colação. C) Doação entre Cônjuges (Art. 544 CCB): também é Possível, na qual está dentro do limite de 50%. Deve saber se o regime de bem deste casamento autoriza esta doação. Casamento pela “Comunhão Universal de Bens” não terá a doação de bens, pois é impossível. “A doação entre cônjuges é possível entre bens particulares excluídos da comunhão”. A “Comunhão Parcial de Bens pode haver a doação”. “Separação Total de Bens” poderá doar se for Doação Convencional de Bens. A parte disponível do sujeito é de 50%, mais que isto não pode doar. D) Doação a Cúmplice de Adultério (Art. 550 CCB): é valida, mas pode ser anulada por seu outro cônjuge ou por seus descendentes. OBS: É licita a Doação do sujeito casado para amante? R: é Licita, se ninguém pedir a anulação, essa doação será válida, logo por ser um ato anulável. Se não for anulado este contrato, passará a ter todos os seus efeitos. 2º Bimestre – Direito Civil – Contratos – Curta a página “Materiais de Sala” no Facebook. -> Legitimidade: para pedir anulação é somente o “Cônjuge Prejudicado”. Os “Herdeiros” poderão somentese morrer o Cônjuge, mas se estiver vivo, a legitimidade é do Cônjuge. -> Prazo: para anular vai até “2 (dois) anos após a Dissolução da Sociedade Conjugal”. A Dissolução Conjugal se dá pela Separação, Divórcio ou pela Morte de algum dos Cônjuges. OBS: não anulará se a “Separação for de Fato”, porque em tese não terá mais Adultério. OBS: Para “União Estável” aplicam-se as mesmas regras da Comunhão Parcial de Bens. 5.2) Capacidade Passiva: A princípio qualquer pessoa pode ser Donatário. A) Incapaz (Art. 543 CCB): até mesmo o incapaz pode ser Donatário. Pode ele receber Doação. Se a Doação for com Encargo deverá ele estar Representado. B) Nascituro (Art. 542 CCB): pode receber Doação. A doação feita ao nascituro é uma “Doação Condicional”, pois precisa do nascimento com vida para haver a doação. Se não houver o nascimento, o contrato não se aperfeiçoará. 5.3) Objetivo: está ligado ao objeto. O objeto da doação tem que ser Lícito, Possível, Determinado ou Determinável (Art. 104 CCB). A) Bens ou Vantagens (Art. 538 CCB): Os direitos também podem ser objetos de doação, ex: aparecer em propaganda. Envolve bens corpóreos, moveis ou imóveis, bem como as vantagens (são os direitos). B) Bens Futuros: pode ser objeto de doação. Se não vier a existir, a Doação não irá se concretizar, pois ainda há uma Obrigação Condicional. C) Doação Universal (Art. 548 CCB): é a doação de todos os bens sem reserva de renda suficiente a sobrevivência do doador. O doador não pode doar todo o seu patrimônio e ficar sem nada. Pode doar 90%, mas desde que com esse restante ele consiga sobreviver. A Doação Universal é Nula, Absoluta. OBS: se doar 50% e os outros 50% venha a se perder, o sujeito não terá direito de pedir de volta. D) Doação Inoficiosa (Art. 549 CCB): é aquilo que excede ao que o doador podia dispor. O que pode ser disposto é somente 50%. “Se doar 60% para o filho será Doação Inoficiosa”, logo a nulidade atinge somente a diferença. “A Doação Inoficiosa é Nula”. 5.4) Formal (Art. 541 CCB): Doação é Contrato Formal, Solene, exige a Forma Escrita. Se a doação abranger imóvel que tenha valor superior a 30 salários, deve ser feito por Instrumento Público. “Exceção”: “Doação Manual” - de pequeno valor e que a doação seja imediata (Art. 541, par. Único, CCB). ESPÉCIES DE DOAÇÃO 1) Pura e Simples: é aquela feita por mera liberalidade. Não há restrições, encargos, ou seja, não há nenhuma contrapartida imposta ao Donatário. O donatário não assume nenhuma obrigação. Só há um benefício em favor do donatário. 2) Onerosa ou Com Encargo (Art. 553 CCB): na doação com encargo o doador impõe uma obrigação ao Donatário. Com a aceitação o Donatário assume uma obrigação. Ele tem uma contraprestação a ser cumprida. A doação com encargo pode favorecer o próprio doador, terceira pessoa indicada pelo doador ou pela coletividade, interesse geral. OBS: Quando utiliza os termos – “para que, a fim de que, com a obrigação de” são empregadas para definir o encargo. A) Beneficiário: -> Doador: será beneficiado quando o encargo vir em seu proveito, o mais conhecido como "Eu te dou tal coisa se você fizer isto por mim". -> Terceiro: pode ser beneficiada. Põe a obrigação ao Donatário. -> Coletividade: quando o sujeito doa um bem que irá favorecer a toda coletividade, ex: doação de terreno para construção de um hospital; clube; escola. Quando o encargo vem com proveito a toda coletividade o MP tem legitimidade para exigir o cumprimento do encargo (Art. 553, par. Único CCB). OBS: nos dois primeiro somente o doador pode exigir o encargo, já neste último (Coletividade) o MP também pode. # Encargo Ilícito ou Impossível: ex: por uma casa de prostituição no imóvel. A nulidade só atinge o encargo e a doação permanece inválida. Se o encargo for ilícito e impossível, presumi-se impossível o encargo e a doação permanece. # Vícios (Art. 441, par. Único; 552 CCB): o “Doador Responde pelos Vícios Redibitórios e a Evicção”. Se o doador doar um bem que tiver defeito oculto, o donatário poderá reclamar, ou seja, há responsabilidade do doador se houver vicio e/ou evicção. C) Condicional: a eficácia da doação depende de um evento futuro e incerto. Aqui pende sobre o contrato uma condição Suspensiva, ou seja, a eficácia do contrato fica condicionada ao evento determinado pelo doador, ex: prometer ao filho um carro se passar no concurso para o juiz; nascituro. Toda vez que é imposta uma condição futura, haverá a doação condicional. OBS: na doação condicional não responde por vicio redibitório e pela evicção. OBS: a Doação Condicional se diferencia geralmente das demais quando usado o termo “se”. D) Remuneratória (Art. 540 CCB): é uma forma de remuneração por serviços ou favores prestados ao doador cujo pagamento não foi exigido/cobrado ou não 2º Bimestre – Direito Civil – Contratos – Curta a página “Materiais de Sala” no Facebook. pode mais ser exigido, ex: o sujeito vai ao médico e este não cobra a consulta por ser seu amigo, grato por isso o cliente compra um vinho e dá ao médico. OBS: aqui é uma forma de pagamento pelo serviço ou favor prestado gratuitamente, logo o que exceder o valor da prestação de serviço ou favor será doação, ex: serviço = R$ 200,00, bem doado = R$ 300,00, Doação (na verdade) = R$ 100,00. OBS: Aqui o Doador responde pela Evicção e pelos Vícios Redibitórios. # Excesso: ex: a consulta custava 200 e o vinho era 100 reais, o beneficiário só poderá reclamar a parte Remuneratória. Mesmo caso ocorre se o preço for o contrário, prevalece à doação Remuneratória. O que exceder será doação pura e simples. # Vícios (Art. 552 CCB): o Doador responde pelos Vícios Redibitórios e pela Evicção. E) Mista: é a concessão de um beneficio através de um contrato de caráter oneroso. Ocorre quando ao preço-viu ou o sobre-preço. Aquilo que excede o sobre-preço configura doação. A intenção da parte aqui é dever, ou seja, doar quando o sujeito fez um contrato de compra e venda. Ou seja, trata-se de um negócio jurídico caracterizado pela onerosidade, porém não perde o caráter bilateral. A exemplo dessa doação cita-se: “Um cidadão de livre e espontânea vontade pagar 1.000 reais por um bem avaliado em 500 reais”. OBS: O sobrepreço inspira-se na liberalidade que o adquirente deseja praticar. F) Contemplação de Merecimento (Art. 540 CCB): o doador expõe os motivos da liberalidade. Ex: por que está tendo a doação? R: porque o donatário mereceu. A doação se concretiza em razão do merecimento do donatário. G) ao Nascituro (Art. 542 CCB): permite que seja feita doação em favor do nascituro. Nascituro é aquele que já foi concebido, mas ainda não nasceu. A doação ao nascituro exige a aceitação que é dada pelos seus representantes legais, ou seja, por seus pais. Essa doação ao nascituro também caracteriza a uma doação condicional, e esta condição é o nascimento com vida. Se nascer com vida e venha morrer depois a doação teve validade, logo passa para os descendentes, se não chegou a nascer à doação não aconteceu. H) em Forma de Subvenção (Art. 545 CCB): periódica. É uma forma de pensão do doador em favor do donatário, ex: mesada. Essa doação quem estipula a periodicidade é o Doador. Em regra ela termina com a morte do doador ou do donatário. O doador pode fixar prazo para expirar. Essa doação configura como doação pura e simples, pois acontece por mera liberalidade do Doador. -> Pensão; -> Periodicidade. I) em Contemplação de Casamento Futuro (Art. 546 CCB): esta doação pode ser feita entre os próprios nubentes (noivos). Tem caráter de Doação Condicional. Essa doação também pode ser feita de terceiro aos nubentes, ex: pai do noivo diz que se eles casarem dará umacasa para morarem. -> Nubentes entre si; -> Terceiro aos Nubentes; -> aos Filhos dos Nubentes: é a única hipótese que é admitida a chamada de casamento de “Prole Eventual”. A doação pode ser feita para os filhos dos nubentes, para prole eventual. Aqui tem uma obrigação condicional, na qual é necessário que venha nascer um filho. OBS: se o casal não puder ter filhos e resolverem adotar, a doação terá a mesma validade, pois atualmente não há diferença nenhuma entre ser filho de sangue ou adotivo. -> Separação/Divórcio: se o casal casar apenas para receber a doação, essa doação será válida, pois a condição era o casamento, logo o que ocorrer posteriormente não envolverá a condição. J) Conjuntiva (Art. 551 CCB): é aquela feita em favor de duas ou mais pessoas, quando há uma pluralidade de donatários. A doação feita a duas ou mais pessoas é chamada de Doação Conjuntiva. Caso o donatário venha morrer, passará para seus herdeiros. Se os donatários for marido e mulher a parte da doação passa para o cônjuge sobrevivente. Logo não irá passar nada para os herdeiros (no caso de os donatários forem marido e mulher). -> Pluralidade de Donatários; -> Donatário - Casal: par. Único. K) com Cláusulas Acessórias: na doação o doador pode impor algumas Cláusulas/Condições, as mais comuns são... -> Inalienabilidade: essa cláusula quer dizer que o donatário não pode vender a coisa doada. O doador pode fazer a doação e inserir no contrato uma cláusula de Inalienabilidade. Quem define o prazo de validade é o doador, na qual não há limite. A única coisa que a lei exige hoje é que o doador exponha o motivo. -> Incomunicabilidade: essa cláusula diz que a coisa recebida em doação não se comunica ao cônjuge, na qual ela é exclusiva do donatário. Essa cláusula só tem validade se o casamento for de casamento Universal de bens (Total) e para pessoa solteira, logo para o Casamento Parcial de bens não terá validade. -> Impenhorabilidade: significa que a coisa doada é impenhorável. Ela não pode ser penhorada por dividas do donatário. OBS: Quaisquer destas três cláusulas devem ser justificadas. “Sem Justificação torna Nula a cláusula”. -> Reserva de Usufruto: é quando o doador doa o bem, mas reserva para si o direito de uso e gozo da coisa, ou seja, o Doador continua podendo usar e tirar as vantagens da coisa. A única coisa que ele faz é transferir a coisa ao donatário. Isto serve para não haver briga 2º Bimestre – Direito Civil – Contratos – Curta a página “Materiais de Sala” no Facebook. entre os herdeiros. OBS: O casal fez a reserva de usufruto e um dos cônjuges morre, neste caso é o doador quem pode estipular. Em regra fica para o cônjuge sobrevivente. L) com Cláusula de Reversão (Art. 547 CCB): essa cláusula faz com que a coisa doada retorne ao patrimônio do doador. Uma das Hipóteses que pode ser estipulada no contrato é... -> Sobrevida do Doador: caso o doador sobreviva ao donatário, a coisa doada retorna ao patrimônio do doador, ou seja, se o donatário morrer antes do doador o bem volta ao doador. “‟Essa cláusula só existe se estiver Expressa”, pois se não o for, não haverá reversão, logo passará aos herdeiros do donatário. ->Reversão em favor de Terceiro: é proibido, ex: donatário fala. A reversão é só em favor do doador, logo não pode haver cláusula de reversão em benefício de uma terceira pessoa. -> Descumprimento de Encargo: na doação com encargo o doador pode estipular no contrato que se o donatário não cumprir com o encargo o bem retorne ao doador. Todos os bens doados pela área pública, existirá a reversão. M) Doação Manual (Art. 541 CCB): é a doação de coisa móvel de pequeno valor cuja tradição é imediata. A Doação Manual pode ser verbal. Pequeno valor dependerá de cada caso concreto, é um caráter subjetivo. N) a Entidade Futura (Art. 554 CCB): é permitida doação para entidade que ainda vai ser criada, porém o donatário desta entidade tem que ser regularmente constituída dentro do prazo de 2 anos. Essa prazo é Decadencial. A constituição regular de uma entidade ocorre com o seu Registro. Se não vier a ser registrada em dois anos a doação fica sem efeito. 7) Aceitação da Doação: aceitação do Donatário é Indispensável para formação do contrato. Contrato é o acordo de duas ou mais vontades, mesmo que seja doação, deve haver proposta e aceitação. Essa aceitação pode ser... A) Expressa: é aquela que se dá de forma incontroversa que não deixa margem a dúvida. A aceitação expressa é a mais comum na doação. Como a doação é um Contrato Formal, Solene, que exige a forma escrita, logo se o contrato é Escrito a Aceitação também será por escrito. B) Tácita: é aquela que se revela por um “Comportamento do Donatário”. O Comportamento do Donatário indica a sua aceitação. Aceitação tácita “só irá ocorrer na Doação Manual” (de bem móvel de pequeno valor e que a tradição seja imediata). C) Presumida (Art. 539 CCB): só pode ser presumida “quando a lei permitir”. Nos casos em que a lei não permitir a manifestação de vontade presumida, não poderá ocorrer. “Na Doação Pura o Silêncio do Donatário leva a presunção de aceitação”. O Doador pode notificar o Donatário, informando que pretende doar determinado bem, se dentro do prazo fixado pelo doador não houver manifestação por parte do Donatário, presume-se que ele aceitou, devido ao seu Silêncio. D) Ficta (Art. 543 CCB): é a “Doação Feita ao Incapaz”. Aqui não é que a aceitação é dispensada (conforme o artigo), mas sim presumida pela lei, devido a Doação Pura (que não impõe ao Donatário o cumprimento de encargo, nem está sujeita a Condição). Porém se for Doação com Encargo tem que ter aceitação, logo ela não é fictícia e nem presumida e, sim expressa. OBS: Nelson Nery Jr. Diz que esse Art. 543 CCB especifica que essa dispensa é restrita ao Absolutamente Incapaz. 8) Efeitos da Doação: A) Entrega da Coisa: principal efeito dado ao doador e a obrigação de transferir a coisa doada ao donatário. A partir do momento que o contrato se concretiza, surge para o doador a tradição. Transfere a sua propriedade ao donatário. A transferência ocorre pela tradição se a coisa for móvel e se imóvel será pelo registro da coisa. B) Evicção (Art. 552 CCB): Em algumas espécies de doação o doador responde pela evicção. Nas doações com encargo; remuneratórias e para casamento certo e determinada pessoa o doador responde pela evicção. Se o donatário perder a coisa por força de sentença judicial que atribua a outrem, ele pode reclamar, porque há o efeito da regra da evicção. C) Vícios Redibitórios (Art. 441, par. Única CCB): o doador tem responsabilidade se a doação for com Encargo e na Doação Remuneratória responde por defeitos ocultos a que é destinada ou diminuam o valor (Art. 441, par. Único CCB). D) Juros Moratórias: o doador não responde por juros moratório (Art. 552 CCB). E) Eficácia "Ex Nunc": Caso a doação venha a ser Anulada ou Revogada por qualquer motivo, a eficácia do contrato será "Ex Nunc", não retroativa. Até o momento em que o contrato for extinto ele produzirá os seus efeitos sem retroação. 9) Obrigações do Donatário: A) Recebimento da Coisa: se houver a aceitação dele o contrato se formou. Logo ele deve receber a coisa doada. Caso haja Recusa do Donatário em receber a coisa doada, o doador poderá consigná-la. B) Cumprimento do Encargo: Nas Doações com Encargo o donatário assume uma Obrigação que é o cumprimento do encargo imposto pelo doador. Caso o Donatário não cumpra com o encargo, o doador tem duas opções: 1º) pode exigir o cumprimento através da “Ação de Execução de Obrigação de fazer” ou; 2º) pode “Revogar a Doação”. “A opção é do Doador”, e ele quem ira escolher. 2º Bimestre – Direito Civil– Contratos – Curta a página “Materiais de Sala” no Facebook. C) Não praticar ato de Ingratidão (Art. 557 CCB): não pode cometer atos de ingratidão contra o Doador. Se o Donatário cometer um ato de ingratidão contra o Doador, o Doador poderá revogar a Doação. A prática de um ato de ingratidão contra o doador, a lei autoriza a ele revogar a doação. D) Impostos e Despesas: “Cabe ao Donatário o pagamento” dos impostos e despesas contratuais referentes à doação. O valor do imposto é de 4% - ITCMD. O sujeito ativo tributário (credor) é o Estado, logo este imposto é pago ao Estado. Embora o doador geralmente paga, caso não pague será do Donatário. 10) Revogação da Doação: embora o CCB nomina de “Revogação da Doação”, na verdade é uma “Anulação”. O que não é permitido é a Renúncia Antecipada ao direito de Revogar uma Doação. -> Renúncia Antecipada (Art. 556 CCB): o doador não pode renunciar antecipadamente ao direito de revogar a doação, caso haja alguma cláusula, o ato é nulo. Ele pode praticar a Revogação somente depois de feito o fato, desde que autorizado a Revogação. A) Causas Comuns aos Contratos: -> Nulidade Relativa: a doação pode ser anulada por causas comuns a qualquer contrato. Se a Manifestação de vontade for Viciada o contrato será Anulável nos casos de Erro, Dolo, Coação, Lesão, Estado de Perigo ou Fraude. Nestes casos o contrato e passível de anulação. Ex: doação ao cúmplice de adultério é um ato Anulável (Art. 550 CCB). Pode ser pedida a anulação até 2 anos após à separação conjugal. -> Nulidade Absoluta: pode ser revogada nos casos de nulidade absoluta, ex: “Incapacidade do Doador”. O doador tem que ser pessoa capaz, pois se não o for o contrato será Nulo. Se o “Objeto for Ilícito ou Impossível” também haverá nulidade absoluta. Se não for observada a “Forma Prescrita em Lei”, pois a doação tem que ser feito por escrito, pois se não o for é nulo. Só pode haver doação Tácita no caso de Doação manual. Outros casos: “Separação universal” (Art. 448 CCB), ocorre quando doa todos os bens sem ter nenhuma reserva, caso isso ocorra sua nulidade é absoluta. “Doação inoficiosa” (Art. 549 CCB) - ocorre quando o Doador excede aquilo que poderia dispor (50%), o que ultrapassar o limite é nulo. -> Descumprimento do Encargo (Art. 555 CCB): doações com encargo, o descumprimento do encargo autoriza o doador revogar a doação. Mas deve saber se no contrato de doação foi fixado prazo para o encargo. # Prazo Determinado: se havia prazo. Expirado o prazo, o doador pode revogar a doação, independentemente de notificação ou interpelação. # Prazo Indeterminado (Art. 562 CCB): se é encargo e não foi fixado prazo para o cumprimento, antes de o doador revogar o contrato é necessário “constituir em mora o Donatário”, que ocorrerá mediante “Notificação”. O doador tem que notificar o donatário para que cumpra o encargo, sob pena de anulação por Revogação. B) Ingratidão do Donatário (Art. 557 CCB): pode ser revogada por este motivo. As hipóteses estão expressas no art. 557 CCB e são Taxativas. Se é Taxativa, significa que “Não Admite Interpretação Extensiva”. b.1) Atentado a vida do Doador: inc. I - se o donatário ou alguém sob suas ordens atentar sobre a vida do doador, a doação é revogada por ingratidão do donatário. Vale tanto para Homicídio Consumado quanto Tentado. Se for o Filho do Donatário, não revoga o contrato de doação, Salvo se o Donatário tinha conhecimento e não fez nada para impedir. Para Revogação “não precisa de Condenação na Esfera Criminal”, porém esse atentado contra a vida do doador só abrange a “forma Dolosa”. Se o “Homicídio for Culposo não configura ingratidão”. b.2) Ofensa Física: se o donatário ou alguém sob suas ordens ofender fisicamente o doador, este poderá revogar a doação por ingratidão do donatário. Aqui será “Lesão Corporal Dolosa” e não Culposa. Se “Ameaçar o Doador Não Poderá Revogar”, pois deve ser interpretado taxativamente. Não exige previa Condenação Penal para revogar, a revogação do fato pode ser feita na esfera civil. Se no direito penal for configurado “Legitima Defesa por parte do Donatário não configurará ingratidão”. A Legitima Defesa afasta a revogação. b.3) Injúria Grave ou Calúnia: se o donatário injuriar ou caluniar o doador (Art. 139 e 140 CP). Se o Donatário “Difamar não cabe revogação”, pois a interpretação é restritiva, taxativa. Aqui neste caso de Difamação só pode pedir Dano moral, mas não a Revogação por Ingratidão. b.4) Recusa de Alimentos: recusa do Donatário em prestar alimentos ao Doador, caso este necessite. “O Doador antes de pedir alimentos ao Donatário deve pedir aos seus parentes”. Se não tiver nenhum parente para pedir alimentos, ai sim ele poderá pedir para o Donatário. Se o Donatário não tem condição de prestar alimentos, não revoga, porém se tiver condição de prestar alimentos, poderá haver a revogação. # Vítima - Parente do Doador (Art. 558 CCB): se qualquer destes atos de ingratidão for praticado contra o cônjuge, ascendente, descendente ou irmão do doador também cabe revogação por ingratidão. Aqui será taxativo também. C) Prazo para Ação (Art. 559 CCB): é de 1 ano. Cujo “Termo Inicial é a data que o doador tiver Ciência do Fato e de sua Autoria” (Autor do Fato). Esse prazo de um ano só se aplica para revogação por ingratidão. D) Natureza da Ação (Art. 560 CCB): é “Personalíssima”. Só o Doador que tem legitimidade para ajuizar a Ação. “Exceção”: “Homicídio Consumado”, na qual passará para os Herdeiros, fora isto somente o doador é quem poderá entrar com a Revogação. A “Ação só pode ser ajuizada contra o Donatário”. O que acontece que a ação pode continuar contra os herdeiros do Donatário, depois que tenha entrado a ação e este venha a morrer. 2º Bimestre – Direito Civil – Contratos – Curta a página “Materiais de Sala” no Facebook. E) Doações Irrevogável por Ingratidão (Art. 564 CCB): não se revogam por ingratidão do donatário – “Doações Remuneratória”; “Doações com Encargo já cumprido”; “Doação para Casamento com Certa e Determinada pessoa”, porque casou aconteceu o fato, não pode mais revogar por ingratidão; “Doação Decorrente de Doação Natural”, ex: doação de alimentos, vestuário para o filho, não pode revogar, pois são doações naturais. F) Impossibilidade de Restituição do Bem (Art. 563 CCB): ex: ganha carro de doação e vende para o terceiro e o doador revoga por ingratidão. Ocorre que “a restituição se dará em dinheiro”. Se for impossível a Restituição da coisa doada o ressarcimento será feito pelo equivalente em dinheiro. G) Doação Conjuntiva - Encargo Indivisível: é aquela feita em favor de duas ou mais pessoa, quando tem uma pluralidade de Donatários, ex: sujeito fez doação para 3 donatários, o “A” caluniou o Doador e, o Doador revoga a doação. A revogação atinge os 3. Se o encargo for indivisível ou o bem doado for indivisível a revogação atingirá a todos, atinge a Integralidade da coisa doada. Espero ter contribuído com sua aprendizagem e compreensão quanto a matéria. MUITO OBRIGADO BOA PROVA!!!
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